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COMPROMISSOS
CVX
TEMPORÁRIO – PERMANENTE
guião
Equipa de Formação CVX-P
Outubro 2006
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Índice
Índice
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1. Introdução
5
2. Compromissos: Temporário e Permanente
7
3. Processo e Procedimentos
13
4. Fórmulas dos Compromissos
17
5. Preparação para o Compromisso Temporário
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6. Preparação para o Compromisso Permanente
29
Anexo: O Carisma CVX,
“III. O Compromisso na CVX”
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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Introdução
A evolução recente da CVX enquanto comunidade apostólica – “corpo apostólico” na designação de Nairobi 2003 – tem dado cada vez maior relevância ao sentido do Compromisso CVX,
nomeadamente pela maior consciência da identidade CVX e pelo maior empenhamento na
missão apostólica e na vida da Comunidade que a expressão pública do Compromisso normalmente acarreta.
E, no entanto, apesar dessa maior pertinência actual do Compromisso no contexto da comunidade apostólica em que se quer tornar a CVX, a primeira referência ao Compromisso data
da aprovação dos primeiros Princípios Gerais, em 19671: já nos primórdios da sua refundação, a CVX – nessa altura, ainda uma federação de comunidades – achou pertinente sublinhar o vínculo que une cada membro ao todo, através de um certo estilo de vida. Hoje, continua a consagrar especificamente um capítulo (PG 7) ao valor desse vínculo.
Na sua história, a CVX foi criando e identificando um caminho de crescimento de cuja lógica
faz parte o desejo de fazer o Compromisso, vivido, na experiência de muitos, como sinal e
estímulo a uma adesão crescente ao estilo de vida CVX. É papel da Comunidade ajudar e
encorajar todos a um desenvolvimento permanente, respeitando, no entanto, a experiência
de chamamento e o tipo de resposta que cada um se sente movido a dar.
Tendo por pano de fundo esta longa caminhada da CVX enquanto comunidade cada vez mais
orientada para a missão, pareceu-nos, por isso, adequado apresentar o conceito do Compromisso, nas suas várias vertentes, num Guião especialmente formulado para o efeito.
A ideia de oferecer à Comunidade um documento prático, específico, sobre o Compromisso
surgiu na sequência das Jornadas CVX 2006 (Janeiro, Cernache), especialmente dedicadas a
este tema. Momento de formação mas também tempo de escutar o sentir da Comunidade
alargada, os seus desejos e inquietações sobre este tópico, as Jornadas permitiram trazer à
superfície as grandes questões que o Compromisso coloca, os horizontes que abre, as fronteiras que encerra. Da reflexão sobre a intensidade daquele momento vivido em Comunidade
nasceu assim, pela mão da Equipa de Formação, o presente documento que, esperamos,
poderá elucidar e iluminar o caminho daqueles que se sentem interpelados a aprofundar o
seu modo de ser e estar em CVX e criar as condições para acolher com maior fruto pessoal e
comunitário a celebração dos Compromissos dos que a tal se sentem impelidos.
Porque faz sentido falar em Compromisso CVX?
A própria expressão “corpo apostólico” contém em si a percepção de união, elo, vínculo, o
mesmo que dizer “compromisso”. Somos corpo na medida em que estamos, não só unidos,
mas sobretudo, comprometidos pela mesma espiritualidade, pelo mesmo modo de proceder,
pelos mesmos ideais e por uma missão comum. “O corpo é um só e tem muitos membros, e
1
Cf. PG de 1967, aprovados por Paulo VI em 1968 e confirmados em 1971, nº 10: “A admissão inclui o
compromisso de seguir esta maneira de viver e de se afiliar a uma comunidade determinada. Para que
os candidatos, especialmente os jovens, tenham tempo de aprofundar a sua vocação, todos começam
normalmente por um compromisso temporário, renovável. O compromisso permanente faz-se somente
depois de um período de tempo conveniente e de provas satisfatórias dadas pelo candidato” – in Acta
Romana Societatis Iesu, vol. XV (1968), p.195. Os Princípios Gerais actualmente vigentes, revisão dos
de 1967, foram aprovados em 1990.
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�todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo” (1 Cor 12,
12), diz S. Paulo, acrescentando ainda: “há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo;
há diversidade de serviços mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir mas é o
mesmo Deus que realiza tudo em todos” (1 Cor 12,4-6).
Estamos unidos neste corpo apostólico por muitas afinidades e coisas em comum, mas, fundamentalmente, pertence-se e deseja-se pertencer a ele porque, no princípio, antes de tudo
o resto, está um chamamento individual de Deus à pessoa que cada um é, está um repto
pessoal de Deus a cada um de nós: “chamo-te a ti; é AQUI que me queres servir?”.
Discernimento vocacional
Discernir sobre a importância do Compromisso no âmbito da nossa caminhada em CVX consubstancia, portanto, um passo prévio mas crucial, mesmo que demorado: o discernimento
vocacional. Este não é um convite vivido apenas por aqueles que sentem o apelo da vida
consagrada, é antes um processo aberto a todo o cristão que se sente disponível para aprofundar o seu chamamento baptismal e do qual resulta um fruto imenso: poder chegar a dizer
quem se é diante de Deus, poder assumir claramente as razões da própria fé, aquilo que faz
cada um ser quem é enquanto cristão. É isto descobrir uma vocação.
E descobrir uma vocação é também perceber onde se é chamado a ser activamente cristão,
que missão se é chamado a cumprir neste mundo para colaborar na construção do Reino
enquanto seguidor de Jesus. A descoberta da vocação abre caminho à missão e é neste
binómio vocação / missão que se constrói a identidade de cada um enquanto cristão.
Vocação particular na Igreja
A Igreja – comunidade dos seguidores de Jesus Cristo Ressuscitado – é a primeira e a maior
comunidade de que fazemos parte como cristãos; é a nossa comunidade primordial. Dentro
da Igreja, surgem muitas comunidades mais pequenas, com identidades próprias que, nunca
se sobrepondo ao todo, são fonte inesgotável de riqueza e diversidade para a Igreja no seu
conjunto.
A CVX preenche o requisito: tem uma história, uma forma de estar, um estilo de vida, uma
linguagem e pedagogia espirituais próprios. Para lá do nível das pequenas comunidades
locais, há um conjunto vibrante de pessoas que fazem caminho orientadas pelos mesmos
princípios e enraizadas no mesmo tronco frondoso da espiritualidade inaciana. Pelo mundo
fora, existe uma rede de gente que comunga de um mesmo estilo de vida e é habitada pela
convicção de que a CVX é a sua vocação; gente que entende a CVX como o local privilegiado,
dentro da Igreja, onde responde ao chamamento do Senhor e a partir do qual parte em missão.
Quando alguém se sente identificado com este caminho e pessoalmente chamado a ser parte
deste corpo, então, não faz sentido não falar em Compromisso CXV.
Aqui chegados, e uma vez assumida a intuição do conceito, várias questões se levantam
sobre aspectos específicos, como, por exemplo, a razão por que se distinguem dois tipos de
compromisso (temporário/permanente) ou as condições que faz sentido cumprir em termos
de tempo e de preparação espiritual para realizar cada um deles.
Este Guião pretende, assim, esclarecer a fundamentação do Compromisso mas também oferecer ajudas práticas, como propostas de oração e procedimentos específicos, para aqueles
que desejam avançar por este caminho de maior comprometimento pessoal com a pessoa de
Cristo e com a missão da sua Igreja através do Compromisso CVX.
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Compromissos: Temporário e Permanente
As diferenças
Nos Princípios Gerais da CVX, estão previstas duas formas de compromisso: o Compromisso Temporário e o Compromisso Permanente (PG 10). No entanto, a distinção não é
primeiramente de durabilidade temporal. A relação entre eles não funciona à maneira de
uma promessa feita, primeiro, de forma algo tentativa, experimental, provisória (o que seria
o Compromisso Temporário), para depois, mais tarde, ser, a mesma promessa, ratificada
definitivamente (Compromisso Permanente). A diferença vai muito mais fundo, toca mesmo
a matéria, o objecto de cada um dos compromissos. Fazer o Compromisso Temporário ou o
Permanente é comprometer-se a coisas bem distintas, com objectivos, implicações e consequências claramente diversos para cada um deles. Esta distinção nasce do facto de estes
Compromissos se referirem e servirem etapas diversas da progressiva caminhada pessoal
em CVX.
Segundo o Plano de Formação da CVX-P, o Compromisso Temporário corresponde e assinala
o fim da etapa de Iniciação. Depois de ter sido introduzido ao modo de ser CVX e estar já
suficientemente familiarizado com a sua espiritualidade e modelo de serviço apostólico, o
membro CVX faz uma opção pelo aprofundamento da busca e do discernimento, seguindo
um desejo de clarificar e aprofundar a adesão à totalidade do estilo de vida CVX. É um passo
duma etapa de formação, marcado ainda pela procura dum esclarecimento decisivo da vocação pessoal.
O Compromisso Permanente, por seu lado, corresponde, no Plano de Formação, à consumação da etapa de Identificação e enquadra a fase sem termo da Missão. Conclui a formação
inicial (mas não a continuada), rematando o processo de discernimento vocacional. A busca
cumpriu-se por um encontro de sintonia plena com o estilo de vida CVX e um desejo de aderir a ele de forma completa e definitiva. Em consequência, manifesta-se publicamente com
alegria essa adesão que é, também, ao mesmo tempo, assentimento ao chamamento personalizado de Deus a seguir Jesus Cristo e servir o Reino pelo caminho apostólico da CVX.
Como se vê, as motivações e o alcance de cada um destes Compromissos são bastante diferentes, como expressa O Carisma CVX ao centrar a definição concisa que dá de cada um,
num caso, na procura da vocação e, no outro, na disponibilidade para ser enviado:
O compromisso temporário é a expressão dum desejo de viver segundo o estilo de vida CVX. Este
compromisso implica a procura da vocação à qual o Senhor está a chamar a pessoa, e o discernimento dessa vocação. (O Carisma CVX, 177)
O compromisso permanente é a culminação do nosso discernimento vocacional, no qual expressamos o nosso desejo de descobrir a vontade de Deus e de realizá-la na nossa vida apostólica,
em resposta ao nosso chamamento específico, e a nossa prontidão para sermos enviados em
missão. (O Carisma CVX, 192)
O peso de cada um dos Compromissos na vida pessoal do membro CVX e na da Comunidade
é, assim, significativamente distinto e, portanto, as exigências que devem ser postas no discernimento pessoal e o grau de envolvimento da Comunidade na confirmação e na aceitação
do Compromisso Temporário ou do Compromisso Permanente são também diferentes.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Compromisso Temporário
O Compromisso Temporário é uma expressão da vontade efectiva do membro CVX procurar
os meios para vir a esclarecer se quer mesmo comprometer-se com a CVX, se é aí que vai
terminar e consumar-se a procura da sua identidade cristã pessoal, se é aí que se revelará
de modo conclusivo o seu lugar certo na Igreja, o seu enquadramento no serviço do Reino.
No início da caminhada em CVX, a noção de chamamento (vocação) é sentida – na maior
parte dos casos – de uma forma vaga e difusa. No entanto, à medida que o candidato se vai
integrando mais e mais na Comunidade, vai conhecendo a respectiva espiritualidade e se vai
familiarizando com os meios de crescimento no Espírito próprios da CVX, não poderá deixar
de sentir as “moções” que lhe permitirão ir verificando se a CVX é ou não a via que o ajuda a
aproximar-se mais de Deus e da Sua vontade.
A Comunidade, aos seus diferentes níveis, nestes primeiros tempos, acompanha e encoraja o
candidato na sua busca pessoal, favorecendo um ambiente de integração e discernimento e
convidando-o a dar novos passos numa perspectiva de crescimento e compromisso. Poderão
ser vários os sucessivos “pequenos compromissos” propostos e a que o candidato se vai
sentindo desafiado: assiduidade e fidelidade às reuniões, respeito pela opinião dos outros,
experiência dos Exercícios Espirituais, prática diária de oração pessoal, revisão da própria
vida (“o exame”), vida sacramental intensa, voluntariado, participação em actividades apostólicas…
Chegará o momento, terminada a etapa de Acolhimento e em plena fase de Iniciação (cf.
Plano de Formação da CVX-P), em que o candidato se deverá interrogar, em consciência, se
encara ou não o caminho CVX como um muito provável chamamento e uma graça de Deus
para si. É um ensejo que pode chegar de modo espontâneo ou ser provocado como parte do
encaminhamento pedagógico. No caso de a resposta ser afirmativa, é a hora de fazer o seu
Compromisso Temporário.
Enquanto passo do processo de crescimento em CVX, o Compromisso Temporário configura
um desafio posto pela Comunidade ao membro CVX em iniciação para se decidir, clarificar os
seus desejos e se mobilizar na busca, procurando a liberdade para se descobrir e se determinar totalmente diante de Deus. A sua realização sinaliza, para o próprio e para a Comunidade, a decisão assumida dum investimento empenhado na aclaração e confirmação deste
discernimento vocacional sobre a CVX. É um processo, que se abre ou se intensifica, de criar
as condições suficientes de liberdade (“indiferença”) para ver com clareza a proposta de
Deus e optar por ela sem se deixar condicionar.
O Compromisso Temporário é um compromisso para uma busca de confirmação, mas busca
ainda aberta. Pode ser que aquilo que parece ser, ao princípio, afinal venha a não ser e o
resultado seja precisamente escolher outro caminho que não a CVX. É, assim, jogando um
pouco com as palavras, um compromisso “sem compromisso”. Fazendo o paralelo com o
movimento dos Exercícios, o Compromisso Temporário corresponderá à meditação do Reino
(EE 91): a manifestação da vontade de seguimento que dispõe para um processo de descoberta do modo e do local onde, concretamente, esse seguimento de Cristo se irá substanciar.
Face à CVX, é pôr-se numa atitude de “vinde e vede” (cf. Jo 1, 39), querendo conhecer
melhor para poder optar por permanecer definitivamente.
O Compromisso Temporário implica, para a pessoa que o faz, a busca de fidelidade ao chamamento do Senhor a seu respeito e a entrada num caminho de discernimento dessa vocação. Explicita, no entanto, também, o desejo de adoptar, mesmo que algo provisoriamente,
o estilo de vida CVX, enquanto espera e procura uma decisão mais clarificada e definitiva,
através de uma experiência mais aprofundada de Deus pela via dos Exercícios Espirituais,
com o apoio da Comunidade.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�A Comunidade, por seu lado, ao receber o Compromisso Temporário de um dos seus membros, acolhe este interesse e vincula-se a ajudar, provendo a parte dos meios que lhe compete, de forma que os objectivos do comprometimento possam ser alcançados.
Compromisso Permanente
O Compromisso Permanente é uma afirmação de plena maturidade cristã feita por um discípulo que se reconhece chamado a ser também apóstolo, uma proclamação pública de
alguém que, de uma forma claramente discernida e confirmada, descobriu na CVX o seu
modo específico de ser diante de Deus e de estar na Igreja e no mundo. O reconhecimento e
assunção desta vocação pessoal estrutura uma identidade que se revê no estilo de vida CVX
e expressa-se numa oblação de si mesmo que dá sentido apostólico à vida toda, em disponibilidade para o serviço à missão que a CVX, enquanto corpo apostólico, vai discernindo como
própria.
Carisma e missão, chamamento e envio, identidade pessoal e pertença activa a um corpo
apostólico são as polaridades que estão presentes de forma harmoniosa na experiência espiritual do membro CVX que está em condições de, e se sente movido a, fazer o Compromisso
Permanente.
Concluindo o processo que o Compromisso Temporário abriu e sustentou, o Compromisso
Permanente culmina e efectiva o discernimento vocacional, redireccionando o desejo de continuar a buscar a vontade de Deus e a realizá-la para a vida apostólica, onde, com todas as
qualidades e limitações, se quer estar disponível para ser enviado e viver em missão. É um
momento de determinação peremptória da liberdade, em que se elege jogar a vida toda num
“modo de ser cristão no mundo” reconhecido e assumido como o próprio pessoal e na integração definitiva, publicamente afirmada, numa comunidade eclesial que partilha uma missão. No paralelo com o movimento dos Exercícios Espirituais, é o passo da eleição no final da
segunda semana (EE 169), onde se consubstancia o modo pessoal específico de cada um se
identificar com Cristo e de servir o seu Reino. Esta decisão definitiva liberta para a experiência de confiança que permite saborear a presença e o amor de Deus em tudo e, em tudo
amando e servindo, colaborar com Ele na obra da criação, segundo a dinâmica da Contemplação para Alcançar Amor (EE 230).
Encontrada a identidade diante de Deus e na Igreja, este Compromisso marca e significa, na
caminhada espiritual de quem o faz, a viragem definitiva para fora. Na prática, volta o esforço de crescimento espiritual e de discernimento para a procura da maior colaboração na
construção do Reino, mobiliza a totalidade da pessoa CVX para o serviço no mundo.
A missão é a característica essencial e marca distintiva do Compromisso Permanente. Ele
corresponde à etapa de vida apostólica na sua plenitude. No Plano de Formação, é um dos
sinais de final da etapa de Identificação e o grande pórtico para a etapa da Missão em que a
formação é concebida já como formação permanente que permita estar “em boa forma apostólica” e cada vez mais à disposição de Deus, vivendo a Espiritualidade Inaciana como um
dom que importa pôr ao serviço da Igreja e da Humanidade.
Em suma, o Compromisso Permanente é a proclamação pública de que a Comunidade de
Vida Cristã é o corpo apostólico em que queremos viver o carisma a que o Espírito do Senhor
nos chama, comprometendo-nos com a sua espiritualidade e estilo de vida, disponíveis para
sermos enviados e nos responsabilizarmos pela missão do corpo.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Compromissos com quem e para quê
É importante ter bem presente que os compromissos não são com a CVX. Quem os faz, e ao
fazê-los, compromete-se com Deus. A CVX é apenas o espaço eclesial de reconhecimento do
chamamento de Deus e a comunidade que medeia o apoio e a realização concreta da resposta a essa vocação.
Importa ainda ter bem claro que a disponibilidade para a missão prometida nos Compromissos não se refere primariamente a um serviço à CVX enquanto organização; pode e deve
incluir essa abertura, mas não é esse o objectivo primeiro nem o sentido fundamental. Especialmente no caso do Compromisso Permanente, a dimensão de disponibilidade apostólica
que lhe é essencial e constitutiva tem a ver com a missão de serviço do Reino na Igreja e no
mundo. A CVX é elegida – em resposta a um chamamento, fruto dum discernimento confirmado que reconheceu aí a sua vocação pessoal na Igreja – como o lugar de identificação
espiritual, enquanto modelo de estilo de vida e como a instância de mediação da missão
apostólica daquele que se compromete. Mas o exercício da missão para que se oferece a
Deus não se restringe ao âmbito interno da CVX, nem o concerne em primeiro lugar.
Ter o referente para a minha identidade espiritual e apostólica e o enquadramento de discernimento, envio, apoio e avaliação da minha missão como cristão na CVX não significa que
não posso trabalhar com outras pessoas e movimentos da Igreja ou colaborar em iniciativas
e missões que não são originariamente da Comunidade ou se realizam fora dela.
Contudo, e por outro lado, não tem sentido alguém afirmar-se ser CVX em termos de identificação com uma espiritualidade, um estilo de vida e um modo de serviço apostólico e, com a
mesma intensidade e ao mesmo tempo, seguir ou referir-se a outra espiritualidade, ou outro
estilo de vida ou outra forma de encarar a vida como missão, característicos de outros
movimentos ou grupos eclesiais.
Especialmente para quem faz o Compromisso Permanente, a CVX é elegida definitivamente
como o seu lugar de mediação apostólica, onde e através da qual quer receber a Missão que
lhe é dada por Deus e onde primariamente a discernirá e avaliará e se apoiará para a realizar. Esta opção tem, necessariamente, ao seu nível fundamental, um carácter de exclusividade. Mas não implica quaisquer exclusivismos nem incompatibilidades quando se trata de
campos de acção concretos, missões ou apostolados específicos em âmbitos mais vastos da
vida da Igreja e do serviço do Reino, onde a colaboração com outros pode ser um meio excelente de cumprir ou potenciar a missão dum membro CVX.
Missão, missões e apostolado
Convém também não confundir Missão com “missões”, não interpretar o conceito de Missão
Comum da CVX como exigência de uniformidade ao nível das missões de cada um, ou reduzir Missão a apostolado.
A vocação CVX é uma vocação apostólica, um chamamento para a Missão, mas uma Missão
que não é estritamente delimitada (cf. PG 8). Mesmo a definição duma Missão Comum (cf. A
Nossa Missão Comum) configura sobretudo propostas de critérios de discernimento e desafios, formuladas em termos de prioridades genéricas vistas pela Comunidade ao nível global,
a partir da atenção à acção do Espírito na realidade que nos circunda. O objectivo destas
propostas não é levar os membros CVX a fazerem todos as mesmas coisas ou, muito menos,
a viverem a sua missão apenas como missão realizada em grupo. Para o membro CVX, torna-se natural fazer o discernimento do seu serviço apostólico concreto à luz da espiritualidade e do estilo de vida CVX e isso, por si só, garante que as suas missões e apostolados serão
apreendidos e integrados na sua missão pessoal e esta na Missão Comum CVX. Se a CVX
procura ser um corpo apostólico, sê-lo-á na variedade dos seus membros e na realização das
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�diferentes funções que a cada um competem no serviço desse corpo. A união decorre muito
mais da comunhão de modo de proceder e de estilo de vida do que de uniformidades externas.
Mais ainda, se a Missão CVX não se limita nem se refere primariamente às tarefas realizadas
dentro da CVX e ao serviço dela enquanto tal, Missão em CVX não deve ser identificada com
“apostolados”, isto é, trabalhos dentro da missão explicitamente evangelizadora da Igreja.
Como vocação laical, a missão primordial da CVX é para ser vivida antes de mais na vida
familiar e profissional e no comprometimento cívico, embora abrindo espaço, na medida das
disponibilidades e dos dons de cada um, para o trabalho eclesial de apostolado e evangelização, seja pelo anúncio, a celebração ou a caridade.
Expressão do Compromisso como serviço à Comunidade e à Igreja
Finalmente, consideremos a questão muitas vezes levantada da utilidade ou necessidade da
expressão pública dos Compromissos CVX.
A expressão pública responde, antes de mais, a um desejo pessoalmente sentido de revelar
e partilhar o que se sente interiormente; serve também para ajudar o próprio a aprofundar o
significado e alcance do seu desejo e a apostar mais no seu comprometimento; e é uma
forma de serviço à Comunidade e à Igreja, confirmando-as nos seus carismas e missões.
Na experiência de muitos membros CVX, a decisão de celebrar publicamente o Compromisso
surge como um desejo natural de quem, tendo feito um percurso em CVX, reconhece nela a
sua vocação particular dentro da Igreja à maneira de um “tesouro encontrado” que leva a
querer partilhar a alegria com os outros. E é sempre assim que deve ser: fazer um Compromisso CVX é uma resposta a um desejo interior de alguém que se sente movido a expressar
a experiência dum dom, nunca um agir por imposição ou simples mimetismo social.
O Compromisso é a contrapartida de um chamamento. É, portanto, a resposta a um movimento da graça. E a dinâmica própria da graça é levar à encarnação, à concretização, à visibilidade, a ganhar corpo. Nós somos seres corporais, não puros espíritos. Precisamos de
referentes materiais para as nossas experiências. Os gestos exteriores ajudam, clarificam e
reforçam o que se passa interiormente. É por isso que, na vida cristã eclesialmente vivida, os
passos importantes da nossa existência são assinalados sacramentalmente, com acções
materiais significativas e eficazes. De modo análogo, e apenas análogo, funciona também o
Compromisso CVX. Ao celebrá-lo, traduzimos por um sinal o nosso desejo profundo e interior
de seguir o Senhor através de um caminho e uma espiritualidade específicos, numa Comunidade concreta. Tornamos claro que a Comunidade é ajuda, estímulo e desafio na fidelidade.
E o Compromisso é também uma forma de ajudar os outros, de reforçar o corpo apostólico.
Quando alguém se compromete com o caminho espiritual, o estilo de vida e a missão duma
Comunidade, está a manifestar para todos a continuada validade e vitalidade do seu carisma. Dá uma prova concreta e bem visível que o Espírito continua a agraciar este caminho na
Igreja, entusiasmando novas pessoas a segui-lo. A expressão pública do Compromisso é,
assim, um serviço mútuo de confirmação, identificação, apoio e renovação entre o membro
CVX que se compromete e a Comunidade de Vida Cristã que o acolhe.
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Processo e Procedimentos
O processo que leva ao compromisso é eminentemente pessoal. Começa com um desejo do
membro CVX que se sente movido a expressar publicamente o seu comprometimento com
Cristo na Comunidade de Vida Cristã, encontrada – já definitivamente ou ainda apenas
enquanto possibilidade muito atractiva – como o seu lugar para o seguimento de Jesus e a
entrega apostólica na Igreja.
Mas o compromisso CVX não é, no entanto, apenas uma questão de desejo pessoal. É, ao
mesmo tempo, um dom de Deus que se expressa numa forma de serviço à Comunidade,
afirmando publicamente a identidade desta e a vitalidade do seu carisma, comprometendo-a
também, assim, na procura da maior fidelidade à vocação e missão comuns.
O próprio discernimento relativamente ao Compromisso, sendo pessoal, não pode ser apenas
individual. Porque é de alguém que pertence à CVX e sobre a CVX, deve ser feito também
em CVX, referindo-se, envolvendo e ajudando-se da Comunidade, especialmente da sua
comunidade local, com particular papel para o animador e o guia.
Finalmente, como em qualquer discernimento eclesial, há uma instância que ratifica autorizadamente o processo e o resultado. Esse será o papel das Equipas Regional e Nacional,
consoante o compromisso em causa. Assim, a Comunidade, que ajudou o membro CVX a
fazer o seu percurso de discernimento face ao Compromisso, acolhe e confirma a sua decisão
e organiza a celebração onde este será realizado.
A CVX Mundial estabeleceu algumas normas referentes aos Compromissos (NG 2-6, para as
quais remete o PG 10) e os Estatutos da CVX-P fazem também algumas determinações (nn.
9.5 e 15.4). Aqui, neste Guião, concretiza-se a aplicação desses enquadramentos gerais,
procurando facilitar a prática do Compromisso para todos os membros CVX que o desejarem
fazer e salvaguardando a organização de todo o processo a nível comunitário, para que possa decorrer de forma ordenada e clara, garantindo os maiores frutos para cada pessoa e
para a CVX.
Neste encontro entre os ritmos próprios de cada um e a liberdade do Espírito que sopra onde
e como quer, por um lado, e as vantagens de alguma ordenação que ajuda também a clarificar os discernimentos pessoais e as necessidades organizativas institucionais, por outro, se
devem interpretar as indicações mais formais aqui sistematizadas, sempre no espírito de que
“o sábado é para a pessoa, e não a pessoa para o sábado”.
Os tempos
As Normas Gerais apontam um período de entre um e quatro anos, depois da entrada na
CVX, para se fazer o Compromisso Temporário; e não menos de dois nem mais de oito anos
depois do Temporário para se fazer o Compromisso Permanente. No Plano de Formação da
CVX-P, o Compromisso Temporário é um dos marcos que finalizam a etapa de Iniciação e o
Permanente a consumação da etapa de Identificação. Mais importante do que cumprir formalmente prazos é ter em conta que a adesão e integração na CVX é um processo de crescimento que envolve busca, discernimento e decisão, segundo a lógica inaciana do mais.
