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Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[E]</span> <strong>Dimensão espiritual</strong> | <strong>Dimensión espiritual</strong>
Description
An account of the resource
<ul><li>Itens referentes a espiritualidade em geral</li>
<li>Materiais de estudo sobre a espiritualidade inaciana, incluindo os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.</li>
</ul>
Subject
The topic of the resource
Dimensão espiritual | Dimensión espiritual
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Language
A language of the resource
pt
es
Rights
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<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt" target="_blank" rel="noreferrer noopener">CC BY-SA</a>
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Os exames nos Exercícios Espirituais
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Palaoro, Adroaldo
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021-03-20
Subject
The topic of the resource
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Núcleos Inacianos (Itaici)
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Núcleo de Estudos Inacianos do Brasil
Grupo de Estudos dos EE
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
hiperlink
vídeo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Brasil
Type
The nature or genre of the resource
Palestra
Relation
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Source
A related resource from which the described resource is derived
<a href="https://www.nucleosinacianos.org.br/">Núcleos Inacianos</a>
Description
An account of the resource
Gravação de teleconferência transmitida por meio do Microsoft Teams
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
exame cotidiano
Exercícios Espirituais | Ejercicios espirituales
Oração | Oración
Oração inaciana | Oración ignaciana
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https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/64e0d902ff53dcabf6c8fc7dd982aeb0.pdf?Expires=1712793600&Signature=cWiVfbt5MLI%7EEf0Rzz9S0T1tI6U9rl0%7EOVIOn9diBsVBk06sJvRXuXZJ8U%7EzRyPv3PZAHXcgWVen0vX3VaS6SlxGWMeQfiTyLV5nShSkZxFDV4w0TVLPAT646RnBXOL%7EzGY25phI0gpp9lLJyqWS5bRUnnp34ekyqb3wZN2mqMVALkZ523h1Hg17uFje0r%7EFAaxkOm2PUV-pfzqx94QwjcUmZ%7EH1e3%7EoMwq9FkvX-s3QKT1O29C3uoP-C36sZGHOQXpFnRHh5wqYFlYFIeA0LEGEvVqaVpFLhh2kBF1dssk8torSrfu3hx%7EYdWxFtt6aK2WB6blNQlvCKU-hrnwOhA__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
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DISCERNIMENTO ESPIRITUAL
Referências de fontes para estudos1
Artigos sobre discernimento na REVISTA ITAICI
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Inaciana, v. 23, n. 108, p. 31-50, jun. 2017.
ARAUJO, Emmanuel da Silva e. O combate espiritual de quem vai de bem a melhor no serviço de Deus nosso Senhor. uma
leitura das regras de primeira semana. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 21, n. 100, p. 45-60, jun. 2015.
ARAUJO, Emmanuel da Silva e. Sob a aparência de anjo de luz: considerações sobre o discernimento das tentações de segunda
semana. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 20, n. 98, p. 41-59, dez. 2014.
ARAUJO, Emmanuel da Sirva e; FERNANDES, Kricia Frogeri. Nossa experiência de discernimento apostólico comunitário com
ESDAC. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 113, p. 71-78, set. 2018. (Experiência)
BAQUERO, Miguel Victoriano. O discernimento inaciano: caracterização. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 4, n. 11, p.
33-50, mar. 1993.
BARRY, William. A orientação espiritual na vida cotidiana. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 23, n. 109, p. 85-94, set.
2017. (Artigo)
BERTUOL, Anita. Compromisso cristão na construção da cidade terrestre. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 9, n. 33, p.
98-101, set. 1998.
CABARRUS, Carlos Rafael. Exame, via de acesso ao discernimento. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, n. 37, p. 39-36, set.
1999.
CABARRUS, Carlos Rafael. Mesa do banquete do reino, critério fundamental do discernimento. Itaici: Revista de Espiritualidade
Inaciana, v. 9, n. 33, p. 5-38, set. 1998.
CARDOSO, Armando. Consolação e desolação na vida de Santo Inácio. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 12, n. 50, p.
67-78, dez. 2002.
CARDOSO, Armando. Espiritualidade dos desejos e seu discernimento no memorial do beato Pedro Fabro (n. 151-158). Itaici:
Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 4, n. 14, p. 45-51, dez. 1993.
CHÉRCOLES, Adolfo M. Discernimento dos espíritos e fidelidade. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 19, n. 80, p. 23-46,
jun. 2010.
Conversação espiritual. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 113, p. 69-70, set. 2018. (Subsídio)
COSTA, Alfredo Sampaio. Decidir movidos pelo amor que vem do alto, do amor de Deus (EE 184). Itaici: Revista de
Espiritualidade Inaciana, v. 21, n. 100, p. 17-32, jun. 2015.
COSTA, Maria do Carmo. Rezando a dor para ser curado (exercícios de educação, purificação e integração da afetividade na
dinâmica do discernimento). Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 11, n. 42, p. 73-75, dez. 2000.
COTA, Terezinha das Neves. Missão do(a) acompanhante no discernimento espiritual. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana,
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FERNÁNDEZ DE LA CIGOÑA, José Ramón. Difícil arte de saber decidir. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 14, n. 55, p.
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FERNÁNDEZ DE LA CIGOÑA, José Ramón. Discernimento comunitário como dinâmica para os grupos apostólicos. Itaici: Revista
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FERNÁNDEZ DE LA CIGOÑA, José Ramón. Discernimento vocacional. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 19, n. 77, p.
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Compilado por Osmar Ferreira, CVX Dom Luciano (Brasília – DF), outubro de 2020.
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do artigo publicado no "Cadernos de Espiritualidade Inaciana - Itaici (1989) 1" pelo Pe. João A. Mac Dowell, SJ. Itaici: Revista de
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30. GARCIA, Fidel. Discernimento. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 9, n. 33, p. 91-92, set. 1998.
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de Espiritualidade Inaciana, v. 20, n. 85, p. 84-96, set. 2011.
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Inaciana, v. 21, n. 100, p. 5-16, jun. 2015.
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(Texto inaciano)
39. JANIN, Franck; PABLO, José de. Exercícios Espirituais adaptados ao discernimento em comum. Itaici: Revista de Espiritualidade
Inaciana, v. 24, n. 113, p. 59-68, set. 2018. (Artigo)
40. JUNGES, José Roque. Abordagem ética do fenômeno da escrupulosidade. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 9, n. 34,
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41. KOLVENBACH , Peter Hans. As etapas de um processo de discernimento em comum. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana,
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42. KOLVENBACH , Peter Hans. Carta sobre o discernimento apostólico em comum a toda a Companhia. Itaici: Revista de
Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 112, p. 81-94, jun. 2018. Segunda parte. 5 de novembro de 1986. (Documento)
43. KOLVENBACH, Peter-Hans. Normas de S. Inácio sobre os escrúpulos. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 9, n. 34, p. 2535, dez. 1998.
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46. LISBOA, Paulo. Exercícios e voluntariado leigo. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 11, n. 45, p. 67-74, set. 2001.
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48. MAC DOWELL, João A. Nota sobre as noções de "moção", "consolação" e "desolação" nos exercícios espirituais. Itaici: Cadernos
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50. MARTINEZ, Nancy Raquel f. Na "escola" do espírito: o peregrino aprende a "ler" a Deus. Itaici: Revista de Espiritualidade
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Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 113, p. 15-28, set. 2018. (Artigo)
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Inaciana, v. 24, n. 113, p. 29-45, set. 2018. (Artigo)
68. SALOMÃO, Carlos Giovanni. O discernimento a partir da caridade. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 19, n. 82, p. 9192, dez. 2010. (Perfil)
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Inaciana, v. 21, n. 100, p. 33-44, jun. 2015.
70. SANTOS, Adelson Araujo dos. A importância do exame cotidiano no processo do discernimento comunitário e apostólico.
Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 113, p. 47-58, set. 2018. (Artigo)
71. SOSA, Arturo. Carta sobre o discernimento em comum. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v. 24, n. 113, p. 5-13, set. 2018.
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73. TONER, Jules J. Um método para discernimento comunitário da vontade de Deus. Itaici: Revista de Espiritualidade Inaciana, v.
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74. VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Discrição e amor: a propósito da eleição inaciana nos exercícios. Itaici: Cadernos de
Espiritualidade Inaciana, n. 3, p. 32-50, jul. 1990. (Artigo)
Alguns livros sobre discernimento
1. BARRY, William A. Dar atenção a Deus: discernimento na oração. São Paulo: Loyola, 1996. 118 p. Título original:
Discernment in prayer: paying attention to God.
2. CABARRÚS, Carlos Rafael. A pedagogia do discernimento: a ousadia de "deixar-se levar". São Paulo: Loyola,
1991. (Experiência Inaciana, 13).
3. CABARRÚS, Carlos Rafael. Discernir na Igreja hoje. São Paulo: Loyola, 1998.
4. CANTIN, Roger. O discernimento espiritual pessoal e comunitário. São Paulo: Loyola, 1987. 126 p. (Experiência
Inaciana, 2).
5. FIORITO, Miguel A. Discernimento e luta espiritual. São Paulo: Loyola, 1990. 198 p. (Experiência Inaciana, 12).
6. GONZÁLEZ-QUEVEDO, Luís. Discernimento espiritual - As regras inacianas. São Paulo: Loyola, 2014. 128 p.
(Leituras & Releituras, 19).
7. GREEN, Thomas H. Ervas daninhas entre trigos: discernimento, onde oração e ação se encontram. São Paulo:
Loyola, 2005. 206 p.
�8. LIBANIO, João Batista. O discernimento espiritual revisitado. São Paulo: Loyola, 2000. 78 p. (Leituras &
Releituras, 4).
9. LIBÂNIO, J.B. Discernimento e política. Petrópolis: Vozes, 1977. 167 p. (Vida religiosa: temas atuais, 7).
10. LIBÂNIO, J.B. A escola da liberdade: subsídios para meditar. São Paulo: Loyola, 2011. 448 p.
11. PAIVA, Raul. O discernimento: pessoal, em família, em comunidade e vocacional. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2014.
127 p.
12. VALLÈS, Carlos. Saber escolher: a arte do discernimento. São Paulo: Loyola, 1994.
Curso Fundamentos do Discernimento Inaciano – Centro Loyola, Belo Horizonte - MG (2015)
— Pe. Manuel Hurtado, SJ
–1–
1ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=yetVc2qeNy0
2ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=DuIVkMJ557E
3ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=LiZfF_AA66g
4ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=At4xZ42SMCY
5ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=pj2VucHOF_c
6ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=YVYlUjHPt4U
7ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=4FM0MHN_Qnc
–2–
1ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=MPvf97DuM-g
2ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=uAO6XErXg3g
3ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=24sq4jT4eFE
4ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=q62UzdnTauY
5ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=1wfvE3a2_ms
6ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=RY0GYcnAJJg
–3–
1ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=q9SIzfayro8
2ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=R4xeLSYQBAs
3ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=UOwd3B9Z2kc
4ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=sSYoYC59Dtk
5ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=KPD5haeHTxI
6ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=STlMLfLZwng
7ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=KatoADxot7Y
8ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=biJzXnngFRI
9ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=2ZL_aITYD9c
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<span style="color:#aeb6bf;">[B]</span> <strong>Carisma e identidade</strong> <span style="color:#aeb6bf;"> | </span> <strong>Carisma y identidad</strong>
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã | Comunidad de Vida Cristiana
Description
An account of the resource
[pt] Carisma, vocação, identidade, estilo de vida, polinômio apostólico (DEAA - Discernir, Enviar, Apoiar, Avaliar).
[es] Carisma, vocación, identidad, estilo de vida, polinomio apostólico (DEAA - Discernir, enviar, apoyar, evaluar).
Language
A language of the resource
pt
es
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
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Title
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Discernimento espiritual: referências de fontes para estudos
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Osmar (comp.)
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2020-10
Subject
The topic of the resource
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Description
An account of the resource
1. Artigos sobre discernimento na Revista Itaici.
2. Alguns livros sobre discernimento.
3. Curso Fundamentos do Discernimento Inaciano – Centro Loyola, Goiânia (2015) — Pe. Manuel Hurtado, SJ [YouTube].
Language
A language of the resource
pt-BR
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Brasília, Distrito Federal, Brasil
Type
The nature or genre of the resource
Bibliografia
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/c46b5ff0961cc45b1abf41a3cd15b61b.pdf?Expires=1712793600&Signature=sVHYzvRz1UZMb9a7Tm9WVDyKwfDIeSm6YfaVeRxKc8O-GELXEk1ZdwWYmbuVfvgPQCHYfkMrAsL-Hic9Ugrr8LpxEAdRcuG2-HopMRR1KoN60mi-1M8mWb8MrZ3MwefIwXMffxicNYGC5Xb5Ke9iVToiqjvbLMIVgKTAulFbpiSNOqvKUcXJt-lshmj4xhIi-ySMT5xD3lk-cQCDENZw2DQU%7EUAcQWg3usylYW0kxyJmin5YS0MAcvHpUUBEgxJnQi8ZTBfC3FN8uRClg8HnSFpqz0jkBD24Vg0IgUaXFPcwL%7EpIscCq4erQ1AQQBltGOelYYRj74zxzBbRwUAIIUQ__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
90e0882d8f52fbcb34650b7f8867b38a
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Enlace entre o Conselho Executivo Mundial
e a Comunidade de Vida Cristiana
Projetos
Nosso presente ao mundo – Nossa responsabilidade. Discernimento
pessoal e comunitário.
Nº 174, Junho 2020
“Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila,
para que esse incomparável poder
seja de Deus e não de nós.”
2 Coríntios 4, 7
Estamos vivendo um tempo muito estranho, sem precedentes, em todo o mundo. Hoje somos
chamados, mais do que nunca, a ser contemplativos na ação, a estar presentes na situação e a
discernir nossa resposta.
1. A crise:
Encontramo-nos imersos na pandemia global da COVID-19. Neste mundo interconectado
atual, as medidas tomadas para tratar às pessoas infectadas e desacelerar a propagação se
assemelham em todas as partes do mundo. O mundo todo se encontra em confinamento, os
governos locais nos pediram que permaneçamos em casa. Muitos de nós estudamos e
trabalhamos em nossos lares. As famílias estão passando mais tempo juntas. Ainda que em
outras circunstâncias, algumas pessoas não possam estar junto a suas famílias. Aqueles que
vivem sozinhos podem sofrer um isolamento, inclusive maior. Em alguns casos, os moribundos
não contam com o consolo da proximidade de seus entes queridos para acompanhá-los.
As pessoas que viajam devem fazer quarentena antes de poder ingressar a seu destino e os
infectados recebem tratamento durante o confinamento para evitar a propagação da doença a
outras pessoas. Em alguns lugares não há recursos disponíveis para todos os doentes, os
médicos devem decidir quem vive e quem morre.1
O acesso aos bens e serviços está escasseando. As empresas e os negócios estão colapsando. A
economia está se encolhendo. As pessoas estão perdendo seus empregos. Muitos aceitaram
uma redução em seus salários. Os pobres estão sofrendo uma maior falta de tudo e devem viver
com inclusive menos do que tinham. Já não podemos reunir-nos com outros de maneira
presencial; Não podemos ir à missa e receber a santa Eucaristia. Não podemos mais, visitar o
Santíssimo Sacramento.
A natureza voltou a encontrar o lugar que lhe havíamos tirado. A natureza respondeu
positivamente à diminuição da atividade humana que gera tantos danos. As estruturas
geográficas, como o Himalaia ou o Monte Quênia, que se encontravam ocultos e envoltos em
uma capa de neve artificial, agora voltaram a ser visíveis. O céu recobrou sua cor celeste.
Em alguns lugares, levantaram-se as restrições pertinentes ao confinamento. Agora se exige o
distanciamento social e o uso de máscaras, nesses lugares, por temor a uma segunda onda de
contágio.
1
Vídeo sobre a reuniao do ExCo Mundial com as Equipes Regionais: https://youtu.be/gJbqLmC-u_0
CHRISTIAN LIFE COMMUNITY – COMMUNAUTE DE VIE CHRETIENNE – COMUNIDAD DE VIDA CRISTIANA – COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ
1
�2. Resposta imediata
As famílias estão aproveitando este tempo juntos para reforçar seus vínculos, ainda que
lamentavelmente, em outras situações, os casos de violência doméstica sofreram um aumento.
A família como igreja primária torna-se hoje evidente, já que é a única instância legítima de
encontro eclesial que se permite neste momento.
Os serviços religiosos migraram ao âmbito digital e, apesar de que muitos admitem que não
seja a modalidade ideal para celebrar os encontros aos que estávamos habituados e dávamos
por certo, é um apoio muito necessário para que a comunidade cristã possa continuar
celebrando sua comunhão espiritual. Descobrimos novas maneiras de sentir-nos em
comunhão, em comunidade. As pessoas estão fazendo um maior esforço por manter-se em
contato com os demais. Os profissionais da área de saúde estão sendo mais compassivos e
acompanham aos enfermos e moribundos que não contam com familiares nem amigos para
oferecer-lhes certo consolo. Muitos tentam chegar àquelas pessoas vulneráveis de todo o
mundo e oferecer produtos de necessidade básica.
O mundo digital ampliou-se em todas as partes. Todos os dias se exploram e se descobrem
novas maneiras de trabalhar juntos, e ainda que trabalhemos em casa, criamos também novas
maneiras de conviver com a nova realidade. A CVX teve sua própria criatividade para
continuar celebrando e partilhando a fé em comunidade e em colaboração com aquelas pessoas
mais necessitadas, por meio de diversas iniciativas, algumas próprias e outras não. Muitas
comunidades nacionais celebraram o Dia Mundial da CVX (25 de março) na modalidade virtual.
A reunião anual do ExCo Mundial de 2020 programada para ser realizada em Roma, no mês de
abril, foi feita de forma virtual.
3. Mudanças a médio e longo prazo, porém com oportunidades a curto prazo
O mundo que conhecíamos mudou. O mundo em que vivemos possivelmente mude. Não, de
fato, e seguramente mudará. Sejamos protagonistas dessa mudança. As enormes alterações
que observamos em nossa vida diária mudarão totalmente a maneira em que vivemos em
muitos aspectos. Perguntamo-nos: como será o futuro? A situação nos convida a desprendernos do superficial e a apelar para a nossa humanidade e para nossos valores. Buscamos agora
novos significados em meio a esta crise atual. Perguntamo-nos: o que é a família e o que ela
significa para nós. Apreciamos mais do que nunca o valor da amizade. Como pessoas de fé,
temos muitas perguntas para o Senhor e para intercambiarmos entre nós. Necessitamos dar
um sentido profundo e incorporar os aprendizados que esta experiência nos trouxe.
A crise nos deu a oportunidade de mudar nosso estilo de vida e nossa maneira de pensar.
Buscamos aprofundar o valor e a importância de ser um só mundo, uma só comunidade
humana. Nunca, antes, tomamos tanta consciência de que as maneiras prévias de viver não
eram suficientes. Em Isaías 43, 192 e Apocalipse 21, 53 - Deus sempre está fazendo novas todas
as coisas. Juntos com o Papa, muitos cristãos e pessoas de fé de todo o mundo estão rezando
mais e refletindo sobre suas responsabilidades tanto para o momento atual como para o futuro,
adotando novas perspectivas.
“Eis que farei uma coisa nova, ela ja vem despontando: nao a percebeis? Com efeito, estabelecerei um caminho no deserto, e rios em
lugares ermos.”
3
O que esta sentado no trono disse: “Eis que eu faço novas todas as coisas.” E continuou: “Escreve, porque estas palavras sao fieis e
verdadeiras.”
2
CHRISTIAN LIFE COMMUNITY – COMMUNAUTE DE VIE CHRETIENNE – COMUNIDAD DE VIDA CRISTIANA – COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ
2
�“Estou vivendo este momento com muita incerteza. É um momento de muita inovação, de
muita criatividade, disse o Papa Francisco. A criatividade do cristão tem que se
manifestar na abertura de novos horizontes, em abrir novas janelas, abrir transcendência
para com Deus e para com os homens, e deve se redimensionar em casa. Não é fácil ficar
confinado em sua própria casa... Este é o momento de dar o passo. De passar do uso e
abuso da natureza, à contemplação. Nós homens perdemos a dimensão da contemplação,
chegou a hora de recuperá-la.”4
O tempo atual nos convida a estar abertos à criatividade, à novidade, ao novo. Ter a coragem, a
profundidade e um olhar meticuloso para que o discernimento nos leve a transformar a
realidade. Nenhuma mudança será sustentável se não estiver enraizada em uma verdadeira
conversão pessoal.
Que lições concretas
tenho aprendido disso
que estamos
experimentando?
Mudança /
oportunidade: A que/
de que maneira me
sinto chamado?
Em nosso estilo de vida e
na vida diária: o que é
verdadeiramente
importante?
Em minha relação com os
outros (família, amigos,
companheiros de trabalho,
vizinhos, minha
comunidade)
Como cuido dela?
Que importância lhe dou,
levando em conta às
futuras gerações?
No cuidado com os mais
vulneráveis:
Em minha relação com
Deus: a igreja doméstica,
um olhar ecumênico e
espiritual?
* A ilustração pode ser usada como guia para refletir sobre o impacto da crise por COVID-19
nas quatro dimensões.
4. Nosso chamado e responsabilidade
A maioria da população mundial começou a perceber que se aproximam mudanças
importantes e possivelmente irreversíveis. Muitos estão pensando no propósito de suas vidas,
alguns desejam mudar o que fazem por algo que realmente se sentem chamados a fazer. Há
muitas decisões para serem tomadas, tanto grandes como pequenas. Como membros da CVX,
como cristãos, somos seres humanos, devemos discernir o que o Senhor quer de nós na
situação atual, como caminhar rumo ao futuro, sem importar nossa crença religiosa e
inclinação filosófica. É uma oportunidade única que não podemos deixar passar: manter-nos
Papa Francisco: “Assim estou vivendo a pandemia de COVID-19: https://www.vaticannews.va/en/pope/news/2020-04/pope-howi-am-living-through-the-covid-19-pandemic.html
4
CHRISTIAN LIFE COMMUNITY – COMMUNAUTE DE VIE CHRETIENNE – COMUNIDAD DE VIDA CRISTIANA – COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ
3
�ativos, além das fronteiras da Igreja e inclusive, muito além da comunidade de pessoas que crê
em Deus.
Como membros da família inaciana, partilhar as ferramentas para o discernimento deixou de
ser uma opção. Hoje muitas pessoas se sentem abertas à mudança, criando o espaço e a
necessidade para o discernimento. Como membros da CVX, vimos praticando o discernimento
diário durante muitos anos. Sabemos que muitas pessoas que nos rodeiam não sabem o que é o
discernimento e nem nunca ouviram falar sobre ele. É nossa responsabilidade compartilhar o
discernimento com essas pessoas. O discernimento é nosso presente para a Igreja,
especialmente o Discernimento Comunitário, como o experimentamos em Buenos Aires.
“O discernimento é complexo e exigente. Supõe adquirir e manter a indiferença inaciana da
qual se deriva essa liberdade interior pela qual superamos qualquer apego a interesses
próprios, posses ou usos de instrumentos. Supõe, também, desenvolver a sensibilidade aos
sinais dos tempos, aprender a perceber onde e como atua o Espírito no mundo atual, no
contexto social no qual se desenvolve a vida de cada um de nós, de nossa sociedade e do
mundo. O discernimento exige esse silêncio que se aparta dos ruídos que apagam a
possibilidade de escutar ao Espírito. (...) o Discernimento é sempre um exercício de olhar o
mundo, em toda a sua verdade, com disponibilidade para deixar-se mover interiormente e
entregar-se ao maior serviço.”5 (Pe Arturo Sosa, SJ., 2018)
A experiência que atualmente estamos vivendo nos convida a pensar em novas maneiras de
viver e compartilhar este presente em todos os contextos possíveis. Somos chamados a ajudar
o mundo a identificar a ação do Espírito Santo entre nós e a seguir sua iniciativa. A estar
abertos a ser guiados pela graça imprevisível e escutar ao Espírito da Verdade. Sabemos
que o discernimento pode fazer uma diferença substancial se o experimentamos no âmbito
pessoal. Imaginem a diferença que faria se o compartilhássemos como comunidade e o
praticássemos como Discernimento Comunitário? Nossa missão não se limita tão somente ao
interior da Igreja, portanto, devemos usar a linguagem da sabedoria para compartilhar o
discernimento, como uma maneira valiosa de aproximar-nos daquelas pessoas que não creem
em conceitos transcendentais.
5. Podemos fazê-lo de muitas maneiras, grandes e pequenas.
No âmbito pessoal, vivendo nossa vida a partir do discernimento, nós mesmos, em nossa vida
cotidiana, na oração diária. Que lições concretas podemos tirar dessa experiência? A que nos
move o que vivenciamos? O que devemos fazer? Onde encontramos hoje o Senhor Encarnado
que contemplamos nos Exercícios Espirituais? Temos a oportunidade de pensar mais, rezar
mais, concentrar-nos, inclusive, em coisas mais fundamentais.
No âmbito familiar, podemos praticar o discernimento em família, ensinar aos demais
membros do núcleo familiar a escutar e dizer tudo aquilo que, no Senhor, a pessoa sente que
necessita dizer: sem deferência, nem cortesia, sem vacilações, para que possamos escutar-nos
uns aos outros na família e poder escutar juntos ao Espírito Santo.
Também podemos exercitar o discernimento com nossos amigos, em situações em que se
tomam decisões ou quando nos é pedido escutar e dar conselho.
Podemos convidar a nosso grupo de CVX, de todos os tipos e condições a discernir juntos.
Padre Arturo Sosa, SJ, (2018), Assembleia Geral da CVX Mundial em Buenos Aires: Uma Comunidade Leiga Discernente a serviço da
reconciliaçao.
5
CHRISTIAN LIFE COMMUNITY – COMMUNAUTE DE VIE CHRETIENNE – COMUNIDAD DE VIDA CRISTIANA – COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ
4
�O discernimento também é necessário a nível macro para analisar problemas sistêmicos e
outros temas que são parte desta pandemia. Ao olhar nosso redor, quem são os pobres e os
vulneráveis que foram mais afetados? De que maneira se relacionam com outras crises e
fracassos, como conflitos e guerras, devastação ecológica, discriminação contra o indígena,
injustiça racial e de gênero, desigualdade econômica, etc.? Como podemos fazer para construir
a visão e o Reino de Deus na Terra? Como podemos incluir o discernimento?
O discernimento deve, em última instância, guiar a decisão e a ação. “A espiritualidade
inaciana continua sendo extremamente moderna e relevante para nosso tempo. Tem uma
admirável flexibilidade e criatividade, já que depende muito de como o Espírito de Deus nos guia.
A espiritualidade inaciana nos capacita para o discernimento e nos habilita para a ação. O
discernimento deve levar-nos à ação, porque o discernimento que termina em si mesmo é
inútil.”6(Pe Adolfo Nicolás, SJ. 2013). Nossas comunidades da CVX podem acompanhar-nos à
hora de discernir e tomar decisões, enviar-nos à ação, apoiar-nos em nossas iniciativas e depois
avaliar de maneira sustentável – DEAA (Discernir, Enviar, Apoiar, Avaliar). Isto deve levar-nos
a novas maneiras de organizar-nos dentro da CVX, como forma de criar uma cultura de
discernimento. Para continuar olhando, observando e perguntando-nos: o que mais podemos
fazer?
6. Sobre o discernimento
O Papa Francisco faz um chamado permanente ao discernimento em todos seus principais
escritos dirigidos à Igreja e ao mundo. Sim, o discernimento não é unicamente para a família
inaciana, nem sequer somente para a comunidade cristã. O discernimento é um presente
oportuno do Espírito para todo o mundo. Neste contexto, nossa missão é, por sua vez, urgente e
grata. Compartilhamos o trabalho do Espírito que nos convida a todos a aprender a pôr-nos em
sintonia com Ele em nossos corações e comunidades. Em um momento que muitos se
perguntam se Deus abandonou o mundo, podemos ter um papel ativo recordando à
humanidade o ativo e próximo que Deus está entre nós e ajudar às pessoas a se
colocarem em sintonia com a presença amorosa de Deus que presenteia a vida. É nossa
responsabilidade. É nosso chamado. Já não é meramente uma opção.
Evidentemente que o discernimento não é fácil. Experimentamo-lo no âmbito pessoal. Para
entender as moções do Espírito em nós mesmos, para conhecer aos chamados que nos levam à
vida e não à morte. Esta é a graça da Primeira Semana dos Exercícios Espirituais de Santo
Inácio de Loyola. Logo Deus nos chama, a nós mesmos e aos demais por meio de moções
características da escola do discernimento da Segunda Semana dos Exercícios, um tema mais
complexo. Nestes diferentes níveis de discernimento, estamos bem apoiados por nossa
comunidade discernente da CVX, assim como também pelos tesouros obtidos por meio do
acompanhamento espiritual individual. Somos convidados a acolher estes presentes em nossas
vidas e a cultivá-los para que outros e outras possam usar. Ajudar às comunidades da CVX a
converter-se em lugares onde se incentive e se promova constantemente o discernimento é
uma responsabilidade única de todos nossos membros. Aqui nos apoiamos em nosso
discernimento e nos capacitamos para acompanhar a outros a aprenderem a percorrer este
caminho.
Lembrem-se que o discernimento se aprende e se aprofunda à medida em que discernimos.
Para viver uma vida no discernimento é importante dedicar tempo à oração pessoal, a
familiarizar-nos com nossa sensibilidade espiritual, a tomar consciência do que estamos
6
Pe Adolfo Nicolas, SJ (2013) Assembleia Geral da CVX Mundial no Líbano: Linguagem da sabedoria para as fronteiras.
CHRISTIAN LIFE COMMUNITY – COMMUNAUTE DE VIE CHRETIENNE – COMUNIDAD DE VIDA CRISTIANA – COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ
5
�vendo, sentindo e vivendo em nossa vida cotidiana. Manter-nos bem informados por
exemplo, identificando e lendo fontes informativas confiáveis e respeitadas, estudando análises
realizados por líderes reflexivos e espirituais. Ter a indiferença (inaciana) quer dizer ter claro
para que estamos vivendo. Acompanhar aos demais em diversas situações pode ajudar-nos a
obter informações, além de oferecer um serviço imediato.
7. É urgente
Fazemos este chamado urgente e solene à Comunidade de Vida Cristã, a todos seus membros,
para que compartilhem nosso presente com o mundo.
A experiência de Buenos Aires confirmou que o discernimento é nossa maneira, assim como
também nossa missão. É o presente mais apreciado que recebemos do Senhor para a Igreja e o
mundo, através da CVX.
O mundo está propondo perguntas a respeito do futuro, de como será a nova normalidade e
como se conseguirá que seja sustentável sem causar danos. Somos enviados a esta situação
aqui e agora. Para ser fiéis à graça recebida em Buenos Aires.
Este é um chamado para os mais de 23.000 membros da CVX em todo o mundo, não é somente
um desafio para algumas pessoas consideradas como “expertas”. Temos a oportunidade única
de agir com coerência como um só corpo em todo o mundo. Cada membro tem o dever de
compartilhar e aproximar a experiência do discernimento a todas as pessoas ao seu redor, em
todas as situações, confiando no Senhor e empregando a linguagem da sabedoria em todas as
partes.
É nosso modo de viver e um verdadeiro presente para a Igreja e para o mundo, durante e após
a pandemia ocasionada pela COVID-19.
Catherine Waiyaki, Denis Dobbelstein, Ann Marie Brennan, Daphne Ho,
Najat Sayegh, Diego Pereira, Fernando Vidal, Manuel Martínez.
-----Traduzido da Versão em espanhol por:
José Pires Cardoso
CVX Maria – Belo Horizonte/MG
Correção da Língua portuguesa:
Lylia Maria Nogueira Diógenes
CVX Dom Helder Câmara – Brasília-DF
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6
�
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<strong>Proyectos </strong>| <strong>Projetos</strong>
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The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã (CVX)
Description
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<span>El boletín <em>Proyectos</em> aparece cuatro veces al año, y sirve de vínculo entre el Consejo Ejecutivo Mundial (ExCo) y cada comunidad nacional.</span>
[pt] O boletim <em>Proyectos</em>, publicado quatro vezes por ano, serve de ligação entre o Conselho Executivo Mundial (ExCo) e cada comunidade nacional.
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An entity primarily responsible for making the resource
Conselho Executivo Mundial da CVX
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Espanhol: <a href="http://www.cvx-clc.net/l-sp/projects.php" target="_blank" title="Proyectos" rel="noreferrer noopener">http://www.cvx-clc.net/l-sp/projects.php</a> <br /><br />Português: Tradução realizada por membro da CVX Brasil
Publisher
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Conselho Executivo Mundial da CVX (ExCo)
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es
pt
Type
The nature or genre of the resource
Informativo
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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A name given to the resource
Projetos 174: Nosso presente ao mundo – Nossa responsabilidade. Discernimento pessoal e comunitário.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Waiyaki, Catherine<br />Dobbelstein, Denis<br />Brennan, Ann Marie<br />Ho, Daphne<br />Sayegh, Najat<br />Pereira, Diego<br />Vidal, Fernando<br />Martínez, Manuel
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
Junho 2020
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã | Comunidad de Vida Cristiana
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An account of the resource
Neste informativo da ExCo somos convidados a contemplar o momento da pandemia do Covid19 e respondermos com responsabilidade por meio de nosso presente ao mundo que é o discernimento pessoal e comunitário
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A language of the resource
pt-BR
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An entity responsible for making the resource available
ExCo
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Traduzido da Versão em espanhol por:<br />José Pires Cardoso<br />CVX Maria – Belo Horizonte/MG<br /><br />Correção da Língua portuguesa:<br />Lylia Maria Nogueira Diógenes<br />CVX Dom Helder Câmara – Brasília-DF
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Type
The nature or genre of the resource
Informativo
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ExCo
Covid-19
DEAA
Discernimento apostólico | Discernimiento apostólico
Discernimento comunitário | discernimiento comunitario
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
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4296c342252cea724c190c983704a9ee
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a rt i g o
Exercícios Espirituais adaptados
ao discernimento em comum1
Franck Janin, SJ
José de Pablo, SJ
Franck Janin é padre Jesuíta, Presidente da Conferência Europeia de Provinciais
Jesuítas (JCEP), Bruxelas, e
membro da equipe de ESDAC.
José de Pablo é padre Jesuíta,
Sócio do Presidente da JCEP,
Bruxelas, e membro da equipe
de ESDAC.
1. Este artigo foi publicado originalmente em Manresa 90 (2018)
63-72. Nós o publicamos com
autorização de José de Pablo.
T
oda adaptação dos Exercícios Espirituais à prática do discernimento em comum tem em suas raízes dois pressupostos básicos.
Primeiro, da mesma maneira que Deus guia a uma pessoa, pode guiar
a um grupo de pessoas; e o segundo, o Espírito Santo se dá a todos e
atua nos corações de todos. A proposta metodológica desenvolvida
pelo ESDAC (Exercices Spirituels pour un Discernement Apostolique
en Commun) coincide nestes pressupostos para grupos que, especificamente, têm em comum um projeto, um propósito, um objetivo
para os que buscam encontrar a vontade de Deus. Depois de um
processo de amadurecimento de quase cinquenta anos de experiência,
a proposta de ESDAC se entende a si mesma como uma mais entre
outras possíveis. Veremos aqui um pouco de sua história e as duas
chaves de sua pedagogia para o discernimento a partir dos Exercícios
Espirituais: a conversação espiritual e os modos de eleição.
Um grupo, como um só corpo, isto é, como uma pessoa corporativa, pode entender-se como um sujeito de oração e discernimento, como qualquer exercitante que se mobiliza, buscando com
indiferença as luzes que iluminam o caminho pelo qual Deus quer
conduzi-lo. Podemos ampliar este primeiro pressuposto, recordando
que o grupo também é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus
Nosso Senhor [EE 23]. Como pessoa corporativa, também passa
por experiências de graça e de pecado. Em sua vida como grupo,
tem momentos de consolação e desolação, recebe chamados e faz
eleições. Em conjunto, pode reconhecer períodos de vida, de morte
e de ressurreição. Em seu processo de discernimento, o grupo é uma
pessoa corporativa, corpo de Cristo (1Cor 12,27).
Afirmar que a presença do Espírito Santo deu-se a todos por
igual pode parecer uma coisa óbvia, mas com muita frequência
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
59
�sentimos que se deu mais a uns do que a outros. Inclusive em primeira
pessoa: que se deu a mim mais que a outros. Porém, na proposta de
ESDAC não há gurus, nem visionários; todo o acompanhamento
se faz em equipe. A figura do diretor que dá os Exercícios é, neste
caso, uma equipe, que parte do princípio de que o Espírito Santo
está ativo em cada um dos membros do grupo. Portanto, é crucial
escutar a todos e dar espaço a cada um para que possa contribuir com
o conjunto. É por meio da escuta ativa da ação do Espírito em cada
membro do grupo que se pode entender como ele habita e conduz
ao grupo como um todo. Trata-se de encontrar juntos a Sabedoria
de Deus que é um Espírito “inteligente, santo, único, multiforme,
sutil, ágil, perspicaz, sem mancha, lúcido, invulnerável, amigo do
bem, agudo…” (Sab 7,22).
Um itinerário grupal
As raízes de ESDAC encontram-se na instituição de um grupo de jesuítas canadenses e norte-americanos, que junto com uma
equipe de colaboradores compreenderam que tanto a pedagogia, a
arquitetura e a dinâmica dos Exercícios Espirituais poderiam ser
aplicados aos grupos. A equipe denominou-se Ignatian Spiritual
Exercises for the Corporate Person (ISECP). Seu trabalho começou nos
anos 70, na sequência da Congregação Geral 32 da Companhia de
Jesus, na qual tinha crescido a compreensão e a consciência daquelas
que denominamos estruturas de graça e de pecado. Por exemplo, o
alcance do termo “pecado” como pecado estrutural ampliava o sentido
pessoal para estender-se às formas de organização e de estruturas que
surgiam dos grupos humanos e das sociedades. Da mesma maneira,
os grupos poderiam experimentar que a graça antecede ao pecado e
pode vencê-lo. Diante de tais intuições, o grupo ISECP começou a
reunir-se regularmente em Wernersville (Pennsylvania) para desenvolver os meios de estendê-las a um grupo de Exercícios Espirituais.
Durante dez anos, estas reuniões geraram materiais seguindo os
Exercícios Espirituais para ajudar a grupos que manifestavam desejos
de discernir e tomar decisões em comum. Neste nível, o trabalho do
grupo inicial na América do Norte foi muito interessante. Muitos
outros escreveram sobre o discernimento em comum. Sobre sua
necessidade, relevância, dificuldades e objetivos. Mas, de fato, poucos autores desenvolveram uma pedagogia concreta e prática. Este
60
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
�2. ISECP GROUP (James Borbely SJ, Marita Carew, John English
SJ, John Haley, Judith Roemer,
George Schemel SJ), Focusing
Group Energies. Common Ground
for Leadership, Organization, Spirituality, University of Scranton,
Scranton, Pennsylvania 1987.
3. M. BACQ, J. CHARLIER, ET
LE EQUIPE ESDAC. Pratique de
discernement en commun. Manuel
des accompagnateurs. Fidélité,
Bruselas 1994.
grupo, pelo contrário, esforçou-se por desenvolver procedimentos
que tratam de concretizar ao máximo possível as condições para o
discernimento. Por exemplo, inclusive detalhando como e por que
sentar-se em círculo, significando assim a equidistância do Centro
do grupo, que é Cristo. E também introduzindo elementos culturais
dos primeiros moradores do Canadá, que, sentados em círculo, em
suas assembleias, passavam entre si uma pena de águia para expressar
quem teria o uso da palavra e a quem os demais deveriam escutar.
Esta pena permaneceu na tradição de ESDAC e hoje é o símbolo
e a logo da equipe.
Em 1987, o ISECP publicou o livro Focusing Group Energies 2 e,
pouco depois, os jesuítas do sul da Bélgica trouxeram esta pedagogia para a Europa. Depois de um período de testes e de adaptação,
a equipe do ESDAC começa a propor seu método para ajudar as
Comunidades de Vida Cristã (CVX) a discernir sobre o seu futuro.
Esta experiência da Bélgica produziu em 1994 o primeiro livro de
ESDAC3.
O enfoque de ambas as publicações é essencialmente prático e
segue o esquema das quatro semanas dos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio. Assim, o convite aos participantes nesta modalidade
de discernimento em comum consiste em percorrer as mesmas meditações e contemplações dos Exercícios, adaptadas ao tempo que
precisem dedicar à sua matéria de eleição. O modo e a ordem dos
Exercícios para o grupo estarão sempre em função da importância
que os membros do grupo desejem dar à matéria da eleição e à disponibilidade de seus integrantes. Nos retiros de ESDAC, alternam-se
os encontros plenários e os pequenos grupos, dependendo do número
de participantes, e são fundamentais os tempos de oração pessoal.
Os pressupostos básicos citados acima tomam corpo na conversação
espiritual, que é a ferramenta básica do discernimento em comum.
A conversação espiritual
A conversação espiritual é aquele diálogo do grupo, no qual
se trata de prestar atenção aos movimentos dos espíritos em cada
participante e no grupo. O sentido de “espiritual” não é que só se
fala de assuntos espirituais (oração, liturgia, sacramentos, bíblia etc.).
Conversar espiritualmente é uma forma de falar juntos, tentando estar
atentos às moções boas e más que se dão em cada pessoa e no grupo.
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
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�Cada tempo de conversação espiritual é precedido por um longo
tempo de oração pessoal. Para esta oração, distribui-se uma folha
que contém pontos, especificando a matéria para rezar e sua relação
com a matéria própria do discernimento: pedir luz, indiferença,
reconhecer o pecado, a graça etc. A prática da conversação espiritual tem uma metodologia concreta, que se pode sintetizar em três
rodadas ou momentos do grupo. Inicialmente, o grupo escolherá um
moderador e um “guardião” do tempo. Em uma primeira rodada,
cada pessoa pode compartilhar os frutos de sua oração. Aqui é onde
se usava e se usa a pena de águia, para expressar que todos escutarão
atentamente a quem está com a pena. Nesta primeira rodada, não há
interação entre os participantes, exceto no caso de se necessitar de
alguma explicação ou esclarecimento do que foi dito. Em seguida,
se fará alguns minutos de reflexão em silêncio, em que cada participante pode perguntar-se como lhe impactou o que foi partilhado
pelos outros: que ressonâncias afetivas eu encontro, que ideias me
parecem novas, que consequências posso tirar etc.
A segunda rodada é mais parecida com uma conversação espontânea, compartilhando o que se refletiu e recebeu dos outros.
Finalmente, a terceira rodada é uma conversação com o Senhor,
à maneira de um colóquio de grupo. Os participantes, unidos em
oração, dão graças pelos chamados — o que os moveu —, e, assim,
pedem forças ou dão graças, segundo se sintam movidos. O exercício
termina com uma pequena avaliação, à maneira de exame da oração,
em que o grupo repassa os passos dados e como podem melhorar
nos tempos seguintes de conversação espiritual [EE 77].
A atmosfera que cria a conversação espiritual tem seu equivalente no diálogo e no Pressuposto [EE 22] que se dá entre aquele que
dá os Exercícios e aquele que os recebe. Quer dizer: um ambiente
de mútua confiança, para salvar a proposição do próximo antes que
para condená-la. No discernimento comunitário, cada um é quem
discerne e cada um é quem ajuda os demais a encontrarem como o
Espírito está movendo o grupo. É um modo de acompanhamento
mútuo, no qual se exercita uma disposição de abertura ao outro e
uma escuta ativa, sem juízos.
Os frutos da conversação espiritual são os exercícios e aprendizagem da escuta atenta. Um modo de escutar agradecido, sem prejuízos
nem juízos posteriores, mas que presta atenção especial aos movimentos internos daquilo que o outro deseja compartilhar. Também
obriga a aprender a falar de maneira clara e concisa, sem medo de
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Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
�expressar os sentimentos mais profundos. Para isso, é imprescindível
chegar à liberdade interior, pelo uso da palavra e pela ação da escuta.
Uma liberdade que é necessária para a indiferença própria de todo
discernimento. E isso se faz compartilhando aquilo que amplia ou
restringe a liberdade de cada um. A conversação espiritual nos faz
conscientes de que nem todos pensam e sentem como eu. Mas assim,
cada pessoa pode constatar como o Espírito lhe convida, através das
palavras do outro, a mover-se, a mudar, a considerar o ponto de vista
do outro e, que pode até deixar de lado suas próprias perspectivas.
A conversação espiritual é um convite à conversão. Revela os
próprios limites, os atalhos que cada um toma, os bloqueios diante
do que o outro compartilha e as dificuldades de cada participante
para abrir-se livremente ao Espírito. A experiência é que na solidão
da oração, as perguntas e também as respostas podem-se construir
individualmente, mas, em um grupo de irmãos iguais, é mais difícil
que alguém se engane a si mesmo. Portanto, o fruto principal ao
qual a conversação espiritual conduz é o agradecimento profundo a
Deus através dos membros do grupo. Revela-nos que temos muito
mais em comum do que inicialmente parecia, que a reconciliação é
possível e que o conjunto do grupo é mais do que a simples soma
dos membros.
A conversação espiritual pode vir a ser desordenada e difícil se
cada um dos participantes não estiver profundamente comprometido em um processo que seja também de discernimento espiritual.
Portanto, quando um grupo se lança na conversação espiritual, cada
membro deve zelar por seu processo de reflexão e oração para colocar-se em sintonia com o Espírito. Isto implica que, previamente,
deve-se entregar aos participantes toda a informação útil e necessária
para o assunto que se quer discernir. Do mesmo modo que quando
se trata de um assunto delicado em uma reunião, é muito conveniente deter-se, refletindo em silêncio por alguns minutos antes de
se lançar a falar; a conversação espiritual pede previamente a oração
pessoal. Quando nos lançamos precipitadamente a discutir um
assunto importante para um grupo, sem pararmos para ponderá-lo
individualmente, o resultado costuma ser que, ao invés de ganhar
tempo, se perde tanto o tempo como a profundidade. Quanto mais
complicado e importante seja um assunto para o grupo, mais tempo
de silêncio e de oração faz-se necessário.
Para tratar em profundidade de um assunto, ESDAC tem especial cuidado com o material que é distribuído para a oração, que tem
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
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�como fundamento o esquema da oração nos Exercícios Espirituais.
Cada folha para oração contém, de maneira muito sóbria, textos
bíblicos ou textos inspiradores recolhidos de distintas tradições ou
culturas. De início vem a composição de lugar, a graça que queremos
alcançar, os pontos para a oração sobre o tema a ser tratado e um
convite ao colóquio final. Os materiais e atividades deste convite
seguem as quatro Semanas dos Exercícios Espirituais, acrescentando
ou adaptando a cada Semana algumas propostas metodológicas que
podem ajudar o grupo a alcançar o seu objetivo.
As Semanas dos Exercícios
Na Primeira Semana, é importante que cada um se sinta parte
da graça recebida no grupo: sua identidade, sua vocação e sua participação na missão de Cristo. Cada pessoa e o grupo são convidados
a “refletir” sobre seu Princípio e Fundamento” e, assim, vai se dando
um processo a partir da oração pessoal à oração de pessoa corporativa.
Aqui serão muito importantes as dinâmicas sobre a linha temporal
do grupo e o ciclo de vida-morte-ressurreição para identificar o
momento em que o grupo se encontra no presente e como, em sua
própria história, há etapas de graça, pecado e conversão. Além disso,
também é possível que nesta Primeira Semana se possa tratar juntos
de questões como o poder, a liderança e a organização do próprio
grupo. É interessante destacar que quando um grupo entra em uma
dinâmica de discernimento, o faz levando consigo toda a bagagem
das relações interpessoais, dos movimentos interiores, das histórias
passadas e as consequências das decisões anteriores. As obscuridades
e as feridas, assim como os momentos de graça e de confirmação
estarão presentes na hora de discernir em comum e as dinâmicas
estão focadas para dar nomes à história de cada grupo.
A linha temporal da vida de um grupo mostra ser um exercício
muito revelador, que pode ajudar a ter uma visão de conjunto e ser
um elemento catalizador da reconciliação dentro do grupo. Não se
trata de unir dados objetivos externos, mas de que o próprio grupo
vá fazendo sua própria linha temporal à memória de seus eventos
significativos ou da instituição que o reúne. A seleção de eventos
implica um processo de oração pessoal e de conversação espiritual,
pedindo a graça de apreciar a ação de Deus e a de sua graça para
que o grupo o possa seguir melhor. É uma forma de avaliação, mas,
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Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
�ao mesmo tempo, pode servir para ver as necessidades do grupo ou
suas prioridades, dentro de um período concreto.