Marcar com sinais exteriores (sendo os Compromissos os mais expressivos) a progressivida-
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�de da caminhada, com cada vez maior clarificação de opção e maior comprometimento, muito ajuda a não cair na rotina e na estagnação.
Compromisso Permanente sem ter feito o Temporário
Quem está há muito tempo em CVX sem nunca ter feito o Compromisso Temporário, mas
manifestamente assimilou as etapas de Iniciação e Identificação e já vive como sua opção
pessoal definitiva a espiritualidade, o estilo de vida e o comprometimento apostólico próprios
da CVX não tem sentido estar agora a propor-se aos objectivos do Compromisso Temporário,
que claramente já superou. Pode, assim, com a concordância fundamentada da Equipa
Regional respectiva, propor-se à Equipa Nacional para fazer logo, excepcionalmente, o Compromisso Permanente, sem ter que fazer o Temporário.
Âmbitos da celebração dos Compromissos
O Compromisso, mesmo o Temporário, é sempre com a CVX-Comunidade Mundial, realizado
através da mediação duma comunidade local e Nacional (PG 7). Propõe-se, no entanto, que
a celebração se faça em âmbitos distintos, para marcar a progressividade de aprofundamento do vínculo com a CVX e ajudar a distinguir a especificidade de cada um dos Compromissos. Assim:
• o Compromisso Temporário deve realizar-se ordinariamente em celebrações a nível
regional, na presença autorizada da Equipa Regional respectiva;
• o Compromisso Permanente deve ser realizado numa ocasião de reunião de nível
nacional, na presença autorizada da Equipa Nacional da CVX-P.
Procedimentos para o Compromisso Temporário
Cada Equipa Regional estabeleçerá uma ocasião anual (uma celebração que junte a comunidade regional) para serem pronunciados os Compromissos Temporários.
Quem desejar fazer o Compromisso Temporário, partilhe atempadamente o seu intento com
o grupo a que pertence, pedindo a ajuda rezada e discernida de todos para o seu processo
de decisão.
Quem se propõe fazer o Compromisso Temporário deve estar já familiarizado com a prática
dos Exercícios Espirituais e estar decidido a servir-se deles como meio para a busca e o discernimento a que se quer comprometer. O conhecimento das grandes linhas de força da
espiritualidade inaciana e do percurso espiritual de Inácio de Loyola são também referências
relevantes para a deliberação sobre o Compromisso Temporário.
No tempo de preparação imediata para o Compromisso Temporário é essencial que se tome
conhecimento, através de leitura reflectida e meditada, dos documentos essenciais da CVX,
nomeadamente os Princípios Gerais e O Carisma CVX, procurando unir ao conhecimento
intelectual uma crescente adesão de coração. As leituras e as questões da “Preparação para
o Compromisso Temporário” apresentada neste Guião servem para orientar a oração durante
o período preparativo da decisão.
Finalizada a decisão, deve comunicar o intento à Equipa Regional suficientemente antes da
data prevista para os Compromissos, certificando-se que conta com o apoio do animador e
do guia do grupo a que pertence.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Procedimentos para o Compromisso Permanente
A celebração anual nacional do Dia Mundial CVX (à volta de 25 Março) será a data habitual
para a realização dos compromissos permanentes na CVX-P.
Para ser admitido a fazer o compromisso na data anual, o membro CVX deve comunicar à
Equipa Nacional essa intenção no início do ano lectivo (Outubro anterior), através da respectiva Equipa Regional. Previamente, terá já partilhado este desejo com o grupo de pertença,
pedindo a todos que rezem e o ajudem a discernir o acerto da intenção. Deve também certificar-se que conta com o apoio inequívoco do animador e do guia.
Quem se propõe fazer o Compromisso Permanente deve ter terminado o seu processo de
discernimento vocacional com a convicção de ter encontrado na CVX a sua particular vocação
na Igreja, onde deseja seguir a Cristo e trabalhar na construção do Reino. Nesse percurso de
formação e discernimento, há elementos essenciais à espiritualidade e ao estilo de vida CVX
que devem ter sido bem assimilados:
• uma experiência aprofundada dos Exercícios Espirituais, adquirida pela prática dos
Exercícios completos em alguma das suas modalidades, pela reflexão sobre essa
experiência e pelo conhecimento esclarecido da linguagem e da pedagogia do método
inaciano, de tal modo que os movimentos e as graças das diferentes semanas tenham
sido vividas e assimiladas e a dinâmica dos Exercícios se haja constituido como matriz
de referência e guia para a leitura de toda a experiência de vida no Espírito.
• um conhecimento aprofundado do carisma – identidade e missão – da CVX como ele
está presentemente formulado nos seus documentos mais significativos: Princípios
Gerais, O Carisma CVX, A Nossa Missão Comum e Recomendações das Assembleias
Mundiais;
• de modo particular, deve estar consciente e abraçar sem reservas o seu ideal apostólico, querendo fazer a opção pessoal definitiva de ter a CVX como lugar de mediação
apostólica, onde se dispõe a discernir, a ser enviado, a receber apoio e a avaliar a sua
missão.
Convém que reveja e avalie o seu percurso na CVX à luz das indicações do Plano de Formação da CVX-P.
Como preparação próxima para a realização do Compromisso Permanente requer-se:
• o seguimento da proposta de “Preparação para o Compromisso Permanente” deste
Guião como matéria de meditação orada e discernida;
• a releitura espiritual aprofundada, ao longo do ano, dos documentos mais significativos da CVX;
• A participação em reuniões a nível regional (2/3 vezes) com os outros membros CVX
na mesma demanda, acompanhadas por um guia, para ir partilhando o processo e os
frutos da caminhada; caberá à Equipa Nacional propor os locais e datas, uma vez
conhecida a lista anual dos candidatos ao Compromisso Permanente.
• fazer Exercícios Espirituais de 7 dias durante o ano anterior à realização do Compromisso Permanente;
• o recurso ao acompanhamento espiritual assíduo para ir relendo os frutos espirituais
do processo.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
15
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�Modo de realização dos Compromissos
Os Compromissos devem ser realizados numa Eucaristia de larga participação, aberta a
todos, para a qual toda a Comunidade é convidada.
O momento da celebração do Compromisso é a seguir à Homilia, antes da Oração Universal.
Se o número daqueles que fazem o Compromisso o permitir sem alongar demasiado a celebração, pode cada um dos que faz o Compromisso ser apresentado por outro membro CVX
e, depois, pronunciar a sua fórmula.
A fórmula deve ser escrita em 3 exemplares, depois assinados pelo próprio e pelo membro
da Equipa Nacional ou Regional que recebe o Compromisso. Uma cópia é para o próprio,
outra para os arquivos da Equipa Regional e a terceira para os arquivos do Secretariado
Nacional da CVX-P. (Nos Compromissos Temporários, a Equipa Regional fica responsável por
enviá-la ao Secretariado Nacional.)
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�1 2 3 4 5 6
Fórmulas dos Compromissos
Fórmula do Compromisso Temporário
Eu, ____________________________,
sentindo o caminho já feito na CVX como uma graça e movida(o) pelo
desejo de buscar e encontrar a vontade de Deus na minha vida;
quero expressar publicamente a minha adesão ao carisma inaciano da
CVX, enquanto espiritualidade, estilo de vida e modo de disponibilidade
apostólica, conforme os seus Princípios Gerais;
e afirmo o meu empenho na procura da confirmação definitiva do caminho
CVX como a vocação específica que sou chamada(o) a viver na Igreja.
Faço assim, diante de Deus, o meu Compromisso Temporário com a
Comunidade de Vida Cristã, através da minha comunidade local e na
comunidade nacional da CVX-P, comprometendo-me a:
• progredir no crescimento espiritual, pela oração, a prática sacramental e
o discernimento, usando os meios próprios da CVX, nomeadamente os
Exercícios Espirituais, e tendo Maria como exemplo e modelo de vida;
• ordenar cada vez mais a minha vida, em todas as dimensões, segundo o
estilo de vida CVX;
• buscar caminhos concretos de participação na construção do Reino, discernindo a minha missão pessoal na vida familiar, no exercício da profissão, na vida cívica e no serviço eclesial;
• participar nas actividades da Comunidade e apoiá-la, dentro do que me
for possível.
Peço a Jesus e a Maria, sua mãe, que me alcancem a graça da fidelidade
ao compromisso que acabo de assumir.
[Local], [Data]
_________________________
_______________________
Assinatura
———
Presidente da Equipa Regional
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
17
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�Fórmulas do Compromisso Permanente
Há elementos que obrigatoriamente devem integrar as fórmulas, por serem essenciais ao
compromisso CVX: aceitação dos Princípios Gerais, comprometimento com estilo de vida,
abertura à missão apostólica, referência à Comunidade Mundial, disponibilidade para colaborar nas actividades da Comunidade. Mas há também margem, no caso do Compromisso
Permanente, para cada um personalizar a expressão do compromisso que deseja fazer. Nesse caso, a fórmula deve ser ratificada previamente pela Equipa Nacional.
Deste modo, as fórmulas a seguir propostas, que têm sido usadas na nossa Comunidade
nacional, são apresentadas como exemplos.
Ao optar-se por redigir uma fórmula própria, não se deixe, no entanto, de ter em conta o
valor de manter algum nível de uniformidade (S. Inácio dava muita importância à uniformidade exterior como forma de união interior...) e de ter cuidado em não elaborar fórmulas
demasiado longas.
Fórmula A:
Eterno Senhor de todas as coisas, eu, ________________________,
desejando seguir a Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na
construção do Seu Reino, tendo encontrado na Comunidade de Vida Cristã
a minha vocação particular dentro da Igreja, aceitando os seus Princípios
Gerais e contando inteiramente com o vosso amor e graça,
comprometo-me a procurar e realizar, com generosa e humilde fidelidade,
a Vossa vontade.
Tendo a Virgem Maria, mãe da Igreja e minha mãe, como modelo de vida,
comprometo-me a:
• assumir um estilo de vida simples no seguimento de Jesus pobre e
humilde;
• fazer da Eucaristia, da oração pessoal, dos Exercícios Espirituais e do
discernimento os meios privilegiados para “buscar e encontrar Deus em
todas as coisas e todas as coisas n’Ele”;
• sentindo com a Igreja e “atento(a) aos sinais dos tempos”, esforçar-me,
através das minhas atitudes, palavras e acções, por anunciar a fé e
promover a justiça, unindo-me, deste modo, à missão apostólica de
Jesus;
• a eleger definitivamente a CVX como lugar de intermediação apostólica,
onde procurarei, duma forma primordial, discernir, receber o envio,
encontrar apoio e avaliar a minha missão.
Faço, assim, o meu Compromisso Permanente com a Comunidade de Vida
Cristã, através da minha comunidade local e nacional, procurando contribuir, em tudo e sempre, para a maior glória de Deus, colaborando, dentro
das minhas possibilidades, em todas as suas actividades.
Na certeza da Vossa bondade e amor, peço a Jesus e a Maria, sua mãe,
que me alcancem a graça da fidelidade ao compromisso que acabo de
assumir.
[Local], [Data]
_________________________
_______________________
Assinatura
———
Presidente da Equipa Nacional
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
18
———
�Fórmula B
Eu, _________________________,
membro da Comunidade de Vida Cristã, aceitando os seus Princípios
Gerais,
comprometo-me de modo permanente a entregar a minha vida ao
Senhor, com generosidade sempre maior, e a trabalhar, em espírito de
serviço e em união com todo o povo de Deus, pela justiça e pela paz entre
os homens, como testemunho da minha fé.
Comprometo-me a assumir um estilo de vida simples, no seguimento de
Cristo pobre e humilde, a manter uma vida sacramental intensa, a meditar a Sagrada Escritura, a difundir a doutrina da Igreja e a colaborar com
os seus pastores, a perseverar numa vida de oração e a centrar-me cada
vez mais em Cristo, inspirando-me nos Exercícios Espirituais de S. Inácio,
e tendo sempre presente a Santíssima Virgem como modelo das minhas
actividades de missão e de serviço.
Comprometo-me a uma opção pessoal definitiva pela Comunidade de Vida
Cristã como lugar de mediação apostólica, onde procurarei, com toda a
disponibilidade, acolher a minha missão, receber o envio e encontrar o
apoio primordial no discernimento e na avaliação.
Sentindo com a Igreja, quero, desta maneira, com a graça de Deus e em
união com Maria, a mãe de Jesus, ser fiel testemunha da acção renovadora do Espírito no trabalho pela construção do Reino, e, em união com a
minha comunidade, em cuja vida me comprometo a participar, procurar
sempre a maior glória de Deus.
Peço ao Senhor e a Maria, Sua mãe, que me concedam a graça da fidelidade ao compromisso que acabo de assumir.
[Local], [Data]
_________________________
_______________________
Assinatura
———
Presidente da Equipa Nacional
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
19
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��1 2 3 4 5 6
Preparação para o Compromisso Temporário
Para lá, ou enquadrando, as propostas mais elaboradas de reflexão e oração que se seguem,
poderá ajudar nesta preparação a meditação de alguns textos evangélicos particularmente
apropriados, de que se sugerem alguns exemplos:
• Jo 1, 35-49: “vinde e vede”; encontro fascinante com Jesus
• Lc 19, 1-10: Zaqueu e a fecundidade de seguir fielmente os desejos mais profundos
• Mc 1, 16-20: o chamamento dos discípulos
Bloco I: SOBRE O SENTIDO DE VOCAÇÃO
A. BUSCAR E ENCONTRAR A VOCAÇÃO NA IGREJA
1. Vocação pessoal
3
Esperamos que todos os membros CVX participem na missão de Cristo de acordo com
a sua própria vocação e estado de vida na Igreja. "A nossa Comunidade é formada por
cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que
desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino
e reconheceram na Comunidade de Vida Cristã a sua particular vocação na Igreja" (PG
4).
4
O fundamento da formação e da renovação da CVX é o valor de cada pessoa e a convicção de que cada pessoa tem uma vocação divina, que abraça todas as dimensões
da sua existência. Deus chama cada um. Ele toma a iniciativa, mas respeita a nossa
liberdade pessoal. Cada indivíduo descobre este chamamento quando o escuta e aceita
os desejos de Deus. Este chamamento de Deus é uma vocação pessoal, que se revela
nas nossas inclinações mais profundas e nos nossos desejos mais autênticos. A nossa
resposta livre ao chamamento de Deus é o que dá sentido e dignidade à nossa existência.
5
Entender a nossa vida pessoal, a nossa família, o nosso trabalho e a vida cívica como
uma resposta ao chamamento do Senhor liberta-nos de qualquer inclinação para nos
resignarmos perante as situações em que nos encontramos. Leva-nos igualmente a
reagir contra o conformismo que procura impor-nos um estado e um estilo de vida.
6
Cada pessoa encontra na sua própria vocação pessoal o modo concreto de viver a
vocação universal da família humana, que é um chamamento à comunhão com o Pai
por intermédio do Filho no Espírito de amor. Ao realizar a sua missão como resposta
de amor ao chamamento do Senhor, o indivíduo realiza progressivamente o seu destino de desenvolver uma plena comunhão com Deus e com a família humana.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
21
———
�(...)
15
A vocação está intimamente vinculada à missão. Quando um cristão aprofunda os seus
laços de amizade com o Senhor, Ele confia-lhe uma missão. A vocação tem a sua origem na entrada de Deus na sua vida e precisa de tempo para transformar o seu coração, vinculando-o totalmente a Cristo. A missão confiada a ele por Cristo é um desejo
profundo, permanente e crescente nascido deste vínculo.
16
Os membros da CVX reconhecem a sua vocação pessoal na Igreja nesta forma particular de vida cristã. A vocação particular dos membros da CVX está estreitamente relacionada com o discernimento da sua missão apostólica, isto é, do tipo de serviço que
cada cristão é chamado a prestar na Igreja para a evangelização do mundo.
In O Carisma CVX
Propostas de abordagem:
1.
“Este chamamento de Deus é uma vocação pessoal, que se revela nas nossas inclinações mais profundas e nos nossos desejos mais autênticos. A nossa resposta livre
ao chamamento de Deus é o que dá sentido e dignidade à nossa existência.”
Sinto que já me encontrei com Deus e o desejo de salvação e felicidade que Ele tem
para mim?
2. “Entender a nossa vida pessoal, a nossa família, o nosso trabalho e a vida cívica
como uma resposta ao chamamento do Senhor.”
Reflectir sobre a minha vivência em cada uma destas áreas. Em quais delas a minha
fé surge como principal factor de motivação e de agregação? Em que áreas consigo
encontrar mais sentido à luz da minha fé? Para que áreas sinto que Jesus me chama
a colaborar activamente com Ele?
3. “Os membros da CVX reconhecem a sua vocação pessoal na Igreja nesta forma particular de vida cristã.”
Em que grau faço minhas estas palavras? Que ideias / sentimentos / moções me
desperta esta frase? Para responder sem preconceitos…
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�BLOCO II: SOBRE A VOCAÇÃO CVX
3. A vocação específica à CVX
17
A vocação à CVX especifica a vocação universal mediante três características principais:
3.1. Uma vocação inaciana
18
O carisma e a espiritualidade da CVX são inacianos. Assim, os Exercícios Espirituais de
S. Inácio são a fonte específica deste carisma e o instrumento característico da espiritualidade CVX.
19
Os Princípios Gerais sublinham o carácter inaciano da CVX usando frases por todo o
texto que remetem para a experiência dos Exercícios ou para o carisma inaciano. Sublinham o papel central de Jesus Cristo. As suas referências explícitas às origens inacianas do modo de proceder CVX, e à importância do discernimento apostólico na abertura pessoal aos apelos mais urgentes e universais do Senhor, deixam claro que o discernimento se deve tornar o meio normal para tomar decisões.
20
O estilo de vida CVX é configurado pelos traços da Cristologia Inaciana: austero e simples, em solidariedade com os pobres e os marginalizados da sociedade, integrando
contemplação e acção, em tudo vivendo vidas de amor e serviço na Igreja, sempre
num espírito de discernimento. Esta Cristologia Inaciana brota da contemplação da
Encarnação onde a missão de Jesus é revelada. Brota da contemplação d’Ele que é enviado pelo Pai para salvar o mundo; que escolhe e chama pessoalmente os que Ele
quer para colaborar com Ele, de entre aqueles que se reconhecem a si próprios como
fracos e pecadores. Emerge do seguimento de Jesus, Rei eterno, que se despojou de
Si mesmo para viver uma vida de pobreza e humilhações, em união com Ele na Sua
paixão e ressurreição, onde a força do Espírito forma a Igreja como Corpo de Cristo.
21
A espiritualidade inaciana explica igualmente o carácter mariano do carisma CVX. O
papel de Maria na Comunidade é, com efeito, o mesmo que Ela tem nos Exercícios e
na experiência espiritual de Inácio. A mãe de Jesus está constantemente presente ao
lado do seu Filho, como mediadora e como inspiração, e um modelo da resposta ao
Seu chamamento e do trabalho com Ele na Sua missão.
22
À luz da experiência fundante dos Exercícios, a CVX tem como objectivo a integração
da fé com a vida em todas as suas dimensões: pessoal, familiar, social, profissional,
política e eclesial.
23
A espiritualidade dos Exercícios reforça o carácter distintivo desta vocação cristã:
24
O magis inaciano marca o estilo da nossa resposta à vocação universal à santidade, pela busca da "maior glória de Deus", seguindo mais de perto a Jesus Cristo,
mediante "oblações de maior estima e momento".
25
Cristo, além disso, revela-se na espiritualidade inaciana como "homem-para-osoutros", e segui-Lo a Ele é pormo-nos nós próprios ao serviço dos nossos irmãos e
irmãs: um modo distintamente apostólico de compreender o Reino de Deus. Os
membros CVX são cristãos que "desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino".
26
Finalmente, os Exercícios, e portanto a nossa espiritualidade, sublinham o carácter
eclesial do serviço apostólico. Na medida em que é uma missão recebida de Cristo,
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
23
———
�é mediada através da Igreja. “A união com Cristo leva à união com a Igreja onde
Cristo, aqui e agora, continua a Sua missão de salvação”.
27
O carácter inaciano da CVX e dos seus membros encontra expressão na prática regular
dos modos inacianos de oração, exame, avaliação, discernimento apostólico (pessoal e
comunitário), e pela participação frequente nos sacramentos.
3.2. Uma vocação comunitária
28
Os membros da CVX vivem a espiritualidade inaciana em comunidade. A ajuda de
irmãos e irmãs que partilham o mesmo chamamento é essencial para o nosso crescimento em fidelidade à nossa vocação e missão. Além disso, a comunidade em si mesma é um elemento constitutivo do testemunho apostólico da CVX.
29
“A fim de preparar mais eficazmente os nossos membros para o testemunho e o serviço apostólico, especialmente no nosso ambiente diário, reunimos em comunidade pessoas que sentem uma necessidade mais urgente de unificar a sua vida humana em
todas as suas dimensões com a plenitude da sua fé cristã de acordo com o nosso
carisma”.
3.3. Uma vocação laical
30
A CVX é definida nos Princípios Gerais como uma associação, não de leigos, mas de
fiéis: "A nossa comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e
jovens de todas as condições sociais...”.
31
Mas, na etapa de maturidade, por altura do compromisso permanente, a vocação CVX
torna-se especificamente laical nos seus objectivos e características peculiares. "Procuramos atingir esta unidade de vida, em resposta ao chamamento de Cristo, a partir
de dentro do mundo em que vivemos".
In O Carisma CVX
Propostas de abordagem:
1. “O carisma e a espiritualidade da CVX são inacianos. Assim, os Exercícios Espirituais
de S. Inácio são a fonte específica deste carisma e o instrumento característico da
espiritualidade CVX.”
No meu percurso CVX, qual tem sido a importância dos instrumentos específicos que
a espiritualidade inaciana põe ao meu dispor (oração, exame, avaliação, discernimento apostólico)?
2. “Os membros da CVX vivem a espiritualidade inaciana em comunidade. A ajuda de
irmãos e irmãs que partilham o mesmo chamamento é essencial para o nosso crescimento em fidelidade à nossa vocação e missão."
Até que ponto faço do meu grupo CVX o pólo irradiador da minha experiência de
missão? Em que grau partilho com os membros do meu grupo as minhas decisões e
vivências apostólicas, as alegrias, dilemas e dificuldades que a missão sempre traz
consigo?
3. "Procuramos atingir esta unidade de vida, em resposta ao chamamento de Cristo, a
partir de dentro do mundo em que vivemos".
Alguém disse da espiritualidade inaciana que é “para gente ocupada” mas o mesmo
pode ser dito da CVX. Em que grau o ser CVX me ajuda a viver a vida de todos os
dias, em todas as suas dimensões, de uma forma integrada à luz da fé?
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
24
———
�BLOCO III: SOBRE O PERFIL DA PESSOA CVX
4. Perfil da pessoa CVX
32
A vocação CVX pressupõe certas condições, essencialmente as mesmas requeridas
para fazer os Exercícios Espirituais. Esta aptidão é reconhecida naquelas características
que permitem ao indivíduo o encontro com Deus. Não é tanto uma questão de algo já
adquirido, mas de potencial. Para indicar tal aptidão, Inácio utiliza a expressão "tener
sujeto". Tener sujeto tem um sentido dinâmico: um indivíduo torna-se progressivamente "sujeto" (disposto) ou, pelo contrário, não disposto; podemos avançar ou
recuar, mas nunca estamos estáticos, nunca ficamos no mesmo sítio.
33
As Anotações oferecem-nos um retrato do exercitante adulto. Este retrato é, às vezes,
um ponto de partida e, outras vezes, um ponto de chegada. Estas são as condições
mínimas postas por Inácio para iniciar a aventura e são também, na sua plenitude, o
resultado do cometimento. Por outras palavras, os traços característicos que definem
um indivíduo idóneo deverão de algum modo estar presentes desde o início. Inácio
adaptava os Exercícios à individualidade de cada um, mas, ao mesmo tempo, recomendava que a questão da eleição não devia ser colocada a toda a gente indiscriminadamente. Mais, ao descrever o exercitante e as condições requeridas para fazer os
Exercícios Espirituais, Inácio pressupõe que quem deseja fazer esta experiência quer
acima de tudo “amar e servir Sua divina Majestade”. Estas são igualmente as características distintivas da pessoa mais apta a tornar-se membro CVX.
34
Estas características pessoais que, de algum modo, devem estar já presentes no início
da experiência inaciana, podem agrupar-se em duas categorias:
35
Do ponto de vista humano:
capaz de enfrentar a realidade, sensível ao mundo social e político em que vive,
capaz de comunicar e prestar serviço aos outros dum modo significativo.
com grandes desejos de viver uma vida dinâmica e apaixonada, ainda que esses
ideais estejam, pelo menos por um curto tempo, misturados com ambição pessoal;
não satisfeito com o seu pequeno mundo, mas pronto para mudar os seus pontos
de vista e estilo de vida.
36
No que se refere à sua experiência de Deus:
movido pelo desejo de encontrar e seguir Jesus Cristo;
apaixonado por Jesus e pela Sua missão, ansiando por uma relação pessoal mais
profunda com Ele que reorientará e corrigirá, se necessário, as suas necessidades
e aspirações, e curará as suas feridas e debilidades;
consciente de ser um pecador, mas amado e escolhido por Cristo;
aberto às necessidades dos outros, pronto a servi-los e a juntar-se a todos os que
procuram construir um mundo ao mesmo tempo mais humano e mais divino;
consciente de ser um membro responsável da Igreja, identificado com a sua mensagem e comprometido com a sua missão.
In O Carisma CVX
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
25
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�Propostas de abordagem:
1. [A pessoa CVX é] “movida pelo desejo de encontrar e seguir Jesus Cristo” e “apaixonada por Jesus e pela Sua missão, ansiando por uma relação pessoal mais profunda
com Ele que reorientará e corrigirá, se necessário, as suas necessidades e aspirações, e curará as suas feridas e debilidades”.
Como descrevo a minha relação com Jesus – chamo-lhe ‘amigo’ ou ‘companheiro’?
Qual é o Seu papel na minha caminhada espiritual?
2. [A pessoa CVX não está] “satisfeita com o seu pequeno mundo, mas pronta para
mudar os seus pontos de vista e estilo de vida.” É “capaz de enfrentar a realidade,
sensível ao mundo social e político em que vive, capaz de comunicar e prestar serviço aos outros dum modo significativo.”
Como vivo a dinâmica do Mais na minha vida? Qual é a minha forma de abordagem
aos problemas do quotidiano? Qual é o foco da minha atenção ‘afectiva’ sobre as realidades que me circundam? Até onde vai o alcance do meu olhar, que horizontes
abarca o meu coração?
3. [A pessoa CVX é] “consciente de ser um membro responsável da Igreja, identificado
com a sua mensagem e comprometido com a sua missão.”
Como cristão, chamado antes de sempre pelo Pai e seguidor de Jesus no ‘aqui e agora’, eu também sou Igreja. De que forma me identifico com a Igreja alargada? Em
que grau o modo como vivo / construo comunidade nas minhas ‘várias comunidades’
é exemplo saudável de vida em Igreja? Em que grau as minhas pequenas e grandes
missões consubstanciam a grande missão da Igreja que é anunciar o Evangelho?