Outro exercício que acompanha todo o processo de discernimento é o ciclo de vida-morte-ressurreição. Em sua base está o desejo de
alcançar o conhecimento interno das dinâmicas de vida, de morte e
de ressurreição que se dão no funcionamento de um grupo. Em uma
explicação demasiado sucinta para o que esta dinâmica proporciona,
trata-se de reconhecer as etapas pelas quais passa um grupo, desde
os seus desejos fundacionais, seus mitos e aspirações primeiras, até a
situação atual de discernimento, para vislumbrar a etapa futura. Mais
do que um círculo fechado, a figura gráfica deste exercício deveria
mostrar um movimento ondulatório: nele há uma ascendência, por
meio da colocação em comum dos desejos iniciais, passando por
diversas etapas da urdidura de seus objetivos, institucionalização,
programação e gestão, entre outras; e há movimentos descendentes,
que vêm pela avaliação e a dúvida aplicadas aos procedimentos, às
ideologias ou à ética do grupo. Trata-se, assim, de tomar consciência
do momento em que o grupo se encontra, não somente a partir de
sua história (linha temporal) mas também a partir de sua vitalidade
em um ciclo de vida, morte e ressurreição.
A Segunda Semana tem como centro o chamado do Rei Eterno.
Aqui, ganha força a vida apostólica do grupo, o chamado original e
os desejos de seguir o Senhor. Nela volta-se aos exercícios descritos
anteriormente para ver o que está vivo no grupo, o que está morto e
o que necessita ressuscitar. Neste momento o grupo se exercita como
grupo nas meditações próprias da Segunda Semana: Encarnação,
Duas Bandeiras, Três Binários (ou Três Tipos de Grupos) e as
Contemplações da Vida de Cristo. E assim também aprende a
formular e compartilhar as consolações e desolações que acontecem
em grupo. O mesmo acontecerá na Terceira e na Quarta Semanas,
mas aí centrando-se respectivamente nas vivências de morte e ressurreição dentro do grupo.
Os tempos de Eleição.
Quanto ao momento de eleição no discernimento comunitário,
à maneira do individual, distinguem-se três tempos possíveis para se
fazer uma boa e sã eleição [EE 169]. O Primeiro Tempo de eleição
supõe para o grupo a mesma clareza e consenso que Inácio propõe
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
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�nos Exercícios [EE 175]. Assim, Deus pode mover a vontade de
um grupo, de tal forma que não haja dúvida nem possam duvidar
de qual é a Sua vontade. O Segundo Tempo é aquele que depende
da experiência de discernimento dos dias anteriores: de como se
experimentou os movimentos dos diversos espíritos, iluminando ou
obscurecendo a experiência do grupo. Para descobri-lo, é necessário
recapitular a conversação espiritual do grupo. Quando cada um fala
sinceramente sobre o assunto que se quer discernir, o grupo vai descobrindo as moções e o resultado delas na reflexão do próprio grupo.
Como uma pessoa corporativa, o grupo, por si mesmo, pode sentir
que se move em uma ou outra direção. Pode haver momentos de lutas
que podem ser árduos para os integrantes, mas, gradualmente, vão
se encontrando e identificando as consolações e desolações, assim
como a direção a que apontam.
No Terceiro Tempo de eleição, o grupo em seu conjunto está em
situação de tranquilidade, ainda que nem todos os seus membros.
Esta quietude ajuda a confrontar as distintas alternativas sobre a
matéria que se quer discernir. Então, o melhor é usar a mesma metodologia de Santo Inácio, refletindo sobre as vantagens e benefícios
possíveis e também sobre as desvantagens e riscos que se possa correr
ao tomar uma decisão. No entanto, quando se trata de um grupo,
os passos podem ser um pouco mais complexos do que quando se
discerne individualmente. O grupo ISECP sintetizou sua proposta
em sete passos para o discernimento comunitário4.
1. Uma atmosfera de grupo e uma atitude pessoal para explicitar a fé. O grupo necessita ter plena consciência de sua fé,
como condição básica para abrir o tempo de discernimento.
2. Disponibilidade para, na oração, pedir luz e reta intenção,
antes, durante e depois. Os participantes necessitam do
contato com o Senhor de forma individual e grupal no
processo de discernimento. Esta atitude pede um cuidado
e atenção maiores do que em outros momentos de oração
meditativa ou contemplativa.
3. Liberdade interior, que vem da liberdade espiritual. Todos
devem compreender e querer desprender-se de seus afetos
desordenados e de suas ataduras.
4. Informação compartilhada e assimilada. O discernimento
não inclui a necessidade de ter toda a informação concreta
sobre as implicações do que se quer decidir. Nem toda
matéria é apropriada para o discernimento em comum. Há
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Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
4. SCHEMEL, G. J.; ROEMER, J. A.
“Communal Discernment”, Review
for Religious (nov/dic 1981) vol. 40
n. 6. Revisado em julho de 1992.
�temas que são tão corriqueiros, que podem ser geridos no
âmbito puramente administrativo e não devem entrar em
discernimento. Mas aquilo que toca a identidade, a vocação e a missão do grupo, pode sim ser discernido à luz do
Evangelho.
5. Formular a matéria do discernimento da maneira mais
simples possível, de modo que se possa distinguir e separar
as razões a favor e contra. Os que discernem deverão dedicar tempos distintos e declarar separadamente os prós e os
contras da matéria da eleição.
6. Tentar alcançar o consenso. O grupo será convidado a
declarar o grau de consenso que alcançou e os pontos em
comum sobre os quais há desentendimento.
7. Confirmação, como consequência, a partir do interior e do
exterior: o interior significa ter encontrado paz e alegria
no Espírito; o exterior significa ver como o tempo afetará
a decisão [EE 187] e verificar a congruência da decisão em
relação às autoridades legítimas das quais o grupo depende.
No caso de que o grupo esteja articulado sob o voto de obediência da vida religiosa, pode ser de grande ajuda declarar inicialmente
se a decisão é vinculante ou se é uma consulta não vinculante, que,
ao final, depende da autoridade de um Superior para levar a termo
a decisão. Obviamente, o discernimento costuma implicar na eleição
entre duas coisas boas, o que supõe áreas que não se distinguem com
facilidade, onde falta a clareza e a certeza sobre qual será a melhor
opção. Nestes momentos, a figura do Superior pode ser de grande
ajuda para terminar os processos de discernimento. Por outro lado,
normalmente, ninguém quer ser o responsável último por fechar uma
instituição, retirar uma subvenção, abrir um campo de apostolado
conflitivo etc…. Assim, o apoio na oração que o discernimento comunitário supõe, se faz cada vez mais necessário para sentirmos que,
inclusive em nossas inseguranças, estamos seguros nas mãos de Deus.
ESDAC, uma forma, entre outras, de discernir
Na história de cada grupo, haverá momentos em que se experimenta frustração. Todo grupo humano é suscetível de ficar imobilizado por prejuízos, projeções, lutas de poder, inclinações pessoais,
manipulação e silêncios, que contaminam a interação do grupo. O
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
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�próprio grupo pode parecer o maior obstáculo para que os esforços e
qualidades pessoais possam dar frutos, mas, em tempos de estruturas
pessoais líquidas e de crescente individualismo, parece que a comunidade é o melhor espaço para a escuta de Deus. Ninguém tem os
ouvidos suficientemente grandes para abarcar toda a riqueza daquilo
que Deus tem para nos dizer. Assim, a redescoberta do discernimento
comunitário aparece como uma alternativa à fragmentação pessoal e
à estreiteza do olhar individual, para abrir-nos a novas possibilidades
de coesão, amplitude, profundidade das opções ao nosso alcance na
construção do Reino de Deus.
As ferramentas e recursos do discernimento comunitário propostos por ISECP e ESDAC bebem, principalmente, da fonte dos
Exercícios Espirituais. Além disso, ao longo de anos de experiências,
também beberam de outras fontes, próprias do mundo das organizações corporativas, de distintas escolas de psicologia e das correntes
da Comunicação Não Violenta. Por exemplo, o grupo originário da
América do Norte encontrou inspiração nos trabalhos do pedagogo
brasileiro Paulo Freire e em suas intuições sobre a libertação por meio
do diálogo. A formação dada por ESDAC, baseada sobretudo na
aprendizagem prática, apoia-se também em alguns estudos sobre a
inteligência coletiva e a sociocracia5.
ESDAC já vem aplicando a sua metodologia há mais de 25 anos,
a centenas de grupos diferentes. A gama de possibilidades pode ir
desde um dia de retiro para uma equipe paroquial até a um processo
de três anos de discernimento para todas as comunidades de A Arca
ao redor do mundo. A formação e suas equipes de trabalho estão
se espalhando por vários países, evoluindo continuamente em seus
métodos, mas com os mesmos fundamentos. Cada situação de cada
grupo é única e pede um acompanhamento em equipe, que pode oferecer distintos meios, mas mantendo-se como um pêndulo centrado e
deixando todo o poder nas mãos do grupo. ESDAC é simplesmente
uma forma a mais de ajudar no discernimento comunitário, entre
outras maneiras e escolas que a rica tradição inaciana oferece.
68
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
5. Para saber mais sobre ESDAC
ver <www.esdac.net>.
�Subsídio
Conversação Espiritual1
1. Este é um dos Subsídios dados pela equipe de ESDAC para
a experiência de discernimento na
Assembleia Mundial da CVX. Cf.
artigo nas páginas 71-78.
2. Para compreender o sentido da
pena cf. p. 61 desta edição.
P
ara favorecer a escuta e a expressão em uma partilha.
A atitude principal é uma escuta respeitosa e agradecida.
Aquele que tem a pena em suas mãos não é interrompido2.
Cada pessoa é uma “expert de sua própria experiência”.
Cada um fala por turno. Enquanto tem a pena em suas mãos,
tem a palavra. Não o interrompemos. Compartilhe o que você pode.
Não se entregue mais do que você deseja.
Tempos de silêncio são adequados e necessários.
Respeite o que é confidencial. Fora do grupo, não conte a ninguém o que se disse, a não ser com o consentimento da pessoa que falou.
Descreva sua experiência de maneira breve e clara. O pequeno
grupo de partilha não é o lugar de fazer uma homilia, converter a
outros a seu ponto de vista, impor a outros suas ideias favoritas.
Nem é o lugar para resolver os problemas dos demais ou levarlhes socorro.
Fale em forma de “eu” e não de “as pessoas”. Fale em seu próprio
nome.
O guardião do tempo zela para que, no tempo concedido, cada
um tenha o tempo de expressar-se e para que o grupo faça, se possível,
pelo menos as duas primeiras rodadas de partilha.
As três rodadas para partilhar
Primeira rodada. Cada um partilha por turno os frutos de
sua oração que acaba de viver, eventualmente com a ajuda de notas
tomadas na releitura. Durante esta primeira rodada, não reagimos
ao que é compartilhado, a não ser para pedir algum esclarecimento.
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
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�Segunda rodada. Faça alguns momentos de reflexão silenciosa
sobre a experiência comum que constitui a “primeira rodada” de
partilha: O que me tocou? O que descobri de novo? Tenho alguma
pergunta? Em seguida, partilhem, deixando espaço livre para as
interações entre vocês. Ao terminar esta rodada, tratem de nomear
o consenso que há atualmente entre vocês.
Terceira rodada. Quem deseja toma a palavra para dialogar com
o Senhor, em relação ao que foi vivido e compartilhado.
70
Itaici – revista de espiritualidade inaciana, n. 113 (setembro/2018)
�
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Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[E]</span> <strong>Dimensão espiritual</strong> | <strong>Dimensión espiritual</strong>
Description
An account of the resource
<ul><li>Itens referentes a espiritualidade em geral</li>
<li>Materiais de estudo sobre a espiritualidade inaciana, incluindo os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.</li>
</ul>
Subject
The topic of the resource
Dimensão espiritual | Dimensión espiritual
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Language
A language of the resource
pt
es
Rights
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<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt" target="_blank" rel="noreferrer noopener">CC BY-SA</a>
Texto
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Title
A name given to the resource
Exercícios Espirituais adaptados ao discernimento em comum
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Janin, Franck, SJ; Pablo, José de, SJ
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
setembro 2018
Description
An account of the resource
A proposta metodológica desenvolvida pelo ESDAC (Exercices Spirituels pour un Discernement Apostolique en Commun) coincide nestes pressupostos para grupos que, especificamente, têm em comum um projeto, um propósito, um objetivo para os que buscam encontrar a vontade de Deus. Depois de um processo de
amadurecimento de quase cinquenta anos de experiência, a proposta de ESDAC se entende a si mesma como uma mais entre
outras possíveis. Veremos aqui um pouco de sua história e as duas
chaves de sua pedagogia para o discernimento a partir dos
Exercícios Espirituais: a conversação espiritual e os modos de eleição.
Este método foi aplicado durante a Assembleia Mundial CVX Buenos Aires, 2018.
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Itaici - Revista de Espiritualidade Inaciana
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Type
The nature or genre of the resource
Artigo
Source
A related resource from which the described resource is derived
Este artigo foi publicado originalmente em Manresa 90 (2018) 63-72. Publicado na Revista Itaici(113), Setembro de 2018 com autorização de José de Pablo.
Assembleia Mundial CVX (2018 : Buenos Aires, Argentina)
Discernimento apostólico | Discernimiento apostólico
Discernimento comunitário | discernimiento comunitario
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
ESDAC
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/e299b02a5926e2ff77c5364948cf8cc7.pdf?Expires=1712793600&Signature=JKFpR-AsLWZo-nfO1q9LPrrwYxF6opmNG%7E%7EZE9X8aVREiA1DSaE3W6Bu1WYTlhhghIPQ7wvW511NPS%7EdKco2-yJXazwhqhrlWim2rYl9bFxskxkmq5yxUP4P0sxyDsr4ca5foH6VdKPHc9tq4vI-vvFF%7EW3BIGihpw42ijlzCgp6hVyd6hw9xYQnjNflc3U8ioHqPvc8ZpShtoIM-aFRl6yrxS6JrRA2aWK1BsR1heM6%7EmUkzzEtk4CyAAbyHpUzYsWZBEXGFv6HJLu1eqyJNsS5rY1j30-2AX3NSyfc88RhdwQOSbzQ7NJJXtnzlcL3qGBmk0SZ-fA-NPSXrTBMaA__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
a4776ee0bedbb7517225a3788713f83a
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CVX–U | MATERIAL DE FORMAÇÃO
3º ANO
INTRODUÇÃO
Este material foi desenvolvido pela CVX de Portugal como programa de formação da CVX Universitária (CVX-U).
A CVX-U surgiu em Lisboa (Portugal) em 2005, atendendo ao desejo de estudantes universitários que buscavam um caminho que os ajudassem a estruturar
uma vida de oração e crescimento espiritual seguindo os métodos inacianos. Imaginando que esse caminho pudesse ser adaptado da CVX, aqueles jovens
desejavam aprofundar sua experiência cristã e preparar suas escolhas de vida através da prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Por isso, desde seu
início a CVX-U tem uma orientação marcadamente vocacional.
O método adotado para a CVX-U prevê um roteiro de 3 anos de formação, quando, ao final daqueles, o grupo poderá fazer sua adesão à CVX.
O roteiro de reuniões apresentado neste compêndio refere-se ao 3º ano de formação e traz um conjunto de 14 encontros preparados sobre o tema SANTO
INÁCIO, EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS, CARISMA E ESTILO DE VIDA CVX.
�ANO 3
tpc
Jesus deixou tudo por fazer
• O ano passado, centrámo‐nos na pessoa de Jesus. Conhecemo‐lo melhor,
descobrimos facetas suas que não tínhamos notado antes.
• Este ano, sem deixar Jesus para trás – continuando a procurar o seu conhe‐
cimento e a aprofundar a relação com Ele – vamos andar para a frente,
para o que acontece depois de Jesus.
• Olharemos para o Espírito Santo, a Igreja, o ser cristão no mundo, a CVX...
• Começaremos por olhar a passagem de testemunho de Jesus aos seus dis‐
cípulos: o que é que Ele deixou feito? O que lhes pediu para fazerem? Que
ajudas lhes deu?
1. Mas, antes de mais...
− para recomeçar, talvez valha a pena rever rapidamente (mesmo que
leve 2 ou 3 dias...) o percurso já feito, para recordar e retomar a liga‐
ção:
o de tudo o que vimos, que descoberta acerca de Jesus mais
me impressionou no ano passado?
3. No entanto, Jesus espera muito dos discípulos
− Ao despedir‐se, deixa‐lhes um objectivo, um mandato...
Mateus 28, 18‐20
18
Aproximando‐se deles, Jesus disse‐lhes:
«Foi‐me dado todo o poder no Céu e na Terra.
19
Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos,
baptizando‐os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
20
ensinando‐os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.
E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.»
− nem mais nem menos...
− Nós, ao sermos baptizados, recebemos tanto a graça do baptismo
como o mesmo mandato dado por Jesus
o Que significa para mim ser baptizado?
o Qual foi o dia do meu baptismo?
2. O contributo de Jesus
− Qual foi, afinal, o contributo de Jesus – Ele que viveu todo entregue a
uma causa, a uma missão, o anúncio do Reino de Deus? Ensinou pela
palavra e o exemplo, juntou um grupo de discípulos que procurou
treinar (não com muito sucesso), mas, quando chegou ao fim, o que é
que havia a funcionar?
o Do que sei, procuro fazer o balanço das coisas quando Jesus
se despediu dos discípulos, a seguir à ressurreição. Em que
estado estava a realização da missão de Jesus? Que pers‐
pectivas seriam de esperar?
------------------------------
01
-------------------------------
-------------------------------
�ANO 3
tpc
4. E não os deixa desamparados
o
01
E para mim, quem é o Espírito Santo? Que significado
tem na minha vida? Como me relaciono com Ele?
− Jesus tinha prometido o Espírito Santo, como a grande ajuda com que
os discípulos poderiam contar...
João 14, 25‐26
25
«Fui‐vos revelando estas coisas
enquanto tenho permanecido convosco;
26
mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome,
esse é que vos ensinará tudo,
e há‐de recordar‐vos tudo o que Eu vos disse.»
João 16, 12‐15
12
«Tenho ainda muitas coisas a dizer‐vos,
mas não sois capazes de as compreender por agora.
13
Quando Ele vier, o Espírito da Verdade,
há‐de guiar‐vos para a Verdade completa.
Ele não falará por si próprio,
mas há‐de dar‐vos a conhecer quanto ouvir
e anunciar‐vos o que há‐de vir.
14
Ele há‐de manifestar a minha glória,
porque receberá do que é meu e vo‐lo dará a conhecer.
15
Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse:
‘Receberá do que é meu e vo‐lo dará a conhecer’.»
DICAS para Exame e TPC
•
deixou?
− Tudo o fica por fazer, é deixado como tarefa aos discípulos (a nós) e
ao Espírito Santo
o
Quem é o Espírito Santo? Qual a sua relação com Jesus?
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Como vivi hoje o mandato que, como baptizado, Jesus me
S. Paulo (Gálatas 5, 22‐23) descreve assim os frutos do Espírito San‐
to:
é este o fruto do Espírito:
amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto‐domínio.
• Experimentei durante o dia de hoje, de modo particular,
alguns destes frutos?
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Ser cristão é uma responsabilidade
1. Oração
• Jesus passou‐nos a responsabilidade pelo seu projecto: O Reino de Deus.
• Se nos deu e dá muito, também espera que a nossa resposta assuma a
forma de um compromisso com Ele e com o seu projecto no mundo con‐
creto em que cada um vive.
• Ser cristão (seguidor de Cristo) é, então, uma questão de responsabilidade
e resposta.
O Concílio Vaticano II termina o decreto sobre O Apostolado dos Leigos
(Apostolicam Actuositatem) com esta exortação:
«o sagrado Concílio pede instantemente no Senhor a todos os leigos que
respondam com decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de
coração à voz de Cristo, que nesta hora os convida com maior insistência, e
ao impulso do Espírito Santo. Os mais novos tomem como dirigido a si de
modo particular este chamamento, e recebam‐no com alegria e magnani‐
midade. Com efeito, é o próprio Senhor que, por meio deste sagrado Concí‐
lio, mais uma vez convida todos os leigos a que se unam a Ele cada vez mais
intimamente, e sentindo como próprio o que é d’Ele, se associem à sua mis‐
são salvadora. É Ele quem de novo os envia a todas as cidades e lugares
aonde há‐de chegar; para que, nas diversas formas e modalidades do apos‐
tolado único da Igreja, se tornem verdadeiros cooperadores de Cristo, tra‐
balhando sempre na obra do Senhor com plena consciência de que o seu
trabalho não é vão no Senhor.» (n. 33)
• Na prática, há três funções pelas quais desempenhamos o nosso papel de
cristãos no mundo: a oração, o testemunho e o serviço.
DICAS para Exame e TPC
• Como vivi hoje a minha responsabilidade de ser cristão, pela
oração, o testemunho e o serviço?
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02
− pela oração, mantemo‐nos à escuta do que o Senhor nos quer
dizer – vivemos como discípulos;
− e a oração verdadeira vira‐nos para fora de nós
Isaías 50, 4‐5
«O Senhor Deus ensinou‐me o que devo dizer, para saber dar palavras de
alento aos desanimados.
Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os
discípulos.
O Senhor Deus abriu‐me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.»
o Como é a minha oração? É verdadeiramente oração de
discípulo? A oração leva‐me aos outros e ao compro‐
misso no mundo? E eu, em oração, falo dos outros e do
mundo a Deus?
2. Testemunho
− Para que o Reino possa crescer, o modo de vida, os valores e os
princípios de Jesus têm que ter visibilidade, impacto no mundo,
explícita ou implicitamente
Mateus 5, 13‐16
13
«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há‐de
salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser
pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder
uma cidade situada sobre um monte; 15nem se acende a candeia para a
colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim
alumia a todos os que estão em casa. 16Assim brilhe a vossa luz diante
dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o
vosso Pai, que está no Céu.»
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o
Que testemunho cristão dou? Através das minhas práticas,
atitudes, escolhas deixo sinal do Reino que Jesus anunciou?
Como está a qualidade do meu ser sal no meio em que
vivo?
3. Serviço
− E, depois, há que trabalhar na transformação do mundo, contribuir
para a vida e o sustento de toda a humanidade, colaborando no
desenvolvimento da criação, através dos talentos que temos.
Mateus 20, 1‐7
1
«Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao
romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha.
2
Ajustou com eles um denário por dia e enviou‐os para a sua vinha. 3Saiu
depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho, 4e
disse‐lhes: ‘Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’ 5E
eles foram. Saiu de novo por volta do meio‐dia e das três da tarde, e fez o
mesmo. 6Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam
e disse‐lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ 7Responderam‐lhe:
‘É que ninguém nos contratou.’ Ele disse‐lhes: ‘Ide também para a minha
vinha.»’
o Que responsabilidade sinto por transformar e desenvolver
o mundo (físico e social)? Que faço por isso?
• O Vaticano II descreve estas funções como participação da função sacerdo‐
tal, profética e real de Cristo. Aqui ficam alguns trechos para leitura:
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02
“Por leigos entendem‐se aqui todos os cristãos que não são membros da sagra‐
da Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que,
incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em Povo de Deus e tornados
participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exer‐
cem pela parte que lhe toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no
mundo.
(...) Por vocação própria, compete aos leigos procurar o reino de Deus tratando
das realidades temporais e ordenando‐as segundo Deus. Vivem no mundo, isto
é, em toda e qualquer ocupação a actividade terrena, e nas condições ordiná‐
rias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência.
São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados
pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo a partir de
dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outro, antes de
mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e
caridade. Portanto, a eles compete especialmente iluminar e ordenar de tal
modo as realidades temporais, a que estão estreitamente ligados, que elas
sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor.”
Lumen Gentium, 31
“Os fiéis leigos participam no múnus sacerdotal, pelo qual Jesus se ofereceu a Si
mesmo sobre a Cruz e continuamente Se oferece na celebração da Eucaristia
para glória do Pai e pela salvação da humanidade. Incorporados em Cristo
Jesus, os baptizados unem‐se a Ele e ao Seu sacrifício, na oferta de si mesmos e
de todas as suas actividades (...) E deste modo, os leigos, agindo em toda a
parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo "
A participação no múnus profético de Cristo, " que, pelo testemunho da vida e
pela força da palavra, proclamou o Reino do Pai ", habilita e empenha os fiéis
leigos a aceitar, na fé, o Evangelho e a anunciá‐lo com a palavra e com as
obras, sem medo de denunciar corajosamente o mal. (...) eles são igualmente
chamados a fazer brilhar a novidade e a força do Evangelho na sua vida quoti‐
diana, familiar e social, e a manifestar, com paciência e coragem, nas contradi‐
ções da época presente, a sua esperança na glória " também por meio das
estruturas da vida secular ".
Ao pertencerem a Cristo Senhor e Rei do universo, os fiéis leigos participam no
Seu múnus real e por Ele são chamados para o serviço do Reino de Deus e para
a sua difusão na história. Vivem a realeza cristã, sobretudo no combate espiri‐
tual para vencerem dentro de si o reino do pecado, e depois, mediante o dom de
si, para servirem, na caridade e na justiça, o próprio Jesus presente em todos os
seus irmãos, sobretudo nos mais pequeninos.” Christifideles Laici, 14
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Não se pode ser cristão sozinho
2. O sinal da comunidade
• Jesus não fez, nem faz, contratos individuais de trabalho. Convida para
fazer parte da comunidade dos seus discípulos, e é a essa comunidade,
enquanto tal, que passa a responsabilidade de continuar o seu projecto.
• O baptismo “torna‐nos cristãos” porque nos faz entrar para a Igreja, nos
constitui como seus membros.
1. Companheirismo na fé e na missão
− Jesus, quando envia, envia sempre em comunidade. Àqueles que cha‐
mou para viverem com ele na comunidade dos discípulos, também
convida a colaborar na missão da comunidade dos apóstolos.
Lucas, 10, 1‐2
«1Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou‐os
dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
2
Disse‐lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai,
portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe”.»
o Qual é a minha comunidade cristã, onde vivo a partilha e a
comunhão de chamamento e missão? Quem são os meus
companheiros de jornada cristã?
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03
− No princípio, o testemunho do grupo dos discípulos enquanto
comunidade unida foi crucial para espalhar a mensagem de Jesus
Actos dos Apóstolos 2, 42‐47
«42Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do
pão e às orações. 43Perante os inumeráveis prodígios e milagres realiza‐
dos pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. 44Todos os
crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. 45Vendiam terras e
outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as neces‐
sidades de cada um. 46Como se tivessem uma só alma, frequentavam
diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o ali‐
mento com alegria e simplicidade de coração. 47Louvavam a Deus e
tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias,
o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.»
o Como experimento e expresso em actos a minha parti‐
cipação na Igreja? Sinto‐me Igreja?
o Como vivo a ligação às suas estruturas – Papa, Bispos...
– e à universalidade da Igreja, a todas as comunidades
de cristãos por todo o mundo, especialmente as mais
distantes?
o Qual é a minha participação na vida pública da Igreja:
manifestações de fé, defesa de valores essenciais, vida
litúrgica e sacramental?
o Colaboro activamente nas suas tarefas e na manuten‐
ção das suas estruturas, seja pelo trabalho voluntário,
seja pelo apoio ao seu sustento económico?
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3. Pela comunidade se recebe, e é ela que transmite
− a fé vai‐se comunicando pela acção da comunidade cristã; foi através
dela que a recebemos e é em comunidade que somos responsáveis
por a transmitir (“guardar a tradição”) aos vindouros
− S. Paulo sente essa necessidade muito claramente
4. Dificuldades
o
o
Romanos 10, 14‐17
«14Ora, como hão‐de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão‐
de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão‐de ouvir falar,
sem alguém que o anuncie? 15E como hão‐de anunciar, se não forem envia‐
dos? Por isso está escrito: Que bem‐vindos são os pés dos que anunciam as
boas‐novas! 16Porém, nem todos obedeceram à Boa‐Nova. É Isaías quem o
diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? 17Portanto, a fé surge da
pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo.»
1 Corintios 9, 16‐19
«16Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é
antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
17
Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo
de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado. 18Qual é, por‐
tanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço‐o gratui‐
tamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.
19
De facto, embora livre em relação a todos, fiz‐me servo de todos, para
ganhar o maior número.»
o Que importância tiveram, e têm, outros membros da Igreja
para me fazer descobrir, e acompanhar, o meu caminho de
fé?
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03
Quais as maiores dificuldades que sinto na minha per‐
tença à Igreja? Que evolução tem tido a minha rela‐
ção?
Muita gente define‐se como cristã, afirmando: “Cristo
sim, Igreja não!” Faz sentido esta forma de viver o
seguimento de Jesus?
DICAS para Exame e TPC
------------------------------
•
•
Houve hoje algum momento em que experimentei a minha
pertença à Igreja, a ligação à comunidade, como importante?
Que recebi da comunhão e partilha de fé com os meus com‐
panheiros de jornada cristã? Tive oportunidade de dar algu‐
ma coisa, também?
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União na diferença, riqueza pela diversidade
• Continuamos a olhar para a Igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus,
responsáveis por continuar a sua missão, de que fazemos parte.
• Como é que se constitui esta comunidade? Segundo o desejo de Jesus,
deve viver unida, numa união que vem da ligação de cada membro ao pró‐
prio Jesus.
• Mas há também nela grande diversidade. Diversidade que é, afinal, a base
da sua riqueza.
• Unidade na relação à fonte; diversidade enriquecedora no testemunho e
no serviço.
1. O sonho da unidade
− Jesus, ao despedir‐se dos seus discípulos, reza por eles, e por todos os
que O seguirão no futuro.
− Pede ao Pai a união fundada na ligação a Ele próprio. É Ele que une,
enquanto fonte do chamamento e do envio e referência da relação de
amizade com cada um de nós.
João, 17, 6‐23
6
Dei‐te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me deste. Eles eram
teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. 7Agora ficaram a
saber que tudo quanto me deste vem de ti, 8pois as palavras que me
transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam‐nas e reconheceram
verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. 9É por eles
que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste,
porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu e o que é teu é meu; e neles se
manifesta a minha glória. 11Doravante já não estou no mundo, mas eles estão
no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda‐os em
ti, para serem um só, como Nós somos! 12Enquanto estava com eles, Eu
guardava‐os em ti, em ti que a mim te deste. Guardei‐os e nenhum deles se
perdeu, a não ser o homem da perdição, cumprindo‐se desse modo a
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04
Escritura. 13Mas agora vou para ti e, ainda no mundo, digo isto para que
eles tenham em si a plenitude da minha alegria. 14Entreguei‐lhes a tua
palavra, e o mundo odiou‐os, porque eles não são do mundo, como
também Eu não sou do mundo. 15Não te peço que os retires do mundo,
mas que os livres do Maligno. 16De facto, eles não são do mundo, como
também Eu não sou do mundo. 17Faz que eles sejam teus inteiramente,
por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra. 18Assim como Tu me
enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo, 19e por eles
totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus
inteiramente, por meio da Verdade. 20Não rogo só por eles, mas também
por aqueles que hão‐de crer em mim, por meio da sua palavra, 21para
que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que
assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. 22Eu dei‐
lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos
Um. 23Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da
unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os
amaste a eles como a mim.
o Que luzes e sombras vejo no testemunho de unidade
da Igreja?
o Nesta oração de Jesus, pela unidade da Igreja e por
mim, o que é que mais me toca?
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o
Onde vejo a diversidade de carismas na Igreja? Como
os identifico e diferencio?
o
2. A diversidade dos carismas
A diversidade dos carismas valoriza o carácter único de
cada um. Seguindo as listas propostas por Paulo e
acrescentando‐as pelo que vejo como outros dons e
serviços na Igreja, qual é o meu carisma pessoal? Que
contributo único para o bem comum me sinto convi‐
dado a dar?
− Mas para que o testemunho da Igreja se aproxime da plenitude do
dom que guarda, tem que se expressar em diversidade. Assim, com a
contribuição de cada um, o bem comum enriquece‐se visivelmente.
− A diversidade não é deficiência, é mais abundância.
− Às diferentes faces que o dom adopta, nas instituições e pessoas con‐
cretas, chamam‐se “carismas” (=favores, garças).
1 Coríntios 12, 4‐14, 27
4
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; 5diversidade de serviços,
mas o Senhor é o mesmo; 6há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus
que realiza tudo em todos. 7A cada um é dada a manifestação do Espírito,
para proveito comum. 8A um é dada, pela acção do Espírito, uma palavra de
sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; 9a
outro, a fé, no mesmo Espírito; a outro, o dom das curas, no único Espírito; 10a
outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento
dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a
interpretação das línguas. 11Tudo isto, porém, o realiza o único e o mesmo
Espírito, distribuindo a cada um, conforme lhe apraz.
12
Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do
corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também
Cristo. 13De facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só
corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito.
14
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. (...)
27
Vós sois o corpo de Cristo e cada um, pela sua parte, é um membro. 28E
aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em
segundo, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, há o dom dos milagres,
depois o das curas, o das obras de assistência, o de governo e o das diversas
línguas. 29Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos
mestres? Fazem todos milagres? 30Possuem todos o dom das curas? Todos
falam línguas? Todos as interpretam? 31Aspirai, porém, aos melhores dons.
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04
DICAS para Exame e TPC
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•
•
Como fui hoje testemunho de união e de unidade?
Como fui fiel a mim próprio, aos meus dons únicos? Fui capaz
de pôr o meu “carisma” ao serviço do bem comum?
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Inácio de Loyola: homem de vontade
• Depois de termos considerado como a Igreja se enriquece pela diversidade
dos carismas, vamos agora começar a aprofundar o carisma da CVX. E
começamos pelo fundador da sua espiritualidade – Inácio de Loyola.
• Que tipo de pessoa foi Inácio? Como aproveitou as suas qualidades para o
serviço do Reino? Quais os grandes marcos, meios e instrumentos, do
caminho de progresso espiritual que nos deixou como legado?
• O objectivo é conhecer Inácio e a sua espiritualidade, ao mesmo tempo
que, no confronto com o seu exemplo, conheço também melhor o meu
carisma pessoal e o caminho espiritual em que Deus me chama a crescer.
(nestas semanas, muito ajudaria ler – ou reler – alguma biografia de S. Inácio...)
1. A personalidade e o percurso de Inácio (excertos da Autobiografia)
Um homem de grandes desejos
1. Até aos vinte e seis anos de idade, foi homem dado às vaidades do mundo e delei‐
tava‐se sobretudo no exercício das armas, com um grande e vão desejo de honra.
6. (...) E de muitas coisas vãs que se ofereciam, uma se apossara tanto do seu cora‐
ção, que ficava logo embebido a pensar nela duas, três ou quatro horas sem se dar
conta, imaginando o que havia de fazer em serviço de uma senhora (...) E ficava tão
envaidecido com isso, que não via como era impossível alcançá‐lo, porque a senhora
não era de vulgar nobreza: nem condessa nem duquesa, mas o seu estado era mais
alto que qualquer destes.
7. (...) E assim discorria por muitas coisas que achava boas, propondo‐se sempre a si
mesmo coisas difíceis e importantes, e ao fazê‐lo parecia‐lhe encontrar em si facili‐
dade de as levar a cabo.
Com a coragem de enfrentar toda a exigência e disciplina, sem medo
4. E quando os ossos já estavam soldados uns aos outros, ficou‐lhe um osso encavali‐
tado sobre outro por baixo do joelho, por isso a perna ficava mais curta e o osso tão
levantado que ficava feio. E não querendo ele resignar‐se a isso, porque determinava
seguir o mundo, e pensava que aquilo o deformaria, informou‐se junto dos cirurgiões
se aquilo se podia cortar. Eles disseram que se podia cortar, mas que as dores seriam
maiores que todas as que já tinha suportado, por aquele osso já estar curado e ser
necessário espaço para o cortar. E apesar disso decidiu martirizar‐se por sua própria
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05
vontade, ainda que o seu irmão mais velho se admirava e dizia que ele não se
atreveria a sofrer aquela dor; mas o ferido sofreu com a costumada paciência.
14. (...) E assim determinava fazer grandes penitências, não considerando já
tanto satisfazer pelos seus pecados, mas para agradar a Deus. E assim quando
se lembrava de fazer alguma penitência que os santos tinham feito, propunha‐
se fazer a mesma e mais ainda.
Que uma vez convertido, fez de Jesus o absoluto da sua vida
14 (...) para que se entenda como Nosso Senhor dirigia esta alma que ainda
estava cega, ainda que com grandes desejos de O servir em tudo o que visse ser
seu serviço.
Viveu como peregrino, sempre disponível para o maior serviço
35. E assim, no princípio do ano 23 partiu para Barcelona para aí embarcar. E
ainda que se ofereciam algumas companhias, quis ir sozinho, porque toda sua
ideia era ter só a Deus por refúgio.
42 (...) Tinha uma grande certeza na sua alma de que Deus lhe havia de dar
modo de ir a Jerusalém e esta certeza o confirmava tanto, que nenhumas razões
e medos que lhe punham o faziam duvidar.
50 (...) Depois que o dito peregrino entendeu que era vontade de Deus que não
estivesse em Jerusalém, sempre veio pensando consigo que faria, e ao fim incli‐
nava‐se mais a estudar algum tempo, para poder ajudar as almas e determina‐
va‐se a ir a Barcelona, e assim partiu de Veneza para Génova.
Até conseguir uma extraordinária integração da sua vida em Deus
99. (...) E que tinha cometido muitas ofensas contra Deus Nosso Senhor depois
de O ter começado a servir, mas nunca tivera consentimento de pecado mortal.
Mais ainda, sempre crescera em devoção, isto é, em facilidade de encontrar a
Deus, e agora mais que nunca na sua vida. E sempre e a qualquer hora que
queria encontrar a Deus, O encontrava.
2. Um texto evangélico
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− Um texto evangélico que ilustra grandes desejos, coragem e dis‐
ponibilidade para o serviço. Pode servir de referência para rezar o
exemplo de Inácio...
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Marcos 10, 35‐45
35
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram‐se dele e disseram: «Mestre,
queremos que nos faças o que te pedimos.» 36Disse‐lhes: «Que quereis que
vos faça?» 37Eles disseram: «Concede‐nos que, na tua glória, nos sentemos
um à tua direita e outro à tua esquerda.» 38Jesus respondeu: «Não sabeis o
que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o baptismo com que
Eu sou baptizado?» 39Eles disseram: «Podemos, sim.» Jesus disse‐lhes:
«Bebereis o cálice que Eu bebo e sereis baptizados com o baptismo com que
Eu sou baptizado; 40mas o sentar‐se à minha direita ou à minha esquerda não
pertence a mim concedê‐lo: é daqueles para quem está reservado.» 41Os
outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar‐se contra Tiago e João.
42
Jesus chamou‐os e disse‐lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados
governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os
grandes exercem o seu poder. 43Não deve ser assim entre vós. Quem quiser
ser grande entre vós, faça‐se vosso servo 44e quem quiser ser o primeiro entre
vós, faça‐se o servo de todos. 45Pois também o Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.»
o Que aspectos do percurso espiritual de Inácio mais me
impressionam?
o Sinto‐me identificado com ele em algum aspecto? De que
maneira gostaria de aproveitar o seu exemplo para o meu
próprio caminho de crescimento espiritual?
DICAS para Exame e TPC
• Grandes desejos e coragem; disciplina exigência e disponibi‐
lidade de peregrino; fascínio por Jesus e integração da vida
em Deus...
• No dia de hoje, onde estive melhor e pior em cada um destes
aspectos em que S. Inácio me inspira?
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05
2. Uma síntese
“Homem de vontade
A palavra e a acção. E como motor desta, a vontade. É o rasgo mais típico
de Inácio. O que mais importa ao vasco, não é ser, mas estar, saber estar;
porém, não entende o estar como indolente abandono, mas como resposta ao
meio envolvente e à vida, como agir, como vontade de acção. Ser é querer,
decidir, agir. Em Inácio, os mecanismos de decisão são complexos; mesmo nas
acções aparentemente improvisadas, precedeu‐as uma decisão em resposta a
uma reflexão madura. Pensa a fundo, rápida ou lentamente, antes de se deci‐
dir. Dá aos outros a impressão de que se move sempre pela razão. Por isso, uma
vez decidido – promessa ou decisão – cumpre com inteira fidelidade. O seu
afinco e constância, nas coisas grandes e nas mínimas, ficaram lendários. (...)
Não é irrealista nem estouvado; mas, decidido a alguma coisa, vê o futuro
como se fosse presente (...). Tem fé para a acção, para o compromisso, não
para o sonho. É, simultaneamente, paciente e activo (...) É ingenuamente pro‐
videncialista e conscienciosamente racional. A sua atitude de fundo resume‐a
numa frase, formulada de diversas maneiras, mas cuja substância é inequívoca:
«Confiar em Deus como se tudo dependesse d’Ele. Trabalhar e lançar mão dos
meios humanos como se tudo dependesse de nós». Perante a acção, a sua
vontade é, desde sempre, magnânima; o difícil, o impossível, não o faz arredar.
O antigo princípio do valer mais, incrustado no seu sangue e na sua estirpe,
muda de horizonte graças a uma progressiva purificação: primeiro, foram a
honra e a fama, depois as grandes façanhas do convertido; por fim, a maior
glória de Deus. Não sabe o que é ter medo, mas não é aloucado ou imprudente.
A firmeza, depois da reflexão madura, é o segredo dos seus êxitos, primeiro
sobre si mesmo, depois sobre os outros (...).
Aqueles que lidam com ele de perto, admiram a sua serenidade irradiante,
a sua disposição invariável. Apesar de ser um colérico, parece imperturbável.
Não é insensível: é «senhor das paixões interiores» (...)
Este homem sereno, infatigavelmente activo, irradia, contagia, suscita
atitudes activas nos seus seguidores. (...) Mas não façamos de Inácio a estátua
do voluntarismo e da actividade. Inácio é um santo, um místico, um grande
orante, um homem conduzido por forças que lhe são superiores, sempre atento
às inspirações do Espírito que percebe na sua alma e na dos outros. (...) Inácio é
um ouvinte da Palavra, de uma palavra interior, rubricada pela alegria e pela
paz, mais do que da Palavra material da Bíblia. A sua máxima aspiração é «sen‐
tir internamente»... (Ignacio Tellechea Idígoras, Inácio de Loyola: A aventura de
um cristão, Braga, AO, 2007, pp. 102‐106)
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Inácio de Loyola: místico do serviço
• Continuamos a procurar conhecer Inácio e a sua espiritualidade.
• Depois que se converteu, o seu grande desejo era a união cada vez maior
com Deus. Dedicou‐se com extraordinária generosidade à oração e alcan‐
çou níveis altíssimos de comunhão com Deus (foi um dos grandes místicos
da história da Igreja).
• Mas a sua mística teve uma nota muito particular: a união cada vez maior
com Deus não o levou à contemplação exclusiva, à vida espiritual recolhida
do mundo... mas a uma enorme actividade bem imerso na vida eclesial,
social e até política do seu tempo.
• Sendo um grande místico, a sua mística não foi do tipo “união nupcial com
Deus” (como muitos outros santos), mas uma mística do serviço.
1. La Storta: a confirmação da graça longamente pedida
Logo depois da conversão, quando chegou a Montserrat, alguém que o
conheceu lá diria mais tarde que Inácio “era louco por Jesus Cristo”. No final
dos seus estudos, quando se preparava proximamente para uma vida toda
dedicada ao apostolado, Inácio procurava uma confirmação do seu chama‐
mento a ser colaborador (companheiro) de Jesus – pedia insistentemente
que “Deus o pusesse com o seu Filho”.
Até que, em 1537...
Dirigiram‐se a Roma divididos em três ou quatro grupos, e o peregrino ia com
Fabro e Laínez, e nesta viagem foi muito visitado pelo Senhor.
Tinha determinado, depois de ordenado sacerdote, estar um ano sem dizer
missa, preparando‐se e rogando à Virgem que o quisesse pôr com o seu Filho.
E estando um dia, a algumas milhas antes de chegar a Roma, numa igreja,
fazendo oração, sentiu tal mudança na sua alma, e viu tão claramente que
Deus Pai o punha com Cristo, seu Filho, que não lhe seria possível duvidar
disto, senão que Deus Pai o punha com seu Filho. (Autobiografia, 96)
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Conservamos uma relação do P. Laínez sobre esta visão de La Storta que
ele fez numa prática tida em Roma em 1559 e foi mais tarde publicada:
«Disse‐me que lhe parecia que Deus Pai lhe imprimia no coração estas
palavras: “Eu vos serei propício em Roma”; e não sabendo Nosso Padre o
que queriam significar estas palavras, dizia: “Eu não sei o que será de
nós: talvez sejamos crucificados em Roma”. Depois, uma outra vez disse
que lhe parecia ver Cristo com a cruz às costas e o Pai Eterno junto d’Ele
que lhe dizia: “Quero que tomes este por teu servidor”. E assim Jesus o
tomava e dizia: “Quero que tu nos sirvas”. E com isto, tomando grande
devoção ao nome de Jesus, quis que a Congregação fosse chamada
Companhia de Jesus». (Autobiografia, 96, n. 30)
o Inácio pede união, identificação com Jesus. A resposta
é ser admitido como servidor de Jesus e do Pai.
Como é que eu relaciono a relação com Jesus com o
serviço aos outros no mundo?
2. Um texto evangélico
− União a Jesus, amor aos outros, serviço... – como Jesus nos fala
disso mesmo:
−
João 15, 1‐17
1«Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor. 2Ele corta todo
o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê
mais fruto ainda. 3Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho
anunciado. 4Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o
ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na
videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em
mim. 5Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu
nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer. 6Se alguém
não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses
são apanhados e lançados ao fogo, e ardem. 7Se permanecerdes em
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mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e
assim vos acontecerá. 8Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis
muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»
O mandamento do amor ‐ 9«Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos
amo a vós. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho
guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor.
11Manifestei‐vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a
vossa alegria seja completa. 12É este o meu mandamento: que vos ameis uns
aos outros como Eu vos amei. 13Ninguém tem mais amor do que quem dá a
vida pelos seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos
mando. 15Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente
do que faz o seu senhor; mas a vós chamei‐vos amigos, porque vos dei a
conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhes‐tes;
fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto que
permaneça; e assim, tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo‐lo
concederá. 17É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros.»
o Ao longo destes dias, vou lendo e relendo este texto,
parando nas palavras de Jesus que mais me tocam...
o e pedindo a S. Inácio que me ajude a desejar também “ser
posto com Jesus”.
3. Uma aplicação ensinada pelo próprio Inácio
Nas Constituições da Companhia de Jesus, Inácio formulou os princípios que
devem harmonizar a busca da união com Deus com, ao mesmo tempo, a
disponibilidade para o maior serviço.
Para a conservação e aumento não só do corpo, isto é, do exterior da Com‐
panhia, mas também do espírito, e para realizar o objectivo pretendido, que é
ajudar as almas a atingir o seu fim último e sobrenatural, os meios que unem
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o instrumento com Deus, e o dispõem para ser bem governado pela mão
divina, são mais eficazes do que aqueles que o dispõem para com os
homens. Tais são a bondade e a virtude, e especialmente a caridade e a
pura intenção no divino serviço, a familiaridade com Deus Nosso Senhor
nos exercícios espirituais de devoção, e o zelo sincero das almas, sem
procurar outro interesse senão a glória d’Aquele que as criou e resgatou
(...) são os dons interiores que devem dar eficácia aos exteriores para o
fim que se pretende.
Estabelecido este fundamento, os meios naturais que dispõem o instru‐
mento de Deus Nosso Senhor com relação ao proveito dos próximos
constituirão universalmente auxílio para se manter e desenvolver todo
este corpo; mas com a condição de que eles se adquiram e se exercitem
só pelo serviço divino; não para confiar neles, mas para cooperar com a
graça divina (...) Assim, devem‐se cultivar cuidadosamente os meios
humanos ou adquiridos com diligência.
o Meios que unem com Deus... meios naturais que dis‐
põem para o proveito dos próximos...
Como é que eu me preocupo em crescer espiritualmen‐
te? E como desenvolvo os meus dons «naturais» para
poder servir melhor?
E como é que uma coisa ajuda à outra e vice‐versa?
DICAS para Exame e TPC
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•
•
•
Hoje, quais foram os momentos em que me senti mais pró‐
ximo de Jesus, mais unido a Ele?
E como foi a qualidade do meu serviço aos outros?
Usei bem os meios «interiores», de união a Deus, e os «exte‐
riores», de ajuda directa aos outros?
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Inácio de Loyola: contemplativo na acção
• Continuamos a procurar conhecer Inácio e a sua espiritualidade.
• Dedicou sempre um tempo substancial, cada dia, à oração, mas valorizava
mais que em todas as coisas (em toda e qualquer ocupação ou actividade)
se procurasse encontrar união com Deus, do que longas horas dedicadas à
oração.
• O desejo de encontrar mais a Deus, depois de assegurado o tempo de ora‐
ção razoável, devia ser investido na busca da presença de Deus em tudo.
• Inácio viveu e ensinou a perfeita integração entre a oração e a acção. Era
um profundo contemplativo nos seus tempos exclusivamente dedicados à
oração, mas nunca deixava de estar em comunhão com Deus, chegando a
ser um “contemplativo também na acção”.