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�BLOCO IV: SOBRE O COMPROMISSO TEMPORÁRIO
2. Objecto e sentido do compromisso temporário
177
O compromisso temporário é a expressão dum desejo de viver segundo o estilo de
vida CVX. Este compromisso implica a procura da vocação à qual o Senhor está a
chamar a pessoa, e o discernimento dessa vocação.
178
Naqueles que já têm a necessária disposição, este discernimento vocacional desenvolve-se a dois níveis:
A escolha de um estado de vida, por aqueles que ainda não o fizeram (a vida
religiosa, claro, exclui um compromisso permanente com a CVX).
Emenda e reforma de vida, para os que já decidiram sobre o seu estado de
vida.
179
Este discernimento de vocação não toma como garantido uma vocação à CVX definitiva, mas procura permanecer aberto a qualquer estado de vida a que possamos estar a
ser chamados pela vontade de Deus. Este processo, vivido à maneira da CVX, implica
que a pessoa já pertença a uma comunidade com a qual fez um compromisso temporário, mesmo que a vocação pessoal não tenha ainda sido claramente definida.
180
Um aspecto importante deste discernimento é a questão: “quer e deseja” buscar e
encontrar a vontade de Deus na sua vida e seguir o Seu chamamento? Isto pressupõe
uma experiência sempre aprofundada de Deus fomentada pelos Exercícios Espirituais
de Santo Inácio, com o apoio da comunidade, para um maior serviço. Discerne se sim
ou não o caminho CVX é o que Deus quer para ele, e se está “aberto, livre e disponível” para prosseguir este caminho com uma “determinação deliberada” em direcção a
um estilo de vida apostólico.
181
Esta etapa é vocacional e, como tal, permanece aberta a diferentes opções. Para um
adulto casado, por exemplo, a questão será se é chamado a viver um estilo de vida
CVX na vida de casado. Os jovens perguntar-se-ão a que estilo de vida (laical, religiosa ou clerical) são chamados. Um bom número de adultos e jovens sentir-se-ão chamados a viver segundo o estilo de vida CVX. Outros descobrirão que a motivação para
aderirem era mais de natureza “social” ou afectiva e, reconhecendo que não têm desejo de continuar, procurarão outros modos de pertença à Igreja.
182
Para os jovens ou adultos que chegam à conclusão que a comunidade responde aos
seus desejos mais profundos, esta etapa leva-os a um renovado compromisso com o
estilo CVX.
183
Assim, o “Compromisso Temporário”, feito na comunidade e aceite por ela, é a expressão da determinação do indivíduo procurar a vontade de Deus, servindo-se dos métodos inacianos e da oferta pela comunidade do seu próprio processo inaciano de formação.
184
É importante que o compromisso temporário não seja reduzido a um conjunto de obrigações, mas deve ser a nossa resposta de amor, dada segundo o espírito do Evangelho e a lei interior do amor, a Deus que nos amou primeiro.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
27
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�185
Os Exercícios Espirituais de S. Inácio têm um papel chave no discernimento da vocação. Nesta etapa de formação, o compromisso temporário fomenta as disposições
necessárias para fazer bem os Exercícios Espirituais, tendo presente a sua vocação
apostólica.
In O Carisma CVX
Propostas de abordagem:
1. O compromisso temporário é a expressão dum desejo de viver segundo o estilo de
vida CVX.
Como está a minha adesão a cada um dos pontos do estilo de vida CVX referidos no
PG 12, a seguir transcrito?
a) O estilo de vida da Comunidade de Vida Cristã compromete os seus membros, com
o auxílio da comunidade, a buscar um contínuo crescimento pessoal e social que
seja espiritual, humano e apostólico. Na prática, isto envolve participação na Eucaristia sempre que possível; uma vida sacramental activa; prática diária da oração
pessoal, especialmente daquela que se baseia na Sagrada Escritura; discernimento
por meio da revisão diária da própria vida e, se possível, direcção espiritual regular; uma renovação interior anual, de acordo com as fontes da nossa espiritualidade; e amor à Mãe de Deus.
b) Já que a Comunidade de Vida Cristã pretende trabalhar com Cristo para fazer
avançar o Reino de Deus, todos os membros individuais são chamados a uma participação activa no vasto campo do serviço apostólico. O discernimento apostólico,
tanto individual como comunitário, é o caminho ordinário para descobrir a melhor
maneira de tornar Cristo presente, concretamente, no nosso mundo. A nossa missão ampla e exigente requer de cada membro uma vontade de participar na vida
social e política e um esforço por desenvolver as qualidades humanas e as capacidades profissionais, a fim de se tornar um trabalhador mais competente e uma testemunha mais convincente. Além disso, requer também simplicidade em todos os
aspectos da vida, para seguir mais de perto a Cristo na Sua pobreza e para preservar a liberdade interior apostólica.
c)
Finalmente, cada um assume a responsabilidade de participar nas reuniões e
outras actividades da Comunidade, e de ajudar e encorajar os outros membros a
realizar a sua vocação pessoal, sempre prontos todos para dar e receber conselho
e ajuda, como amigos no Senhor.
2. Este compromisso implica a procura da vocação à qual o Senhor está a chamar a
pessoa, e o discernimento dessa vocação.
Um aspecto importante deste discernimento é a questão: “quer e deseja” buscar e
encontrar a vontade de Deus na sua vida e seguir o Seu chamamento?
Como está a minha disponibilidade para buscar e encontrar a vontade de Deus na
minha vida? Como vou, concretamente, fazer o discernimento da minha vocação?
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�1 2 3 4 5 6 7
Preparação para o Compromisso Permanente
Para lá, ou enquadrando, as propostas mais elaboradas de reflexão e oração que se seguem,
poderá ajudar nesta preparação a meditação de alguns textos evangélicos particularmente
apropriados, de que se sugerem alguns exemplos:
• Mt 10, 1-15: eleição dos discípulos enviados como apóstolos
• Lc 9, 10-17: multiplicação dos pães; colaboração com Jesus no serviço aos outros
• Mt 28, 16-20: a missão dos seguidores de Jesus, da Igreja
• Jo 21, 15-22: o fundamento e sustentação do envio
BLOCO I: A HISTÓRIA DA MINHA VOCAÇÃO À CVX
No início do processo de discernimento para o Compromisso Permanente, iluminados pela fé,
somos convidados a fazer memória do nosso caminho interior de descoberta progressiva da
CVX como o modo específico a que fomos e somos chamados para viver o nosso estado laical.
Sendo “os Exercícios Espirituais de Santo Inácio a fonte específica e o instrumento característico da nossa espiritualidade” (PG 5), esta herança marca por dentro o nosso itinerário
espiritual.
Propomo-nos fazer a leitura da nossa vocação à CVX – adesão e progressiva identificação
com o seu carisma – tendo como referência Inácio de Loyola e a maneira como foi guiado
pelo Senhor na sua conversão, na clarificação da sua vocação e no perfil missionário da
comunidade formada pelos primeiros jesuítas.
A) Mudança de sentido. Deus entra na vida de Inácio e provoca a sua
conversão profunda
O despertar espiritual de Inácio aos 26 anos e as suas primeiras intuições interiores sobre
como Deus se lhe comunica, estão marcados pelo acidente de batalha que o obriga a confrontar-se com o seu mundo interior, percebendo a experiência dos movimentos espontâneos
dos seus pensamentos e afectos e as suas consequências nas disposições da alma. As leituras espirituais desencadeiam este processo e tornam Inácio um homem novo.
“Notava, ainda, esta diferença: quando pensava nas coisas do mundo, sentia um grande
prazer; mas quando depois de cansado as deixava, sentia-se árido e descontente. E quando
pensava ir a Jerusalém, descalço e comendo só ervas, e em fazer todos os mais rigores que
via que os santos tinham feito, não só sentia consolação quando estava nesses pensamentos, mas também depois de os deixar, ficava contente e alegre. Mas não reparava nisso nem
se detinha a ponderar esta diferença, até que uma vez se lhe abriram um pouco os olhos e
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�começou a maravilhar-se desta diferença e a fazer reflexão sobre ela. Compreendeu então
por experiência que de uns pensamentos ficava triste e de outros alegre, e pouco a pouco
veio a conhecer a diversidade dos espíritos que se agitavam: um do demónio e o outro de
Deus.” (8)2
A experiência de Deus desperta em Inácio o grande desejo de desprendimento e total despojamento. Já depois de recuperado da longa convalescença a caminho de Monserrate [17-18],
‘sacramentaliza’ a sua conversão de acordo com os costumes próprios dos valores da cavalaria. Continuará a ser um ‘cavaleiro, mas de forma radicalmente diferente. O Senhor conta
com ele como é e a partir daquilo que é. Inácio veste-se agora com as “armas de Cristo” (Ef
6, 11). “E assim resolveu velar armas toda a noite, sem se sentar nem deitar, mas ora de pé
ora de joelhos, diante do altar de Nossa Senhora de Monserrate, onde determinara deixar as
suas vestes e vestir-se as armas de Cristo.” (17)
Em Manresa enfrenta a provação e a tentação. Tempo de luta, de crise e de aprendizagem.
“Veio-lhe um pensamento muito forte que o molestou, representando-se-lhe a dificuldade da
sua vida, como se lhe dissessem dentro da alma: – E como poderás tu suportar esta vida
nos setenta anos que hás-de viver? Mas a isto respondeu também interiormente com muita
força (vendo que era do inimigo): – Ó miserável, podes tu garantir-me uma hora de vida? –
E assim venceu a tentação e ficou tranquilo.” (20)
Sente-se confirmado nos seus propósitos e reconhecerá que “Deus tratava-o como um mestre-escola trata uma criança, ensinando-o.” (27)
Pontos de reflexão
1. O que desperta em mim a experiência de conversão de Santo Inácio?
2. Ao fazer memória da história de Deus na minha vida, como vivi este “despertar espiritual”? Em que circunstâncias e através de quem me senti pessoalmente tocado por
Deus?
3. Que papel tomou a CVX no meu processo interior de conversão e de descoberta de
Deus?
B) Descoberta da vocação – “ajudar as almas”
A expressão “ajudar as almas” revela a especificidade do modo como Inácio se sente chamado a seguir o Senhor – a sua vocação – e será o ideal que marcará toda a sua vida: “Para
além das suas sete horas de oração, ocupava-se em ajudar algumas almas que ali o vinham
procurar, por coisas espirituais, e todo o resto do dia que lhe ficava, dedicava-o a pensar em
coisas de Deus, a respeito daquilo que tinha lido ou meditado naquele dia.” (26)
Esta expressão marca também o ponto de chegada de uma etapa de purificação da imagem
de Deus e de aceitação de si próprio e da sua história. A passagem de uma atitude voluntarista e estóica que o mantinha fechado em si mesmo, para se aceitar como pecador perdoado e dócil à acção de Deus na sua vida, abrindo-se aos outros.
2
Todas as citações e referências desta primeira proposta de trabalho, excepto as que estão expressamente indicadas de outro modo, são relativas à Autobiografia de Santo Inácio de Loyola, Braga, A.O.,
2005.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�A experiência mística do rio Cardoner é uma irrupção do Espírito que confirma e aprofunda a
experiência de Deus e constitui-se como um ponto de viragem na vocação apostólica de Inácio
“e estando ali sentado, começaram a abrir-se-lhe os olhos do entendimento; e não que visse
alguma visão, senão entendendo e conhecendo muitas coisas, tanto de coisas espirituais,
como de coisas da fé e das letras. E isto com uma ilustração tão grande, que todas as coisas
lhe pareciam novas. E não se podem declarar os particulares que então entendeu, ainda que
foram muitos, senão que recebeu uma grande claridade no entendimento, de tal modo que
em todo o decurso da sua vida, até aos sessenta e dois anos, coligindo todas as ajudas recebidas de Deus, e todas as coisas que soube, ainda que as junte todas, não lhe parece ter
alcançado tanto como daquela só vez. [Nisto ficou com o entendimento de tal modo ilustrado, que lhe parecia como se fosse outro homem e tivesse outro entendimento diferente do
que tinha antes].” (30)
Esta iluminação interior unifica e condensa a sequência de descobertas espirituais feitas
antes e que são referidas na autobiografia: Trindade [28], Criação, Eucaristia, Humanidade
de Cristo [29].
Desde este momento, a vocação apostólica marcará os passos de Inácio. Os Exercícios Espirituais nascem desta ilustração do Cardoner: a possibilidade de que outros se valham da sua
própria experiência para “buscar e encontrar a vontade de Deus na sua vida.”
Apesar dos desejos e consolações de Inácio associados à ida para Jerusalém o Senhor foi-lhe
confirmando que o queria no ministério de ajudar as almas em fidelidade para onde a Igreja
o quisesse enviar.
“O seu firme propósito era ficar em Jerusalém, visitando sempre aqueles lugares santos e
tinha também o propósito, para além desta devoção, de ajudar as almas;” (45)
Inácio percebe que, para ajudar as almas, não basta a boa vontade. Faz falta preparação
adequada. Por isso, o Peregrino terá de iniciar uma nova aventura, fazendo os estudos
necessários para se capacitar para uma maior eficácia apostólica.
“Depois que o dito peregrino entendeu que era vontade de Deus que não estivesse em Jerusalém, sempre veio pensando consigo que faria, e ao fim inclinava-se mais a estudar algum
tempo, para poder ajudar as almas e determinava-se a ir a Barcelona, e assim partiu de
Veneza para Génova.” (50)
Pontos de reflexão
1. Que desperta em mim o relato da forma como o Senhor foi “esculpindo” os traços da
vocação de S.Inácio?
2. Que desafios de purificação da fé foram definindo a certeza interior de ter sido chamado a colaborar com o Senhor debaixo da sua “bandeira”?
3. Como sinto que a CVX contribuiu no chamamento e clarificação da minha vocação
como cristão?
4. Que frutos e graças descubro neste tempo de caminhada conjunta com outros companheiros da CVX?
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�C) A Companhia – a formação de uma comunidade apostólica
Inácio, com outros companheiros que também tinham feito a experiência dos Exercícios e da
eleição, sente a necessidade de expressar de forma “sacramental” o seu desejo mais profundo: “Já nessa altura tinham decidido todos o que tinham que fazer, isto é: ir a Veneza e
Jerusalém, e gastar aí a sua vida em proveito das almas. E se não conseguissem licença de
ficar em Jerusalém, voltar para Roma e apresentar-se ao Vigário de Cristo, para que os
empregasse no que julgasse ser de mais glória de Deus e proveito das almas.” (85)3
Ficou definitivamente excluída a ida para Jerusalém, mas não as previsões do “voto” de
Montmartre. Os companheiros dirigem-se a Roma com o desejo de ajudar as almas. O critério principal é o serviço à Igreja: o Papa é a referência e a expressão da missão da Igreja.
“Dirigiram-se a Roma divididos em três ou quatro grupos, e o peregrino ia com Fabro e Laínez, e nesta viagem foi muito visitado pelo Senhor. Tinha determinado, depois de ordenado
sacerdote, estar um ano sem dizer missa, preparando-se e rogando à Virgem que o quisesse
pôr com o seu Filho. E estando um dia, a algumas milhas antes de chegar a Roma, numa
igreja, fazendo oração, sentiu tal mudança na sua alma, e viu tão claramente que Deus Pai o
punha com Cristo, seu Filho, que não lhe seria possível duvidar disto, senão que Deus Pai o
punha com seu Filho.” (96)
Outras fontes referem que a “mensagem” que recebeu na visão de La Storta foi a imagem de
Jesus, levando a sua cruz, que lhe dizia: “quero que tu nos sirvas”. O P. Laínez refere-se a
esta visão da seguinte forma:
«Disse-me [Santo Inácio] que lhe parecia que Deus Pai lhe imprimia no coração estas palavras: “Eu vos serei propício em Roma” (…). Depois, uma outra vez disse que lhe parecia ver
Cristo com a cruz às costas e o Pai Eterno junto d’Ele que lhe dizia: “Quero que tomes este
por teu servidor”. E assim Jesus o tomava e dizia: “Quero que tu nos sirvas”. E com isto,
tomando grande devoção ao nome de Jesus, quis que a Congregação fosse chamada Companhia de Jesus». Este nome (...) recebeu assim confirmação do céu. (96, n.30)
Na etapa de maturidade espiritual Santo Inácio pôs ao serviço da Igreja tudo aquilo que lhe
foi útil como fonte de inspiração: Exercícios, eleição, discernimento e compreensão das
moções. Da sua ‘anatomia espiritual’ ressaltam a atitude de contemplativo na acção, procurando e encontrando a Deus em todas as coisas.
“No mesmo dia, antes de cear, me chamou com o aspecto de uma pessoa que estava mais
recolhida que de costume e fez-me uma espécie de juramento que substancialmente consistia em mostrar a intenção e simplicidade com que tinha contado estas coisas, dizendo que
estava bem certo que não contava nada de mais. E que tinha cometido muitas ofensas contra Deus Nosso Senhor depois de O ter começado a servir, mas nunca tivera consentimento
de pecado mortal. Mais ainda, sempre crescera em devoção, isto é, em facilidade de encontrar a Deus, e agora mais que nunca na sua vida. E sempre e a qualquer hora que queria
encontrar a Deus, O encontrava.” (99)
3
É esta a substância do célebre voto de Montmartre, que Inácio fez no dia 15 de Agosto de 1534, juntamente com os seus companheiros: Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Bobadilha, Diogo Laínez,
Afonso Salmeirão e Simão Rodrigues.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Pontos de reflexão
“O compromisso permanente procede da CVX como estilo de vida e está em harmonia com o
abandono cheio de confiança da Contemplação para Alcançar Amor. O compromisso é o
“Tomai, Senhor, e recebei” como resposta ao compromisso de Deus que 1) me deu tanto; 2)
habita em mim, dando-me existência e sentido; 3) trabalha e opera por mim; 4) vendo como
todos os bens e todos os dons descem do alto: como o meu limitado poder vem do alto, e,
bem assim, justiça, a bondade, a piedade, a ternura e a misericórdia e a vontade necessária
para viver n'Ele o nosso compromisso (O Carisma CVX, 191)”
1. Como tenho traduzido a minha vocação em missão apostólica?
2. Como reconheço o papel mediador da CVX?
3. Que significa para mim viver em discernimento apostólico? Como tenho vivido este
ideal inaciano de ser contemplativo na acção?
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�BLOCO II: A MISSÃO NA CVX
O campo da missão da CVX
92
Considerando o carácter laical da vocação CVX e dada a situação do mundo de hoje,
marcado por graves injustiças estruturais e pela marginalização duma larga parte da
família humana que vive em pobreza e miséria, o serviço a que a CVX é chamada a
dar prioridade, à luz da sua opção preferencial pelos pobres, é a promoção da justiça.
(...)
94
O trabalho pela justiça assume formas diversas segundo as circunstâncias regionais,
culturais e as diferentes situações sociopolíticas. No entanto, esta prioridade deve
mostrar-se no nosso estilo e nível de vida. Nos Exercícios Espirituais, pedimos a graça
de seguir Jesus, pobre e humilde, e esperamos obter esta graça do Senhor. Crer em
Jesus, portanto, significa segui-Lo mais de perto; partilhar a Sua pobreza significa
viver uma vida de fé que promove a justiça e toma o partido dos pobres. Um estilo de
vida simples salvaguarda a nossa liberdade apostólica, expressa a nossa solidariedade
com os pobres e torna credível a nossa fé. Esta opção não pode permanecer teórica.
Inácio, falando da pobreza, pede aos jesuítas que "...todos a seus tempos sintam
alguns efeitos dela".
(...)
96
Como comunidade, a CVX recebe um carisma específico (inaciano) ao serviço da missão da Igreja. Expressa-se pelo envio dos seus membros em missão, fruto do discernimento apostólico comunitário, para formas específicas de apostolado. Nem sempre
será fácil fazer isso, mas uma coisa é certa: os que optaram pelo carisma inaciano
são, antes de mais, apóstolos na missão da Igreja e portanto são enviados pela comunidade que partilha a sua vocação específica. É seu direito saber que a comunidade os
envia explicitamente e, ao mesmo tempo, acompanha o discernimento apostólico e a
missão à medida que ela se desdobra.
Missão individual
98
(...) A vocação inicial de seguir Jesus desembocará em actividades específicas. Mas,
para que estas actividades se tornem missão, é necessário que a comunidade assuma
o chamamento, ajude a discernir e, finalmente, envie cada um em missão. Neste sentido talvez seja mais correcto falar de envolvimento pessoal na missão da Igreja.
Missão de grupo
100
A acção pode ser não só a nível pessoal, mas também ao nível do grupo, segundo as
circunstâncias, e em resposta às necessidades percebidas pelos membros da comunidade.
Estas actuações apostólicas são também expressão da vocação pessoal que cada um
recebeu do Senhor. Nestes casos, a comunidade, de uma maneira ou de outra, tenderá a dar à acção, que assume e discerne, sentido de missão. Podemos falar, portanto,
de envolvimento de grupo na missão da Igreja. Trabalhar em equipa, com a graça de
Deus, terá maior eficácia apostólica.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Missão comum
102
A missão comum da CVX é a missão que Cristo lhe confiou como associação de Igreja.
Esta missão é a resposta que a CVX se sente chamada a dar às grandes necessidades
e aspirações do mundo de hoje. É a sua forma de anunciar a Boa Nova do amor de
Deus no momento histórico actual. A missão comum é tornada concreta pela identificação de prioridades apostólicas e de linhas de acção.
103
Isto não significa que todos os membros CVX tenham que fazer a mesma coisa. A missão é que é comum: as tarefas são diferentes. Isto em razão, não apenas da origem
da missão, mas também da sua orientação. Todos nós, cada um à sua maneira,
defendemos os mesmos valores, prosseguimos os mesmos objectivos e temos as
mesmas prioridades. Podemos falar de envolvimento comum na missão da Igreja.
(...)
144
Mesmo quando o serviço apostólico é feito individualmente, este é sempre parte da
missão recebida na CVX. A missão é sempre comunitária.
A Comunidade como mediação no envio conferido pela Igreja
145
É o ser enviado pela Igreja que dá sentido de missão às tarefas apostólicas e aos serviços humanitários dos membros da CVX. A comunidade mundial, integrada na vida e
missão da Igreja, é a mediadora fundamental da nossa missão. Nós recebemos esta
missão nas nossas comunidades locais e nacionais.
(...)
148
O discernimento apostólico comunitário é uma maneira de pôr em prática o que o Concílio Vaticano II chamou discernir os sinais dos tempos e envolve os seguintes passos:
que a comunidade esteja atenta e capaz de se abrir às necessidades aos outros
(…) para descobrir quais são as tarefas mais urgentes e mais universais que
devem ser assumidas, e para oferecer soluções mais eficazes, mais radicais e
mais globais para estes problemas.
que a comunidade reze pela graça da disponibilidade (…). Esta oração partilha-se
no grupo.
que a comunidade delibere, envie e confirme a nossa missão: que seja capaz de
tomar decisões, de optar e de assumir tarefas apostólicas em que, de uma maneira ou de outra, todos os membros do grupo estão comprometidos.
(...)
161
b. Participação na vida da Igreja
A CVX não vive isolada do resto da comunidade cristã (paróquia, diocese, Igreja
nacional e universal). Pelo contrário, sente-se parte integrante desta comunidade, e
expressa-o:
na vida litúrgica e sacramental que, centrada na eucaristia, é “uma experiência
concreta de unidade no amor e na acção”;
em toda a sua vida, pela participação nas actividades da Igreja e pela identificação afectiva e efectiva com o seu destino, comprometida no seu desenvolvimento,
atenta às suas necessidades e problemas, contente com os seus progressos.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�162
c. Colaboração na missão da Igreja
Tendo recebido a missão na Igreja e pela Igreja, a CVX, de acordo com as suas orientações e prioridades pastorais, oferece ao povo de Deus e aos seus pastores a contribuição do seu serviço apostólico e do seu carisma rico e original, num espírito de discernimento e de responsabilidade partilhada.
In O Carisma CVX
Pontos de reflexão
1. “Crer em Jesus (...) significa viver uma vida de fé que promove a justiça e toma o
partido dos pobres. Um estilo de vida simples salvaguarda a nossa liberdade apostólica, expressa a nossa solidariedade com os pobres e torna credível a nossa fé.”
“o serviço a que a CVX é chamada a dar prioridade, à luz da sua opção preferencial
pelos pobres, é a promoção da justiça.”
•
•
Como se tem traduzido nas minhas decisões e eleições o seguimento mais de
perto a Jesus?
Em que grau me identifico com a eleição feita pela CVX da promoção da justiça como área prioritária de missão?
2. “A vocação inicial de seguir Jesus desembocará em actividades específicas. Mas, para
que estas actividades se tornem missão, é necessário que a comunidade assuma o
chamamento, ajude a discernir e, finalmente, envie cada um em missão.”
•
•
Que papel tem tido a minha comunidade local, regional e nacional neste processo?
Como encaro esta “desindividualização” da missão?
3. “A missão comum da CVX é a missão que Cristo lhe confiou como associação de
Igreja. Esta missão é a resposta que a CVX se sente chamada a dar às grandes
necessidades e aspirações do mundo de hoje. (…) A missão comum é tornada concreta pela identificação de prioridades apostólicas e de linhas de acção”
•
•
Que experiência tenho feito dos três níveis de envolvimento (individual, de
grupo, e comum) na missão da Igreja?
Como é que, no meu percurso CVX, tenho identificado as prioridades e as
linhas de acção apostólicas?
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�BLOCO III: A NOSSA MISSÃO COMUM
O discernimento apostólico como atitude permanente
122
Os Princípios Gerais da CVX insistem na necessidade do discernimento apostólico. Oferecem também alguns critérios, inspirados pelos que foram estabelecidos por S. Inácio, para seleccionar os ministérios e as missões particulares. Como tudo o que nos
vem de Inácio, neste caso o discernimento apostólico, tem a marca do “magis” (o mais
eficaz). O seu zelo pela maior glória de Deus levava-o a buscar os meios mais eficazes
para ajudar o próximo.
(...)
124
(...) Inácio faz uma apresentação sistemática dos critérios para a escolha dos ministérios. Estes critérios podem ajudar-nos a nós na CVX a definir a nossa própria missão
apostólica; por exemplo, que como membros da CVX devemos estar abertos ao que é
mais urgente e mais universal.
(...)
148
O discernimento apostólico comunitário é uma maneira de pôr em prática o que o Concílio Vaticano II chamou discernir os sinais dos tempos e envolve os seguintes passos:
que a comunidade esteja atenta e capaz de se abrir às necessidades aos outros
(…) para descobrir quais são as tarefas mais urgentes e mais universais que
devem ser assumidas, e para oferecer soluções mais eficazes, mais radicais e
mais globais para estes problemas.
que a comunidade reze pela graça da disponibilidade (…). Esta oração partilha-se
no grupo.
que a comunidade delibere, envie e confirme a nossa missão: que seja capaz de
tomar decisões, de optar e de assumir tarefas apostólicas em que, de uma maneira ou de outra, todos os membros do grupo estão comprometidos.