1. Buscar e encontrar a Deus em todas as coisas
Nas Constituições da Companhia de Jesus, dá instruções aos estudantes
jesuítas para, também eles, durante o tempo dos estudos, aprenderem a ser
contemplativos na acção:
− tendo sempre a intenção de tudo aquilo que fazem orientada para o
serviço de Deus;
− e procurando viver constantemente na presença de Deus
[288] Todos se esforcem por ter a intenção recta, não somente quanto ao
estado de vida, mas também em todas as coisas particulares, pretendendo
nelas sempre puramente servir e contentar a divina Bondade (...) E sejam
frequentemente exortados a procurar em todas as coisas a Deus nosso
Senhor, apartando de si, quanto possível, o amor de todas as criaturas para o
pôr todo no Criador delas, amando‐O a Ele em todas e todas n’Ele, conforme
a sua santíssima e divina Vontade.
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o
Manter recta a intenção e estar na presença de Deus –
o segredo para encontrar Deus em todas as coisas.
Nesta quinzena, vou procurar, no início de cada activi‐
dade, certificar‐me que a intenção com que a faço é
para o serviço de Deus, e pôr‐me na presença de Deus
enquanto a desempenho.
Numa carta que escreve mais tarde, Inácio repete o mesmo ensinamen‐
to, duma forma mais concreta:
Atendido o fim do estudo, pelo qual não podem os escolásticos ter largas
meditações, além dos exercícios que têm para a virtude, que são ouvir
missa cada dia, uma hora para rezar e exame de consciência, confessar‐
se e comungar cada oito dias, podem‐se exercitar em buscar a presença
de nosso Senhor em todas as coisas, como no conversar com alguém,
andar, ver, gostar, ouvir, entender, e em tudo o que fizermos, pois é ver‐
dade que está sua divina Majestade por presença, potência e essência
em todas as coisas. E esta maneira de meditar, encontrando a nosso
Senhor Deus em todas as coisas, é mais fácil que levantarmo‐nos às coi‐
sas divinas mais abstractas, fazendo‐nos com trabalho a elas presentes,
e causará este bom exercício dispondo‐nos grandes visitações do Senhor,
ainda que sejam numa breve oração. E além disto, podem‐se exercitar
em oferecer a nosso Senhor Deus muitas vezes os seus estudos e traba‐
lhos deles, mirando que pelo seu amor os aceitamos. (Carta a António
Brandão)
o Tenho alguma experiência de encontrar a Deus em coi‐
sas como “conversar, andar, ver, gostar, ouvir, enten‐
der...”? Em quais? Como?
o Como posso desenvolver este buscar a Deus em todas
as coisas?
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2. Um texto evangélico
− A união entre a fé e a vida, a oração e a acção, não é fácil. Exige estar
centrado no essencial. Jesus chama a atenção para isso:
DICAS para Exame e TPC
Lucas 10, 38‐42
38
Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de
nomeMarta, recebeu‐o em sua casa.
39
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor,
escutava a sua palavra.
40
Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando‐se,
disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir?
Diz‐lhe, pois, que me venha ajudar.»
41
O Senhor respondeu‐lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com
muitas coisas;
42
mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será
tirada.»
o Como é que é o equilíbrio entre a minha oração e a minha
acção? Ajuda‐me a manter‐me centrado no essencial?
o Como é que é o ciclo acção – oração – acção na minha vida?
Como é que a minha oração influencia a minha acção? E
como é que as minhas actividades me levam à oração?
o Sinto algum desejo de ser contemplativo na acção? Como
descreveria este meu ideal de vida espiritual?
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•
•
•
Hoje, houve algum momento em que encontrei Deus nas coi‐
sas?
Como foi a rectidão da minha intenção em tudo o que fiz?
Procurei trazer‐me á presença de Deus durante as actividades
do meu dia?
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Espiritualidade Inaciana
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2. A espiritualidade inaciana
• Depois de conhecermos Inácio, foquemo‐nos agora no seu legado espiri‐
tual.
• A espiritualidade inaciana funda‐se nos Exercícios Espirituais e é seguida,
com adaptações específicas, por um grande conjunto de pessoas, congre‐
gações religiosas e movimentos de leigos – a grande família inaciana.
• Todos se revêem na inspiração de Inácio.
• Qualquer espiritualidade apresenta‐nos uma certa imagem de Deus e
mostra‐nos um caminho para O encontrarmos na nossa experiência.
• Esta é uma descrição do que a espiritualidade inaciana facilita:
“A espiritualidade inaciana é uma espiritualidade para gente ocupada.
Gente boa como esta tende a sofrer de duas tentações opostas
nesta matéria de tentar integrar oração e vida:
1. O que é uma espiritualidade?
• Uma espiritualidade é uma proposta organizada de ajudar a crescer no
seguimento de Cristo, através de uma conjunto de chaves de leitura, rela‐
ções, símbolos e práticas. Entre a riqueza inesgotável da pessoa e da men‐
sagem de Cristo, sublinha ou dá prioridade a alguns aspectos e mostra um
caminho para cada um chegar também a experimentar o Espírito de Deus
na sua vida e se identificar mais com Jesus.
ou sentirem‐se tão atraídos pela oração
que querem passar longas horas em contemplação,
com o risco de prejudicar o seu apostolado
e empenhamento com o resto das suas vidas;
ou tornarem‐se trabalhadores compulsivos,
de tal modo que nenhum tempo é deixado para a oração
e a busca do Reino de Deus degenera numa irreflectida absorção em
actividade.
• Todas as espiritualidades tradicionalmente reconhecidas na Igreja são
igualmente fiéis e igualmente boas. Mas distinguem‐se, teoricamente e na
prática de quem as segue. Algumas das características distintivas de uma
espiritualidade são:
• uma imagem de Deus e da sua relação com a criação
• uma forma de olhar o mundo e de actuar nele
• uma maneira de rezar
• uma escolha de estilo de vida
• um modo de construir a identidade pessoal como vocação
• um modelo de Igreja
o Do que já conheço da espiritualidade inaciana (e das pes‐
soas que conheço que a vivem), quais são para mim os tra‐
ços típicos que mais noto e mais valorizo?
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A solução de Inácio,
aplicável a cristãos em qualquer modo de vida fora dos mosteiros con‐
templativos,
consiste em caminhar para uma integração
discernida e equilibrada
de oração e vida,
de tal modo que uma conduz à outra e vice versa,
e há uma alimentação e enriquecimento mútuos entre as duas.”
David Londsdale, Eyes to See, Ears to hear
o Sinto‐me identificado com esta descrição? Em que
aspectos me reconheço mais?
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3. O Deus da espiritualidade inaciana
− Qual é o Deus da espiritualidade inaciana? Aqui vai uma tentativa de o
caracterizar:
Uma das mais habituais queixas das nossas vidas é que estamos muito ocu‐
pados. (...) Um paradoxo é que as tradições espirituais – tanto cristãs como
não cristãs – não costumam imaginar Deus tão ocupado como nós. (...)
Há uma tradição espiritual que oferece um certo correctivo à nossa imagem
de um Deus a descansar eternamente. Essa tradição vem de Inácio de Loyola,
que tinha uma certa predilecção para descrever Deus, Trindade e Encarnado,
a trabalhar. Ele imaginava Deus activo e Jesus atarefado com os assuntos
deste Deus a quem chamava Abba, Pai. (...)
Onde, então, é que começamos a procurar Deus? Na actividade, no trabalho.
Mas o que distingue a perspectiva de Inácio não é chamarmos por Deus para
Ele estar presente connosco nos nossos trabalhos, mas antes cairmos na
conta de que somos privilegiados por nos juntarmos a Deus nas Suas activi‐
dades, nos trabalhos de Deus. Mais correctamente ainda, devemos estar
sempre a trabalhar com Deus e com o mundo de Deus. A nossa união com
Deus, com Cristo, é encontrada primariamente, portanto, na actividade em
conjunção com Deus, com Cristo. (...)
O dom de Inácio para nós, nos nossos dias é ainda o de nos apontar o cami‐
nho para a nossa vida peregrina de movimento e actividade. Na nossa oração
e contemplação, encontramos um Deus ocupado e é então que começamos
a encontrar com mais facilidade este mesmo Deus em toda a nossa activida‐
de. Porque o trabalho que fazemos com as nossas mãos e as nossas cabeças
deve trazer‐nos sempre mais plenamente para dentro da divina história que
contemplamos. (...)
Encontrar um Deus ocupado fornece um incentivo para o nosso trabalho,
porque descobrimos que o próprio labor que nos caracteriza como humanos
é um lugar especial onde Deus está. Tanto que precisa de ser feito e Deus
chama‐nos para a tarefa de construir com Ele um mundo ao mesmo tempo
mais humano e mais divino. Ao mesmo tempo, encontrar um Deus ocupado
dá‐nos um meio de nos libertarmos da ansiedade inútil e da impaciência de
querermos terminar qualquer trabalho de acordo com o nosso calendário.
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Embora Deus nos tenha criado para O ajudarmos nas Suas ocupações,
continuamos a ser apenas colaboradores. Cada vez que rezamos como
Jesus nos ensinou, expressamos a nossa fé na vinda divinamente asse‐
gurada desse Reino. “Venha a nós o vosso Reino”, rezamos. Por essa
esperança trabalhamos; nessa divina certeza nos descontraímos.
David Fleming, Finding a busy God
o Este Deus tem alguma coisa a ver com o Deus com
quem me relaciona habitualmente?
4. A espiritualidade inaciana é para mim?
o
Se me perguntassem, quais seriam as três razões prin‐
cipais que apresentaria para defender que a espiritua‐
lidade inaciana é a espiritualidade que mais se coadu‐
na comigo?
DICAS para Exame e TPC
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•
•
•
Como vai o equilíbrio entre a minha oração e o meu traba‐
lho?
Encontro na oração um Deus que trabalha?
E no meu trabalho, uno‐me a um Deus com quem colaboro?
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Um alto no caminho...
• No percurso mais formativo e informativo deste ano, é altura duma pausa,
para tomarmos o pulso à nossa caminhada espiritual. É um alto no cami‐
nho, em que olhamos para trás, para o que já percorremos, avaliamos as
forças com que nos sentimos neste momento, e estendemos o olhar para a
frente, para o objectivo que nos move.
• Fazemo‐lo antes de entrarmos no conhecimento mais detalhado da CVX –
enquanto caminho laical, dentro da espiritualidade inaciana, um carisma
para o seguimento de Jesus na Igreja e no serviço do Reino no mundo – e
nos confrontarmos com a decisão de nos comprometermos ou não com
esta Comunidade de Vida Cristã.
• Neste TPC, a matéria primeira da minha oração é a minha vida, o que sinto
neste momento, as lutas, dificuldades, desafios, expectativas e sucessos, o
que me anima e o que amedronta...
1. Onde estou? Como estou?
• Sem moralismos nem culpabilidades, esquecendo o que “devia ser”, olho
para a minha vida e faço um inventário objectivo, verdadeiro das coisas
que aí estão
o
o
o
o
o
o
O que é que mudou mais nos últimos tempos?
Quais as principais dificuldades que estou a ter com a novi‐
dade?
Que desafios mais me confrontam agora? Que mais temo?
Onde me sinto, às vezes, “a perder um pouco o pé”?
O que é mais me entusiasma neste momento?
Qual a maior fonte da minha alegria?
DICAS para Exame e TPC
•
Cada dia, no Exame, recolher a matéria para rezar estas ques‐
tões.
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09
2. Que equilíbrio tenho conseguido entre oração e vida acti‐
va?
o
o
Tenho conseguido adaptar os meus tempos e ritmos de
oração e Exame às solicitações novas da vida?
Quais as maiores dificuldades e os maiores sucessos?
3. Qual a minha disponibilidade para este futuro? Em que é
que a CVX me pode ajudar?
o
o
Estou consciente que, provavelmente, muitas destas
coisas são caminho sem retorno? Como estou disponí‐
vel para procurar adaptar‐me, em vez de esperar que
as coisas alguma vez voltem para trás?
Do que já conheço, como acho que a CVX me pode aju‐
dar a lidar com estes desafios?
4. Uma proposta evangélica para rezar isto tudo diante de
Jesus
Mateus 14, 22‐33
22
Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra
margem, enquanto Ele despedia as multidões. 23Logo que as despediu, subiu a
um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. 24O barco
encontrava‐se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas,
pois o vento era contrário. 25De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando
sobre o mar. 26Ao verem‐no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram‐se
e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. 27No mesmo instante,
Jesus falou‐lhes, dizendo: «Tranquilizai‐vos! Sou Eu! Não temais!» 28Pedro
respondeu‐lhe: «Se és Tu, Senhor, manda‐me ir ter contigo sobre as águas.»
29
«Vem» ‐ disse‐lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas
para ir ter com Jesus. 30Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e,
começando a ir ao fundo, gritou: «Salva‐me, Senhor!» 31Imediatamente Jesus
estendeu‐lhe a mão, segurou‐o e disse‐lhe: «Homem de pouca fé, porque
duvidaste?» 32E, quando entraram no barco, o vento amainou. 33Os que se
encontravam no barco prostraram‐se diante de Jesus, dizendo: «Tu és,
realmente, o Filho de Deus!»
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E agora a CVX
e reconheceram na Comunidade de Vida Cristã a sua particular vocação na
Igreja.
• Este ano foi como um zoom... Começámos com a passagem de testemunho
que Jesus nos fez, vimos como isso se concretiza na missão Igreja, vivida
numa pluralidade de carismas; explorámos, depois, a vida de S. Inácio e
percebemos melhor a espiritualidade que, através da sua experiência, o
Espírito oferece à Igreja. Uma das concretizações da espiritualidade inacia‐
na – para leigos que vivem no mundo – é a CVX. É aí que nos vamos centrar
agora.
• Como comunidade organizada, a CVX tem uns Princípios Gerais (uma espé‐
cie de “Constituição”) aprovados, na última versão, em 1990. Nesta recta
final, vamos aprofundar estes Princípios com o objectivo de compreender
melhor o que é a CVX e nos situarmos perante a proposta de caminho pes‐
soal que nos faz.
• Neste TPC, focamo‐nos nos pilares essenciais, imprescindíveis, da CVX,
começando por uma leitura rezada do Princípio Geral nº 4.
• Este é um TPC para fazer com o papel na mão, ponderando bem cada afir‐
mação – Posso escolher uma frase para cada dia, pensando‐a e rezando‐a.
Graça a pedir: compreender claramente se Deus me chama a viver a minha
missão cristã e a crescer espiritualmente através do caminho da Comunida‐
de de Vida Cristã.
1. O que é a CVX
• A proposta é irmos rezando o texto do Princípio Geral nº 4, frase por frase,
procurando identificar pontos de sintonia com os meus desejos e a minha
experiência de cristão.
Princípio Geral 4. A Nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres,
adultos e jovens, de todas as condições sociais
que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do
Reino,
o
o
O que já para mim a CVX? Sinto‐me distante, próximo,
curioso, plenamente identificado...?
O nosso objectivo é tornarmo‐nos cristãos comprometidos, dando testemunho,
dentro da Igreja e da sociedade, dos valores humanos e evangélicos que afec‐
tam a dignidade da pessoa, o bem‐estar da família e a integridade da criação.
o
Compromisso e testemunho: como os vejo enquanto
valores orientadores da minha vida?
Estamos particularmente conscientes da necessidade premente de trabalhar
pela justiça através de uma opção preferencial pelos pobres e de um estilo de
vida simples, que expresse a nossa liberdade e solidariedade com eles.
o
Dar sentido ao meu trabalho, e ser criterioso no meu
estilo de vida: em que é que me sinto desafiado pela
CVX, nestes campos?
A fim de preparar mais eficazmente os nossos membros para o testemunho e o
serviço apostólico, especialmente no nosso ambiente diário,
o
É este o fim, a missão – a razão de ser – da CVX é o ser‐
viço apostólico no mundo, enquanto leigos. Reconhe‐
ço‐me aqui? Gostaria de chegar a ser um cristão assim?
reunimos em comunidade pessoas que sentem uma necessidade mais urgente
de unificar a sua vida humana em todas as suas dimensões com a plenitude da
sua fé cristã de acordo com o nosso carisma.
o
Unificar fé e vida. Que apelo exerce sobre mim este
ideal? Que meios sinto que preciso para o tornar cada
vez mais vivido?
Procuramos atingir esta unidade de vida, em resposta ao chamamento de Cris‐
to, a partir de dentro do mundo em que vivemos.
Partilho deste desejo de seguir a Cristo e construir o Reino?
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10
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o
Encontro na CVX, para mim, uma dimensão de cha‐
mamento pessoal por Cristo? É escolha minha ou sinto
que Jesus aí me chama? Como?
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2. Três pilares: Espiritualidade Inaciana, Comunidade, Missão
10
o
• É importante ter uma visão completa do que é a CVX. Uma forma recente
de a descrever é através da imagem dos três pilares, como as três pernas
dum banco, em que as três têm que estar sempre presentes e coadjuvar‐
se. Senão, não há equilíbrio... Se sobrevalorizo um pilar, quase ao ponto da
exclusividade, ou esqueço algum outro, então já não é bem CVX...
À queima‐roupa, se um amigo me pedisse para definir
o que é a CVX, em duas linhas, o que diria? (NESTA, ERA
IMPORTANTE ESCREVER MESMO UMA RESPOSTA]
Olhando para trás, vemos através da nossa história que os pilares fundamentais do
estilo de vida da CVX, Espiritualidade Inaciana – Comunidade – Missão, foram recon‐
firmados através dos processos vividos. Em cada etapa da nossa história temos sido
chamados a aprofundar um aspecto diferente: nos primeiros anos da renovação foi o
nosso enraizamento na Espiritualidade Inaciana, e em finais dos anos 70 e princípios
dos 80 a dimensão comunitária da nossa vocação. Mas, em cada etapa foi crucial
não esquecer os outros pilares; ao centrarmo‐nos no nosso serviço apostólico, não
podemos compreender a missão senão vinculada com os Exercícios Espirituais e a
dimensão comunitária do nosso estilo de vida. Consequentemente, o processo de
formação da CVX inter‐relaciona sempre estas três dimensões, ajudando a pessoa à
integração da sua fé e da sua vida. Os grupos locais, mas também a comunidade
mais ampla – nacional ou regional – apoiam e prolongam as dinâmicas geradas pelos
Exercícios Espirituais, que nos conduzem a uma vida essencialmente apostólica.
Mesmo quando o serviço apostólico se realiza de uma maneira pessoal, o serviço é
sempre parte da missão recebida na CVX. Neste sentido, a nossa missão é sempre
uma missão comum – que é parte da missão da Igreja.
DICAS para Exame e TPC
•
(Daniela Frank, «A CVX e a sua identidade específica»)
o
Do que fui já conhecendo da CVX, como está a minha ade‐
são a cada um dos três pilares: espiritualidade, comunida‐
de, missão? Qual o mais forte e qual o mais fraco?
Usar cada frase do Princípio Geral para avaliar o meu dia à luz
do modelo de vida cristã que propõe. Hoje, fui CVX? Em quê?
Como posso ser mais?
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Os Exercícios Espirituais: a base e a gramática
11
o
Estou disposto a esta procura contínua do caminho do
Espírito? “A nascer de novo”, saindo da minha instala‐
ção e rotina para viver a vida em abertura a Deus?
o
Que benefícios para a minha vida tenho tirado da
minha caminhada espiritual? Que percurso de cresci‐
mento vejo diante de mim?
• Vamos olhar com mais atenção o pilar da Espiritualidade.
• Porque a CVX vive a espiritualidade inaciana, o ponto de partida, o funda‐
mento, a fonte, o centro e a ferramenta principal para ler a experiência
espiritual (a “gramática”) são os Exercícios Espirituais.
• E para que a experiência espiritual se desenvolva num caminho inaciano há
um conjunto de práticas, de disciplinas que é essencial ir exercitando.
Graça a pedir: compreender claramente se Deus me chama a viver a minha
missão cristã e a crescer espiritualmente através do caminho da Comunida‐
de de Vida Cristã.
1. Que desejo efectivo tenho de crescimento espiritual?
Nicodemos tinha um desejo algo vago... Jesus desafia‐o a uma busca mais
disponível, a um compromisso maior, a arriscar na busca espiritual
João 3, 1‐8
Princípio Geral 5. A espiritualidade da nossa Comunidade está centrada em
Cristo e na participação no Mistério Pascal. Brota da Sagrada Escritura, da litur‐
gia, do desenvolvimento doutrinal da Igreja e da revelação da vontade de Deus
através dos acontecimentos do mundo de hoje.
Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus. 2Veio
ter com Jesus de noite e disse‐lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de
Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu
fazes, se Deus não estiver com ele.» 3Em resposta, Jesus declarou‐lhe: «Em verdade,
em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.»
4
Perguntou‐lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura
poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez, e nascer?» 5Jesus respondeu‐lhe: «Em
verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar
no Reino de Deus. 6Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo que nasce do Espírito
é espírito. 7Não te admires por Eu te ter dito: ‘Vós tendes de nascer do Alto.’ 8O vento
sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde
vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»
2. Os meios de crescimento espiritual que a CVX oferece
• Rezamos então o Princípio Geral nº 5, procurando ver o quanto já
experimentamos o valor dos instrumentos inacianos e quanto quere‐
mos investir neles.
1
o
A vida espiritual é para mim uma prioridade?
------------------------------
o
A minha espiritualidade está centrada em Cristo? Em
que é que isso se mostra?
Dentro do contexto destas fontes universais, consideramos os Exercícios Espiri‐
tuais de Santo Inácio como a fonte específica e o instrumento característico da
nossa espiritualidade.
o
Que experiência já tenho dos EE? Estou disposto a
fazer deles a grande referência da minha vida espiri‐
tual, através da sua prática regular em retiro e do seu
estudo?
------------------------------
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o
Que significa serem os EE “fonte específica” e “instrumento
característico” para a espiritualidade CVX?
A nossa vocação chama‐nos a viver esta espiritualidade que nos abre e nos dispõe
para qualquer desejo de Deus em cada situação concreta da nossa vida diária.
o
Como está a minha abertura e disponibilidade para escutar
os desafios de Deus na minha vida de todos os dias? Vivo
alerta e à busca?
Reconhecemos particularmente a necessidade da oração e do discernimento, pessoal
e comunitário, do exame de consciência diário e do acompanhamento espiritual,
como meios importantes para buscar e encontrar a Deus em todas as coisas.
o
Exercícios Espirituais, Oração, Exame Inaciano, Discerni‐
mento, Acompanhamento Espiritual... Sinto já cada uma
destes meios como disciplinas libertadoras? Ou ainda muito
como obrigações impostas? Como vou trabalhando para
que se transformem em hábitos essenciais na minha vida?
3. Tudo se resume numa questão
− Tenho um desejo grande de alcançar os frutos espirituais pro‐
metidos pela CVX? E, para isso, estou pronto a investir nos
meios que permitirão alcançar esses frutos?
11
4. Textos de apoio
• Falando aos jesuítas da Congregação Geral 35, em Fevereiro de 2008,
o Papa Bento XVI definiu assim os Exercícios Espirituais:
Num tempo como o de hoje, em que a confusão e a multiplicidade das
mensagens, a rapidez das mudanças e das situações torna particular‐
mente difícil aos nossos contemporâneos pôr ordem na sua própria vida
e responder com decisão e com alegria ao chamamento que o Senhor
dirige a cada um de nós, os Exercícios Espirituais representam um cami‐
nho e um método particularmente preciosos para buscar e encontrar
Deus, em nós, à nossa volta e em todas as coisas, para conhecer a sua
vontade e a pôr em prática.
• No documento O Carisma CVX, nº 20, a centralidade da ligação a Cris‐
to como Ele é apresentado nos Exercícios é assim sumariada:
O estilo de vida CVX é configurado pelos traços da Cristologia Inaciana:
austero e simples, em solidariedade com os pobres e os marginalizados
da sociedade, integrando contemplação e acção, em tudo vivendo vidas
de amor e serviço na Igreja, sempre num espírito de discernimento. Esta
Cristologia Inaciana brota da contemplação da Encarnação onde a mis‐
são de Jesus é revelada. Brota da contemplação d’Ele que é enviado pelo
Pai para salvar o mundo; que escolhe e chama pessoalmente os que Ele
quer para colaborar com Ele, de entre aqueles que se reconhecem a si
próprios como fracos e pecadores. Emerge do seguimento de Jesus, Rei
eterno, que se despojou de Si mesmo para viver uma vida de pobreza e
humilhações, em união com Ele na Sua paixão e ressurreição, onde a
força do Espírito forma a Igreja como Corpo de Cristo.
DICAS para Exame e TPC
•
•
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Como foi a qualidade da minha vida espiritual hoje? Dei‐lhe
tempo e atenção?