In O Carisma CVX
A formulação de uma Missão Comum para a Comunidade Mundial
De acordo com o espírito do PG 8, para além da dimensão individual e pessoal da missão,
que “é indispensável para estender o evangelho de uma maneira duradoura e profunda na
grande diversidade de pessoas, lugares e situações” (PG 8a), somos chamados a exercer
“um apostolado corporativo ou de grupo numa grande variedade de formas” (PG 8c). Esta
forma de apostolado não só dá melhor resposta à complexidade do mundo em que vivemos
e aos desafios que ele coloca, mas também e principalmente representa a essência de ser
Igreja, i.e., de viver a comunhão; desta forma, a CVX torna-se também mais visível, credível
e atraente para os outros.
Independentemente da forma como exercitamos esse apostolado de grupo ou corporativo –
“acção do grupo iniciada ou sustentada pela Comunidade através de estruturas adequadas
ou através do envolvimento dos membros em organizações e esforços seculares e religiosos
já existentes” (PG 8b) – o critério para assim ser qualificado reside no facto de deliberadamente querermos trabalhar/colaborar com outros e todos os envolvidos viverem uma forma
de ‘obediência” ajustada à vocação laical, no sentido de uma fidelidade e perseverança que é
vivida no quadro de um corpo apostólico que se afigura como o mediador onde reside o sentido e orientação da minha vida.
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�Linhas orientadoras para a formulação da “Nossa Missão Comum”
O documento A Nossa Missão Comum resultou da XIII Assembleia-geral da Comunidade de
Vida Cristã, realizada em Itaici, em 1998. Esta XIII Assembleia insere-se na linha do conjunto das Assembleias Mundiais – em especial das quatro últimas. Em Loyola 86, ficou claro
que, enquanto Comunidade Mundial, éramos uma comunidade para a missão. Em Guadalajara 90, sentimo-nos enviados a dar fruto como corpo apostólico. Em Hong Kong 94, fizemos o
reconhecimento do contexto em que e para o qual somos enviados. Em Itaici 98, definimos a
nossa missão comum no contexto do mundo.
O processo acabou por nos fazer descobrir três áreas de missão e um conjunto de meios e
opções necessários para a sua realização.
Este texto é oferecido às comunidades nacionais e locais, e a todos os membros individuais e
assistentes eclesiásticos em todo o mundo.4
I. CRISTO E A REALIDADE SOCIAL
Queremos trazer o poder libertador de Jesus Cristo à nossa realidade social.
•
•
•
•
•
Participar na postura profética da Igreja, como profetas da esperança e da justiça.
Queremos fazer a nossa opção pelos pobres, não apenas como ideia, mas através de
uma análise séria e da adopção de uma atitude responsável e eficaz em relação à
pobreza e às suas causas.
Assumir a perspectiva dos pobres e crescer na capacidade de nos encontrarmos com
eles e participar nas suas lutas
Examinar as nossas vidas a partir dessas perspectivas: estilo de vida simples, espírito de solidariedade, recusas ao consumismo, lutar contra a soberba e a ganância de
possuir
Partilhar a experiência dos Exercícios Espirituais e aprender a contribuir com o processo de discernimento e a capacidade de escuta e de diálogo que aprendemos na
nossa comunidade
II. CRISTO E A CULTURA
Queremos encontrar Jesus Cristo em toda a variedade de culturas, e deixar que a sua graça
ilumine tudo o que necessita de ser transformado.
•
•
•
•
•
•
Valorizar o carácter único das culturas locais, que enriquece o indivíduo com as suas
contribuições únicas, com todo o simbolismo e criatividade.
Criar “alergia” aos malefícios que o pecado próprio de cada cultura pode causar ao
destruir pessoas e dividir comunidades, desenvolvendo capacidades de análise crítica
e sendo contra-culturais quando é necessário.
Procurar a integração positiva de povos de diferentes culturas num mundo uno que
respeita a contribuição singular de cada uma, resistindo no entanto à tendência para
a uniformidade.
Ser mediador para que Cristo se manifeste, através do respeito, diálogo e transformação do negativo, na multiplicação do bem e na preocupação pela comunidade que
nos pede que vamos para além dos nossos pequenos horizontes.
Combater as tendências para o individualismo, marginalização, consumismo, com o
diálogo e reconciliação, na integração da fé e da vida.
Aplicar estas práticas também no seio da Igreja.
4
Deixamos aqui uma síntese, mas recomendamos a leitura do documento completo da CVX: A Nossa
Missão Comum, elaborado na XIII Assembleia-geral Mundial, Itaici, Julho 1998
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�III. CRISTO NA VIDA QUOTIDIANA
Queremos viver em união com Jesus Cristo, para que Ele possa penetrar todos os aspectos
da nossa vida quotidiana no mundo.
•
•
•
•
•
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Valorizar o quotidiano como uma oportunidade para crescer na fé e no serviço.
Expressar um apoio incondicional à pessoa humana, criando relações interpessoais
autênticas, vivendo uma afectividade saudável, acolhendo e sendo apreciativo, sendo
agente de inclusão.
Promover a vida de família e maturidade das relações autênticas em casa, entre pais
e filhos e entre gerações.
Oferecendo a riqueza da nossa fé, lutando por tornar o caminho de Jesus atractivo e
desafiador para os jovens.
Valorizando o trabalho e a dignidade do colaborador.
Superando ou diminuindo distâncias entre o compromisso da fé e as nossas actividades profissionais e outras ocupações.
Estas três áreas de missão foram iluminadas pela fonte espiritual que nos alimenta e nos
torna aptos para a missão: os Exercícios Espirituais, que nos ajudam a crescer na vida cristã.
Além disso, temos que atender à nossa formação para a missão, para que a nossa comunidade possa tornar-se cada vez mais um instrumento eficaz para o serviço.
Pontos de reflexão
1. “O discernimento apostólico comunitário é uma maneira de pôr em prática o que o
Concílio Vaticano II chamou discernir os sinais dos tempos e envolve os seguintes
passos”
• que a comunidade esteja atenta e capaz de se abrir às necessidades dos outros
• que a comunidade reze pela graça da disponibilidade
• que a comunidade delibere, envie e confirme a nossa missão
Que novos métodos e procedimentos devo assumir para que a minha comunidade
actue cada vez mais de acordo com os quatro pilares:
•
Discernir
•
Enviar
•
Apoiar
•
Avaliar
2. Que relevância têm para mim as áreas de missão e as linhas orientadoras do documento a Nossa Missão Comum? Que peso têm tido no discernimento pessoal e comunitário e que influência tem exercido nos três níveis de envolvimento na missão da
Igreja?
3. Posso/ é oportuno concretizar o projecto apostólico individual / da minha comunidade?
ÁREA
DECISÃO / OPÇÃO
MEIOS PRÁTICOS
1. Realidade Social
2. Cultura
3. Vida Quotidiana
AVALIAÇÃO:
•
Quando?
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Como?
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COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
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�BLOCO IV: COMPROMISSO PERMANENTE CVX
171
Comprometermo-nos é, portanto, apresentarmo-nos livremente perante o Senhor e o
Seu povo e dar um sinal visível daquilo que vivemos e discernimos nos nossos corações. É um gesto de alguma maneira semelhante ao compromisso matrimonial. Proclamando, perante Deus e os nossos companheiros, que nos comprometemos com
uma espiritualidade, um estilo de vida, uma missão, confirmamos diante deles o nosso
discernimento e a oblação de nós mesmos. Proclamamos publicamente que a Comunidade de Vida Cristã é o corpo em que vivemos o carisma que nos deu o Espírito do
Senhor.
(...)
190
No processo da vocação do membro da CVX, o compromisso permanente corresponde
à etapa da vida apostólica plena: quando a vocação pessoal é vivida como missão
apostólica. Toda a vocação se desenvolve e se expressa na missão. O compromisso
permanente é o fim a que chegam os membros que completaram o discernimento da
sua vocação e se ofereceram a eles próprios e abraçaram o estilo de vida CVX. Esta
etapa está necessariamente associada ao discernimento apostólico, como elemento
indispensável ao desenvolvimento da missão.
(...)
193
Longe de considerar o compromisso permanente como uma decisão arriscada que
compromete a nossa liberdade futura, é importante cair na conta que a liberdade interior constitui o fundamento desta decisão e um dos seus frutos. A verdadeira liberdade
existe quando as pessoas são capazes de orientar as suas vidas de acordo com os seus
desejos mais profundos. Portanto, são livres na medida em que são capazes de viver
de acordo com os desejos profundos que o Espírito do Senhor despertou nos seus
corações.
(...)
195
Por esta razão, quando os membros CVX chegam à conclusão de que o anúncio de
Cristo e da Sua Boa Nova ao mundo à volta deles é aquilo que “eu quero e desejo e é
minha determinação deliberada”, eles sabem que o Senhor guiou os seus passos num
longo caminho. A liberdade de se comprometerem não se limita à possibilidade de
escolher. Significa realmente darem-se a si próprios, entregarem-se a Deus e confiarem em Deus totalmente.
(...)
197
Dando testemunho perante a CVX, os que fazem o compromisso pedem ao Senhor a
graça de poderem dar uma resposta generosa à Sua fidelidade. E ao fazê-lo diante da
comunidade inteira, estão a pedir a sua ajuda: que a comunidade os possa acompanhar no seu caminho. A expressão exterior desta oferenda interior dá-lhe, de alguma
maneira, um carácter sacramental.
198
Para o resto da Comunidade, a celebração pública do compromisso tem também uma
certa dimensão sacramental. É um sinal visível do Espírito a actuar em cada membro,
para o levar a um maior compromisso com a sua missão. É também um sinal que
constrói e consolida a Comunidade no seguimento de Jesus Cristo, enviado pelo Pai.
Em espírito de fé, o compromisso público de um membro da comunidade é um convite
a “deixar de lado todo o impedimento e perseverar" no serviço àquele que nos chamou
à comunidade, “fixos os olhos em Jesus, autor e consumador da fé".
In O Carisma CVX
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
40
———
�Pontos de reflexão
1.
“Proclamando, perante Deus e os nossos companheiros, que nos comprometemos
com uma espiritualidade, um estilo de vida, uma missão, confirmamos diante deles o
nosso discernimento e a oblação de nós mesmos. Proclamamos publicamente que a
Comunidade de Vida Cristã é o corpo em que vivemos o carisma que nos deu o Espírito do Senhor.”
•
Que evidências me levam a concluir que é na CVX que vivo o carisma que me
deu o Espírito Santo?
2. “A verdadeira liberdade existe quando as pessoas são capazes de orientar as suas
vidas de acordo com os seus desejos mais profundos. Portanto, são livres na medida
em que são capazes de viver de acordo com os desejos profundos que o Espírito do
Senhor despertou nos seus corações”
•
Que papel reconheço à CVX na intermediação do meu discernimento apostólico?
Como respondo aos seus apelos?
3. “E ao fazê-lo [o compromisso] diante da comunidade inteira, estão a pedir a sua ajuda: que a comunidade os possa acompanhar no seu caminho. A expressão exterior
desta oferenda interior dá-lhe, de alguma maneira, um carácter sacramental”
•
Ao preparar-me para expressar publicamente o meu Compromisso Permanente
com a CVX, como integro o ‘carácter sacramental’ deste acto? O que significa
para mim?
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
41
———
��1 2 3 4 5 6
Anexo
III. O COMPROMISSO NA CVX
O COMPROMISSO NOS PRINCÍPIOS GERAIS E NORMAS GERAIS
164
“Tornar-se um membro da Comunidade de Vida Cristã pressupõe uma vocação pessoal. Durante um período de tempo, determinado nas Normas Gerais, o candidato é
iniciado no estilo de vida próprio da CVX. Este tempo é oferecido ao candidato e à
Comunidade para discernirem a vocação dele. Uma vez tomada a decisão e aprovada
pela Comunidade, o novo membro assume um compromisso temporário e, com o auxílio da Comunidade, comprova a sua aptidão para viver de acordo com o fim e o espírito da CVX. Depois de um período de tempo conveniente, determinado pelas Normas
Gerais, segue-se o compromisso permanente”140.
165
“Qualquer que seja o modo de admissão, os novos membros devem ser ajudados pela
Comunidade a assimilar o estilo de vida CVX, a decidir se se sentem chamados a ele,
se desejam e são capazes de vivê-lo, e a identificar-se com a grande Comunidade de
Vida Cristã. Depois de um período de tempo, ordinariamente não maior que quatro
anos e não menor que um, assumem um compromisso temporário com este estilo de
vida. Recomenda-se vivamente, neste momento, uma experiência dos Exercícios Espirituais como meio de chegar a esta decisão pessoal”141.
166
“O compromisso temporário continua válido até que a pessoa, depois de um processo
de discernimento, expresse o seu compromisso permanente na CVX, a não ser que
livremente se retire da Comunidade ou seja excluído dela. A duração de tempo entre o
compromisso temporário e o permanente não deve ser, ordinariamente, superior a oito
anos nem inferior a dois”142.
167
“Uma experiência dos Exercícios completos numa das suas diversas formas (na vida
diária, o mês de retiro, vários retiros ao longo de vários anos) precede o compromisso
permanente com a Comunidade de Vida Cristã”143.
A. FUNDAMENTAÇÃO DO COMPROMISSO
Quando nos interrogamos sobre as razões que nos levam a comprometermo-nos na
CVX, descobrimos os próprios fundamentos do compromisso. São três os fundamentos
principais:
140
141
142
143
PG 10.
NG 2.
NG 3.
NG 4.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
43
———
�168
1. O fundamento teológico trinitário. As raízes do compromisso na CVX não se
encontram em nós mesmos, mas em Deus. O Princípio e Fundamento do nosso compromisso está em Deus que estabelece com o Seu povo uma aliança inquebrável. O
Senhor é o primeiro a comprometer-se de modo permanente, visível. Deus tem sido
fiel a essa aliança vezes sem conta ao longo da história, como testemunham as Suas
acções libertadoras. Mas é na Encarnação que Ele nos mostra, “sem deixar lugar a
dúvidas”, o maior e irrevogável sinal desta aliança144.
169
2. O fundamento antropológico. Os seres humanos não são puros espíritos e têm
necessidade de expressar as suas experiências mais profundas através dos sentidos. A
nossa relação com o mistério de Deus exprime-se melhor em sinais visíveis, sacramentais. Do mesmo modo, somos parte da história em que vivemos, por isso as nossas experiências espirituais e apostólicas são vividas nestes tempos. Portanto, o compromisso temporário ou permanente com a CVX é perceptível pelos sentidos. O compromisso permanente quer significar que, na contingência do tempo, medimos a nossa
resposta pelo Amor de Deus sempre fiel e a plenitude do mistério de Cristo que resume em Si todas as coisas145.
170
3. O fundamento comunitário – a Igreja. Não vivemos a nossa vocação e a nossa
missão como indivíduos isolados. Vivemo-las em comunidade e proclamamos perante
essa comunidade de amigos e de companheiros no Senhor que estamos na Igreja e
com a Igreja. A comunidade tem o direito de ver, de ouvir, de sentir e de apreciar o
nosso compromisso. Isso ajuda-nos a viver com coerência o estilo de vida com que
nos comprometemos146.
171
Comprometermo-nos é, portanto, apresentarmo-nos livremente perante o Senhor e o
Seu povo e dar um sinal visível daquilo que vivemos e discernimos nos nossos corações. É um gesto de alguma maneira semelhante ao compromisso matrimonial. Proclamando, perante Deus e os nossos companheiros, que nos comprometemos com
uma espiritualidade, um estilo de vida, uma missão, confirmamos diante deles o nosso
discernimento e a oblação de nós mesmos. Proclamamos publicamente que a Comunidade de Vida Cristã é o corpo em que vivemos o carisma que nos deu o Espírito do
Senhor.
B. O COMPROMISSO TEMPORÁRIO
1. O processo conducente ao compromisso temporário
172
A leitura dos Princípios Gerais e das Normas Gerais mostra que a vida na CVX nasce de
um chamamento do Senhor dirigido a cada um dos seus membros e que uma tal vocação é apostólica e universal, vivida na Igreja e no seio de uma comunidade local.
173
Esta ênfase na vocação pode inspirar, mais do que qualquer outra coisa, os passos
iniciais na CVX. Os novos membros “devem ser ajudados pela Comunidade a assimilar
o estilo de vida CVX, a decidir se se sentem chamados a ele, se desejam e são capazes
de vivê-lo”147.
144
2Cor 1, 19-20.
Lc 9, 62; Rom 12, 1.
Mt 6, 14-16; 1Tes 1, 6-10; Heb 10, 23-25.
NG 2.
145
146
147
Ver
Ver
Ver
Ver
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
44
———
�174
A vocação – ou chamamento – é sentida de início como uma atracção vaga e difusa,
mas, no entanto, suficiente para incitar a entrar em contacto com a CVX. Quando uma
pessoa se integra numa comunidade, esta ajuda-a a familiarizar-se com o estilo de
vida e com os meios de crescimento no Espírito próprios da CVX148. Estes meios sãolhe propostos de modo gradual, no decurso de um processo de formação durante o
qual o guia149 desempenha um papel importante.
175
Neste estádio de crescimento, a pessoa deve tomar certas decisões: fazer um dia de
recolecção, juntar-se à vida de uma comunidade local, assistir regularmente às reuniões de grupo, iniciar-se no acompanhamento espiritual, tomar parte numa actividade
apostólica, fazer Exercícios Espirituais ou um retiro de quatro a oito dias, etc. Estas
decisões levam a um compromisso progressivo no estilo de vida CVX. Ao longo do processo, o candidato sentirá “moções”, e estas servirão para o ajudar a verificar se este
é ou não o caminho para ele enriquecer a sua relação com Deus. A Comunidade, pela
sua parte150, sustenta a pessoa num ambiente de discernimento e encoraja-o a dar
novos passos em direcção ao crescimento e ao compromisso.
176
Finalmente chegará o momento em que a pessoa deve ponderar em oração se o caminho ao longo do qual foi instruído e acompanhado durante algum tempo (de 1 a 4
anos, segundo as Normas Gerais) é verdadeiramente um chamamento e uma graça de
Deus. Este momento de discernimento pode chegar de modo espontâneo, não importa
em que ponto do processo ou pode ser uma resposta a um convite deliberado.
2. Objecto e sentido do compromisso temporário
177
O compromisso temporário é a expressão dum desejo de viver segundo o estilo de
vida CVX. Este compromisso implica a procura da vocação à qual o Senhor está a
chamar a pessoa, e o discernimento dessa vocação.
178
Naqueles que já têm a necessária disposição, este discernimento vocacional desenvolve-se a dois níveis:
A escolha de um estado de vida, por aqueles que ainda não o fizeram (a vida
religiosa, claro, exclui um compromisso permanente com a CVX).
Emenda e reforma de vida, para os que já decidiram sobre o seu estado de
vida151.
179
Este discernimento de vocação não toma como garantido uma vocação à CVX definitiva, mas procura permanecer aberto a qualquer estado de vida a que possamos estar a
ser chamados pela vontade de Deus. Este processo, vivido à maneira da CVX, implica
que a pessoa já pertença a uma comunidade com a qual fez um compromisso temporário, mesmo que a vocação pessoal não tenha ainda sido claramente definida.
180
Um aspecto importante deste discernimento é a questão: “quer e deseja” buscar e
encontrar a vontade de Deus na sua vida e seguir o Seu chamamento? Isto pressupõe
uma experiência sempre aprofundada de Deus fomentada pelos Exercícios Espirituais
de Santo Inácio, com o apoio da comunidade, para um maior serviço. Discerne se sim
ou não o caminho CVX é o que Deus quer para ele, e se está “aberto, livre e disponí-
148
PG 12.
NG 41b.
NG 39a.
EE 189.
149
150
151
Ver
Ver
Ver
Ver
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
45
———
�vel” para prosseguir este caminho com uma “determinação deliberada”152 em direcção
a um estilo de vida apostólico.
181
Esta etapa é vocacional e, como tal, permanece aberta a diferentes opções. Para um
adulto casado, por exemplo, a questão será se é chamado a viver um estilo de vida
CVX na vida de casado. Os jovens perguntar-se-ão a que estilo de vida (laical, religiosa ou clerical) são chamados. Um bom número de adultos e jovens sentir-se-ão chamados a viver segundo o estilo de vida CVX. Outros descobrirão que a motivação para
aderirem era mais de natureza “social” ou afectiva e, reconhecendo que não têm desejo de continuar, procurarão outros modos de pertença à Igreja.
182
Para os jovens ou adultos que chegam à conclusão que a comunidade responde aos
seus desejos mais profundos, esta etapa leva-os a um renovado compromisso com o
estilo CVX.
183
Assim, o “Compromisso Temporário”, feito na comunidade e aceite por ela, é a expressão da determinação do indivíduo procurar a vontade de Deus, servindo-se dos métodos inacianos e da oferta pela comunidade do seu próprio processo inaciano de formação.
184
É importante que o compromisso temporário não seja reduzido a um conjunto de obrigações, mas deve ser a nossa resposta de amor, dada segundo o espírito do Evangelho e a lei interior do amor153, a Deus que nos amou primeiro.
185
Os Exercícios Espirituais de S. Inácio têm um papel chave no discernimento da vocação. Nesta etapa de formação, o compromisso temporário fomenta as disposições
necessárias para fazer bem os Exercícios Espirituais, tendo presente a sua vocação
apostólica.
3. Maneiras de abordar o compromisso temporário
186
É importante que aqueles que fazem o compromisso encontrem uma expressão sacramental (sinal que realiza o que significa) do seu desejo de buscar e encontrar a vontade de Deus, pelo uso dos meios inacianos e na companhia da comunidade. Ao mesmo
tempo, a comunidade local compromete-se a acompanhá-los e encorajá-los, oferecendo-lhes os instrumentos inacianos. É também importante fazer uma referência explícita ao seu compromisso com a Comunidade Mundial, um corpo apostólico na Igreja.
187
O compromisso temporário pode ser realizado de várias maneiras. Uma forma é ter
uma reunião anual para todos quantos têm já alguns anos de participação na CVX, na
qual seriam convidados a reflectir sobre o significado do compromisso temporário. O
discernimento é assim provocado e todos os que desejam fazer o seu compromisso
temporário podem pôr-se de acordo sobre o melhor maneira de o expressarem (ocasião, forma, fórmula). Uma outra maneira pode ser ter cada ano, como uma tradição
regional ou nacional, um procedimento, uma fórmula e uma data fixa (por exemplo, o
Dia Mundial da CVX, a festa da Imaculada Conceição, o Pentecostes...) em que todos
aqueles que o desejarem fazem o seu compromisso temporário.
188
Num processo CVX bem conduzido, este tempo de discernimento dum compromisso
temporário explícito é incontornável. Se não se faz, poderá ser por uma das três
seguintes razões:
152
153
Ver EE 97.
Ver PG 13.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
46
———
�O processo interrompe-se nalgum ponto e torna-se repetitivo;
entende-se mal o compromisso, tem um significado e conotações erradas;
as formas pelas quais o compromisso se expressa e é celebrado levantam dificuldades.
189
O nosso desafio hoje é encontrar sinais eclesiais visíveis para aquilo que estamos a
tentar viver e acreditar que expressem um ponto de vista teológico e espiritual congruente com a nossa formação.
C. O COMPROMISSO PERMANENTE
190
No processo da vocação do membro da CVX, o compromisso permanente corresponde
à etapa da vida apostólica plena: quando a vocação pessoal é vivida como missão
apostólica. Toda a vocação se desenvolve e se expressa na missão. O compromisso
permanente é o fim a que chegam os membros que completaram o discernimento da
sua vocação e se ofereceram a eles próprios e abraçaram o estilo de vida CVX. Esta
etapa está necessariamente associada ao discernimento apostólico, como elemento
indispensável ao desenvolvimento da missão.
191
O compromisso temporário na CVX está ligado ao processo de formação e corresponde
ao apelo do Rei eterno e à “eleição”. O compromisso permanente procede da CVX
como estilo de vida e está em harmonia com o abandono cheio de confiança da Contemplação para Alcançar Amor. O compromisso é o “Tomai, Senhor, e recebei” como
resposta ao compromisso de Deus que 1) me deu tanto; 2) habita em mim, dando-me
existência e sentido; 3) trabalha e opera por mim; 4) vendo como todos os bens e
todos os dons descem do alto: como o meu limitado poder vem do alto, e, bem assim,
a justiça, a bondade, a piedade, a ternura e a misericórdia e a vontade necessária
para viver n'Ele o nosso compromisso154.
192
O compromisso permanente é a culminação do nosso discernimento vocacional, no
qual expressamos o nosso desejo de descobrir a vontade de Deus e de realizá-la na
nossa vida apostólica, em resposta ao nosso chamamento específico e à nossa prontidão para sermos enviados em missão155.
1. Compromisso permanente
193
Longe de considerar o compromisso permanente como uma decisão arriscada que
compromete a nossa liberdade futura, é importante cair na conta que a liberdade interior constitui o fundamento desta decisão e um dos seus frutos. A verdadeira liberdade
existe quando as pessoas são capazes de orientar as suas vidas de acordo com os seus
desejos mais profundos. Portanto, são livres na medida em que são capazes de viver
de acordo com os desejos profundos que o Espírito do Senhor despertou nos seus
corações.
194
Os nossos actos livres não se baseiam só no poder da vontade; são actos de fé e de
esperança. A qualidade radical do nosso compromisso não tem tanto a ver com as
nossas capacidades, mas com “a liberdade para a qual Cristo nos libertou e quer que
permaneçamos livres”156.
154
155
156
Ver EE 235-237.
Ver PG 8c.
Gal 5, 1.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
47
———
�195
Por esta razão, quando os membros CVX chegam à conclusão de que o anúncio de
Cristo e da Sua Boa Nova ao mundo à volta deles é aquilo que “eu quero e desejo e é
minha determinação deliberada”157, eles sabem que o Senhor guiou os seus passos
num longo caminho. A liberdade de se comprometerem não se limita à possibilidade
de escolher. Significa realmente darem-se a si próprios, entregarem-se a Deus e confiarem em Deus totalmente.
196
É neste espírito que Inácio reza: “Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a
minha memória, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e
tudo o que possuo. Vós mo destes, a Vós o restituo. Tudo é Vosso, disponde de tudo,
segundo a Vossa vontade. Dai-me o Vosso amor e graça que esta me basta”158. A nossa liberdade vem do amor de Deus e é-lhe oferecida a Ele. Deus amou-nos primeiro;
Deus comprometeu-se connosco primeiro.
2. Compromisso público
197
Dando testemunho perante a CVX, os que fazem o compromisso pedem ao Senhor a
graça de poderem dar uma resposta generosa à Sua fidelidade. E ao fazê-lo diante da
comunidade inteira, estão a pedir a sua ajuda: que a comunidade os possa acompanhar no seu caminho. A expressão exterior desta oferenda interior dá-lhe, de alguma
maneira, um carácter sacramental.
198
Para o resto da Comunidade, a celebração pública do compromisso tem também uma
certa dimensão sacramental. É um sinal visível do Espírito a actuar em cada membro,
para o levar a um maior compromisso com a sua missão. É também um sinal que
constrói e consolida a Comunidade no seguimento de Jesus Cristo, enviado pelo Pai.
Em espírito de fé, o compromisso público de um membro da comunidade é um convite
a "deixar de lado todo o impedimento e perseverar" no serviço àquele que nos chamou
à comunidade, "fixos os olhos em Jesus, autor e consumador da fé"159
199
Este é o tempo de confirmação da “eleição”, de assegurar um forte compromisso com
a missão e o serviço160. Os Exercícios Espirituais deveriam ser a chave deste processo
de vida em missão, ajudando-nos a seguir mais perfeitamente Cristo pobre e humilde161.