Como usei os meios inacianos de crescimento espiritual?
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CVX: viver em missão
a) Cada um de nós é chamado por Deus para fazer presente a Cristo e a
sua acção salvadora no nosso ambiente. Este apostolado pessoal é
indispensável para difundir o Evangelho de uma maneira duradoura e
profunda no meio da grande diversidade de pessoas, lugares e situa‐
ções.
b) Ao mesmo tempo, exercitamos um apostolado corporativo ou de grupo
numa grande variedade de formas, seja através da acção do grupo, ini‐
ciada ou sustentada pela Comunidade através de estruturas adequa‐
das, ou através do envolvimento dos membros em organizações e
esforços seculares e religiosos já existentes.
c) A Comunidade ajuda‐nos a viver este compromisso apostólico nas suas
diferentes dimensões e a estar sempre abertos ao que é mais urgente e
universal, particularmente através da “Revisão de Vida” e do discerni‐
mento pessoal e comunitário. Tentamos dar um sentido apostólico até
às realidades mais humildes da vida quotidiana.
d) A Comunidade urge‐nos a proclamar a Palavra de Deus e a trabalhar
pela reforma das estruturas da sociedade, participando nos esforços
para libertar as vítimas de todo o tipo de discriminação e especialmen‐
te para abolir as diferenças entre ricos e pobres. Queremos contribuir,
a partir de dentro, para a evangelização das culturas. Desejamos fazer
tudo isto num espírito ecuménico, prontos a colaborar naquelas inicia‐
tivas que favoreçam a unidade entre os cristãos. A nossa vida encontra
a sua permanente inspiração no Evangelho de Cristo pobre e humilde.
• A Missão é outro dos pilares da CVX. A espiritualidade que vivemos tem
que estar orientada para nos fazer crescer no serviço apostólico concreto
no mundo – a CVX não pode ser um “espiritualismo”.
• Na CVX, a Missão é viver em Missão: numa atitude permanente de dispo‐
nibilidade para o serviço apostólico e o testemunho cristão, sempre e em
todas as dimensões da vida.
Graça a pedir: compreender claramente se Deus me chama a viver a minha
missão cristã e a crescer espiritualmente através do caminho da Comunida‐
de de Vida Cristã.
1. A missão que, como CVX, recebemos de Cristo
• Missão em CVX não deve ser identificada com “apostolados”, isto é, traba‐
lhos dentro da missão explicitamente evangelizadora da Igreja. Como voca‐
ção laical, a missão primordial da CVX é para ser vivida antes de mais na
vida familiar e profissional e no comprometimento cívico, embora abrindo
espaço, na medida das disponibilidades e dos dons de cada um, para o tra‐
balho eclesial de apostolado e evangelização.
• O Princípio Geral nº 8 caracteriza o que é Missão em CVX: esta não se
determina como uma tarefa exclusiva, mas abarca todos os âmbitos da
vida
Princípio Geral 8. Como membros do Povo de Deus peregrino, recebemos de Cristo a
missão de ser suas testemunhas diante de todas as pessoas, pelas nossas atitudes,
palavras e acções, identificando‐nos com a sua missão de anunciar a Boa Nova aos
pobres, proclamar a libertação aos cativos, aos cegos dar a vista, mandar em liber‐
dade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor. A nossa vida é essen‐
cialmente apostólica. O campo da missão da CVX não conhece limites: estende‐se à
Igreja e ao mundo, a fim de levar o evangelho da salvação a todos, de servir as pes‐
soas e a sociedade, abrindo os corações à conversão e lutando pela transformação
das estruturas opressoras.
------------------------------
12
o
Quais são as 3 frases para mim mais inspiradoras neste
Princípio? Porquê?
o
Como membro CVX, como descrevo, então, a minha
missão?
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2. Uma Missão Comum
• A CVX foi percebendo também que a Missão não se podia limitar à acção
apostólica que cada um dos seus membros, individual e desgarradamente,
assumia. Como Comunidade para a Missão, foi descobrindo uma missão
CVX, uma Missão Comum própria sua.
• Isso não significa delimitar de forma exclusiva a tarefa apostólica CVX, ou
querer que todos os membros façam a mesma coisa: «A missão comum é
tornada concreta pela identificação de prioridades apostólicas e de linhas
de acção. Isto não significa que todos os membros CVX tenham que fazer a
mesma coisa. A missão é que é comum: as tarefas são diferentes. (…)
Todos nós, cada um à sua maneira, defendemos os mesmos valores, pros‐
seguimos os mesmos objectivos e temos as mesmas prioridades.» (Carisma
CVX, 102‐103)
• No entanto, em 1998, a Assembleia Mundial de Itaici definiu, no documen‐
to “A Nossa Missão Comum”, três áreas prioritárias de Missão – três crité‐
rios que servem como referência para cada grupo e cada membro CVX. Eis
o resumo desse documento:
Fizemos o nosso discernimento sobre as necessidades mais urgentes do nosso mundo
de hoje e procurámos, a partir delas, dar corpo e vida ao desejo que o Senhor tem
para nós, aqui e agora.
O processo acabou por nos fazer descobrir três áreas de missão e um conjunto de
meios necessários para a sua realização.
Primeiro, queremos trazer o poder libertador de Jesus Cristo à nossa realidade social.
Segundo, queremos encontrar Jesus Cristo em toda a variedade de culturas, e deixar
que a Sua graça ilumine tudo o que necessita de ser transformado.
Terceiro, queremos viver em união com Jesus Cristo, para que Ele possa penetrar
todos os aspectos da nossa vida quotidiana no mundo. (...)
II. Cristo e a Cultura: É a partir destas perspectivas que nos comprometemos a
favorecer a presença plena de Cristo em todas as culturas, dos seguintes modos:
1. Trabalhando – pela palavra e pela acção – como profetas que aju‐
dam a crescer tudo o que é bom e a transformar tudo o que é negativo
nas culturas no mundo em que vivemos.
2. Encarnando os valores do Evangelho em todas as situações particu‐
lares, para que cada cultura possa realizar o seu potencial de dar vida
plena à humanidade
3. Comprometemo‐nos a envolver‐nos na busca de uma nova maneira
de ser Igreja universal, que atraia ao seu seio tudo o que torna a reali‐
dade de hoje tão rica na sua diversidade.
III. Cristo na Vida Quotidiana: No nosso discernimento, detectámos quatro
fortes desejos e fazemos deles as prioridades na nossa missão hoje de fazer
Cristo presente na nossa vida diária.
1. Desejamos reforçar o valor absoluto de cada pessoa e das relações
pessoais autênticas na comunidade humana.
2. Queremos promover a vida de família como unidade básica da cons‐
trução do mundo como Reino de Deus.
3. Desejamos acompanhar os jovens no seu caminho para uma vida
cheia de sentido, e convidá‐los a entrar em contacto com o Senhor que
lhes oferece a plenitude da vida.
4. Desejamos integrar as actividades profissionais e laborais numa vida
verdadeiramente humana e na nossa fé cristã.
o
A quais destas áreas de missão me sinto a aderir mais
espontaneamente?
DICAS para Exame e TPC
I. Cristo e a Realidade Social: Ao lado dos pobres. A nossa relação pessoal com Deus,
que surge dos Exercícios Espirituais de S. Inácio, é a inspiração que nos anima a parti‐
cipar na luta por um mundo mais justo. Atribuímos muita importância à postura
profética da Igreja contra a pobreza e contra as causas da pobreza.
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12
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•
•
Vivi em missão, hoje? Houve algum momento em que isso foi
mais nítido?
Como leio a minha actividade de hoje em termos de missão
CVX?
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Ser CVX: um estilo de vida
o
• Se um dos objectivos da CVX é unificar a vida em todas as suas dimensões
com a vivência da fé, mantendo sempre inter‐relacionadas as dimensões
da espiritualidade, da comunidade e da missão, o resultado é que a voca‐
ção CVX, se aderida com todo o e disponibilidade, constitui não mais uma
coisa na vida (mesmo que seja das mais importantes), mas sim o centro
que dá unidade e sentido à vida toda. Assim, não vou à, não estou na CVX –
sou CVX! CVX não é uma actividade, é um estilo de vida!
13
2. Um Estilo de Vida
Graça a pedir: compreender claramente se Deus me chama a viver a minha
missão cristã e a crescer espiritualmente através do caminho da Comunida‐
de de Vida Cristã.
1. A Comunidade
• A vivência da Comunidade é imprescindível para o desenvolvimento e o
sustento desta experiência integradora. Com inspiração no documento “O
Carisma CVX” (2001) pode‐se resumir assim a sua importância:
«A nossa fé bíblica mostra que Deus chama não apenas indivíduos, mas também
envia comunidades a caminho, religiosas ou laicais, como a CVX». (...)
Os membros da CVX vivem a espiritualidade inaciana em comunidade. A ajuda de
irmãos e irmãs que partilham o mesmo chamamento é essencial para o nosso cres‐
cimento em fidelidade à nossa vocação e missão. Além disso, a comunidade em si
mesma é um elemento constitutivo do testemunho apostólico da CVX.
«(…) A CVX é uma comunidade de vida, e enquanto tal é uma "experiência concreta
de unidade no amor e na acção", porque os seus membros estão comprometidos em:
− seguir a mesma vocação específica na Igreja (PG 4) e adoptar um estilo de vida
consequente com essa vocação;
− partilhar os seus problemas, aspirações, projectos e vários aspectos das suas
vidas, e ajudarem‐se uns aos outros desta maneira para viverem a sua fé cristã
em plenitude;
− ajudar‐se mutuamente nas suas necessidades materiais e espirituais, com espíri‐
to de solidariedade;
− assumir uma missão comum, não obstante diferentes condições sociais, idades,
personalidades ou tarefas.»
------------------------------
Como sinto a comunidade CVX? Quanto lhe devo? Que
contribuição estou disposto a dar‐lhe?
• O Princípio Geral 12, ao mesmo tempo que sublinha a importância da
dimensão comunitária, caracteriza o estilo de vida CVX enquanto
compromisso, chamamento, responsabilidade:
Princípio Geral nº 12.
a) O estilo de vida da Comunidade de Vida Cristã compromete os seus
membros, com o auxílio da comunidade, a buscar um contínuo cresci‐
mento pessoal e social que seja espiritual, humano e apostólico. Na práti‐
ca, isto envolve participação na Eucaristia sempre que possível; uma vida
sacramental activa; prática diária da oração pessoal, especialmente
daquela que se baseia na Sagrada Escritura; discernimento por meio da
revisão diária da própria vida e, se possível, direcção espiritual regular;
uma renovação interior anual, de acordo com as fontes da nossa espiri‐
tualidade; e amor à Mãe de Deus.
b) Já que a Comunidade de Vida Cristã pretende trabalhar com Cristo para
fazer avançar o Reino de Deus, todos os membros individuais são chama‐
dos a uma participação activa no vasto campo do serviço apostólico. O
discernimento apostólico, tanto individual como comunitário, é o cami‐
nho ordinário para descobrir a melhor maneira de tornar Cristo presente,
concretamente, no nosso mundo. A nossa missão ampla e exigente
requer de cada membro uma vontade de participar na vida social e políti‐
ca e um esforço por desenvolver as qualidades humanas e as capacidades
profissionais, a fim de se tornar um trabalhador mais competente e uma
testemunha mais convincente. Além disso, requer também simplicidade
em todos os aspectos da vida, para seguir mais de perto a Cristo na Sua
pobreza e para preservar a liberdade interior apostólica.
c) Finalmente, cada um assume a responsabilidade de participar nas reu‐
niões e outras actividades da Comunidade, e de ajudar e encorajar os
outros membros a realizar a sua vocação pessoal, sempre prontos todos
para dar e receber conselho e ajuda, como amigos no Senhor.
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o
− consciente de ser um pecador, mas amado e escolhido por Cristo;
− aberto às necessidades dos outros, pronto a servi‐los e a juntar‐se a todos
os que procuram construir um mundo ao mesmo tempo mais humano e
mais divino;
− consciente de ser um membro responsável da Igreja, identificado com a
sua mensagem e comprometido com a sua missão.
O que é que mais me inspira e o que é que mais me desafia
neste Princípio?
13
o
3. Perfil da pessoa CVX
• Se pertencer à CVX é, na verdade, ser CVX, viver segundo um determinado
estilo de vida, então, há lugar para descrever a pessoa CVX, explicitando as
características fundamentais que denotam uma vocação CVX e os requisi‐
tos que é preciso satisfazer para realizar o projecto de ser CVX.
• No documento “O Carisma CVX”, descreve‐se este «perfil da pessoa CVX»
A vocação CVX pressupõe certas condições, essencialmente as mesmas requeridas
para fazer os Exercícios Espirituais. Esta aptidão é reconhecida naquelas característi‐
cas que permitem ao indivíduo o encontro com Deus. Não é tanto uma questão de
algo já adquirido, mas de potencial. (...)
Este retrato é, às vezes, um ponto de partida e, outras vezes, um ponto de chegada.
Estas são as condições mínimas postas por Inácio para iniciar a aventura e são tam‐
bém, na sua plenitude, o resultado do cometimento. (...)
Estas características pessoais que, de algum modo, devem estar já presentes no início
da experiência inaciana, podem agrupar‐se em duas categorias:
Do ponto de vista humano:
− capaz de enfrentar a realidade, sensível ao mundo social e político em que vive,
capaz de comunicar e prestar serviço aos outros dum modo significativo.
− com grandes desejos de viver uma vida dinâmica e apaixonada, ainda que esses
ideais estejam, pelo menos por um curto tempo, misturados com ambição pes‐
soal;
− não satisfeito com o seu pequeno mundo, mas pronto para mudar os seus pon‐
tos de vista e estilo de vida.
No que se refere à sua experiência de Deus:
− movido pelo desejo de encontrar e seguir Jesus Cristo;
− apaixonado por Jesus e pela Sua missão, ansiando por uma relação pessoal mais
profunda com Ele que reorientará e corrigirá, se necessário, as suas necessida‐
des e aspirações, e curará as suas feridas e debilidades;
------------------------------
Sinto‐me «bem encaixado» neste perfil? Que caracte‐
rísticas vejo já mais como adquiridas e quais estão ain‐
da como potencial para desenvolver?
DICAS para Exame e TPC
------------------------------
•
•
Que «estilo de vida» me orientou hoje nas minhas escolhas?
Cumpri hoje os critérios do perfil da pessoa CVX?
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Carta Aberta: queres mesmo ser CVX?
Olá!
Desta vez gostava de te falar dum modo mais pessoal, assim à maneira duma
conversa olhos nos olhos, embora tenha que ser por meio de uma carta.
Este é o último TPC do percurso CVX‐U! Ao longo de três anos foste fazendo
um caminho, conhecendo‐te um pouco melhor, conhecendo mais profun‐
damente a Jesus e conhecendo também a CVX enquanto vocação cristã laical
na Igreja.
Agora é tempo de balanço... e de decisão.
Deixa‐me começar por te dizer que, para mim, estes três anos de CVX‐U
foram uma grande experiência. Nas reuniões dos grupos, nas reuniões gerais,
nas sessões de apresentação... experimentar o vosso entusiasmo e ver a ale‐
gria de conhecer melhor Jesus, de descobrir o caminho CVX deram‐me um
grande encorajamento. Estou muito contente e agradecido, a Deus e a cada
um de vocês, por esta aventura para mim tão consoladora que a CVX‐U se
tem vindo a revelar.
E para ti, como foram estes três anos? Recorda o percurso: que experiências
foram mais fortes? Quais foram as grandes descobertas? O que é que te
trouxe maiores desejos e mais entusiasmo? O que é que sobressai agora,
perto da meta?
------------------------------
14
E agora? Que vais fazer? A CVX está pronta para te acolher, se quiseres
continuar a explorar esta vocação. É a isso que te sentes chamado nes‐
ta altura?
Não leves a mal se mais uma vez te ponho as coisas de uma forma exi‐
gente. É porque gostaria muito que gozasses os frutos deste caminho
bem a fundo. E isso não se compadece com viver as coisas a meias, mais
ou menos, nem quente nem frio... É preciso compromisso, empenho em
investir na CVX, em conhecer e viver os Exercícios Espirituais. Às vezes
vai exigir escolhas, se a CVX for mesmo uma prioridade e não se lhe der
só o que sobra quando não há mais nada para fazer.
Isto não é uma imposição prepotente, é um convite (insistente, talvez) a
entrares nesta experiência em pleno, porque não tenho dúvidas que
poderá ser uma grande graça na tua vida, ajudando‐te a saber quem és,
a dar sentido ao que fazes, a ajudar‐te a encontrar os caminhos certos. A
CVX pode centrar, transformar e tornar mais fecunda a tua vida – como
já tive a graça de ver acontecer em tanta gente.
Na sessão de apresentação, a partir da vida de S. Inácio, apresentava‐se
a espiritualidade inaciana, e a CVX‐U, como uma proposta
«Para gente de grandes desejos (que detesta a mediocridade),
capaz de exigência e disciplina (porque resiste ao comodismo),
disponível para viver a vida como peregrinação (pois teme a
monotonia e a rotina), sem medo do compromisso (já que recusa
a superficialidade), que busca a liberdade (na luta contra a
dependência e o medo) e deseja vivamente uma vida integrada
em Deus (superada a dispersão e a desordem).»
Se calhar foi este desafio exigente que te fez dizer sim à CVX‐U. Não
percas essa «ambição». Alimenta‐a. Não te contentes com uma vida
apenas boa, procura uma vida excelente!
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Se Deus te chama para aqui, para este estilo de vida na Igreja, para este
modo de serviço apostólico no mundo, não fiques à porta, só a espreitar,
com um pé fora e outro a ver se fica dentro. Diz mesmo sim. Empenha‐te,
envolve‐te, deixa‐te seduzir.
Adere a esta Comunidade, que começa para ti num pequeno grupo (de bons
amigos, provavelmente), continua numa comunidade regional e nacional,
para se alargar até à Comunidade de Vida Cristã Mundial, espalhada pelos
quatro cantos desta Terra – Comunidade chamada por Deus ao serviço do
Reino de Jesus neste mundo.
O comprometimento com a CVX dá algum trabalho, é verdade; exige uma
certa disciplina, sem dúvida – mas os frutos, acredita, valem bem a pena.
Isto é muito exigente? Pois é.
É um compromisso mesmo sério? Pois é.
Como te sentes inclinado a responder?
• Se é isto mesmo que queres e sentes em ti um entusiasmo que não
deixa dúvidas... óptimo! Vem.
• Se gostarias mesmo de desejar isto tudo com toda a força, mas não
sabes se estás já pronto para um compromisso assim... óptimo, tam‐
bém. Vem e continua a crescer.
• Se não sabes se é por aqui ou não, mas não queres desistir já, se gosta‐
rias ainda de perceber um pouco melhor... óptimo, mesmo assim. Vem,
não interrompas a procura.
• (Ou, se percebes que este não é o teu caminho na Igreja... que bom
que tenhas dado mais um passo na descoberta da tua vocação e iden‐
tidade cristã.)
O que importa é honestidade contigo mesmo diante de Deus. A melhor res‐
posta é apenas a que for mais verdadeira para ti neste momento.
------------------------------
14
Queres mesmo ser CVX? Qual é a tua resposta?
Pensa e reza isto, agradecendo, pedindo, buscando clareza para o
compromisso que podes e queres assumir agora e fortaleza para lhe
ser fiel.
Com um abraço muito amigo,
Hermínio Rico sj.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
Subject
The topic of the resource
Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
Bíblia | Biblia
Description
An account of the resource
Material para vivência celebrativa. Roteiros de celebrações, lucernários, ofício divino, novenas, tríduos, vigílias, canções, músicas, cifras, partituras, gravações.
Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
Language
A language of the resource
es
pt
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
CVX U <br /> Formação Ano 3
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
S/D
Description
An account of the resource
Material de formação para o 3o ano da CVX U
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
CVX Portugal
Language
A language of the resource
pt-PT
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Gilda Carvalho
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Carisma CVX
CVX Universitária
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Estilo de vida CVX
Santo Inácio
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/9c0c3e38c0361aa30133c5503208bcfc.pdf?Expires=1712793600&Signature=Ddd40tB0ktg3yvdywH7gkmpQxsgtPRmAGqcNGmrJ7qm--wXJtfKWtyZxT2zKw%7ENxFK6gqSSSIRi0Nb6MukVQQZI3w4D8iZrjRXU1PjpM-0AujT5fevd0FsuOvvG8YFVdlMg6pd1UWbPsXqJuLydiJQHXBM2VkGR8BAyfkfaQk977tCtZeSyc1Zos%7EXZIg71tS7kwws10n-6mslhecaQ68a4qNK8DZvtfrsnKJX9e1HDa0geMSQwWK5o-CtCloqEoZk8PRdoelBAzVHsCNBV-9DEg7EHOvEYg7kKZQRqsncPKpWLo4IYYrjdVRAygtgp5i2bPNljmACZRkC5RvSErew__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
b24d0aba2429dc7c4950aee16250c32f
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REVISÃO DE VIDA
CER – MINAS GERAIS
Elaborado em 2005 pela Regional Minas Gerais da CVX Brasil, este material é um conjunto de reuniões que
propõem uma Revisão de Vida que abrange os aspectos pessoais e comunitários, estendendo estes últimos às
comunidades de pertença e regional.
O material está sendo publicado na íntegra, tendo passado apenas por uma atualização para a nova
ortografia brasileira e para o atual Estatuto CVX. Foi realizada, também, uma alteração de caráter gráfico, com
mudança no layout do texto para uma melhor leitura.
Introdução do CER-Minas Gerais
Este material foi elaborado para uma revisão de vida na Comunidade de Vida Cristã das Minas Gerais. A
intuição que o funda é a da conspiração. Deseja ajudar num processo de comum inspiração, de respiração de um
mesmo Espírito. Acreditamos que esse é um dos meios para formarmos nosso corpo. Um corpo de cúmplices, um
corpo de membros que sinalizam uns para os outros a vontade de Deus.
A noção bíblica de sinal está bastante presente em todas as fichas. Queremos aprender a ler os sinais dos
tempos em nossa comunidade. Mas também percebemos que se não formos sinais do amor de Deus uns para os
outros nunca poderemos formar um corpo apostólico consistente. O nascimento deste corpo é uma formação. Não
se trata de um corpo inerte no qual desejamos insuflar a vida, mas de um sopro de vida que forma um corpo para
si, à medida que percorre todos os membros e promove entre nós comunicação e consenso na vontade de Deus. O
corpo apostólico é um “corpo simbólico” e um “corpo místico”. Os fundamentos dessa formação encontram-se
bem definidos nas fichas: espiritualidade inaciana, missão, vida de comunidade.
O processo da Revisão de vida segue dois caminhos, que nasceram da decisão da comunidade, em nossa
última Assembleia. Um caminho é o do “núcleo de discernimento”, com os membros enviados pelas comunidades.
Este caminho do núcleo se divide em quatro reuniões: a) Dar os pontos de oração; b) Partilha e relançamento da
oração do grupo; c) Partilha com busca de consenso; d) Meios para superar os problemas que tivermos percebido,
comprometendo-nos diante de todos. O outro caminho é o da comunidade local e está aberto a todos os membros
da Regional. Nele, os assessores oferecerão os pontos em forma de fichas, prevendo com os membros uma manhã
ou tarde de oração para concluir a revisão feita nas comunidades. O ritmo poderia ser: fichas 1-4 para um primeiro
período de oração; fichas 5-7, para um segundo período; fichas 8 e 9 na manhã/tarde de oração. Pedimos aos
assessores que encaminhem para o “núcleo” as conclusões de sua comunidade, utilizando as fichas 8 e 9. A última
questão da ficha 9 poderia ser encaminhada, via assessor, pelos próprios membros, ao oferecerem-se para o
serviço da comunidade. O papel dos assessores nesse processo é fundamental!
Esperamos que esta revisão de vida possa ajudar nossa comunidade a caminhar mais fielmente no estilo de
vida CVX, realizando assim o desejo de todos. Um abraço muito fraterno!
�FICHA 1 - A CORAGEM DE ACOLHER O DOM
O Senhor nos chamou, nos constituiu, nos enviou.
Ele nos “separou” da multidão, nos chamou pelo nome e recriou assim o nosso ser. Chamou-nos para
junto Dele, para segui-Lo mais de perto, para privar de sua intimidade.
Nós sentimos este apelo e reconhecemos na Comunidade de Vida Cristã o lugar e o tempo
privilegiados da convivência com o Senhor. Ele quer nos falar ao coração, revelar-se a nós, colocar em
nós seus sentimentos, seus pensamentos, seus desejos. Formar-nos à sua semelhança, conformar-nos
a Ele. Ele pede de nós reforma de vida.