200
Durante esta etapa, a formação deve ser concebida como “formação permanente” que
nos permite estar sempre “em boa forma apostólica” e, assim, capazes de dar em
cada momento a resposta mais adequada à pergunta: "Que devo fazer por Cristo?"
In O Carisma CVX
157
158
159
160
161
EE 98.
EE 234.
Ver Heb 12, 1-4.
Ver PG 11.
Ver PG 8d.
———
COMPROMISSOS CVX – GUIÃO
48
———
�Este Guião foi elaborado entre Março e Junho de 2006
e posto em forma final em Outubro do mesmo ano
pela Equipa de Formação da CVX-P:
Carla Rebelo, Mª Assunção Carvalho, Mª Helena Aguiar,
Miguel Villa de Freitas, Hermínio Rico SJ
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[B]</span> <strong>Carisma e identidade</strong> <span style="color:#aeb6bf;"> | </span> <strong>Carisma y identidad</strong>
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã | Comunidad de Vida Cristiana
Description
An account of the resource
[pt] Carisma, vocação, identidade, estilo de vida, polinômio apostólico (DEAA - Discernir, Enviar, Apoiar, Avaliar).
[es] Carisma, vocación, identidad, estilo de vida, polinomio apostólico (DEAA - Discernir, enviar, apoyar, evaluar).
Language
A language of the resource
pt
es
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
<p>Compromissos CVX: temporário – permanente</p>
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Equipa de Formação CVX-Portugal
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2006-10
Subject
The topic of the resource
Dimensão comunitária | Dimensión comunitaria
Description
An account of the resource
Documento prático, específico, sobre o Compromisso surgiu na sequência das Jornadas CVX 2006 (Janeiro, Cernache), especialmente dedicadas a
este tema. Momento de formação mas também tempo de escutar o sentir da Comunidade alargada, os seus desejos e inquietações sobre este tópico, as Jornadas permitiram trazer à superfície as grandes questões que o Compromisso coloca, os horizontes que abre, as fronteiras que encerra. Da reflexão sobre a intensidade daquele momento vivido em Comunidade
nasceu assim, pela mão da Equipa de Formação, o presente documento que, esperamos, poderá elucidar e iluminar o caminho daqueles que se sentem interpelados a aprofundar o seu modo de ser e estar em CVX e criar as condições para acolher com maior fruto pessoal e comunitário a celebração dos Compromissos dos que a tal se sentem impelidos.
Language
A language of the resource
pt-PT
Publisher
An entity responsible for making the resource available
CVX Portugal
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Equipa de Formação CVX Portugal
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Type
The nature or genre of the resource
Guia
Source
A related resource from which the described resource is derived
CVX Portugal
Carisma CVX
Compromiso CVX
Compromiso Permanente
Compromiso Temporal
Compromisso Permanente
Compromisso Temporário
Guia
Guiòn
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/5d5b3a437a76798baf5192beb8bf1ceb.pdf?Expires=1712793600&Signature=HpNC6oDyVSPxqMPdgaQPCFfuffaPTVoh1wR1SwNQAsVgfV7gCRZ0%7EDzF%7EfESc-tdAVczdJijXCRNNz303GjWU-zNMQIspG-uwbyeNEChtaifrDzBfAwHtpsIagiLnAPcFvHu-NyEA1aYUE2RL57anmQ60lTfEz1LeKOheUNaWLF5hR5WT7jhSY%7E4sgz0HCveuea6hdGj5cr5sBOLwU1ZoctCIqjmF%7EUJLIkJIYwsgO25PNRBftpf69PM3yoWboGdN0U0QB9XFZohqX5EvzXmxqRkn8e20GlZv8vq8tLQkav2ApR%7EYlmA3GkpOnV9T49i-iJBhK%7EToNPUMg%7EmDatrXA__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
0ebc04b91a5e7aae8e4c7af9a2809d0e
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TEMPORAL – PERMANENTE
Guión
Equipo de Formación CVX-P
Octubre, 2006
�1 2 3 4 56
Índice
Índice
1. Introducción
2. Compromisos: Temporal y Permanente
3. Proceso y Procedimientos
4. Fórmulas de los Compromisos
5. Preparación para el Compromiso Temporal
6. Preparación para el Compromiso Permanente
Anexo: El Carisma CVX,
“El Compromiso en la CVX”
�1 2 3 4 5 6
Introducción
La reciente evolución de la Comunidad de Vida Cristiana (CVX), en cuanto
comunidad apostólica –“cuerpo apostólico” en la designación de Nairobi, en 2003–,
está dando cada vez mayor relevancia al sentido del Compromiso en ella; a saber,
por una mayor conciencia en su identidad y por un mayor empeño en la misión
apostólica y en la vida de la misma Comunidad, aspectos esenciales que la propia
expresión pública del Compromiso normalmente trae consigo.
Y, sin embargo, a pesar de esa mayor pertinencia actual del Compromisso en
el contexto de la comunidad apostólica en que se quiere volver la CVX, la primera
referencia al Compromiso data de la aprobación de los primeros Principios Generales,
en 19671: ya en los inicios de su refundación, la CVX –en ese tiempo, todavía una
federación de comunidades– creyó pertinente destacar el vínculo que une a cada
miembro al todo, a través de un cierto estilo de vida, dedicando específicamente todo
un capítulo (PG 7) al valor de ese vínculo.
En su historia, la CVX fue creando e identificando un camino de crecimiento de
cuya lógica forma parte el deseo de hacer el Compromiso, vivido, en la experiencia
de muchos, como señal y estímulo a una adhesión más fehaciente al estilo de vida
de la CVX. Es papel de la Comunidad estimular y ayudar a todos a un desarrollo
permanente, respetando, sin embargo, la experiencia del llamado y el tipo de
respuesta que cada uno se siente movido a dar.
Teniendo por telón de fondo esta larga trayectoria de la CVX en cuanto
comunidad cada vez más orientada a la misión, nos parece, por tanto, adecuado
presentar el concepto del Compromiso, en sus varias vertientes, en un Guión
especialmente formulado para tal efecto.
La idea de ofrecer a la Comunidad un documento práctico y específico sobre el
Compromiso surgió en la puesta en marcha de las Jornadas CVX 2006 (Janeiro,
Cernache), especialmente dedicadas a este tema. Momento de formación pero
también tiempo de escucha y sentimiento de la, y con la, Comunidad grande, sus
deseos e inquietudes sobre este tópico. Dichas Jornadas permitieron poner el foco en
las grandes cuestiones en las que el Compromiso coloca, los horizontes que abre y
las fronteras que conlleva. De la reflexión sobre la intensidad de aquel momento
vivido en Comunidad nació así, gracias al Equipo de Formación, el presente
documento que, esperamos, pueda dilucidar e iluminar el camino de aquellos que se
sienten interpelados a profundizar su modo de ser y de estar en la CVX y de crear las
condiciones necesarias para acoger con mayor fruto, personal y comunitario, la
celebración de los Compromisos de los que a tales momentos fuertes se sienten
impulsados.
1 Cf. PG de 1967, aprobados por Pablo VI en 1968 y confirmados en 1971, nº 10: “La admisión incluye
el compromiso de seguir esta manera de vivir y de asociarse a una comunidad determinada. Para que los
candidatos, especialmente los jóvenes, tengan tiempo de profundizar sobre su propia vocación; todos
comienzan, normalmente, por un compromiso temporal, renovable. El compromiso permanente se realiza
solamente después de un período de tiempo conveniente y de pruebas satisfactorias dadas por el
candidato”– en Acta Romana Societatis Iesu, vol. XV (1968), p. 195. Los Principios Generales actualmente
vigentes, revisión de los de 1967, fueron aprobados en 1990.
�¿Por qué tiene sentido hablar sobre el Compromiso en la CVX?
La propia expresión “cuerpo apostólico” contiene en sí la percepción de unión,
enlace, vínculo, lo mismo que decir “compromiso”. Somos cuerpo en la medida en
que estamos, no solo unidos, sobre todo comprometidos por la misma espiritualidad,
por el mismo modo de proceder, por los mismos ideales y por la misma misión. “El
cuerpo, aunque es uno solo, tiene varios miembros, y todos ellos, a pesar de ser
muchos, constituyen un solo cuerpo” (1Co 12,12), dice san Pablo, añadiendo más
todavía: “Hay diversidad de dones, pero el Espíritu es el mismo; hay diversidad de
servicios, pero el Señor es el mismo; hay diversos modos de actuar, pero es el mismo
Dios el que realiza todo en todos” (1Co 12,4-6).
Estamos unidos en este cuerpo apostólico por muchas afinidades y cosas en
común, pero, fundamentalmente, se pertenece y desea pertenecerse a él porque, en
el principio, antes de todo el resto, está un llamado individual de Dios a la persona
que cada uno es, está una hazaña personal de Dios a cada uno de nosotros: “Yo te
llamo, a vos; ¿es ACÁ donde me querés servir?”.
Discernimiento vocacional
Discernir sobre la importancia del Compromiso en el ámbito del recorrido
cevequiano implica, por tanto, un paso previo, más crucial y lento: el discernimento
vocacional. Ésta no es una invitación vivida apenas por aquellos que sienten el
recurso de la vida consagrada, es antes pues, un proceso abierto a todo cristiano que
se siente disponible para profundizar sobre su llamado bautismal y del cual resulta
un fruto inmenso: poder llegar a decir quien se es delante de Dios, poder asumir
claramente las razones de la propia fe, aquello que hace a cada uno ser quien es en
cuanto cristiano. Esto es descubrir una vocación.
Y descubrir una vocación es, también, percibir dónde es uno llamado a ser
activamente cristiano, qué misión está uno llamado a cumplir en este mundo para
colaborar en la construcción del Reino en cuanto seguidor de Jesús. El descubrimiento
de la vocación abre camino a la misión y es en este binomio vocación/misión que se
construye la identidad de cada uno en cuanto cristiano.
Vocación particular en la Iglesia
La Iglesia –Comunidad de los seguidores de Jesucristo Resucitado– es la
primera y la mayor comunidad de la que formamos parte como cristianos; es nuestra
comunidad principal. Dentro de ella, surgen muchas comunidades más pequeñas,
con identidades propias que, nunca superponiéndose al todo, son fuentes inagotables
de riqueza y diversidad para la Iglesia en su conjunto.
La CVX cumple su requisito: Tiene una historia particular, una forma de ser y
estar en la Iglesia y el mundo, un estilo de vida, un lenguaje y una pedagogía
espirituales propios. En ella, en el nivel de las pequeñas comunidades locales, hay un
conjunto vibrante de personas que hacen camino orientadas por los mismos
principios y enraizadas en el mismo tronco frondoso de la espiritualidad ignaciana.
Para el mundo de afuera, existe una red de gente que comulga de un mismo estilo
de vida y es habitada por la convicción de que la CVX es su vocación; gente que
entiende la CVX como un lugar privilegiado, dentro de la Iglesia, donde responde al
llamado del Señor y a partir de la cual parte en misión.
Cuando alguien se siente identificado con este camino y es personalmente
llamado a formar parte de este cuerpo, entonces, no tiene sentido no hablar del
Compromiso en la CXV.
�Aquí llegados, y una vez asumida la intuición del concepto, varias cuestiones se
levantan sobre aspectos específicos, como, por ejemplo, la razón del por qué se
distinguen dos tipos de compromiso (temporal/permanente) o las condiciones que
dan sentido al cumplimiento de éstos en términos de tiempo y preparación espiritual
para realizar cada uno de ellos.
Este Guión pretende, así, aclarar la fundamentación del Compromiso pero
también ofrecer ayudas prácticas, como propuestas de oración y procedimientos
específicos, para aquellos que desean avanzar por este camino de mayor compromiso
con la persona de Jesucristo y con la misión de su Iglesia a través del Compromiso
cevequiano.
�1 2 3 4 5 6
Compromisos: Temporal y Permanente
Las diferencias
En los Principios Generales de la CVX, están previstas dos formas de
compromiso: el Compromiso Temporal y el Compromiso Permanente (PG 10).
Sin embargo, la distinción no radica, para comenzar, en el tiempo de duración de
cada uno. La relación entre ellos no funciona a la manera de una promesa hecha,
primeramente, de forma algo tentativa, experimental, provisoria (lo que sería un
Compromiso Temporal), para después, más tarde, ser, la misma promesa, ratificada
definitivamente (Compromiso Permanente). La diferencia va mucho más al fondo del
asunto, toca la misma materia, el objeto de cada uno de los compromisos. Realizar
el Compromiso Temporal o el Compromiso Permanente es comprometerse a cosas
bien diferentes, con objetivos, implicancias y consecuencias claramente diversos para
cada uno de ellos. Esta distinción nace del hecho de que estos Compromisos se
refieren y sirven, a través de distintas etapas, a la progresiva trayectoria personal en
la CVX.
Según el Plan de Formación de la CVX-P, el Compromiso Temporal corresponde
y señala el fin de la etapa de Iniciación. Después de haber sido introducido al modo
de ser CVX y de estar ya suficientemente familiarizado con su espiritualidad y modelo
de servicio apostólico, el miembro CVX hace una opción de ahondar en la búsqueda
y el discernimiento, siguiendo un claro deseo de adhesión a la totalidad del estilo de
vida cevequiano. Es el paso de una etapa de formación, marcado todavía por la
necesidad de una explicación decisiva de la vocación personal.
El Compromiso Permanente, por su lado, corresponde, en el Plan de Formación,
a la consumación de la etapa de Identificación y se encuadra a la fase sin término de
la Misión. Concluye la formación inicial (pero no la continua), rematando el proceso
de discernimiento vocacional. La búsqueda se cumplió por un encuentro de sintonía
plena con el estilo de vida cevequiano y un deseo de adherirse a él de forma completa
y definitiva. En consecuencia, se manifiesta públicamente, con alegría, esa adhesión
que es, también al mismo tiempo, asentimiento al llamado personalizado de Dios a
seguir a Jesucristo y servir al Reino por el camino apostólico de la CVX.
Como se ve, las motivaciones y el alcance de cada uno de estos Compromisos
son bastante diferentes, como expresa El Carisma CVX al centrar la definición concisa
que da de cada uno, en un caso, en la demanda de la vocación y, en el otro, en la
disponibilidad para ser enviado:
El compromiso temporal es la expresión de un deseo de vivir según el estilo de vida
cevequiano. Este compromiso implica la búsqueda de la vocación a la que el Señor llama
a la persona, y el discernimiento de esa vocación (El Carisma CVX, 177).
El compromiso permanente es la culminación de nuestro discernimiento vocacional, en
el que expresamos nuestro deseo de descubrir la voluntad de Dios y de realizarla en
nuestra vida apostólica como respuesta a nuestro llamado específico y a nuestra pronta
disponibilidad para ser enviados en misión (El Carisma CVX, 192).
El peso de cada uno de los Compromisos en la vida personal del miembro CVX
y en la de la Comunidad es, así, significativamente distinto y, por tanto, las exigencias
que deben ser puestas en el discernimiento personal y el grado de involucramiento
de la Comunidad en la confirmación y aceptación del Compromiso Temporal o del
Compromiso Permanente son también diferentes.
�El Compromiso Temporal
El Compromiso Temporal es una expresión de la voluntad efectiva del miembro
cevequiano para buscar los medios en vista a clarificarse y comprometerse con la
CVX, si es allí donde va a consumarse plenamente en la búsqueda sincera de su
identidad cristiana personal, si es que ahí cree que se revelará de modo conclusivo
su lugar exacto en la Iglesia, o su marco de referencia en el servicio al Reino.
En el inicio del caminar en la CVX, la noción del llamado (vocación) es sentida
–en la mayor parte de los casos– de una forma vaga y difusa. Sin embargo, a medida
que el candidato se va integrando más y más en la Comunidad, va conociendo la
espiritualidad y se va familiarizando con los medios de crecimiento en el Espíritu
propios de la CVX, no podrá dejar de sentir las “mociones” que le permitirán ir
verificando si la CVX es o no la vía que le ayuda a aproximarse más a Dios y a su
voluntad.
La Comunidad, en sus diferentes niveles, en estos primeros tiempos, acompaña
y estimula al candidato en su búsqueda personal, favoreciendo un ambiente de
integración y discernimiento e invitándolo a dar nuevos pasos en una perspectiva de
crecimiento y compromiso. Podrán ser varios los sucesivos “pequeños compromisos”
propuestos a los que el candidato se sentirá desafiado: asiduidad y fidelidad a las
reuniones, respeto por la opinión de los otros, experiencia de los Ejercicios
Espirituales, práctica diaria de oración personal, revisión de la propia vida (“el
examen”), vida sacramental intensa, voluntariado, participación en actividades
apostólicas.
Llegará el momento, terminada la etapa de Acogida y en plena fase de Iniciación
(cf. Plan de Formación de la CVX-P), en que el candidato se deberá interrogar, en
conciencia, si encara o no el camino CVX como un muy probable llamado y una gracia
inmerecida de Dios para sí. Y una oportunidad que puede llegar de modo espontáneo
o ser provocado como parte del encauzamiento pedagógico. En el caso de que la
respuesta sea afirmativa, es la hora de hacer su Compromiso Temporal.
En cuanto paso del proceso de crecimiento en la CVX, el Compromiso Temporal
configura un desafío puesto por la Comunidad al miembro CVX en la etapa de
iniciación para decidirse, clarificar sus deseos y movilizarse en la búsqueda,
procurando libertad para descubrirse y determinarse totalmente delante de Dios. Su
realización señala, para sí mismo y para la Comunidad, la decisión asumida de una
inversión empeñada en la aclaración y confirmación de este discernimiento vocacional
sobre la CVX. Es un proceso, que se abre o se intensifica, de crear las condiciones
suficientes de libertad (“indiferencia”) para ver con claridad la propuesta de Dios y
optar por ella sin dejarse condicionar.
El Compromiso Temporal es un compromiso para una búsqueda de
confirmación, pero una búsqueda todavía abierta. Puede ser que aquello que parece
ser, al inicio, al final venga a no ser y el resultado sea precisamente escoger otro
camino que no es la CVX. Y, así, jugando un poco com las palabras, un compromiso
“sin compromiso”. Haciendo el paralelo con el movimiento de los Ejercicios, el
Compromiso Temporal corresponderá a la meditación del Reino (EE 91): la
manifestación de la voluntad de seguimento que dispone para un proceso de
descubrimiento del modo y del lugar donde, concretamente, ese seguimiento de
Cristo se consustanciará. De cara a la CVX, ponerse en una actitud de “Vengan y
vean” (cf. Jn 1,39), queriendo conocerla mejor para poder optar por permanecer
definitivamente en ella.
El Compromiso Temporal implica, para la persona que lo realiza, la búsqueda
de fidelidad al llamado del Señor, a su vez, y la entrada en un camino de
discernimiento de esa vocación. Explica, sin embargo, también, el deseo de adoptar,
aunque algo provisoriamente, el estilo de vida cevequiano, en cuanto espera y
�demanda una decisión más clarificada y definitiva, a través de una experiencia más
profunda de Dios por la vía de los Ejercicios Espirituales, con el apoyo de la
Comunidad.
La Comunidad, por su lado, al recibir el Compromiso Temporal de uno de sus
miembros, recibe este interés y se propone a ayudarle, proveyendo la parte de los
medios que le compete, de forma que los objetivos del compromiso puedan ser
alcanzados.
El Compromiso Permanente
El Compromiso Permanente es una afirmación de plena maduración cristiana
hecha por un discípulo que se reconoce llamado a ser también apóstol, una
declaración pública de alguien que, de una forma claramente discernida y confirmada,
descubrió en la CVX su modo específico de ser delante de Dios y de estar en la Igresia
y el mundo. El reconocimiento y asunción de esta vocación personal estructura una
identidad que se revé en el estilo de vida cevequiano y se expresa en una oblación
de sí mismo que da sentido apostólico a la vida entera, en disponibilidad para el
servicio a la misión que la CVX, en cuanto cuerpo apostólico, va discerniendo como
propia.
Carisma y misión, llamado y envío, identidad personal y pertenencia activa a
un cuerpo apostólico son las polaridades que están presentes de forma armoniosa en
la experiencia espiritual del miembro cevequiano que está en condiciones de, y se
siente movido a, hacer el Compromiso Permanente.
Concluyendo el proceso que el Compromiso Temporal abrió y sustentó, el
Compromiso Permanente culmina y efectiviza el discernimiento vocacional,
redireccionando el deseo de continuar buscando la voluntad de Dios y de realizarla
para la vida apostólica, donde, con todas las cualidades y limitaciones, se quiere estar
disponible para ser enviado y vivir en misión. Es un momento de determinación
perentoria de libertad, en que se elige jugarse la vida entera en un “modo de ser
cristiano en el mundo” reconocido y asumido personalmente como propio y en la
integración definitiva, públicamente afirmada, en una comunidad eclesial que
comparte una misión. Paralelamente, con el movimiento de los Ejercicios Espirituales,
es el paso de la elección en la final de la segunda semana (EE 169), donde se
consustancia el modo personal específico de cada uno de identificarse con Cristo y
de servir a su Reino. Esta decisión definitiva libera para la experiencia de confianza
que permite saborear la presencia y el amor de Dios en todo y, en todo amando y
sirviendo, colaborar con Él en la obra de la creación, según la dinámica de la
Contemplación para alcanzar el Amor (EE 230).
Encontrada la identidad delante de Dios y en la Iglesia, este Compromiso marca
y significa, en el recorrido espiritual de quien lo realiza, el cambio definitivo para el
afuera. En la práctica, vuelve el esfuerzo del crecimiento espiritual y del
discernimiento para el trabajo de una mayor colaboración en la construcción del
Reino, moviliza la totalidad de la persona cevequiana para el servicio en el mundo.
La misión es la característica esencial y la marca distintiva del Compromiso
Permanente. Él corresponde a la etapa de vida apostólica en su plenitud. En el Plan
de Formación, es una de las señales del final de la etapa de Identificación y el gran
pórtico para la etapa de la Misión en que la formación es concebida ya como formación
permanente que permita estar “en buena forma apostólica” y cada vez más a
disposición de Dios, viviendo la Espiritualidad Ignaciana como un don que importa
poner al servicio de la Iglesia y de la Humanidad.
En definitiva, el Compromiso Permanente es la declaración pública de que la
Comunidad de Vida Cristiana es el cuerpo apostólico en que queremos vivir el carisma
�al que el propio Espíritu de Señor nos llama, comprometiéndonos con su
espiritualidad y estilo de vida, disponibles para ser enviados y responsabilizarnos por
la misión del cuerpo.
Compromisos con quién y para qué
Es importante tener bien presente que los compromisos no son con la CVX.
Quien los realiza, y al realizarlos, se compromete con el mismo Dios. La CVX es,
apenas, el espacio eclesial de reconocimiento del llamado de Dios y es la comunidad
la que media el apoyo y la realización concreta de la respuesta a esa vocación.
Importa también tener bien claro que la disponibilidad para la misión comprometida en los Compromisos no se refiere primariamente a un servicio a la CVX en
cuanto organización específica; puede y debe incluir esa apertura, pero ése no es el
principal objetivo ni el sentido fundamental. Especialmente en el caso del
Compromiso Permanente, la dimensión de disponibilidad apostólica que le es esencial
y constitutiva tiene que ver con la misión de servicio del Reino en la Iglesia y en el
mundo. La CVX es elegida –en respuesta a un llamado, fruto de un discernimiento
confirmado que reconoció ahí su vocación personal en la Iglesia– como el lugar de
identificación espiritual, en cuanto modelo de estilo de vida y como la instancia de
mediación de la misión apostólica de aquel que se compromete. Pero el ejercicio de
la misión para el que se ofrece a Dios no se restringe al ámbito interno de la CVX, ni
lo concierne en primer lugar.
Tenerla de referencia a la CVX para mi identidad espiritual y apostólica y para
mi marco de discernimiento, envío, apoyo y evaluación de mi misión como cristiano
no significa que no puedo trabajar con otras personas y movimientos de la Iglesia o
colaborar en iniciativas y misiones que no sean originariamente de la Comunidad o
de aquellas que se realizan fuera de ella.
Con todo esto, y por otro lado, no tiene sentido que alguien afirme ser de la
CVX en términos de identificación con una espiritualidad, un estilo de vida y un modo
de servicio apostólico y, con la misma intensidad y al mismo tiempo, seguir
refiriéndose a otra espiritualidad, outro estilo de vida u outra forma de encarar la
vida como misión, característicos de otros movimentos o grupos eclesiales.
Especialmente para quien realiza el Compromiso Permanente, la CVX es elegida
definitivamente como su lugar de mediación apostólica, donde y a través del cual
quiere recibir la Misión que le es dada por Dios y donde primariamente la discernirá,
la evaluará y es la instancia en la que se apoyará para realizarla efectivamente. Esta
opción tiene, necesariamente, y en un nivel fundamental, un carácter de exclusividad.
Pero esto no implica cualquier tipo de exclusivismo ni incompatibilidad cuando se
trata de campos de acción bien concretos, misiones o apostolados específicos en
ámbitos más amplios de la vida de la Iglesia y del servicio del Reino, donde la
colaboración con otros puede ser un excelente medio de seguir o potenciar la misión
de un miembro cevequiano.
Misión, misiones y apostolado
Conviene también no confundir Misión con “misiones”, no interpretar el
concepto de Misión Común de la CVX como exigencia de uniformidad al nivel de las
misiones de cada uno, o reducir Misión a apostolado.
La vocación cevequiana es una vocación apostólica, un llamado para la Misión,
pero una Misión que no es estrictamente delimitada (cf. PG 8). Mismo así la definición
de una Misión Común (cf. Nuestra Misión Común) configura, sobre todo, propuestas
de criterios de discernimiento y desafíos, formuladas en términos de prioridades
genéricas vistas por la Comunidade a un nivel global, a partir de la atención a la
�acción del Espírito en la realidad que nos rodea. El objetivo de estas propuestas no
es llevar a los miembros cevequianos a realizar todos las mismas cosas o, mucho
menos, vivir su misión apenas como misión realizada en grupo. Para el miembro
cevequiano, se vuelve natural hacer un discernimiento de su servicio apostólico
concreto a la luz de la espiritualidad y del estilo de vida de la CVX y eso, por si solo,
garantiza que sus misiones y apostolados serán considerados e integrados en su
misión personal y ésta en la Misión Común CVX. Si la CVX pretende ser un cuerpo
apostólico, lo será en la diversidad de sus miembros y en la realización de las
diferentes funciones que a cada uno de ellos compete en cuanto al servicio de ese
cuerpo. La unión implica mucho de comunión, sobre todo en relación al modo de
proceder y al estilo de vida que de uniformidades externas propiamente dichas.
Pero aún, si la Misión CVX no se limita ni se refiere primariamente a las tareas
realizadas dentro de ella y al servicio de la misma en cuanto tal, la Misión en la CVX
no debe ser identificada con “apostolados”, esto es, trabajos dentro de la misión
explícitamente evangelizadora de la Iglesia. Como vocación laical, la misión
primordial de la CVX es para ser vivida, antes que nada, en la vida familiar y
profesional y en la observancia y el cumplimiento del deber ciudadano, sobre todo
abriendo espacios, en la medida de las disponibilidades y de los dones de cada uno,
para la labor pastoral en el apostolado y la evangelización, sea por las vías del
anuncio, la celebración de los sacramentos o de la caridad.
Expresión pública del Compromiso como un servicio a la Comunidad
y a la Iglesia
Finalmente, consideremos la cuestión muchas veces traida a colación sobre la
utilidad o necesidad de la expresión pública de los Compromisos cevequianos.
La expresión pública responde, antes que nada, a un deseo personalmente
sentido de revelar y compartir lo que se siente interiormente; sirve también para
ayudarse a uno mismo a profundizar en cuanto al significado y el alcance de su deseo
y a apostar decididamente en su fiel cumplimiento; y es una forma de servicio a la
Comunidad y a la Iglesia, confirmándolas en sus carismas y misiones.
En la experiencia de muchos miembros cevequianos, la decisión de celebrar
públicamente el Compromiso surge como un deseo natural de quien, habiendo hecho
un caminar en la CVX, reconoce en ella su vocación particular dentro de la Iglesia a
la manera de un “tesoro encontrado” que lleva a querer compartir la alegría con los
otros. Y es siempre así que debe ser: realizar un Compromiso en la CVX es una
respuesta a un deseo interior de alguien que se siente movido a expresar la
experiencia de un don, nunca un actuar por imposición o un simple mimetismo social.
El Compromiso es la contrapartida de un llamado. Es, por tanto, la respuesta a
un movimiento de la gracia. Y la dinámica propia de la gracia es llevar a la
encarnación, a la concretez, a la visibilidad, a ganar cuerpo. Nosotros somos seres
corporales, no puros espíritus. Necesitamos de referentes materiales para nuestras
experiencias. Los gestos exteriores ayudan, clarifican y refuerzan lo que se pasa
interiormente. Es por eso que, en la vida cristiana eclesialmente vivida, los pasos
importantes de nuestra existencia son marcados sacramentalmente, con acciones
materiales significativas y eficaces. De modo análogo, es apenas análogo, funciona
también el Compromiso cevequiano. Al celebrarlo, traducimos por una señal nuestro
deseo profundo e interior de seguir al Señor a través de un camino y una
espiritualidad específicos, en una Comunidad concreta. Dejamos claro que la
Comunidad es ayuda, estímulo y desafío en la fidelidad.
Y el Compromiso es también una forma de ayudar a los otros, de reforzar el
cuerpo apostólico. Cuando alguien se compromete con el camino espiritual, el estilo
de vida y la misión de una Comunidad, está manifestando a todos la contínua validez
�y vitalidad de su carisma. Da una prueba concreta y bien visible que el Espíritu
continúa agraciando este camino en la Iglesia, entusiasmando a nuevas personas a
seguirlo. La expresión pública del Compromiso es, así, un servicio mutuo de
confirmación, identificación, apoyo y renovación entre el miembro de la CVX que se
compromete y la Comunidad de Vida Cristiana que lo acoge.
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Proceso y Procedimientos
El proceso que lleva al compromisso es eminentemente personal. Comienza con
un deseo del miembro CVX que se siente movido a expresar públicamente su
compromiso con Cristo en la Comunidad de Vida Cristiana, encontrada –ya
definitivamente o, todavía apenas, en cuanto posibilidad muy atractiva– como su
lugar para el seguimento de Jesús y la entrega apostólica en la Iglesia.
Pero el compromiso CVX no es, sin embargo, apenas una cuestión de deseo
personal. Es, al mismo tiempo, un don de Dios que se expresa en una forma de
servicio a la Comunidad, afirmando públicamente la identidad de ésta y la vitalidad
de su carisma, comprometiéndola también, así, en la búsqueda de una mayor
fidelidad a la vocación y misión comunes.
El propio discernimiento relativamente al Compromiso, siendo personal, no
puede apenas ser individual. Porque es de alguien que pertenece a la CVX, es sobre
la CVX, y debe ser hecho también en la CVX, refiriéndose, implicando y ayudándose
de la Comunidad, especialmente de su comunidad local, con particular papel para el
animador y el guía.
Finalmente, como en cualquier discernimiento eclesial, hay una instancia que
ratifica autorizadamente el proceso y el resultado. Ese será el papel de los Equipos
Regional y Nacional, según el compromiso en causa. Así, la Comunidad, que ayudó
al miembro cevequiano a realizar su ruta de discernimiento de cara al Compromiso,
acoge y confirma su decisión y organiza la celebración donde éste será realizado.
La CVX Mundial estableció algunas normas referentes a los Compromisos (NG
2-6, para las cuales remite al PG 10) y los Estatutos de la CVX-P dan también algunas
determinaciones (nn. 9.5 y 15.4). Aquí, en este Guión, se concretiza la aplicación de
esos marcos generales, procurando facilitar la práctica del Compromiso para todos
los miembros cevequianos que lo desean realizar y salvaguardando la organización
de todo el proceso a nivel comunitario, para que pueda recorrer de forma ordenada
y clara, garantizando los mayores frutos para cada persona y para toda la CVX.
En este encuentro entre los ritmos propios de cada uno y la libertad del Espíritu
que sopla donde y como quiere, por un lado, y las ventajas de algún orden que ayuda
también a esclarecer los discernimientos personales y las necesidades organizativas
institucionales, por otro, se deben interpretar las indicaciones más formales aquí
sistematizadas, siempre en el espíritu de que “el sábado es para la persona, y no la
persona para el sábado”.
Los tiempos
Las Normas Generales apuntan un período de entre uno y cuatro años, después
de la entrada a la CVX, para realizar el Compromiso Temporal; y no menos de dos ni
más de ocho años después del Temporal para realizar el Compromiso Permanente.
En el Plan de Formación de la CVX-P, el Compromiso Temporal es uno de los marcos
que finalizan la etapa de Iniciación y el Permanente la consumación de la etapa de
Identificación. Más importante que cumplir formalmente los plazos es tener en cuenta
que la adhesión e integración a la CVX es un proceso de crecimiento que implica
búsqueda, discernimiento y decisión, según la lógica ignaciana del MÁS. Marcar con
señales exteriores (siendo los Compromisos los más expresivos) la progresividad del
recorrido, con cada vez mayor claridad en la opción y un compromiso creciente,
ayuda en gran medida a no caer en la rutina y el estancamiento.
�Compromiso Permanente sin haber hecho el Temporal
Quien está ya hace mucho tiempo en la CVX sin haber nunca realizado el
Compromiso Temporal, pero manifiestamente asimiló las etapas de Iniciación e
Identificación y ya vive como su opción personal definitiva la espiritualidad, el estilo
de vida y el compromiso apostólico propios de la CVX no tiene sentido que recién
ahora esté proponiéndose los objetivos del Compromiso Temporal, que ya claramente
superó. Puede, sí, por el acuerdo originado con el Equipo Regional respectivo,
proponerse al Equipo Nacional realizar luego, excepcionalmente, el Compromiso
Permanente, sin tener que pasar primero por la realización del Compromiso
Temporal.
Ámbitos de celebración de los Compromisos
El Compromiso, también el Temporal, es siempre con la CVX-Comunidad Mundial,
realizado a través de la mediación de una comunidad local y Nacional (PG 7). Se
propone, sin embargo, que la celebración se realice en ámbitos diferentes, para
señalar y remarcar la progresividad en cuanto a la profundización del vínculo vital
con la CVX y ayudar, así, a distinguir la especificidad de cada uno de los
Compromisos:
• El Compromiso Temporal debe realizarse, ordinariamente, en celebraciones a
nivel regional, con presencia del Equipo Regional respectivo; y,
• El Compromiso Permanente debe ser realizado en ocasión de un encuentro a
nivel nacional, en presencia del Equipo Nacional de la CVX-P.
Procedimientos para el Compromiso Temporal
Cada Equipo Regional establecerá una ocasión anual (una celebración ordinaria
que junte a toda la comunidad regional) para ser pronunciados los Compromisos
Temporales de los candidatos.
Quien desee realizar su Compromiso Temporal, comparte anticipadamente este
deseo suyo con el grupo al que pertenece, pidiendo la ayuda rezada y discernida de
todos y cada uno de los compañeros miembros de la nucleación para su proceso de
elección y decisión.
Quien se propone realizar su Compromiso Temporal debe estar ya familiarizado
con la práctica de los Ejercicios Espirituales y estar decidido a servirse de ellos como
medio privilegiado para la búsqueda humilde y el discernimiento sincero de aquello a
lo que se quiere comprometer. El conocimiento de las grandes líneas de fuerza de la
espiritualidad ignaciana y del itinerario espiritual de san Ignacio de Loyola son
también referencias relevantes para la deliberacioón y opción sobre el Compromiso
Temporal.
En el tiempo de preparación inmediata para el Compromiso Temporal es
esencial que se tome conocimiento, a través de la lectura reflexionada y meditada,
de los documentos principales de la CVX, esencialmente los así denominados
Principios Generales y El Carisma CVX, procurando unir al conocimiento intelectual y
racional una experiencia espiritual y emocional creciente de asimilación y adhesión
de corazón. Las lecturas y cuestiones de la “Preparación para el Compromiso
Temporal” presentadas en este Guión sirven para orientar la oração durante el
período preparatorio de la decisión.
Finalizada la decisión, ésta debe comunicarse al Equipo Regional con suficiente
tiempo de antelación de la probable fecha prevista para el Compromiso,
�certificándose efectivamente que ésta cuenta con el respectivo apoyo del animador
y del guía del grupo al que se pertenece.
Procedimientos para el Compromiso Permanente
La celebración nacional anual del Día Mundial CVX (el día 25 de marzo o, en su
defecto, un día próximo en torno a esta importante fecha conmemorativa) será la
magnífica ocasión elegida, por lo general, para la realización de todos los
compromisos permanentes en la CVX-P.
Para ser efectivamente admitido a realizar dicho compromiso en esta fecha
anual conmemorativa tan importante, el miembro cevequiano debe comunicar al
Equipo Nacional esa intención en el inicio del año lectivo (octubre anterior), a través
de su respectivo Equipo Regional. Previamente, ya tendrá compartido este deseo con
su grupo de base al que pertenece, pidiendo a todos sus compañeros de camino que
recen y lo ayuden efectivamente a discernir sobre las razones motivadoras que
propiciaron, y dieron a luz, dicha intención particular. Éstas también deben
certificarse para aval de que cuenta con el apoyo inequívoco de su animador y de su
guía.
Quien se propone realizar su Compromiso Permanente debe tener terminado su
proceso de discernimiento vocacional y contar con la completa convicción de haber
encontrado allí, en la CVX, su particular vocación de servicio en la Iglesia, donde
desea seguir fielmente a Cristo y trabajar incansablemente en la construcción del
Reino. En este proceso de formación y discernimiento, hay elementos fundamentales
a la espiritualidad y al estilo de vida CVX que deben haber sido bien asimilados:
• una experiencia vital profundizada en los Ejercicios Espirituales, adquirida a
través de la práctica contínua de los Ejercicios completos en alguna de sus
modalidades, por la reflexión asidua –escuchada y meditada en lo profundo del
corazón, y compartida enteramente y realizada fehacientemente con el
acompañante– sobre esa misma experiencia que produjo tal acontecimiento y
por el claro conocimiento del lenguaje y la pedagogía del método ignaciano, de
tal modo que los movimientos y las gracias de las diferentes semanas hayan
sido vividas y asimiladas y la dinámica activa de los Ejercicios se hayan
constituido como matriz de referencia primordial y guía cierta para la lectura
reposada de toda la experiencia de vida atravesada en el Espíritu.
• un conocimiento profundo del carisma –identidad y misión– de la CVX así como
está actualmente formulado en sus documentos más significativos: Principios
Generales, El Carisma CVX, Nuestra Misión Común y Recomendaciones de las
Asambleas Mundiales;
• de modo particular, debe estar consciente y abrazar sin reservas su ideal
apostólico, queriendo hacer la opción personal definitiva de tener la CVX como
lugar de mediación apostólica, donde se dispone a discernir, ser enviado,
recibir apoyo y evaluar su misión.
Conviene que revea y evalúe su travesía en la CVX a la luz de las indicaciones
del Plan de Formación de la CVX-P.
Como preparación conveniente para la próxima realización del Compromiso
Permanente se requiere:
• el
seguimiento de la propuesta de “Preparación para el Compromiso
Permanente” de este Guión como materia de meditación orada y discernida;
• la re-lectura espiritual profundizada, a lo largo del año, de los documentos más
�significativos de la CVX;
• la participación en reuniones a nivel regional (2/3 veces) con los otros
miembros de la CVX en la misma necesidad, acompañadas por un guía, para ir
compartiendo el proceso y los frutos del camino; cabrá al Equipo Nacional
proponer los locales y fechas, una vez conocida la lista anual de los candidatos
al Compromiso Permanente;
• realizar los Ejercicios Espirituales de una semana, en el transcurso del año
anterior a la realización del Compromiso Permanente; y,
• el recurso del acompañamiento espiritual permanente para ir releyendo los
acontecimientos y recogiendo los frutos espirituales del proceso completo.
Modo de realización de los Compromisos
Los Compromisos correspondientes deberán ser realizados en el marco de una
Celebración eucarística, abierta a todos, con participación amplia, para la cual toda
la Comunidad estará invitada, y deberá contar además, según cada caso, con la
presencia de los integrantes de los Equipos Regional y Nacional.
El momento de la proclamación del Compromiso respectivo se dará a lugar
luego de la Homilía, antes de la Oración Universal (de los Fieles).
Si el número de candidatos que realizarán sus Compromisos lo permite, y sin
prolongar demasiado la duración de la celebración misma, cada uno de ellos puede
ser presentado por otro miembro cevequiano para, luego sí, pronunciar el candidato
su fórmula.
La fórmula concerniente debe estar fidedignamente escrita en tres ejemplares,
firmados luego cada uno de ellos por el propio candidato que realiza su Compromiso
y también por los integrantes presentes del Equipo Regional o Nacional que reciben
dicho Compromiso. Una copia es para quedársela el candidato, otra para los archivos
del Equipo Regional y la tercera para los archivos del Secretariado Nacional de la
CVX-P (en el caso de los Compromisos Temporales, el Equipo Regional quedará como
responsable directo del envío de los mismos al Secretariado Nacional).
�1 2 3 4 5 6
Fórmulas de los Compromisos
Fórmula del Compromiso Temporal
Yo, ………………. sintiendo el camino ya recorrido en la CVX como
una gracia y movido (a) por el deseo de buscar y encontrar la
voluntad de Dios en mi vida; deseo expresar públicamente mi
adhesión al carisma ignaciano de la CVX, en cuanto a la
espiritualidad, el estilo de vida y el modo de disponibilidad
apostólica, conforme a sus Principios Generales; y afirmo mi
empeño absoluto en procurar sinceramente la confirmación
definitiva del camino CVX como la vocación específica que a la que
soy llamado (a) a vivir en la Iglesia y en el mundo.
Hago así, delante de Dios, mi Compromisso Temporal con la
Comunidad de Vida Cristiana, a través de mi Comunidad Local y
en la Comunidad Nacional, comprometiéndome a:
•
•
•
•
progresar en el crecimiento espiritual, a través de la oración, la
práctica sacramental y el discernimiento, usando los medios
propios de la CVX, particularmente los Ejercicios Espirituales, y
teniendo a María como ejemplo y modelo de vida;
ordenar cada vez más mi vida, en todas las dimensiones, según
el estilo de vida cevequiano;
buscar caminos concretos de participación en la construcción del
Reino, discerniendo mi misión personal en la vida familiar, en el
ejercicio profesional, en la vida cívica y en el servicio eclesial;
participar en todas las actividades de la Comunidad y apoyarla,
dentro de mis posibilidades, sobre todo cuando ella necesite de
mí.
Pido a Jesús, el Cristo, y a María, Su Madre, me alcancen la
gracia de la fidelidad a este Compromiso que acabo de asumir.
[Local], [Fecha]
Firma del
Candidato
Firma del Presidente
del Equipo Regional
�Fórmulas del Compromiso Permanente
Hay elementos que obligatoriamente deben integrar las fórmulas, por ser
esenciales al compromiso cevequiano: aceptación de los Principios Generales,
compromiso con el estilo de vida, apertura a la misión apostólica, referencia a la
Comunidad Mundial, disponibilidad para colaborar en las actividades de la
Comunidad. Pero hay también un margen, en el caso del Compromiso Permanente,
para que cada uno pueda personalizar la expresión del compromiso que desea
realizar. En ese caso, la fórmula debe ser ratificada previamente por el Equipo
Nacional.
De esta manera, las fórmulas que figuran a continuación son presentadas a
modo de ejemplos, pues son las que están siendo utilizadas actualmente en nuestra
Comunidad Nacional.
Al optarse por escribir una fórmula propia, no se deje, sin embargo, de tener
en cuenta el valor de mantener algún grado de uniformidad (San Ignacio de Loyola
daba mucha importancia a la uniformidad exterior como forma de unión interior) y
de tener cuidado en no elaborar fórmulas demasiado largas.
Fórmula A:
Eterno Señor de todas las cosas, yo,
deseando
seguir a Jesucristo más de cerca y trabajar con Él en la construcción de Su Reino,
habiendo encontrado en la Comunidad de Vida Cristiana mi vocación particular
dentro de la Iglesia, aceptando sus Principios Generales y contando enteramente
con Tu amor y gracia, me comprometo a procurar y realizar, con generosa y
humilde fidelidad, Tu voluntad; teniendo a la Virgen María, Madre de la Iglesia
y Madre nuestra, como modelo de vida, me comprometo a:
• asumir un estilo de vida simple en el seguimiento de Jesús, pobre y humilde
de corazón;
• hacer de la Eucaristía, de la oración personal, de los Ejercicios Espirituales y
del discernimiento los medios privilegiados para “buscar y encontrar a Dios en
todas las cosas y todas las cosas en Él”;
• sintiendo con la Iglesia y “atento (a) los signos de los tiempos”, esforzarme, a
través de mis actitudes, palabras y acciones, por anunciar la fe y promover la
justicia, uniéndome, de este modo, a la misión apostólica de Jesús;
• a elegir definitivamente a la CVX como el lugar de intermediación apostólica,
donde procuraré, de una forma primordial, discernir, recibir el envío, encontrar
apoyo y evaluar mi misión.
Hago, así, mi Compromiso Permanente con la Comunidad de Vida Cristiana, a
través de mi Comunidad Local y Nacional, procurando contribuir, en todo y
siempre, para la mayor gloria de Dios, colaborando, dentro de mis posibilidades,
en todas sus actividades.
Con la seguridad que me da Tu bondad y amor, pido a Jesús, el Cristo, y a
María, Su Madre, que me alcancen la gracia de la fidelidad al Compromiso que
acabo de asumir.
[Local], [Fecha]
Firma del
Candidato
Firma del Presidente
del Equipo Nacional
�Fórmula B:
Yo,
, miembro de la Comunidad de Vida Cristiana,
aceptando sus Principios Generales, me comprometo de modo permanente a
entregar mi vida al Señor, con generosidad siempre mayor, y a trabajar, en espíritu
de servicio y en unión con todo el pueblo de Dios, por la justicia y por la paz entre
los hombres, como testimonio de mi fe.
Me comprometo a asumir un estilo de vida simple, en el seguimiento de Cristo, pobre
y humilde, a mantener una vida sacramental intensa, a meditar las Sagradas
Escrituras, a difundir la doctrina de la Iglesia y a colaborar con sus pastores, a
perseverar en una vida de oración y a centrarme cada vez más en Cristo,
inspirándome en los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola, y teniendo
siempre presente a la Santísima Virgen María como modelo de mis actividades de
misión y de servicio.
Me comprometo a una opción personal definitiva por la Comunidad de Vida
Cristiana como lugar de mediación apostólica, donde procuraré, con toda
disponibilidad, acoger mi misión, recibir el envío y encontrar el apoyo primordial en
el discernimiento y en la evaluación.
Sintiendo con la Iglesia, deseo, de esta manera, con la gracia de Dios y en unión
íntima con María, la Madre de Jesús, ser fiel testigo de la acción renovadora del
Espíritu en el trabajo por la construcción del Reino, y, en unión fraterna con mi
comunidad, en cuya vida me comprometo a participar, procurar siempre la mayor
gloria de Dios.
Pido al Señor y a María, Su Madre, que me concedan la gracia de la fidelidad al
Compromiso que acabo de asumir.
[Local], [Fecha]
Firma del
Candidato
Firma del Presidente
del Equipo Nacional
�1 2 3 4 5 6
Preparación para el Compromiso Temporal
A continuación, y enmarcando las propuestas más elaboradas de reflexión y
oración, se sugieren acá algunos ejemplos de pasajes de los textos evangélicos
particularmente apropiados para leer y meditar, éstos podrán servir de gran ayuda a
la hora de la preparación en vista a la realización del Compromiso.
• Jn 1,35-49: “Vengan y vean”; el encuentro fascinante con Jesús.
• Lc 19,1-10: Zaqueo y la fecundidad de seguir fielmente los deseos más
profundos.
• Mc 1,16-20: El llamado de los discípulos.
A. BUSCAR Y ENCONTRAR LA VOCACIÓN EN LA
IGLESIA
Vocación personal
3
Esperamos que todos los miembros de la CVX participen en la misión de Cristo
de acuerdo con su propia vocación y estado de vida en la Iglesia. "Nuestra
Comunidad está formada por fieles cristianos: varones y mujeres, jóvenes y
adultos, de todas las condiciones posibles, que desean seguir a Jesucristo más
de cerca y trabajar com Él en la construcción del Reino y que reconocieron en
la Comunidad de Vida Cristiana su particular vocación en la Iglesia" (PG 4).
4
El fundamento de la formación y la renovación de la CVX es el valor de cada
persona y la convicción de que cada una tiene una vocación divina, que abraza
todas las dimensiones de su existencia. Dios llama a todos y cada uno. Él toma
la iniciativa, pero respeta nuestra libertad. Cada individuo descubre este
llamado cuando lo escucha y acepta los deseos de Dios. Este llamado divino es
una vocación personal, que se revela en nuestras inclinaciones más profundas
y nuestros deseos más auténticos. Nuestra respuesta libre a ese llamado divino
es el que da sentido y dignidad a nuestra existencia.
5
Entender nuestra vida personal, nuestra familia, nuestro trabajo y la vida cívica
como una respuesta al llamado del Señor nos libera de cualquier inclinación
para resignarnos delante de las situaciones en que nos encontramos. Nos lleva,
igualmente, a reaccionar contra el conformismo que intenta imponernos un
estado y estilo de vida determinados.
6
Cada persona encuentra en su propia vocación personal el modo concreto de
vivir la vocación universal de la familia humana, que es un llamado a la
comunión con el Padre por medio del Hijo y en el Espíritu de Amor. Al realizar
su misión como respuesta de amor al llamado del Señor, el individuo realiza
progresivamente su destino de desarrollar la plena comunión con Dios y con la
entera familia humana.
15
La vocación está íntimamente vinculada a la misión. Cuando un cristiano
profundiza sus lazos de amistad con el Señor, Él le confía una misión. La
vocación tiene su origen en la entrada de Dios en su vida y necesita de tiempo
�para transformar su corazón, vinculándolo totalmente a Cristo. La misión
confiada a él, por Cristo, es un deseo profundo, permanente y creciente nacido
de este vínculo.
16
Los miembros de la CVX reconocen su vocación personal en la Iglesia en esta
forma particular de vida cristiana. La vocación particular de los miembros de la
CVX está estrechamente relacionada con el discernimiento de su misión
apostólica, esto es, el tipo de servicio que cada cristiano está llamado a prestar
en la Iglesia para la evangelización del mundo.
En El Carisma CVX
Propuestas de abordaje:
1. “Este llamado de Dios es una vocación personal, que se revela en nuestras
inclinaciones más profundas y en nuestros deseos más auténticos. Nuestra
respuesta libre al llamado divino es lo que da sentido y dignidad a nuestra
existencia”.
¿Siento que ya me encontré con Dios y el deseo de salvación y felicidad
que Él tiene para mí?
2. “Entender nuestra vida personal, nuestra familia, nuestro trabajo y la vida
cívica como una respuesta al llamado del Señor”.
Reflexiono sobre mi vivencia en cada una de estas áreas. ¿En cuáles de
ellas mi fe surge como principal factor de motivación y concentración? ¿En
que áreas consigo encontrar más sentido a la luz de mi fe? ¿Para que áreas
siento que Jesús me llama a colaborar activamente con Él?
3. “Los miembros de la CVX reconocen su vocación personal en la Iglesia en esta
forma particular de vida cristiana”.
¿En
qué
grado
hago
más
estas
palabras?
¿Qué
ideas/sentimentos/mociones me despierta esta frase? Para responder sin
preconceptos…
�La vocación específica a la CVX
17
La vocación a la CVX especifica la vocación universal mediante tres
características principales:
Una vocación ignaciana
18
El carisma y la espiritualidad de la CVX son ignacianos. Así, los Ejercicios
Espirituales de san Ignacio de Loyola son la fuente específica de este carisma y
el instrumento característico de la espiritualidad cevequiana.
19
Los Principios Generales subrayan el carácter ignaciano de la CVX usando frases
por todo su texto que se refieren y remiten directamente a la experiencia vital
de los Ejercicios o hacia el carisma ignaciano mismo. Subrayan, sobre todo, el
papel central de Jesucristo. Sus referencias explícitas a los orígenes ignacianos
en el modo de proceder cevequiano, y a la importancia del discernimiento
apostólico en la apertura personal a las apelaciones más urgentes y universales
del Señor, dejan claro que el discernimiento se debe volver el medio natural
para tomar decisiones.
20
El estilo de vida cevequiano está configurado por los trazos de la Cristología
ignaciana: austero y simple, solidario con los más pobres y marginados de la
sociedad, integrando contemplación y acción, en todo viviendo vidas de amor
y servicio en la Iglesia, siempre en espíritu de discernimiento. Esta Cristología
ignaciana brota de la contemplación del Misterio de la encarnación donde la
misión de Jesús es revelada. Brota de Su contemplación, como el Enviado por
el Padre para salvar al mundo entero; Él que elige y llama personalmente a los
que quiere para colaborar con Su proyecto de humanización, de entre aquellos
que se reconocen a sí mismos como débiles y pecadores. Emerge del
seguimiento de Jesús, el Rey eterno, que se despojó de Sí mismo para vivir una
vida de pobreza y humillaciones, en unión con Él en Su pasión, muerte y
resurrección, donde la fuerza del Espíritu forma la Iglesia como Cuerpo de
Cristo.
21
La espiritualidad ignaciana explica igualmente el carácter mariano del carisma
cevequiano. El papel de María en la Comunidad es, en efecto, el mismo que Ella
tiene en los Ejercicios y en la experiencia espiritual de Ignacio. La Madre de
Jesús está constantemente presente al lado de su Hijo, como mediadora e
inspiración, y como un modelo de respuesta a Su llamado y de trabajo
mancomunado con Él en Su misión de Salvador.
22
A la luz de la experiencia fundante de los Ejercicios Espirituales, la CVX tiene
como objetivo la integración de la fe con la vida de cada día en todas sus
dimensiones: personal, familiar, social, profesional, cultural, política y eclesial.