* “Nós entendemos que, como uma vocação, a CVX estabelece um estilo único de vida que vai
além do que normalmente se conhece como vida cristã. Assim, devemos permanecer firmes e
abraçar de forma consistente todos os três aspectos da CVX: espiritualidade inaciana, vida
comunitária e missão” (Dia mundial da CVX-2005).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço “não ser surdo a seu chamado, mas pronto e diligente para cumprir
sua santíssima vontade” (EE,91).
Ver-me diante do Senhor que nos chama pelo nome e nos constitui como comunidade: “Jesus subiu a
montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele” (Mc 3,13).
Ler lentamente, saborear e contemplar Mc 3, 13-19.
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 1 & O Carisma CVX n. 1-36 ou 168-200
Minha comunidade local
Ver os membros de minha comunidade... Sentir: Como minha comunidade me acolhe e me oferece a
possibilidade de viver nesse caminho da CVX?
�Pontos para rever minha vida
Releia sua história na CVX e perceba: em que momento você se sentiu atraído(a) a esta vocação? O que
mais cativou você nesse estilo de vida?
A comunidade regional
O Senhor deseja nos constituir como comunidade apostólica. Qual tem sido a minha adesão a essa
oferta do Senhor? Qual a minha resposta?
�FICHA 2 - VIVER O SENTIDO DE MISSÃO
Reformar a própria vida é transformar-se Nele. É caminho: vai até o fim. Mas quem entra no caminho
sente logo uma novidade em si mesmo. E quem está à nossa volta percebe algo novo, diverso do banal
e, às vezes, incômodo, mesmo sem querer sê-lo. A proximidade com Jesus, a contemplação constante
de seu mistério, preenche as perguntas de nossa vida com um sentido infinito. E faz de nós sinais,
continuadores da missão do Filho.
Tudo o que fazemos, nossa simples presença, nossas palavras, vão progressivamente, manifestando o
plano de amor que o Pai revelou, na livre entrega de seu Filho. Que o Filho revelou em sua vida de
doação. Que o Espírito nos revela em nossas doações ao longo da vida. O mesmo Espírito que desceu
sobre Jesus no momento de seu batismo e revelou-o como Filho, conspira em nós e nos envia em
missão.
Somos enviados por Cristo para que todos os homens e mulheres, amados do Pai, cheguem à
comunhão com Deus Trindade.
* “Nos evangelhos, Jesus nos é apresentado como o enviado do Pai. O ser enviado é precisamente
o que dá sentido a sua vida e a sua presença entre nós. Por outra parte, a missão não é algo que
pertença a Jesus, mas é o dom recebido do Pai” (O Carisma, n. 76).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço uma generosa disposição para acolher a missão que Ele me confia.
Leia e contemple Mt 3, 13-17 & Mt 28,16-20. Sentir e saborear como Jesus nos confia a missão por ele
recebida do Pai: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas
as nações”.
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 8 & O Carisma CVX n. 76-90.
Minha comunidade local
Na medida em que abraçamos o estilo de vida CVX, que sinais de transformação tenho percebido em
minha pequena comunidade?
�Pontos para rever minha vida
O estilo de vida CVX deve transformar a nossa vida. Em que aspectos da minha vida percebo esta
transformação? Como esta me ajuda a ser um sinal do amor de Deus no mundo?
A comunidade regional
Que sinais da ação dinâmica do Espírito, que conspira em nós, posso perceber em nossa comunidade
regional? Quais as transformações ocorridas? Quais as que nos estão sendo oferecidas?
�FICHA 3 - TORNAR-SE UM CORPO APOSTÓLICO
Na comunidade, somos sinais uns para os outros daquele calor da vida em intimidade com Deus. Vida
que nos questiona, nos move, nos consola, nos eleva, nos tira de nós mesmos e nos lança para o mundo.
Vida que pede de nós ações e atitudes bem firmes e definidas.
É essa mesma inspiração que nos faz sentir um corpo vivo. Corpo que irradia a Boa Nova de Jesus, corpo
que testemunha sua verdade como um caminho de vida para o mundo. Eis o que entendemos por Corpo
Apostólico.
Vivemos uma missão comum, porque ela tem a sua origem no mandamento de Deus, entregue a nós
pelo Filho. E porque ela tem o seu fim na promoção dos valores do Reino, num mundo em que ainda
atuam forças de violência e de morte (cf. O Carisma, n. 103).
* “Ser cristão supõe ser discípulo, e portanto haver recebido a missão profética, uma missão que
terá muitas facetas. Talvez a mais importante seja a de comunicar esperança e sentido de viver
para os homens e mulheres de nosso mundo” (O Carisma, n. 88).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço o conhecimento dos dons que Ele me confiou e o desejo de colocálos a serviço de meus irmãos e irmãs.
Ler lentamente, saborear e meditar I Cor 12, 12-31. “De fato, todos nós fomos batizados num só Espírito,
para formarmos um só corpo, e todos nós bebemos de um mesmo Espírito”.
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 7 & O Carisma CVX n. 96-103
Minha comunidade local
Percebo em minha comunidade um clima de confiança que permite a cada um partilhar seus dons e
contribuir na criação de uma autêntica fraternidade? Que passos ainda devemos dar nessa direção?
�Pontos para rever minha vida
Quais são as ações bem firmes e definidas que minha vida de intimidade com Deus pede de mim em
minha família, meu trabalho, os ambientes que frequento?
A comunidade regional
A comunidade regional deve ser capaz de interpretar os sinais do Reino e acolher os apelos de Deus para
promovê-lo em nosso mundo, ajudando seus membros a assumirem prioridades comuns. Em minha
missão, consigo situar-me em relação a essas prioridades? Elas têm iluminado as minhas escolhas?
�FICHA 4 - NOSSA SOLIDARIEDADE COM OS POBRES
Num mundo em que ainda imperam tantas forças de violência e de morte, tantas portas arbitrariamente
fechadas e excludentes, o Evangelho do Senhor pede gestos de solidariedade com os feridos, com os
mais humilhados: os pobres.
Gestos de nosso corpo apostólico, que caminha em direção dos excluídos, que se abaixa para levantar os
caídos, que derrama óleo sobre suas feridas. Só um corpo é capaz de gestos. Só um corpo movido pelo
mesmo espírito do Evangelho é capaz de gestos desta natureza. Corpo que sinaliza, que diz mais com
seus gestos do que com suas palavras.
O Senhor põe em nós o desejo de servi-Lo promovendo, com os meios humildes de que dispomos, a
justiça do Reino em nosso mundo. Justiça que começa com justiça social, mas nela não se esgota.
* Por amor a Deus, quem pertence à CVX se compromete com a transformação do mundo, para
que os filhos e filhas de Deus vivam dignamente conforme Sua vontade. Quer, igualmente,
reconhecer em cada homem e mulher, a Jesus, que se identificou com cada ser humano,
especialmente com os mais necessitados (O Carisma, n. 93).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço conhecimento interno do Senhor que se fez pobre e aproximou-se dos
pobres para anunciar-lhes seu Evangelho.
Ler, saborear e contemplar Lc 4,14-22. Ver e ouvir o Senhor que cumpre as Escrituras aproximando-se dos
marginalizados de seu tempo.
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 4 & O Carisma CVX n. 92-95
Minha comunidade local
Percebo nas partilhas de minha comunidade uma preocupação clara no sentido da promoção da justiça?
�Pontos para rever minha vida
Como o amor de Jesus aos mais necessitados afeta a minha vida? Minhas atitudes alargam o sentido da
justiça nos ambientes em que vivo? (justiça econômica, justiça social, justiça do Reino...)
A comunidade regional
A Regional expressa a justiça do Reino em seu rosto? Que traços dessa justiça eu percebo? Quais outros
traços promover?
�FICHA 5 – VIDA EM COMUNIDADE
Os desafios da missão, às vezes, nos abatem. Como responder aos apelos do Senhor? Sua proximidade é
tão intensa, sua intimidade é tão amada, sua atuação em nós é sentida e transformadora. Mas a
realidade resiste, se dobra e se fecha: o “mundo” fecha os olhos e tapa os ouvidos diante dos sinais de
Deus.
Essas resistências não estão apenas fora de nós, mas elas vivem também em nós, e são percebidas com
aquela força da proclamação do Reino por Jesus: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está
próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova” (Mc 1,14-15). Somos os que ouvimos o apelo do Senhor e
sentimos essa necessidade mais urgente de unir nossa vida humana com a plenitude de nossa fé.
Por isso decidimos viver em comunidade, pois é na comunidade que fazemos a experiência concreta de
unidade no amor e na missão, centrados na Eucaristia. É a comunidade que nos questiona, nos confronta
com os ideais que professamos, nos tira da ilusão, nos forma e chama à conversão. Como seguir o Senhor
mais de perto sem uma experiência mais intensa de vida comunitária?
* A comunidade CVX tem como função pedagógica a ajuda mútua para o crescimento espiritual e
apostólico de seus membros, mediante um processo de integração fé e vida, continuando
comunitariamente a dinâmica gerada pela experiência dos Exercícios Espirituais, de maneira que
cada um se prepare mais eficazmente para o testemunho e o serviço apostólico (O Carisma, n.
139).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço a graça de uma vida comunitária mais autêntica, na partilha do ser
e do ter.
Ler, saborear, contemplar Mc 6,30-44. A vida da comunidade está centrada na Eucaristia, sacramento do
Amor, sinal de uma partilha da própria vida.
Para aprofundar: At 3-4; Princípios Gerais n. 4 e 7 & O Carisma CVX n. 125-142
Minha comunidade local
Minha comunidade respira um clima de fraternidade, em que os conflitos são tratados sem rodeios?
Percebo que minha comunidade é madura? Que passos ainda precisamos dar? Precisamos de ajuda?
�Para rever minha vida
Busco trazer a minha verdade às reuniões de minha comunidade?
A comunidade regional
Vejo no governo regional da CVX uma contribuição para o crescimento qualitativo de nossas
comunidades? Como ir além?
�FICHA 6 – A COMUNIDADE EM MISSÃO
Os desafios da missão nos provocam. Queremos ser sinais uns para os outros da vontade de Deus, do
envio de Deus, do cuidado de Deus, da verdade de Deus. Sem essa sinceridade interior, jamais seríamos
um sinal vivo de Deus em nosso mundo.
Traduzimos essa vontade em quatro palavras fortes: discernir, enviar, apoiar e avaliar. Discernir nossa
maneira de viver e de servir, vendo mais longe com a ajuda de outros olhos. Enviar e ser enviado, porque
a missão não é “minha” nem é “nossa”, mas é recebida de Deus mesmo, na palavra de quem nos envia.
Apoiar-nos mutuamente, assumindo a missão comum, mesmo que em trabalhos muito distintos, e
assumindo nossas fraquezas. Avaliar, porque tudo que fazemos nasce de uma vontade sincera, ou seja: o
que está em jogo não sou “eu”, mas como posso responder mais e melhor aos apelos de Deus.
Confio em meus irmãos e irmãs quando me exponho. Acredito que posso ajudar e ser ajudado(a).
* Discernimento Apostólico Comunitário. É uma forma de colocar em prática o discernimento dos
sinais dos tempos. Para isso é preciso: que a comunidade esteja atenta e seja capaz de abrir-se aos
desejos profundos de nossos semelhantes e de conhecer suas necessidades prementes; que a
comunidade ore pedindo a graça da disponibilidade; que a comunidade delibere, envie e confirme na
missão (O Carisma, n. 148).
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço abertura de coração para acolher e interpretar os seus sinais.
Ler, saborear, contemplar At 6,1-15. Perceber como age a comunidade suprindo às suas necessidades, e
como os que se colocam a serviço tornam-se “sinais entre o povo” (v.8).
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 8 & O Carisma CVX n. 143-148
A minha comunidade local
Quando e em que situações me senti enviado por minha comunidade para uma missão? Houve ocasião
de avaliarmos juntos?
�Para rever minha vida
Sinto um clima de confiança para expor aos membros de minha comunidade algumas questões para o
discernimento comum? O que nos falta?
A comunidade regional
Encontro apoio em minha comunidade local e nas comunidades da Regional para a missão assumida?
Como buscar e oferecer apoio?
�FICHA 7 – VIDA DE UNIÃO COM DEUS
Sou membro de um corpo nascido de um mesmo espírito. Conspirei com outros: tornamo-nos cúmplices.
Sabemos de onde viemos, o que somos, onde desejamos chegar.
O que me une aos meus irmãos e irmãs de comunidade é o mesmo jeito de nos unirmos a Deus. Pois
vivemos experiências comuns no silêncio de nossas vidas: quando rezamos, pedimos ao Senhor o que
queremos e desejamos; amamos contemplar a vida de Jesus; e um dia, elegemos a nossa vocação na
Igreja. Formados nas regras do discernimento, aprendemos a reconhecer as moções do bom espírito para
acolhê-las e as do mal para rejeitá-las. Fazemos a revisão de vida, relendo nosso dia, num colóquio cheio
de humilde agradecimento a Deus e impregnado de fé, confiança e amor. Somos inacianos, herdeiros dos
Exercícios Espirituais. Aprendemos a interpretar os sinais do Reino, segundo um estilo que nos distingue
de outros estilos presentes na Igreja.
* Para os membros CVX, portanto, os Exercícios Espirituais não são uma experiência opcional, que
se possa ou não fazer, ou que uma vez feita, pertença aos arquivos do passado. São uma
experiência fundante e vitalizante, constitutiva de sua própria vocação. Uma experiência, por outro
lado, a que haverá de se retornar sempre, cuja marca em cada um e em cada uma é necessário
cultivar, alimentar e renovar constantemente (Carisma, n.50).
Para a oração
Petição: na presença do Pai, peço o abandono à ação do Espírito Santo que age em mim atraindo-me a
Deus.
Ler, meditar e saborear Lc 11,1-13, deixando que o Senhor nos comunique o seu Espírito e nos ensine a
orar.
Para aprofundar: Princípios Gerais n. 5 & O Carisma CVX n. 37-35
Minha comunidade local
Até que ponto minha comunidade é um lugar de formação no espírito dos Exercícios Espirituais? (ou
seja, ajuda-me a identificar-me com o Cristo, a buscar a vontade de Deus em minha vida, a viver minha
missão, a rever minha vida?)
�Para rever minha vida
Tornei-me uma pessoa inaciana? Que passos me sinto chamado(a) a dar?
A comunidade regional
Que meios a comunidade regional pode oferecer para o nosso crescimento espiritual? Como eu e minha
comunidade podemos contribuir com outros?
�FICHA 8 – REPETIÇÃO DOS DIAS ANTERIORES
Ao longo desses dias, você percorreu vários pontos fundamentais de nosso estilo de vida CVX. Agora,
inspirado nos EE de Santo Inácio, é hora de retomar suas anotações, detendo-se nos pontos que mais
trouxeram alegria ou naqueles que mais questionaram.
Procure sentir e entender melhor esses pontos, como sinais que o Senhor lhe ofereceu, para serem
devidamente interpretados.
Para a oração
Petição: na presença do Senhor, peço que “todas as minhas intenções, ações e operações sejam
puramente ordenadas a serviço e louvor de sua divina Majestade” (EE, 46).
Reler calmamente as minas anotações; tomando primeiramente todas aquelas que dizem respeito aos
“pontos para rever minha vida”, anotarei o que me parecer mais importante, segundo os critérios da
consolação ou do questionamento. A seguir, fazer o mesmo para as anotações sobre a comunidade local
e a comunidade regional.
Minha comunidade local
Consolação:
Questionamento:
�Pontos para rever minha vida
Consolação:
Questionamento:
A comunidade regional
Consolação:
Questionamento:
�FICHA 9 – RESUMO DOS DIAS ANTERIORES
Para tornarmos nosso discernimento efetivo, é importante buscar resumir os frutos das orações
anteriores, num esforço de encontrar aqueles pontos mais importantes a serem trabalhados nas
comunidades locais e em nossa comunidade regional.
Também é importante prever meios que ajudem na superação desses problemas. Pedimos que esses
meios sejam bem definidos, dentro de nossa realidade, e centrados na superação dos desafios. Apontar
meios como ‘cursos’, ‘retiros’ etc não ajuda muito. Tente mirar bem no alvo. Para tal problema (por
exemplo: a falta de acompanhantes espirituais para todos os membros da regional), sugere-se tal meio
(por exemplo: a formação de uma equipe de espiritualidade, com os membros da regional que tenham o
dom de ser acompanhante e que desejem se preparar para essa missão).
Ao apontar pessoas, pense na pessoa ligada ao meio de superação dos problemas ou à contribuição que
ela pode dar; e escreva, após o nome da pessoa, a missão ou a contribuição dela (Por exemplo: Fulano(a),
para equipe de espiritualidade).
Termine esse resumo, num colóquio com Maria, nossa Mãe e modelo de nossa comunidade. Assim como
ela soube ouvir os apelos de Deus e se entregou generosamente à sua vontade, faça a sua entrega ao
Senhor: “Tomai, Senhor, e recebei”... “Ave, Maria”...
Aponte os meios que podemos empregar para superar estes desafios
Comunidade local:
Comunidade regional:
�Aponte dois desafios principais de sua comunidade local e dois da comunidade regional
Comunidade local:
Comunidade regional:
Aponte pessoas de nossa comunidade, que podem ajudar a superar esses desafios
Nome
Comunidade
Como você sentiu, diante do Senhor, que deve contribuir para o crescimento de sua comunidade local e de
nossa comunidade regional? Ofereça os dons que o Senhor lhe confiou para o serviço de todos.
Seu nome:________________________________________________________________________
Sua comunidade:__________________________________________________________________
Sua contribuição
�
Dublin Core
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A name given to the resource
Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
Subject
The topic of the resource
Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
Bíblia | Biblia
Description
An account of the resource
Material para vivência celebrativa. Roteiros de celebrações, lucernários, ofício divino, novenas, tríduos, vigílias, canções, músicas, cifras, partituras, gravações.
Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
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es
pt
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Revisão de Vida
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
março, 2005
Description
An account of the resource
Reuniões orientadas sobre revisão de vida e revisão comunitária
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Regional Minas
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Gilda Carvalho
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Exercícios Espirituais | Ejercicios espirituales
Princípios Gerais
Revisão de Vida
vida comunitária
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/9291401837f3c721ede582d37f0c209b.pdf?Expires=1712793600&Signature=gGVeqsAABQT8vQTjx0-HXKnTE-VajaCiIaGLRocpmR%7EAA2mpe1OYiG8XS%7ETwKr%7EG%7EMj7LBByv1X4EoYlcUBjkhCG3lwX1KHps1UT1cDOe8xGg94dDFFeVFOmgCGamtNllyU9echPJ9ZnGMw0AIVPzrZv08MPBB5jC-EFajNTObLQEwi9fWxPRv2XJhlL8HptulQwDDy3TlkCBi2gFX3SCGr-35fVT42YsrSVY8k0ALnZtN3ciY5Toy9sq326YimKHGWkMIlzsdJlYcltjHDujd5aGHhbHvcmqq5JAauxvctCgjrxfUzWu9OEgQfLaByJAM9L7wyCyaRpW9v1TM9KWg__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
1738bcf5623e82b5930da4f3609a1ba5
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REVISÃO DE VIDA
O texto a seguir foi elaborado pela CVX Nossa Senhora de Nazaré, do Regional Rio, a
partir de um processo interno que levou a comunidade a conhecer mais e a assumir
como prática a comunitária a Revisão de Vida. Trata-se seguramente de um texto
escrito pelos anos de 1990/2000 e optamos por mantê-lo na íntegra, pois que é
perfeitamente atual e cumpre com seu objetivo de esclarecer o que vem a ser a Revisão
de Vida e sua importância para a comunidade. Foi, portanto, apenas redigitado uma vez
que as versões disponíveis nos arquivos da CVX Brasil ou está em papel (bastante
danificada pelo tempo) ou em arquivo digitalizado cuja qualidade visual não é muito
boa, uma vez que foi extraído do mesmo original em papel. Ao final, sugere-se um
modelo de reunião para Revisão de Vida, que pode ser utilizado pelas comunidades.
�COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
A REVISÃO DE VIDA
Na reunião de 17 de agosto, discutindo os dois primeiros Princípios Gerais, chegamos à
conclusão de que precisávamos crescer enquanto comunidade no discernimento e na
oração. Colocou-se que faltava um conhecimento mais profundo da vida de cada um.
Para que chegássemos a ser “amigos no Senhor”, foi proposto que todos nos
colocássemos na comunidade, em uma série de reuniões, partilhando nossa vida na
dimensão da relação com o Senhor e missão e deixando-nos questionar. Para ajudar
nisto, que se constituiria uma espécie de Revisão de Vida, adaptei partes do livreto da
CVX chilena “Dimensões Comunitárias: vida-ação-fé. Avaliação Permanente.”, neste
resumo.
1. A exigência de uma avaliação permanente
A CVX, como organismo vivo que é, pede uma avaliação permanente que lhe
permita renovar esforços e superar deficiências, corrigir ou melhorar os
procedimentos e recursos empregados até o momento, tomar o pulso do processo
de crescimento do grupo.
Para fazer da avaliação algo eficaz, este tem que ser um processo contínuo e
sistemático que se aplica a todas as dimensões da vida comunitária. De modo que ao
se perguntar sobre a vida no interior do grupo, a tornamos mais autêntica, mas
profunda; ao avaliar a ação do grupo, o convertemos gradualmente numa equipe de
trabalho; fazer discernimento espiritual nos ensina a “buscar e encontrar a vontade
divina” . (EE.EE. 1)
A avaliação permanente – tomada de consciência, valoração, revisão – faz que a
comunidade seja mais adaptável, mais flexível. Isto é todo o contrário de abrandar-se
ou deixar-se levar. A adaptação vem a ser a outra cara de uma disponibilidade livre e
consciente, fruto da “encarnação” no mundo concreto ao qual se quer servir.
Todos os Princípios Gerais da CVX apontam para este núcleo-eixo de toda
comunidade apostólica: disponibilidade ao que o Senhor queira, adaptabilidade ativa
e consciente em uma busca comum e contínua do que melhor nos conduz ao fim, do
�que mais ajuda em um momento dado, do que nos pede o Senhor. Esta é toda a
dinâmica da indiferença inaciana, medula fundamental dos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio.
Uma CVX deve ir sempre discernindo o chamado de Deus no mundo presente,
elegendo a cada momento aquilo que permite ser um melhor serviço. Isto supõe
uma grande liberdade em todas as situações para buscar a vontade de Deus.
2. A Revisão de Vida: uma modalidade de Avaliação-Discernimento
Como exigência de disponibilidade, que supõe uma adaptação contínua a todos
os níveis de comunidade, colocamos a necessidade de avaliação permanente. Agora
propomos a “Revisão de Vida” como um meio apropriado de discernimentoavaliação. Os próprios Princípios Gerais propõem a Revisão de Vida como uma
pedagogia apta para formar homens e mulheres autenticamente evangélicos,
criativos: “Para vivermos este compromisso apostólico nas suas diferentes
dimensões e para estarmos sempre abertos ao mais urgente e universal, a
Comunidade nos ajuda particularmente através da Revisão de Vida e do
discernimento pessoal e comunitário. Procuramos dar um sentido apostólico até
mesmo às mais humildes realidades da vida cotidiana.” (PPGG8d)
2.1 Duas condições básicas para a Revisão de Vida
Para que uma Revisão de Vida dê todo seu fruto é necessário ter presente as
duas seguintes condições:
a. A Revisão de Vida supõe a convicção, nos membros do grupo, que o Senhor
fala através dos demais e através do que se passa, dentro ou fora da
comunidade. Essa suposição é fundamental porque pede que a Revisão de
Vida se dê em um ambiente de oração, na presença do Senhor. Ela pretende
ser mais do que uma mera análise da realidade ou uma pura introspecção
psicológica.
b. A Revisão de Vida supõe um ambiente de confiança e de abertura mútua
entre os integrantes do grupo. É o momento em que cada um do grupo deve
se sentir responsável pelo que está passando no interior do grupo e na vida
de cada participante.
�2.2. Revisão de Vida Pessoal e Comunitária
A Revisão de Vida pode se dar a nível pessoal e a nível comunitário. Quando
se faz a nível pessoal se põe o acento sobre a “vida” (ou um aspecto dela) de um
dos integrantes do grupo, com a ajuda da comunidade. Esta revisão pode
abarcar desde uma revisão geral da vida da pessoa (família, relações com outras
pessoas e grupos, apostolado, oração, trabalho, estudo, relações dentro do
grupo, etc.) até uma revisão que toca somente um aspecto específico de sua
vida pessoal. Assim, por exemplo, a comunidade pode sentir a necessidade de
ver o comportamento de um de seus membros com respeito ao compromisso
que tem com o grupo.