23
La espiritualidad de los Ejercicios refuerza el carácter distintivo de esta vocación
cristiana:
24
- El magis ignaciano marca el estilo de nuestra respuesta a la vocación universal
a la santidad, por la búsqueda de la “mayor gloria de Dios”, siguiendo más de
cerca a Jesucristo, mediante “oblaciones de mayor estima y momento”.
25
- Cristo, además de eso, se revela en la espiritualidad ignaciana como “serpara-los-demás”, y seguirlo es ponernos nosotros mismos al servicio de
�nuestros hermanos: un modo distintamente apostólico de comprender el Reino
de Dios. Los miembros de la CVX son cristianos que “desean seguir a Jesucristo
más de cerca y trabajar con Él en la construcción del Reino”.
26
- Finalmente, los Ejercicios, y por tanto nuestra espiritualidad, subrayan el
carácter eclesial del servicio apostólico. En la medida en que es una misión
recibida de Cristo, es mediada a través de la Iglesia. “La unión con Cristo lleva
a la unión con la Iglesia donde Cristo, aquí y ahora, continúa Su misión de
salvación”.
27
El carácter ignaciano de la CVX y de sus miembros encuentra sus expresiones
inequívocas en la práctica regular de los modos ignacianos de oración, examen,
evaluación, discernimiento apostólico (personal y comunitario), y por la
participación frecuente en los sacramentos.
Una vocación comunitaria
28
Los miembros de la CVX viven la espiritualidad ignaciana en comunidad. La
ayuda de hermanos que comparten el mismo llamado es esencial para nuestro
crecimiento en fidelidad a nuestra vocación y misión. Además de esto, la
comunidad en sí misma es un elemento constitutivo del testimonio apostólico
de la CVX.
29
“A fin de preparar más eficazmente a nuestros miembros para el testimonio y
el servicio apostólico, especialmente en nuestro ambiente cotidiano, reunimos
en comunidad a personas que sienten una necesidad urgente de unificar su vida
humana, en todas sus dimensiones, con la plenitud de su fe cristiana, de
acuerdo con nuestro carisma”.
Una vocación laical
30
La CVX es definida en los Principios Generales como una asociación, no de
laicos, sí de fieles: “Nuestra Comunidad está formada por fieles cristianos:
varones y mujeres, jóvenes y adultos, de todas las condiciones posibles…”.
31
Pero, en la etapa de madurez, por altura de Compromiso Permanente, la
vocación cevequiana se vuelve específicamente laical en sus objetivos y
características peculiares. "Buscamos alcanzar esta unidad de vida, en
respuesta a la llamada de Cristo, desde dentro del mundo en que vivimos".
En El Carisma CVX
Propuestas de abordaje:
1. “El carisma y la espiritualidad de la CVX son ignacianos. Así, los Ejercicios
Espirituales de san Ignacio de Loyola son la fuente específica de este carisma
y el instrumento característico de la espiritualidad cevequiana”.
En mi trayectoria cevequiana, ¿cuál ha sido la importancia de los
instrumentos específicos arriba mencionados que la espiritualidad ignaciana
pone a mi entera disposición (oración, examen, evaluación, discernimiento
apostólico)?
2. “Los miembros de la CVX viven la espiritualidad ignaciana en comunidad. La
ayuda de hermanos que comparten el mismo llamado es esencial para nuestro
crecimiento en fidelidad a nuestra vocación y misión”.
�¿Hasta qué punto hago de mi grupo cevequiano polo irradiador de mi
experiencia de misión? ¿En que grado comparto con los miembros de mi grupo
mis decisiones y vivencias apostólicas; las alegrías, dilemas y dificultades que
la misión siempre trae consigo?
3. “Buscamos alcanzar esta unidad de vida, en respuesta a la llamada de Cristo,
desde dentro del mundo en que vivimos”.
Alguien, alguna vez, había dicho sobre la espiritualidad ignaciana que es
“para gente ocupada”… Lo mismo puede decirse, entonces, de la CVX. ¿En
qué grado el ser cevequiano me ayuda a vivir la vida de todos los días, en
todas sus dimensiones, de forma integrada a la luz de la fe?
�El perfil de la persona CVX
32
La vocación cevequiana presupone ciertas condiciones, esencialmente las
mismas requeridas para hacer los Ejercicios Espirituales. Esta aptitud es
reconocida en aquellas características que permiten al individuo el encuentro
con Dios. No es tanto una cuestión de algo ya adquirido, sino potencial. Para
indicar tal aptitud, Ignacio utiliza la expresión “tener sujeto”. Tener sujeto tiene
un sentido dinámico: un individuo se vuelve progresivamente “sujeto”
(dispuesto) o, por el contrario, no dispuesto; podemos avanzar o retirar, mas
nunca estamos estáticos, nunca permanecemos en el mismo sitio.
33
Las Anotaciones nos ofrecen un retrato del ejercitante adulto. Este retrato es,
a veces, un punto de partida y, otras, punto de llegada. Estas son las
condiciones mínimas puestas por Ignacio para iniciar la aventura y son también,
en su plenitud, el resultado de la empresa. En otras palabras, los rasgos
característicos que definen un individuo idóneo deberán, de algún modo, estar
presentes desde el inicio. Ignacio adaptaba los Ejercicios a la individualidad de
cada uno, pero, al mismo tiempo, recomendaba que la cuestión de la elección
no debía ser colocada a toda las personas indiscriminadamente. Sin embargo,
al describir al ejercitante y las condiciones requeridas para realizar los Ejercicios
Espirituales, Ignacio presupone que quien desea hacer esta experiencia debe
desear por encima de todo “amar y servir a Su divina Majestad”. Estas son
igualmente las características distintivas de la persona más apta a volverse un
miembro de la CVX.
34
Estas características personales que, de algún modo, deben estar ya presentes
en el inicio de la experiencia ignaciana, pueden agruparse en dos categorías:
35
✓
Desde el punto de vista humano:
capaz de enfrentar la realidad, sensible al mundo social y político en que vive,
capaz de comunicar y ofrecer su servicio a los demás de un modo significativo.
con grandes deseos de vivir una vida dinámica y apasionada, mismo que esos
ideales estén, por lo menos por un corto tiempo, mezclados con un poco de
ambición personal;
no satisfecho con su pequeño mundo, pero sí listo para cambiar sus puntos de
vista y estilo de vida.
✓
✓
36
✓
✓
✓
✓
✓
En lo que se refiere a su experiencia de Dios:
movido por el gran deseo de encontrarse y seguir a Jesucristo;
enamorado de Jesús y por Su misión de vida, ansiando una relación personal más
profunda con Él que reoriente y corrija, si fuese menester, sus necesidades y
aspiraciones, que cure sus heridas y debilidades;
consciente de ser un pecador, pero amado y escogido por Cristo;
abierto a las necesidades de los demás, listo a servirlos y a asociarse a todos los
que buscan construir un mundo, al mismo tiempo, más humano y divino;
consciente de ser un miembro responsable de la Iglesia, identificado con su
mensaje y comprometido con su misión.
En El Carisma CVX
�Propuestas de abordaje:
1. [El miembro CVX está] “movido por el gran deseo de encontrar y seguir a
Jesucristo”, es un “enamorado de Jesús y por Su misión de vida, ansiando
uma relación personal más profunda con Él que reoriente y corrija, si fuera
menester, sus necesidades y aspiraciones, que cure sus heridas y
debilidades”.
¿Cómo describo mi relación personal con Jesús –le digo “amigo” o
“compañero”–? ¿Cuál es Su papel en mi trayectoria espiritual?
2. [El cevequiano no está] “satisfecho con su pequeño mundo, pero sí está listo
para cambiar sus puntos de vista y estilo de vida”. Es “capaz de enfrentar la
realidad, sensible al mundo social y político en que vive, capaz de comunicar
y ofrecer su servicio a los demás de un modo significativo”.
¿Cómo vivo la dinámica del MÁS ignaciano en mi vida? ¿Cuál es mi
manera de abordar los problemas cotidianos? ¿Cuál es el foco de mi atención
‘afectiva’ sobre las realidades que me rodean? ¿Hasta dónde va el alcance de
mi mirar, qué horizontes abarca mi corazón?
3. [El miembro cevequiano es] “consciente de ser un miembro responsable de la
Iglesia, identificado con su mensaje y comprometido con su misión”.
Como cristiano, llamado desde toda la eternidad por el Padre y seguidor
de Jesucristo en el ‘aquí’ y el ‘ahora’, y sabiendo que yo también soy Iglesia...
¿De qué forma me identifico con la Iglesia extendida a lo largo y ancho del
vasto mundo? ¿En qué grado el modo como vivo / construyo comunidad en
mis ‘varias comunidades’ es ejemplo saludable de vida en la Iglesia? ¿En qué
grado mis pequeñas y grandes misiones consustancian la gran misión de la
Iglesia que es anunciar el Evangelio?
�Objeto y sentido del Compromiso Temporal
177
El Compromiso Temporal es la expresión de un deseo de vivir según el estilo
de vida cevequiano. Este Compromiso implica la búsqueda de la vocación a la
cual el Señor llama a la persona, y el discernimiento de esa vocación.
178
En aquellos que ya tienen la necesaria disposición, este discernimiento
vocacional se desarrolla en dos niveles:
➢
➢
La elección de un estado de vida, por aquellos que aún no lo hicieron
(la vida religiosa, claro, esto excluye el Compromiso Permanente con la
CVX).
Enmienda y reforma de vida, para los que ya decidieron sobre su
estado de vida.
179
Este discernimiento vocacional no toma como garantizada una vocación
cevequiana definitiva, pero procura estar siempre abierto a cualquier estado de
vida al que podamos estar llamados por la voluntad divina. Este proceso, vivido
a la manera de la CVX, implica que la persona ya pertenezca a una comunidad
y con la cual tenga su compromiso temporal, aunque la vocación personal no
haya sido todavía claramente definida.
180
Un aspecto importante de este discernimento es la cuestión: ¿“Quiere y desea”
buscar y encontrar la voluntad de Dios en su vida y seguir Su llamado de Amor?
Esto presupone una experiencia siempre fundada en Dios y fomentada y
profundizada por los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola, con el
apoyo de toda la comunidad, y para un mayor servicio. Éste discierne si el
camino cevequiano es o no es lo que Dios quiere para él, si está “abierto, libre
y disponible” para proseguir este camino con una “determinación deliberada”
en dirección a un estilo de vida apostólico.
181
Esta etapa es eminentemente vocacional y, como tal, permanece siempre
abierta a diferentes opciones. Para un adulto casado, por ejemplo, la cuestión
será si es llamado a vivir un estilo de vida cevequiano en su vida de casado.
Los jóvenes se preguntarán a qué estado de vida (laical, religioso o clerical) son
llamados. Un buen número de adultos y jóvenes se sentirán llamados a vivir
según el estilo de vida cevequiano. Otros descubrirán que la motivación para
adherirse era, más bien, de naturaleza “social” o afectiva y, reconociendo que
no tienen deseo de continuar, procurarán otros modos de pertenencia a la
Iglesia.
182
Para los jóvenes o adultos que llegan a la conclusión que la Comunidad
responde a sus deseos más profundos, esta etapa los llevará a un renovado
compromiso con el estilo cevequiano.
183
Así, el “Compromiso Temporal”, hecho en la Comunidad y aceptado por ella, es
la expresión sincera de la firme determinación, por parte del propio individuo,
de buscar, en todo, la voluntad divina, sirviéndose de todos los métodos
ignacianos y de la oferta de la misma Comunidad de su propio proceso de
formación.
184
Es importante que el Compromiso Temporal no sea reducido a un mero conjunto
de obligaciones; éste debe ser el resultado de nuestra libre, abierta y
convencida respuesta de amor, dada según el espíritu evangélico y la ley
suprema del Amor, a Dios que nos amó primero.
�185
Los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola tienen un papel clave en el
discernimiento de la propia vocación. En esta etapa de formación, el
Compromiso Temporal favorece las disposiciones necesarias para hacer bien los
Ejercicios Espirituales, teniendo siempre presente su vocación apostólica.
En El Carisma CVX
Propuestas de abordaje:
1. El Compromiso Temporal es la expresión de un deseo de vivir según el estilo
de vida cevequiano.
¿Cómo está mi adhesión a cada uno de los puntos del estilo de vida
cevequiano referidos en los PG 12, transcrito a continuación…?
a) El estilo de vida de la Comunidad de Vida Cristiana compromete a sus
miembros, con el auxilio de la comunidad, a buscar un contínuo crecimiento
personal y social que sea espiritual, humano y apostólico. En la práctica,
esto implica la participación en la Eucaristía, siempre que fuera posible; una
vida sacramental activa; la práctica diaria de la oración personal,
especialmente de aquella que se basa en las Sagradas Escrituras;
discernimiento por medio de la revisión diaria de la propia vida y, si fuese
posible, dirección espiritual regular; una renovación interior anual, de
acuerdo con las fuentes de nuestra espiritualidad; y el amor a la Madre de
Dios.
b) Ya que la Comunidad de Vida Cristiana pretende trabajar con Cristo para
implantar el Reino de Dios, todos los miembros individuales son llamados a
una participación activa en el vasto campo del servicio apostólico. El
discernimiento apostólico, tanto individual como comunitario, es el camino
ordinario para descubrir la mejor manera de hacer presente a Cristo,
concretamente, en nuestro mundo. Esta nuestra misión, amplia y exigente,
requiere de cada miembro voluntad de participar en la vida social y política
y un esfuerzo por desarrollar las cualidades humanas y las capacidades
profesionales, a fin de volverse un trabajador más competente y un testigo
más convincente. Además de esto, requiere también simplicidad en todos
los aspectos de la vida, para seguir más de cerca a Cristo en Su pobreza y
para preservar la libertad interior apostólica.
c)
Finalmente, cada un asume la responsabilidad de participar en las reuniones
y otras actividades de la Comunidad, y de ayudar y animar a los otros
miembros a llevar a cabo su vocación personal, siempre listos todos para
dar y recibir consejo y colaboración, como amigos en el Señor.
2. Este Compromiso implica la búsqueda de la vocación a la cual el Señor llama
a la persona, y el discernimiento de esa vocación. Un aspecto importante de
este discernimento es la cuestión: ¿“Quiere y desea” buscar y encontrar la
voluntad de Dios en su vida y seguir Su llamado de Amor?
¿Cómo está mi disponibilidad para buscar y encontrar la voluntad de
Dios para mi vida? ¿Cómo voy, concretamente, a realizar el discernimiento de
mi vocación?
�1 2 3 4 5 6
Preparación para el Compromiso Permanente
A continuación, y enmarcando las propuestas más elaboradas de reflexión y
oración, se sugieren acá algunos ejemplos de pasajes de los textos evangélicos
particularmente apropiados para leer y meditar, éstos podrán servir de gran ayuda a
la hora de la preparación en vista a la realización del Compromiso.
• Mt 10,1-15: Elección de los discípulos enviados como apóstoles.
• Lc 9,10-17: La multiplicación de los panes; colaboración con Jesús en el servició
a los otros.
• Mt 28,16-20: La misión de los seguidores de Jesús, de la Iglesia.
• Jn 21,15-22: El fundamento y sustentación del envío.
En el inicio del proceso de discernimiento para el Compromiso Permanente,
iluminados por la fe, somos invitados a hacer memoria de nuestro camino interior de
descubrimiento progresivo de la CVX como el modo específico al que fuimos, y somos,
llamados para vivir, radical y comprometidamente, nuestro estado de vida laical.
Siendo “los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola la fuente específica
y el instrumento característico de nuestra espiritualidad” (PG 5), esta herencia marca
a fuego, por dentro, nuestro itinerario espiritual.
Proponemos hacer una lectura de nuestra vocación cevequiana –adhesión y
progresiva identificación con el carisma– teniendo como referencia la historia de vida
de san Ignacio de Loyola y la manera particularmente providencial como el Señor le
fue guiando en su proceso de conversión, en la clarificación de su vocación y en el
perfil misionero de la comunidad formada por sus primeros compañeros, los jesuitas.
A) Cambio de sentido: Dios entra en la vida de Ignacio y provoca
una conversión profunda
El despertar espiritual de Ignacio, a los veintiséis años, y sus primeras
intuiciones interiores sobre cómo Dios se le comunica, están marcados por el
accidente bélico que le obliga a confrontarse seriamente con su mundo interior,
percibiendo intuitivamente la experiencia de los movimientos espontáneos de sus
pensamientos y afectos y sus consecuencias vitales en las disposiciones del alma. Las
lecturas espirituales desencadenan este proceso y vuelven a Ignacio un hombre
nuevo.
“Notaba, aún, esta diferencia: cuando pensaba en las cosas del mundo, sentía
un gran placer; pero cuando después de cansado las dejaba, se sentía árido y
descontento. Y cuando pensaba ir a Jerusalén, descalzo y comiendo solo hierbas, y
en imitar todos los mayores sacrificios que veía que los santos tan heroicamente
habían hecho, no solo sentía consolación cuando estaba en esos pensamientos,
también lo sentía después de dejarlos, quedaba contento y alegre. Pero no reparaba
en eso ni se detenía a ponderar esta diferencia, hasta que una vez se le abrieron los
�ojos y comenzó a maravillarse de esta diferencia y a reflexionar sobre ella.
Comprendió entonces, por experiencia propia, que de unos pensamientos quedaba
triste y de otros alegre, y poco a poco vino a conocer la diversidad de los espíritus
que se agitaban: un del demonio y el otro de Dios”. (8)2
La experiencia de Dios despierta en Ignacio el gran deseo de desprendimiento
y total despojo. Ya después de recuperado de la larga convalecencia camino de
Monserrat [17-18], ‘sacramentaliza’ su conversión de acuerdo con las costumbres
propias de los valores de caballería. Seguirá siendo un ‘caballero’, pero de una forma
radicalmente diferente. El Señor cuenta con él como es y a partir de aquello que es.
Ignacio ahora se reviste con las “armas de Cristo” (Ef 6,11). “Y así resolvió velar
armas toda la noche, sin sentarse ni acostarse, pero ora de pie ora de rodillas, ante
el altar de Nuestra Señora de Monserrat, donde había decidido dejar sus vestiduras
y vestirse las armas de Cristo”. (17)
En Manresa enfrenta la prueba y la tentación. Tiempo de lucha, de crisis y de
aprendizaje. “Le vino un pensamiento muy fuerte que le molestó, representándosele
la dificultad de su vida, como si le dijesen desde dentro del alma: –‘Y, ¿cómo podrás
soportar esta vida en los setenta años que vivirás?’. Pero a esto respondió también
interiormente con mucha fuerza (viendo que esto era cosa del Enemigo): –‘¡Oh,
miserable! ¿Puedes asegurarme una hora de vida?’. –Y, así, venció la tentación y
quedó tranquilo”. (20)
Se siente confirmado en sus propósitos y reconocerá que “Dios lo trataba como
un maestrillo de escuela trata a un niñito, enseñándole”. (27)
Puntos de reflexión:
1. ¿Qué despierta en mí la experiencia de conversión de san Ignacio de Loyola?
2. Al hacer memoria de la historia de Dios en mi vida, ¿cómo vivo este “despertar
espiritual”? ¿En qué circunstancias y a través de personas me sentí
personalmente tocado por Él?
3. ¿Qué papel desempeñó la CVX en mi proceso interior de conversión y de
descubrimiento de Dios?
B) Descubrimiento de la vocación – “Auxiliar a las almas”
La expresión “auxiliar a las almas” revela la especificidad del modo como
Ignacio se siente llamado a seguir al Señor –su vocación– y será el ideal que marcará
toda su vida: “Además de sus siete horas de oración, se ocupaba de auxiliar a algunas
almas que allí lo venían a buscar, por cuestiones espirituales, y todo el resto del día
que le restaba, lo dedicaba a pensar en cosas de Dios, acerca de aquello que había
leído o meditado en aquel día”. (26)
Esta expresión marca también el punto de llegada de una etapa de purificación
de la imagen de Dios y de su aceptación de sí mismo y de toda su historia. El pasaje
de una actitud voluntarista y estoica, que lo mantenía cerrado en sí mismo, para
aceptarse como un pecador-perdonado, dócil a la acción divina en su vida, abriéndose
a los demás.
2
Todas las citas y referencias de esta primera propuesta de trabajo, excepto las que están expresamente
indicadas de otro modo, corresponden a la Autobiografía de san Ignacio de Loyola, Braga, A.O., 2005.
�La experiencia mística del río Cardoner es una irrupción del Espíritu que confirma
y profundiza su experiencia de Dios y se constituye como un punto de inflexión en la
vocación apostólica de Ignacio: “Y, estando sentado allí, comenzaron a abrírsele los
ojos del entendimiento; y no es que hubiese visto allí alguna visión o algo, si no que se
sintió conociendo y entendiendo muchas cosas, tanto de las cosas espirituales –de la fe
y el culto– como de las cosas materiales –referidas a las ciencias y las letras–. Y esto
con una ilustración tan grande, que todas las cosas le parecían nuevas. Y no se puede
declarar las particulares que entonces entendió, aunque fueron muchas, sino que recibió
una gran claridad en el entendimiento, de tal modo que en todo el curso de su vida,
hasta los sesenta y dos años, recogiendo todos los auxilios recibidos de Dios, y todas
las cosas que supe, aunque las junte todas, no le parece haber alcanzado tanto como
de aquella sola vez. [En esto se quedó con el entendimiento de tal modo ilustrado, que
le parecía como si fuese otro hombre y tuviera otro entendimiento, diferente del que lo
tenía antes]”. (30)
Esta iluminación interior unifica y condensa la secuencia de descubrimientos
espirituales hechos antes y que son referidos en su Autobiografía: Santísima Trinidad
(28), Creación, Eucaristía y Humanidad de Cristo (29).
Desde este momento, la vocación apostólica marcará definitivamente los pasos
de Ignacio. Los ‘Ejercicios Espirituales’ nacen genialmente de esta clarificante ilustración
del Cardoner: la posibilidad de que otros se valgan de su propia experiencia para “buscar
y encontrar la voluntad de Dios en la vida”.
A pesar de los deseos y consolaciones de Ignacio asociados a su ida a Jerusalén
el Señor le fue confirmando que lo quería en el ministerio de auxiliar a las almas en
fidelidad para donde la Iglesia lo quisiese enviar.
“Su firme propósito era permanecer en Jerusalén, visitando siempre aquellos
santos lugares y tenía también el propósito, además de esta piadosa devoción, la de
auxiliar a las almas”. (45)
Ignacio percibe que, para auxiliar a las almas, no basta la sola buena voluntad.
Hace falta una adecuada preparación. Por eso, ‘el peregrino’ tendrá que iniciar una
nueva aventura, realizando los estudios necesarios en vista a capacitarse para una
mayor eficacia apostólica.
“Después que el susodicho peregrino entendió que era voluntad de Dios que no
permaneciese en Jerusalén, siempre venía pensando consigo mismo aquello que bien
haría; al final, se inclinaba más en estudiar algún tiempo, para poder auxiliar a las
almas, determinando que iría a Barcelona; y, así, partió de Venecia para Génova”. (50)
Puntos de reflexión:
1. ¿Qué despierta en mí este relato de la manera en cómo el Señor fue
“esculpiendo” los rasgos de la particular vocación de san Ignacio?
2. ¿Qué desafíos de purificación de su fe fueron definiendo su seguridad interior
de haber sido llamado a colaborar con el Señor bajo Su “bandera”?
3. ¿Cómo siento que la CVX contribuyó en el llamado y clarificación de mi
vocación personal como seguidor de Cristo?
4. ¿Qué frutos y gracias especiales he descubierto en todo este tiempo de
caminata compartida junto a mis compañeros y amigos en el Señor de la CVX?
�C) La Compañía de Jesús – La con-formación de una comunidad
apostólica de “amigos en el Señor”
Ignacio, junto a otros compañeros que también habían hecho experiencia vital
de los Ejercicios Espirituales y de la elección, siente la imperiosa necesidad de
expresar de forma “sacramental” su deseo más profundo: “Ya a esa altura, todos
tenían decidido lo que debían hacer, a saber: ir a Venecia y Jerusalén, y gastar
totalmente su vida en bien y provecho de todas las almas. Y si no consiguiesen
autorización para permanecer en Jerusalén, regresarían a Roma y se presentarían al
Vicario de Cristo, para que él los emplease en lo que juzgara concienzudamente y
sea más convenientemente para mayor gloria de Dios y provecho de las almas”. (85)3
Quedó definitivamente excluída la ida a Jerusalén, pero no las previsiones del
“voto” de Montmartre. Los “compañeros” se dirigen a Roma con el vivo deseo de
auxiliar a las almas. El criterio principal es el servicio a la Iglesia: El Santo Padre es
el punto de referencia y la expresión manifiesta de la misión universal de la Iglesia.
“Se dirigieron, entonces, a Roma divididos en tres o cuatro grupos, y ‘el
peregrino’ iba junto a Fabro y Laínez; en este viaje, fue felizmente visitado por el
Señor. Había ya decidido, después de ser ordenado sacerdote, estar un año entero
sin decir misa, preparándose y rogando a la Santísima Virgen que se dignara ponerlo
junto a su Hijo. Y sucedió entonces que, estando un día a algunas millas antes de
llegar a Roma en una iglesia y haciendo oración, sintió tal cambio en su alma, que
vio clarísimamente que Dios Padre lo ponía con Cristo, Su Hijo unigénito, y que no le
sería posible dudar de ninguna forma de esto, sino que era el mismo Dios Padre el
que lo ponía junto con Su Hijo amado”. (96)
Otras fuentes refieren que el “mensaje” que recibió Ignacio en su visión de La
Storta fue la imagen viva de Jesucristo, cargando Su Cruz, que le decía: “¡Deseo que
tú nos sirvas!”. El P. Laínez habla de esta visión de la siguiente manera:
«Me dijo [san Ignacio] que le parecía que el mismo Dios Padre le imprimía a
fuego en su corazón estas palabras: “¡Yo seré propicio en Roma!” (…). Después, otra
vez, me dijo que le pareció ver a Cristo con la Cruz por la espalda y al Eterno Padre
con Él que le decía: “¡Deseo que tomes a éste como tu servidor!”. Y, así, el propio
Jesús lo tomó para Sí y le dijo: “¡Deseo que tú nos sirvas!”. Y, con esto, tomando
gran devoción al Santísimo Nombre de Jesús, quiso que la Congregación por él
fundada fuera llamada ‘Compañía de Jesús’. Este nombre recibió, así, la connatural
confirmación del Cielo». (96, n. 30)
En su etapa de madurez espiritual, san Ignacio de Loyola puso al servicio de la
Iglesia Universal todo aquello que le fue útil para él como fuente de inspiración: los
Ejercicios Espirituales, el discernimiento, la elección y la comprensión de las
mociones. De su ‘anatomía espiritual’ resalta, principalmente, la actitud de la
contemplación en la acción, buscando y encontrando a Dios en todas las cosas, y
todas las cosas en Dios.
3
Componente del célebre voto de Montmartre de «servir a nuestro Señor Jesucristo, dejando de
lado todas las cosas del mundo», que Ignacio hiciera solemnemente el día 15 de agosto de 1534, junto
a sus compañeros: Francisco Xavier, Pedro Fabro, Alfonso Salmerón, Diego Laínez, Nicolás de Bobadilla y
Simão Rodrigues.