A Revisão de Vida da comunidade como tal pode tomar uma coloração
distinta segundo a exigência do momento: revisar os objetivos grupais ou
apostólicos, aclarar as relações interpessoais dentro do grupo, etc.
Evidentemente, a revisão de vida pessoal e a comunitária não são coisas isoladas
e muitas vezes as duas se são simultaneamente. Um caso típico é quando se
quer revisar um aspecto concreto na vida de cada um dos membros do grupo,
por exemplo, a oração na vida de cada um. De qualquer maneira, na revisão de
vida pessoal é TODA a comunidade que se compromete com a pessoa
interessada e na revisão de vida comunitária CADA UM deve sentir-se
responsável por todos. Pois aqui não cabem decisões tomadas rapidamente, ou
por voto, ou por poder. Justamente o que caracteriza uma Revisão de Vida é a
busca de um “consenso” comunitário onde exista a possibilidade real de
expressar-se verdadeiramente e de responsabilizar-se pelo bem do conjunto.
3. Mecanismo Interno na Revisão de Vida
Podemos dizer que no processo interno de uma Revisão de Vida se dão três
etapas que marcam o desenvolvimento de uma revisão: o momento da expressão, o
momento da confirmação e o momento do compromisso.
O primeiro tempo corresponde ao pôr-se de acordo sobre o quê se está revisando
e expressá-lo. Assim, em uma revisão pessoal, a comunidade tem que facilitar ao
máximo uma expressão livre e confiada do interessado. É a etapa do “ver”, a maioria
das vezes muito carregada afetivamente, e, portanto, muito subjetiva, sobretudo
�quando se trata de uma revisão pessoal. Aqui muitas coisas se dão ao nível de
percepção: como a pessoa se percebe? Como percebe ao resto do grupo? Como o
grupo lhe percebe? Etc.
É fundamental nesta etapa de expressão contar com todo o tempo necessário
para ela. Durante este tempo é quando se cresce e desenvolve a empatia pessoal e
grupal, a capacidade de pôr-se no lugar do outro e vibrar com ele, sentir com o
grupo. O ambiente de total acolhida, sem nenhum juízo de valor, é indispensável; é
esta a etapa que assegura que a pessoa envolvida acolha a ajuda e a reação do
grupo. Se isso falhasse, já não seria uma revisão de vida como nós a entendemos.
Reforçar ou desaprender um modo de se comportar ou uma atitude, supõe sentir-se
aceito, apoiado e querido.
A expressão pode ter modalidades distintas. A própria palavra pode ser oral
(falada ou cantada) ou escrita; o gesto pode ser corporal, pictórico ou musical. O
silêncio é outra modalidade de expressão muitas vezes pouco respeitada. O silêncio
pode ser silêncio de contemplação, de admiração, de meditação, de oração, de
espera, de acolhida, de resistência, etc.
Uma vez que o grupo considera suficiente o tempo dedicado à manifestação do
problema, dos sentimentos, dos pareceres e reações, a Revisão de Vida entra na faze
da confrontação.
Nesta etapa o grupo delibera sobre o combinado, revendo o que foi expresso no
intercâmbio comum. Na terminologia clássica do ver-julgar-agir, este momento
corresponde ao “julgar”. Ao situar a problemática em um contexto mais amplo, a
confrontação permite uma objetivização maior naquilo que está em revisão. Seria
demais dizer aqui de que não se trata discutir senão de confrontar pareceres em
uma busca da verdade. Os grupos com pouca experiência em revisão de vida
tendem, no início, a intelectualizar muito e a discutir. É fundamental superar esta
etapa.
Expressão, confrontação, compromisso. Uma Revisão de Vida aponta para e
facilita um compromisso maior. Este deve manifestar-se em decisões concretas
pessoais e comunitárias. O central desta fase é o “assumir”. O grupo assume e faz
própria a problemática vivida pela pessoa e, ao fazê-lo, ajuda a que a pessoa se
�assuma mais a si mesma e a seus compromissos, permitindo mudanças de conduta e
novas decisões. Quando se trata de uma Revisão de Vida de toda a comunidade
como comunidade, assumir significa identificar-se com as decisões grupais e com
tudo o vivido em comum.
4. Conclusão
Recordamos mais uma vez que toda Revisão de Vida dentro de uma comunidade
cristã deve se dar dentro de um ambiente de oração. Oxalá não falte nunca uma
oração compartilhada antes e ao final da revisão. Mais ainda, às vezes é
recomendável fazer-se um corte durante a própria revisão para um tempo de
oração. Durante uma revisão pessoal, por exemplo, onde todos ou vários dos
membros do grupo tenham o tempo de fazer sua revisão, ajuda muito que depois de
cada revisão se faça um tempo de oração pela pessoa em revisão.
�MODELO PARA REUNIÃO DE REVISÃO DE VIDA
Oração preparatória
Aqui estou, meu Deus, diante de ti, tal como sou agora.
Estou sentado diante de ti, Senhor, tranquilo e pacificado.
Estou na tua presença e deixo-me conduzir.
Abro-me à tua proximidade.
Tu és fonte de vida, a força da vida que me penetra.
Tu és minha respiração que me carrega e dilata.
Deixa que a paz me habite.
Concede-me a graça de me deixar “limpar” por ti,
ser uma concha que se enche de ti, Deus.
Que todos os meu pensamentos e sentimentos,
minha vontade e liberdade sejam orientados
Para o teu serviço e louvou, meu Deus, fonte da vida.
Assim seja!
CEI-Itaici
Graça a pedir
Que as orações da comunidade ajudem ...(nome da pessoa que faz a revisão)... a ter
ânimo, generosidade e sabedoria para fazer a sua revisão de vida.
Texto para meditação – 1 Pd 1, 22-24 – viver como filhos de Deus na caridade e na
simplicidade
Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor
fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração.
Pois fostes regenerados não de uma semente corruptível, mas pela palavra de Deus,
semente incorruptível, viva e eterna. Porque toda carne é como a erva, e toda a sua
glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor, mas a palavra do Senhor
permanece eternamente. Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada pelo Evangelho.
Após a partilha da pessoa que faz a revisão de vida, comunidade em oração procurará
responder às seguintes perguntas:
a. Quem é esta pessoa para mim? Como a vejo?
b. Qual o crescimento que percebo nela, quanto à oração e à participação na
comunidade?
c. No Senhor, onde percebo que ela precisa crescer mais ainda? Onde poderia buscar
mais?
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
Subject
The topic of the resource
Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
Bíblia | Biblia
Description
An account of the resource
Material para vivência celebrativa. Roteiros de celebrações, lucernários, ofício divino, novenas, tríduos, vigílias, canções, músicas, cifras, partituras, gravações.
Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
Language
A language of the resource
es
pt
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Revisão de Vida
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
S/D
Description
An account of the resource
Contextualização sobre a prática da revisão de vida e revisão comunitária
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
CVX N Sra de Nazaré
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Gilda Carvalho
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Exercícios Espirituais | Ejercicios espirituales
Princípios Gerais
Revisão de Vida
vida comunitária
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/167bfb382283762a993de23e2fd8f9b5.pdf?Expires=1712793600&Signature=PAXq3YhIDfNyddzzE0oweoBEUSQfcU5W9qicZ8xNT-3hxUHecoBMxc8hM6gsUQ55yRR7Ue11zv8e%7ElXlLydw0sj96KnERdu4PwI3uKcpFH3qryPLjELlxZzK7lHxwv6L6YqClt4wWYlqn3nOC9nLSbBqGweNJcOM2L8PHoSc0iyPaSa5OvM8K8Qv2TIkK23flPMyhBVDEuWRitAe7iAe-0pNOsvbl1TUlDJ8uvVSu%7Equ9xnFLwVxcAH5bXULbzOKgKd1eEo8qWZ3FGRjN67MMLkltJqEWeL6TJJEBDpfu1MraSU6KMJANUMgLw0s6t4F4snvuvH%7EP5UfJYk8qe6fvw__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
bb7af5dfacc1d5e949c822113de456fc
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REVISÃO DE VIDA
O texto a seguir foi elaborado pela CVX Nossa Senhora de Nazaré, do Regional Rio, a
partir de um processo interno que levou a comunidade a conhecer mais e a assumir
como prática a comunitária a Revisão de Vida. Trata-se seguramente de um texto
escrito pelos anos de 1990/2000 e optamos por mantê-lo na íntegra, pois que é
perfeitamente atual e cumpre com seu objetivo de esclarecer o que vem a ser a Revisão
de Vida e sua importância para a comunidade. Foi, portanto, apenas redigitado uma vez
que as versões disponíveis nos arquivos da CVX Brasil ou está em papel (bastante
danificada pelo tempo) ou em arquivo digitalizado cuja qualidade visual não é muito
boa, uma vez que foi extraído do mesmo original em papel. Ao final, sugere-se um
modelo de reunião para Revisão de Vida, que pode ser utilizado pelas comunidades.
�COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
A REVISÃO DE VIDA
Na reunião de 17 de agosto, discutindo os dois primeiros Princípios Gerais, chegamos à
conclusão de que precisávamos crescer enquanto comunidade no discernimento e na
oração. Colocou-se que faltava um conhecimento mais profundo da vida de cada um.
Para que chegássemos a ser “amigos no Senhor”, foi proposto que todos nos
colocássemos na comunidade, em uma série de reuniões, partilhando nossa vida na
dimensão da relação com o Senhor e missão e deixando-nos questionar. Para ajudar
nisto, que se constituiria uma espécie de Revisão de Vida, adaptei partes do livreto da
CVX chilena “Dimensões Comunitárias: vida-ação-fé. Avaliação Permanente.”, neste
resumo.
1. A exigência de uma avaliação permanente
A CVX, como organismo vivo que é, pede uma avaliação permanente que lhe
permita renovar esforços e superar deficiências, corrigir ou melhorar os
procedimentos e recursos empregados até o momento, tomar o pulso do processo
de crescimento do grupo.
Para fazer da avaliação algo eficaz, este tem que ser um processo contínuo e
sistemático que se aplica a todas as dimensões da vida comunitária. De modo que ao
se perguntar sobre a vida no interior do grupo, a tornamos mais autêntica, mas
profunda; ao avaliar a ação do grupo, o convertemos gradualmente numa equipe de
trabalho; fazer discernimento espiritual nos ensina a “buscar e encontrar a vontade
divina” . (EE.EE. 1)
A avaliação permanente – tomada de consciência, valoração, revisão – faz que a
comunidade seja mais adaptável, mais flexível. Isto é todo o contrário de abrandar-se
ou deixar-se levar. A adaptação vem a ser a outra cara de uma disponibilidade livre e
consciente, fruto da “encarnação” no mundo concreto ao qual se quer servir.
Todos os Princípios Gerais da CVX apontam para este núcleo-eixo de toda
comunidade apostólica: disponibilidade ao que o Senhor queira, adaptabilidade ativa
e consciente em uma busca comum e contínua do que melhor nos conduz ao fim, do
�que mais ajuda em um momento dado, do que nos pede o Senhor. Esta é toda a
dinâmica da indiferença inaciana, medula fundamental dos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio.
Uma CVX deve ir sempre discernindo o chamado de Deus no mundo presente,
elegendo a cada momento aquilo que permite ser um melhor serviço. Isto supõe
uma grande liberdade em todas as situações para buscar a vontade de Deus.
2. A Revisão de Vida: uma modalidade de Avaliação-Discernimento
Como exigência de disponibilidade, que supõe uma adaptação contínua a todos
os níveis de comunidade, colocamos a necessidade de avaliação permanente. Agora
propomos a “Revisão de Vida” como um meio apropriado de discernimentoavaliação. Os próprios Princípios Gerais propõem a Revisão de Vida como uma
pedagogia apta para formar homens e mulheres autenticamente evangélicos,
criativos: “Para vivermos este compromisso apostólico nas suas diferentes
dimensões e para estarmos sempre abertos ao mais urgente e universal, a
Comunidade nos ajuda particularmente através da Revisão de Vida e do
discernimento pessoal e comunitário. Procuramos dar um sentido apostólico até
mesmo às mais humildes realidades da vida cotidiana.” (PPGG8d)
2.1 Duas condições básicas para a Revisão de Vida
Para que uma Revisão de Vida dê todo seu fruto é necessário ter presente as
duas seguintes condições:
a. A Revisão de Vida supõe a convicção, nos membros do grupo, que o Senhor
fala através dos demais e através do que se passa, dentro ou fora da
comunidade. Essa suposição é fundamental porque pede que a Revisão de
Vida se dê em um ambiente de oração, na presença do Senhor. Ela pretende
ser mais do que uma mera análise da realidade ou uma pura introspecção
psicológica.
b. A Revisão de Vida supõe um ambiente de confiança e de abertura mútua
entre os integrantes do grupo. É o momento em que cada um do grupo deve
se sentir responsável pelo que está passando no interior do grupo e na vida
de cada participante.
�2.2. Revisão de Vida Pessoal e Comunitária
A Revisão de Vida pode se dar a nível pessoal e a nível comunitário. Quando
se faz a nível pessoal se põe o acento sobre a “vida” (ou um aspecto dela) de um
dos integrantes do grupo, com a ajuda da comunidade. Esta revisão pode
abarcar desde uma revisão geral da vida da pessoa (família, relações com outras
pessoas e grupos, apostolado, oração, trabalho, estudo, relações dentro do
grupo, etc.) até uma revisão que toca somente um aspecto específico de sua
vida pessoal. Assim, por exemplo, a comunidade pode sentir a necessidade de
ver o comportamento de um de seus membros com respeito ao compromisso
que tem com o grupo.
A Revisão de Vida da comunidade como tal pode tomar uma coloração
distinta segundo a exigência do momento: revisar os objetivos grupais ou
apostólicos, aclarar as relações interpessoais dentro do grupo, etc.
Evidentemente, a revisão de vida pessoal e a comunitária não são coisas isoladas
e muitas vezes as duas se são simultaneamente. Um caso típico é quando se
quer revisar um aspecto concreto na vida de cada um dos membros do grupo,
por exemplo, a oração na vida de cada um. De qualquer maneira, na revisão de
vida pessoal é TODA a comunidade que se compromete com a pessoa
interessada e na revisão de vida comunitária CADA UM deve sentir-se
responsável por todos. Pois aqui não cabem decisões tomadas rapidamente, ou
por voto, ou por poder. Justamente o que caracteriza uma Revisão de Vida é a
busca de um “consenso” comunitário onde exista a possibilidade real de
expressar-se verdadeiramente e de responsabilizar-se pelo bem do conjunto.
3. Mecanismo Interno na Revisão de Vida
Podemos dizer que no processo interno de uma Revisão de Vida se dão três
etapas que marcam o desenvolvimento de uma revisão: o momento da expressão, o
momento da confirmação e o momento do compromisso.
O primeiro tempo corresponde ao pôr-se de acordo sobre o quê se está revisando
e expressá-lo. Assim, em uma revisão pessoal, a comunidade tem que facilitar ao
máximo uma expressão livre e confiada do interessado. É a etapa do “ver”, a maioria
das vezes muito carregada afetivamente, e, portanto, muito subjetiva, sobretudo
�quando se trata de uma revisão pessoal. Aqui muitas coisas se dão ao nível de
percepção: como a pessoa se percebe? Como percebe ao resto do grupo? Como o
grupo lhe percebe? Etc.
É fundamental nesta etapa de expressão contar com todo o tempo necessário
para ela. Durante este tempo é quando se cresce e desenvolve a empatia pessoal e
grupal, a capacidade de pôr-se no lugar do outro e vibrar com ele, sentir com o
grupo. O ambiente de total acolhida, sem nenhum juízo de valor, é indispensável; é
esta a etapa que assegura que a pessoa envolvida acolha a ajuda e a reação do
grupo. Se isso falhasse, já não seria uma revisão de vida como nós a entendemos.
Reforçar ou desaprender um modo de se comportar ou uma atitude, supõe sentir-se
aceito, apoiado e querido.
A expressão pode ter modalidades distintas. A própria palavra pode ser oral
(falada ou cantada) ou escrita; o gesto pode ser corporal, pictórico ou musical. O
silêncio é outra modalidade de expressão muitas vezes pouco respeitada. O silêncio
pode ser silêncio de contemplação, de admiração, de meditação, de oração, de
espera, de acolhida, de resistência, etc.
Uma vez que o grupo considera suficiente o tempo dedicado à manifestação do
problema, dos sentimentos, dos pareceres e reações, a Revisão de Vida entra na faze
da confrontação.
Nesta etapa o grupo delibera sobre o combinado, revendo o que foi expresso no
intercâmbio comum. Na terminologia clássica do ver-julgar-agir, este momento
corresponde ao “julgar”. Ao situar a problemática em um contexto mais amplo, a
confrontação permite uma objetivização maior naquilo que está em revisão. Seria
demais dizer aqui de que não se trata discutir senão de confrontar pareceres em
uma busca da verdade. Os grupos com pouca experiência em revisão de vida
tendem, no início, a intelectualizar muito e a discutir. É fundamental superar esta
etapa.
Expressão, confrontação, compromisso. Uma Revisão de Vida aponta para e
facilita um compromisso maior. Este deve manifestar-se em decisões concretas
pessoais e comunitárias. O central desta fase é o “assumir”. O grupo assume e faz
própria a problemática vivida pela pessoa e, ao fazê-lo, ajuda a que a pessoa se
�assuma mais a si mesma e a seus compromissos, permitindo mudanças de conduta e
novas decisões. Quando se trata de uma Revisão de Vida de toda a comunidade
como comunidade, assumir significa identificar-se com as decisões grupais e com
tudo o vivido em comum.
4. Conclusão
Recordamos mais uma vez que toda Revisão de Vida dentro de uma comunidade
cristã deve se dar dentro de um ambiente de oração. Oxalá não falte nunca uma
oração compartilhada antes e ao final da revisão. Mais ainda, às vezes é
recomendável fazer-se um corte durante a própria revisão para um tempo de
oração. Durante uma revisão pessoal, por exemplo, onde todos ou vários dos
membros do grupo tenham o tempo de fazer sua revisão, ajuda muito que depois de
cada revisão se faça um tempo de oração pela pessoa em revisão.
�MODELO PARA REUNIÃO DE REVISÃO DE VIDA
Oração preparatória
Aqui estou, meu Deus, diante de ti, tal como sou agora.
Estou sentado diante de ti, Senhor, tranquilo e pacificado.
Estou na tua presença e deixo-me conduzir.
Abro-me à tua proximidade.
Tu és fonte de vida, a força da vida que me penetra.
Tu és minha respiração que me carrega e dilata.
Deixa que a paz me habite.
Concede-me a graça de me deixar “limpar” por ti,
ser uma concha que se enche de ti, Deus.
Que todos os meu pensamentos e sentimentos,
minha vontade e liberdade sejam orientados
Para o teu serviço e louvou, meu Deus, fonte da vida.
Assim seja!
CEI-Itaici
Graça a pedir
Que as orações da comunidade ajudem ...(nome da pessoa que faz a revisão)... a ter
ânimo, generosidade e sabedoria para fazer a sua revisão de vida.
Texto para meditação – 1 Pd 1, 22-24 – viver como filhos de Deus na caridade e na
simplicidade
Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor
fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração.
Pois fostes regenerados não de uma semente corruptível, mas pela palavra de Deus,
semente incorruptível, viva e eterna. Porque toda carne é como a erva, e toda a sua
glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor, mas a palavra do Senhor
permanece eternamente. Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada pelo Evangelho.
Após a partilha da pessoa que faz a revisão de vida, comunidade em oração procurará
responder às seguintes perguntas:
a. Quem é esta pessoa para mim? Como a vejo?
b. Qual o crescimento que percebo nela, quanto à oração e à participação na
comunidade?
c. No Senhor, onde percebo que ela precisa crescer mais ainda? Onde poderia buscar
mais?
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
Subject
The topic of the resource
Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
Bíblia | Biblia
Description
An account of the resource
Material para vivência celebrativa. Roteiros de celebrações, lucernários, ofício divino, novenas, tríduos, vigílias, canções, músicas, cifras, partituras, gravações.
Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
Language
A language of the resource
es
pt
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Revisão de Vida - CVX Nossa Senhora de Nazaré
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
CVX Nossa Senhora de Nazaré
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2019-01
Subject
The topic of the resource
Espiritualidade laical
Description
An account of the resource
Texto sobre o processo de Revisão de Vida, tendo por base os Princípios Gerais e a experiência da CVX Nossa Senhora de Nazaré (RJ)
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Gilda Carvalho
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Princípios Gerais
Revisão de Vida
vida comunitária
Vida Pessoa
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/91ad1cbf1e06772f951deda538a065d3.pdf?Expires=1712793600&Signature=Y6Uq01hLz3HnGqSfkgpwPpvlGZ61wwq9VuYE3j64DTg4djsMTv9DVD8w%7EQ%7ERe3JI3teMiK%7EqyYNUs8Vunuv%7EuMlV9fcO5fU-kvXtTDre2a0c3NR5Va36FrUvoJTkSqTzXIjsJSUMGAcPg4NfitwsKgylFj%7EVDwkr8potndY%7E5%7E1Xu-zvIsWRVhkeJNIMajfOvyfBuoz4mEJ2DXe1%7Ec8UeMgUUcddiv00IV-5iAOVIl2nhuhhSipFpPrQOoX5MghgbvBwSVlHAoGBdVv%7Ev-KvCjmMpub5VQl2ePLryIzCrcwxgyNCyBxLYdaLYiT3yvhccWsWRYSE4fBuINdBJp%7E4IQ__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
0c646592c7ca78f1376bf7d5bb3007b2
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������
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[B]</span> <strong>Carisma e identidade</strong> <span style="color:#aeb6bf;"> | </span> <strong>Carisma y identidad</strong>
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã | Comunidad de Vida Cristiana
Description
An account of the resource
[pt] Carisma, vocação, identidade, estilo de vida, polinômio apostólico (DEAA - Discernir, Enviar, Apoiar, Avaliar).
[es] Carisma, vocación, identidad, estilo de vida, polinomio apostólico (DEAA - Discernir, enviar, apoyar, evaluar).
Language
A language of the resource
pt
es
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Uma comunidade laical de discernimento ao serviço da reconciliação
Subject
The topic of the resource
Assembleia Mundial | Asamblea Mundial
Description
An account of the resource
Conferência do Padre Geral Arturo Sosa, SJ à Assembleia Mundial de Buenos Aires, 2018
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Sosa, Arturo
Source
A related resource from which the described resource is derived
CVX Portugal
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018-07-26
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Language
A language of the resource
pt-PT
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Arturo Sosa Abascal
Assembleia Mundial | Asamblea Mundial
Buenos Aires, Argentina
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Documento Constitutivo
Laicato
Reconciliação
Superior Geral da Companhia de Jesus | Superior General de la Compañía de Jesús
-
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[C]</span> <strong>Dimensão apostólica</strong> | <strong>Dimensión apostólica<br /></strong>
Subject
The topic of the resource
Dimensão apostólica | Dimensión apostólica
Missão apostólica | Misión apostólica
Fronteiras apostólicas | Fronteras apostólicas
Description
An account of the resource
[pt] Atividades apostólicas, campos de atividade, fronteiras apostólicas (ecologia, família, globalização e pobreza, juventude).
[es] Actividades apostólicas, campos de actividad, fronteras apostólicas (ecología, familia, globalización y pobreza, juventud).
Language
A language of the resource
pt
es
Rights
Information about rights held in and over the resource
<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt">CC BY-SA</a>
Evento
Uma ocorrência não-persistente baseada no tempo. Metadados para um evento fornecem informações descritivas que são a base para a descoberta do propósito, localização, duração e agentes responsáveis associados a um evento. Exemplos incluem uma exposição, webcast, conferência, workshop, dia aberto, performance, batalha, julgamento, casamento, festividade, conflagração, retiro.
Duration
Length of time involved (seconds, minutes, hours, days, class periods, etc.)
16 dias
Event Type
Programa de formação
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Amar e Servir 2018
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã (CVX), Formação de lideranças jovens
Description
An account of the resource
O Amar e Servir é um programa de formação oferecido pela Comunidade de Vida Cristã (CVX) que objetiva formar lideranças jovens por meio de aprofundamento e discernimento da vocação cristã.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Comunidade de Vida Cristã do Brasil
Source
A related resource from which the described resource is derived
https://www.cvx.org.br/amareservir/
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Comunidade de Vida Cristã do Brasil
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018-01
Amar e Servir
Comunidade de Vida Cristã - CVX /CLC
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
Formação de lideranças jovens
Fortaleza (CE)
Juventudes
Vocação cristã