�“El mismo día, antes de cenar, me llamó la atención el aspecto de una persona
que estaba más recogida que de costumbre y me hizo una especie de juramento que
sustancialmente consistía en mostrar la intención y sencillez con que había contado
estas cosas, diciendo que estaba seguro que no contaba nada de más. Y que había
cometido muchas ofensas contra Dios, nuestro Señor, después de haber comenzado
a servir, pero nunca habría consentido en pecado mortal. Más aún, siempre creció en
devoción, esto es, facilidad de encontrar a Dios, y ahora más que nunca en su vida.
Y siempre y a cualquier hora que quería encontrar a Dios, lo encontraba”. (99)
Puntos de reflexión:
“El Compromiso Permanente procede de la CVX como estilo de vida y está en
armonía con el abandono total, lleno de confianza, de la Contemplación para Alcanzar
el Amor. El Compromiso es el «Tomad, Señor, y recibid» como respuesta agradecida al
generoso Compromiso de Dios que 1) me dio tanto, inmerecidamente; 2) habita en mí,
dándome vida y sentido; 3) trabaja y opera en/por mí; y, 4) viendo cómo todos los
bienes y todos los dones descienden de lo Alto: cómo mi limitado poder viene de lo Alto;
y, así, la justicia, la bondad, la piedad, la ternura, la misericordia y la voluntad necesaria
para vivir en Él nuestro Compromiso (El Carisma CVX, 191)”.
1. ¿Cómo traduzco mi particular vocación en una misión apostólica?
2. ¿Cómo reconozco el papel mediador de la CVX?
3. ¿Qué significa para mí vivir en permanente discernimiento apostólico? ¿Cómo
vivo este ‘ideal ignaciano’ de ser “contemplativo en la acción”?
�El campo de la misión de la CVX
92
Considerando el carácter laical de la vocación cevequiana y dada la situación
del mundo actual, marcado a fuego por graves injusticias estruturales y por la
marginación de una gran parte de la familia humana que vive en situación de
pobreza y miseria, el servicio al que la CVX está llamada a dar prioridad
absoluta, a la luz de su opción preferencial por los pobres, es la promoción de
la justicia.
(...)
94
El trabajo por la justicia asume diversas formas según las circunstancias locales,
regionales y nacionales, culturales, y las diferentes situaciones sociopolíticas.
Sin embargo, esta prioridad debe evidenciarse en nuestro estilo y nivel de vida.
En los Ejercicios Espirituales, pedimos la gracia de seguir a Jesús, pobre y
humilde, y esperamos obtener esta gracia del Señor. Creer en Jesús, por tanto,
significa seguirlo más de cerca; compartir Su pobreza significa vivir una vida de
fe que promueve la justicia y toma partido por los pobres. Un estilo de vida
simple salvaguarda nuestra libertad apostólica, expresa nuestra solidaridad con
los pobres y vuelve creíble nuestra fe. Esta opción preferencial de ninguna
manera puede permanecer sólo en la teoría. Ignacio, hablando de la pobreza,
pide a sus compañeros jesuitas que “todos, a su debido tiempo, sientan los
efectos de ella”.
(...)
96
Como Comunidad, la CVX recibe un carisma específico (el ignaciano) al servicio
de la misión de la Iglesia. Se expresa por el envío de sus miembros en misión,
fruto del discernimiento apostólico comunitario, para formas específicas de
apostolado. No siempre será fácil hacer esto, pero una cosa es verdad: los que
optaron por el carisma ignaciano son, ante todo, apóstoles en la misión de la
Iglesia y, por tanto, son enviados por la Comunidad que comparte su vocación
específica. Es su derecho saber que la Comunidad los envía explícitamente y,
al mismo tiempo, acompaña el discernimiento apostólico y la misión a medida
que ella se descubre y despliega.
Misión individual
98
(...) La vocación inicial de seguir a Jesús desembocará en actividades
específicas. Pero, para que estas actividades se conviertan en misión, es
necesario que la Comunidad asuma el llamado, ayude a discernir y, finalmente,
envíe a cada uno en misión. En este sentido tal vez sea más correcto hablar de
participación personal en la misión de la Iglesia.
Misión de grupo
100 La acción puede ser no sólo a nivel personal, también a nivel grupal, según las
circunstancias, y en respuesta a las necesidades percibidas por los miembros
de la Comunidad.
Estas actuaciones apostólicas son también expresión de la vocación personal
que cada uno recibió del Señor. En estos casos, la Comunidad, de una manera
o de otra, tenderá a dar a la acción, que discierne y asume, sentido de misión.
Podemos hablar, por tanto, de participación grupal en la misión de la Iglesia.
�Trabajar en equipo, con la gracia de Dios, tendrá mayor eficacia apostólica.
Misión común
102 La misión común de la CVX es la misión que Cristo le confió como asociación de
Iglesia. Esta misión es la respuesta que la CVX se siente llamada a dar a las
grandes necesidades y aspiraciones del mundo actual. Es su forma de anunciar
la Buena Nueva del Amor de Dios en el momento histórico que se vive. La misión
común se vuelve concreta por la identificación de prioridades apostólicas y
líneas de acción.
103 Esto no significa que todos los miembros de la CVX tengan que realizar la misma
cosa. La misión es común, las tareas diferentes. Esto en razón, no sólo del
origen de la misión, sino también de su orientación. Todos nosotros, cada uno
a su manera, defendemos los mismos valores, proseguimos los mismos
objetivos y tenemos las mismas prioridades. Podemos, entonces, hablar de
participación común en la misión de la Iglesia.
144 Mismo cuando el servicio apostólico es realizado individualmente, este es
siempre parte de la misión recibida en la CVX. La misión es siempre
comunitaria.
La Comunidad como mediación en el envío de la Iglesia
145 Es el ser enviado por la Iglesia lo que da sentido de misión a las tareas
apostólicas y a los servicios humanitarios de los miembros de la CVX. La
Comunidad Mundial, integrada a la vida y misión de la Iglesia, es la mediadora
fundamental de nuestra misión. Nosotros recibimos esta misión en nuestras co
omunidades locales y nacionales.
148 El discernimiento apostólico comunitario es una manera de poner en práctica lo
que el Concilio Ecuménico Vaticano II llamó discernir “los signos de los tiempos”
e implica los siguientes pasos:
- que la Comunidad esté atenta y sea capaz de abrirse a las necesidades de
los demás (…) para descubrir cuáles son las tareas más urgentes y
universales que deben ser asumidas, en vista a ofrecer soluciones más
eficaces, radicales y globales para estos problemas;
- que la Comunidad rece por la gracia de la disponibilidad (…). Esta oración
se comparte en el grupo; y,
- que la Comunidad delibere, envíe y confirme nuestra misión: que sea capaz
de tomar decisiones, de optar y de asumir tareas apostólicas en que, de una
manera o de otra, todos los miembros del grupo estén comprometidos.
161 Participación en la vida de la Iglesia
La CVX no vive aislada del resto de la comunidad cristiana (parroquia,
diócesis, Igresia nacional y universal). Por el contrario, se siente parte
integrante de esta comunidad, y lo expresa:
- en la vida litúrgica y sacramental que, centrada en la Eucaristía, es “una
experiencia concreta de unidad en el amor y en la acción”;
- en toda su vida, por la participación en las actividades de la Iglesia y por la
identificación afectiva y efectiva con su destino, comprometida en su
desarrollo, atenta a sus necesidades y problemas, contenta con sus
progresos.
�162 Colaboración en la misión de la Iglesia
Habiendo recibido la misión en la Iglesia y por la Iglesia, la CVX, de
acuerdo con sus orientaciones y prioridades pastorales, ofrece al pueblo de Dios
y a sus pastores la contribución de su servicio apostólico y de su carisma rico y
original, en un espíritu de discernimiento y responsabilidad compartida.
En El Carisma CVX
Puntos de reflexión:
1. “Creer en Jesús (...) significa vivir una vida de fe que promueve la justicia y
toma partido por los pobres. Un estilo de vida simple salvaguarda nuestra
libertad apostólica, expresa nuestra solidaridad con los más pobres y vuelve
creíble nuestra fe”. “El servicio al que la CVX es llamada a dar prioridad, a la
luz de su opción preferencial por los pobres, es la promoción de la justicia”.
•
¿Cómo traduzco en mis decisiones y elecciones personales el deseo de
mi seguimento cercano a Jesús?
•
¿En qué grado me identifico con la elección hecha por la CVX de la
promoción de la justicia como área prioritaria de misión?
2. “La vocación inicial de seguir a Jesús desembocará en actividades específicas.
Pero, para que estas actividades se conviertan en misión, es necesario que la
Comunidad asuma el llamado, ayude a discernir y, finalmente, envíe a cada
uno en misión”.
•
¿Qué papel tiene mi comunidad local, regional y nacional en este
proceso?
•
¿Cómo encaro esta “desindividualización” de la misión?
3. “La misión común de la CVX es la misión que Cristo le confió como asociación
de Iglesia. Esta misión es la respuesta que la CVX se siente llamada a dar a
las grandes necesidades y aspiraciones del mundo actual”. “La misión común
se vuelve concreta por la identificación de prioridades apostólicas y líneas de
acción”.
•
¿Qué experiencias he hecho en los tres niveles de participación
(individual, de grupo y común) en la misión de la Iglesia?
•
¿Cómo, en mi recorrido de cevequiano, he identificado las prioridades
y líneas de acción apostólicas?
�El discernimiento apostólico como actitud permanente
122
Los Principios Generales de la CVX insisten en la necesidad del discernimiento
apostólico. Ofrecen, además, algunos criterios inspirados por los establecidos
por san Ignacio de Loyola, para seleccionar los ministerios y las misiones
particulares. Como todo lo que nos viene de san Ignacio, en este caso el
discernimiento apostólico, tiene la marca indeleble del “magis” (“lo mejor”). Su
celo por “la mayor gloria de Dios” le llevaba a buscar los medios más eficaces
para ayudar al prójimo.
(...)
124 (...) San Ignacio hace una presentación sistemática de los criterios para la
elección de los ministerios. Estos criterios pueden ayudarnos a nosotros en la
CVX a definir nuestra propia misión apostólica; por ejemplo, que como
miembros de la CVX debemos estar abiertos a lo que es más urgente y
universal.
En El Carisma CVX
La formulación de una Misión Común para la Comunidad Mundial
De acuerdo con el espíritu de los PG 8, más allá de la dimensión individual y
personal de la misión, que “es indispensable para extender el Evangelio de una
manera duradera y profunda en la gran diversidad de personas, lugares y
situaciones” (PG 8a), somos llamados a ejercer “un apostolado corporativo o de grupo
en una amplia variedad de formas” (PG 8c). Esta forma de apostolado no sólo da una
mejor respuesta a la complejidad del mundo en que vivimos y a los desafíos a los
que nos enfrentamos todos y que él mismo nos coloca, también y principalmente
representa la esencia de nuestro ser Iglesia, es decir, de vivir fraternalmente la
comunión; de esta forma, la CVX se vuelve también más visible, creible y atrayente
para los otros.
Independientemente de la forma como ejercitamos ese apostolado de grupo o
corporativo –“accción del grupo iniciada o sustentada por la Comunidad a través de
estructuras adecuadas o a través de la participación de sus miembros en
organizaciones y esfuerzos seculares y religiosos ya existentes” (PG 8b)– el criterio
para así ser calificado reside en el hecho de deliberadamente querer
trabajar/colaborar con los demás y todos los involucrados vivir una manera de
‘obediencia’ ajustada a la vocación laical, en el sentido de una fidelidad y
perseverancia que se vive en el marco de un cuerpo apostólico que se presenta como
el mediador donde reside la orientación y el sentido de mi vida.
Líneas orientadoras para la formulación de “Nuestra Misión Común”
El documento Nuestra Misión Común resultó de la XIII Asamblea General de la
Comunidad de Vida Cristiana, celebrada en Itaici, en 1998. Esta XIII Asamblea se
inscribe en la línea del conjunto de las Asambleas Mundiales –especialmente de las
cuatro últimas–. En Loyola (1986), quedó claro que, en cuanto Comunidad Mundial,
éramos una Comunidad para la misión. En Guadalajara (1990), nos sentimos
enviados a dar fruto como cuerpo apostólico. En Hong Kong (1994), hemos hecho el
reconocimiento del contexto en que y para el cual somos enviados. En Itaici,
definimos nuestra misión común en el contexto mundial.
�El proceso acabó por hacernos descubrir tres áreas de misión y un conjunto de
medios y opciones necesarios para su realización.
Este texto es ofrecido a las comunidades locales, regionales y nacionales y a todos
los miembros individuales y asistentes eclesiásticos en todo el mundo. 4
I.
CRISTO Y LA REALIDAD SOCIAL
Queremos traer el poder liberador de Jesucristo a nuestra realidad social.
•
Participar en la postura profética de la Iglesia, como profetas de la justicia y la
esperanza.
•
Queremos hacer nuestra la opción preferencial por los pobres, no apenas
como una idea o un postulado, sino a través de un análisis serio y la adopción
de una actitud responsable y eficaz en relación a la pobreza y a sus causas
estructurales.
•
Asumir la perspectiva de los pobres y crecer en la capacidad de encontrarnos
con ellos y participar activamente en sus luchas.
•
Examinar nuestras vidas a partir de esas perspectivas: estilo de vida simple,
espíritu de solidaridad, rechazo al consumismo, luchar contra la soberbia y la
avidez de poseer.
•
Compartir la experiencia de los Ejercicios Espirituales y aprender a contribuir
con el proceso de discernimiento y la capacidad de escucha y de diálogo que
aprendemos en nuestra comunidad.
II.
CRISTO Y LA CULTURA
Queremos encontrar a Jesucristo en toda la variedad de culturas, y dejar que su
gracia ilumine todo lo que necesita de ser transformado.
•
Valorar el carácter único de las culturas locales, que enriquece al individuo
con sus contribuciones únicas, con todo el simbolismo y la creatividad.
•
Crear “alergia” a los daños que el pecado propio de cada cultura puede causar
al destruir personas y dividir comunidades, desarrollando capacidades de
análisis crítico y siendo contra-culturales cuando es necesario.
•
Buscar la integración positiva de los pueblos de diferentes culturas en un
mundo único que respeta la contribución singular de cada una, resistiendo sin
embargo a la tendencia a la uniformidad.
•
Ser mediador para que Cristo se manifieste, a través del respeto, el diálogo y
transformación de lo negativo, en la multiplicación del bien y en la
preocupación por la Comunidad que nos pide que vayamos más allá de
nuestros pequeños horizontes.
•
Combatir las tendencias del individualismo, la marginación, el consumismo,
con el diálogo y la reconciliación, en la integración efectiva y armoniosa de la
fe y la vida.
•
Aplicar estas prácticas también en el seno de la propia Iglesia.
4
Dejamos aquí una síntesis, mas recomendamos la lectura del documento completo de la CVX: Nuestra
Misión Común, elaborado en la XIII Asamblea General Mundial, Itaici, julio de 1998.
�III.
CRISTO EN LA VIDA COTIDIANA
Queremos vivir en unión con Jesucristo, para que Él pueda penetrar en todos los
aspectos de nuestra vida cotidiana en el mundo.
•
Valorar lo cotidiano como una oportunidad para crecer en la fe y en el servicio.
•
Expresar un apoyo incondicional a la persona humana, cultivando relaciones
interpersonales auténticas, viviendo una saludable afectividad, acogiendo y
siendo apreciativo, siendo agente de inclusión.
•
Promover la vida de familia y madurez de las relaciones auténticas en casa,
entre padres e hijos y entre generaciones.
•
Ofreciendo la riqueza de nuestra fe, luchando por volver al camino atractivo y
desafiante de Jesús para los jóvenes.
•
Valorando el trabajo y la dignidad del colaborador.
•
Superando o reduciendo distancias entre el compromiso de fe y las actividades
profesionales que desarrollamos u otras ocupaciones que tenemos.
Estas tres áreas de misión fueron iluminadas por la fuente espiritual que nos
alimenta y nos vuelve aptos para la misión: los Ejercicios Espirituales, que nos
ayudan a crecer en la vida cristiana. Más allá de esto, tenemos que atender nuestra
formación para la misión, para que nuestra Comunidad pueda volverse cada vez más
un instrumento eficaz para el servicio.
Puntos de reflexión:
1. El discernimiento apostólico comunitario es una manera de poner en práctica
lo que el Concilio Ecuménico Vaticano II llamó discernir “los signos de los
tiempos” e implica los siguientes pasos:
-
que la Comunidad esté atenta y sea capaz de abrirse a las necesidades de
los demás (…);
que la Comunidad rece por la gracia de la disponibilidad (…); y,
que la Comunidad delibere, envíe y confirme nuestra misión.
•
-
¿Qué nuevos métodos y procedimientos debo asumir para que mi
Comunidad actúe cada vez más de acuerdo con estos cuatro pilares:
Discernir,
Enviar,
Apoyar, y
Evaluar?
2. ¿Qué relevancia tiene para mí las áreas de misión y las líneas orientadoras del
documento Nuestra Misión Común? ¿Qué peso han tenido en el discernimiento
personal y comunitario y qué influencia ha ejercido en los tres niveles de
participación en la misión de la Iglesia?
3. ¿Puedo, y es oportuno, concretar el proyecto apostólico individual/de mi
Comunidad?
ÁREA
Realidad Social
Cultura
Vida cotidiana
EVALUACIÓN
¿Cuándo?
¿Cómo?
DECISIÓN / OPCIÓN
MEDIOS PRÁCTICOS
�171 Comprometernos es, pues, presentarnos libremente ante el Señor y Su pueblo
y dar señal visible de lo que vivimos y discernimos en nuestros corazones. Es
un gesto, de alguna manera, semejante al compromiso matrimonial.
Anunciamos, ante Dios y nuestros compañeros, que nos comprometemos con
una espiritualidad, un estilo de vida y una misión, y confirmamos delante de
ellos nuestro discernimiento y la oblación de nosotros mismos. Proclamamos
públicamente que la Comunidad de Vida Cristiana es el Cuerpo Místico en que
vivimos el carisma que generosamente nos regaló el Espíritu del Señor.
190 En el proceso de la vocación del miembro de la CVX, el Compromiso Permanente
corresponde a la etapa de la vida apostólica plena: cuando la vocación personal
es vivida como una misión apostólica. Toda vocación se desarrolla y se expresa
en la misión. El Compromiso Permanente es el fin al que llegan los miembros
que completaron el discernimiento de su propia vocación y es donde se ofrecen
ellos mismos y abrazan ‘para siempre’ el estilo de vida cevequiano. Esta etapa
está necesariamente asociada al discernimiento apostólico, como elemento
indispensable al desarrollo de la misión.
193 Lejos de considerar el Compromiso Permanente como una decisión arriesgada
que compromete a nuestra libertad futura, es importante caer en la cuenta que
la libertad interior constituye el fundamento de esta decisión y un de sus frutos.
La verdadera libertad existe cuando las personas son capaces de orientar sus
vidas de acuerdo con sus deseos más profundos. Por tanto, son libres en la
medida en que son capaces de vivir de acuerdo con los deseos profundos que
el Espíritu del Señor despertó en sus corazones.
(...)
195 Por esta razón, cuando los miembros cevequianos llegan a la conclusión de que
el anuncio de Cristo y de Su Buena Nueva al mundo alrededor de ellos es aquello
que “yo quiero y deseo y es mi determinación deliberada”, ellos saben que el
Señor guió sus pasos en un largo recorrido. La libertad de comprometerse no
se limita a la posibilidad de elegir. Significa realmente darse a sí mismos,
entregarse a Dios y confiarse totalmente en Él.
(...)
197 Dando testimonio ante la CVX, los que realizan el Compromiso piden al Señor
la gracia de poder dar una respuesta generosa a Su fidelidad. Y al hacerlo
delante de la Comunidad entera, están pidiendo su ayuda: que la Comunidad
toda los pueda acompañar en su camino. La expresión exterior de esta ofrenda
interior le da, de alguna manera, un carácter sacramental.
198 Para el resto de la Comunidad, la celebración pública del Compromiso tiene
también una cierta dimensión sacramental. Es una señal visible del Espíritu que
actúa en cada miembro, para llevarlo a un mayor compromiso con su misión.
Es también una señal que construye y consolida la Comunidad en el seguimiento
de Jesucristo, enviado por el Padre. En espíritu de fe, el compromiso público de
un miembro de la Comunidad es una invitación a “dejar de lado todo
impedimento y perseverar" en el servicio a Aquel que nos llamó a la Comunidad,
“fijos los ojos en Jesús, autor y consumador de la fe".
En El Carisma CVX
�Puntos de reflexión:
1. “Anunciamos, ante Dios y nuestros compañeros, que nos comprometemos con
una espiritualidad, un estilo de vida y una misión, y confirmamos delante de
ellos nuestro discernimiento y la oblación de nosotros mismos. Proclamamos
públicamente que la Comunidad de Vida Cristiana es el Cuerpo Místico en que
vivimos el carisma que generosamente nos regaló el Espíritu del Señor”.
•
¿Qué evidencias me llevan a concluir que es en la CVX en donde vivo
el carisma que me regaló generosamente el Espíritu Santo?
2. “La verdadera libertad existe cuando las personas son capaces de orientar sus
vidas de acuerdo con sus deseos más profundos. Por tanto, son libres en la
medida en que son capaces de vivir de acuerdo con los deseos profundos que
el Espíritu del Señor despertó en sus corazones”.
•
¿Qué papel reconozco a la CVX en la intermediación de mi
discernimiento apostólico? ¿Cómo respondo a sus llamados?
3. “Y al hacerlo [el Compromiso] delante de la Comunidad entera, están pidiendo
su ayuda: que la Comunidad toda los pueda acompañar en su camino. La
expresión exterior de esta ofrenda interior le da, de alguna manera, un
carácter sacramental”.
•
Al prepararme para expresar públicamente mi Compromiso
Permanente con la CVX, ¿cómo integro el ‘carácter sacramental’ de este
acto? ¿Qué significa para mí?
�A
N
E
X
O
EL COMPROMISO EN LA CVX
EL COMPROMISO EN LOS PRINCIPIOS Y NORMAS
GENERALES
164
“Convertirse en un miembro de la Comunidad de Vida Cristiana presupone una
vocación personal. Durante un período de tiempo, determinado en las Normas
Generales, el candidato es iniciado en el estilo de vida propio de la CVX. Este
tiempo es ofrecido al candidato y a la Comunidad para discernir su vocación.
Una vez adoptada la decisión, y aprobada por la Comunidad, el nuevo miembro
asume un Compromiso Temporal y, con la ayuda de la misma Comunidad,
comprueba su aptitud para vivir de acuerdo con el fin y el espíritu cevequianos.
Después de un período de tiempo conveniente, determinado por las Normas
Generales, le sigue el Compromiso Permanente”140.
165
“Cualquiera que sea el modo de admisión, los nuevos miembros deben ser
ayudados por la Comunidad a asimilar el estilo de vida cevequiano, a decidir si
se sienten llamados a él, si desean de veras y si son capaces de vivirlo
plenamente, identificándose así con la gran Comunidad de Vida Cristiana.
Después de un período de tiempo, ordinariamente no mayor a cuatro años y no
menor que uno, asumen un Compromiso Temporal con este estilo de vida. Se
recomienda vivamente, para este momento, una experiencia de los Ejercicios
Espirituales como medio de llegar a esta decisión personal”141.
166
“El Compromiso Temporal sigue siendo válido hasta que la persona, después
de un proceso de discernimiento serio, exprese su Compromiso Permanente en
la CVX, a menos que libremente se retire de la Comunidad o sea excluído de
ella. La duración del tiempo entre el Compromiso Temporal y el Permanente no
debe ser, ordinariamente, superior a ocho años ni inferior a dos”142.
167
“Una experiencia de los Ejercicios completos en una de sus diversas formas (en
la vida cotidiana, un mes de retiro, varios espacios de retiros a largo de varios
años) precede el Compromiso Permanente con la Comunidad de Vida
Cristiana”143.
140
PG 10.
NG 2.
142
NG 3.
143
NG 4.
141
�A. FUNDAMENTACIÓN DEL COMPROMISO
Cuando nos interrogamos sobre las razones que nos llevan a comprometernos
en la CVX, descubrimos los propios fundamentos del Compromiso. Son tres los
fundamentos principales:
168
1. El fundamento teológico trinitario. Las raíces del Compromiso en la CVX
no se encuentran en nosotros mismos, mas sí en Dios. El Principio y
Fundamento de nuestro compromiso está, desde siempre, en Dios que
estableció con Su pueblo una Alianza inquebrantable. El Señor es el primero en
comprometerse de modo permanente, visible. Dios ha sido fiel a esa Alianza de
Amor a lo largo de toda la historia, como bien testimonian Sus acciones
liberadoras. Pero es en el Misterio de Su propia encarnación donde Él se nos
muestra entero, “sin dejar lugar alguno a dudas”, la mayor e irrevocable señal
de esta Alianza144.
169
2. El fundamento antropológico. Los seres humanos no somos puros
espíritus y tenemos necesidad de expresar nuestras experiencias más
profundas a través de los sentidos. Nuestra relación con el Misterio de Dios se
expresa mejor en señales visibles, sacramentales. Del mismo modo, somos
parte de la historia en que vivimos, por eso nuestras experiencias espirituales
y apostólicas son vividas en estos tiempos. Por tanto, el Compromiso Temporal
o Permanente en la CVX es perceptible por los sentidos. El Compromiso
Permanente quiere significar que, en la contingencia del tiempo, medimos
nuestra respuesta por el Amor de Dios, siempre fiel, y la plenitud del Misterio
de Cristo que resume en Sí todas las cosas145.
170
3. El fundamento comunitario – la Iglesia. Nosotros no vivimos nuestra
vocación y misión como individuos aislados. Las vivimos en comunidad y
proclamamos ante esa comunidad de amigos y compañeros en el Señor que
estamos en y con la Iglesia. La comunidad tiene el derecho de ver, de oír, de
sentir y de apreciar nuestro compromiso. Eso nos ayuda a vivir con coherencia
el estilo de vida con el que nos comprometemos146.
171
Comprometernos es, pues, presentarnos libremente ante el Señor y Su pueblo
y dar señal visible de lo que vivimos y discernimos en nuestros corazones. Es
un gesto, de alguna manera, semejante al compromiso matrimonial.
Anunciamos, ante Dios y nuestros compañeros, que nos comprometemos con
una espiritualidad, un estilo de vida y una misión, y confirmamos delante de
ellos nuestro discernimiento y la oblación de nosotros mismos. Proclamamos
públicamente que la Comunidad de Vida Cristiana es el Cuerpo Místico en que
vivimos el carisma que generosamente nos regaló el Espíritu del Señor.
B. EL COMPROMISO TEMPORAL
1. El proceso que conduce al Compromiso Temporal
172
144
145
146
La lectura de los Principios y de las Normas Generales muestra que la vida en
la CVX nace de un llamado del Señor dirigido a cada uno de sus miembros y
que tal vocación es apostólica y universal, vivida en la Iglesia y en el seno de
una comunidad local.
Ver 2Co 1,19-20.
Ver Lc 9,62; Rm 12,1.
Ver Mt 6,14-16; 1Tes 1,6-10; Hb 10,23-25.
�173
Este énfasis en la vocación puede inspirar, más que cualquier otra cosa, los
pasos iniciales en la CVX. Los nuevos miembros “deben ser ayudados por la
Comunidad a asimilar el estilo de vida cevequiano, a decidir si se sienten
llamados a él, si desean y son capaces de vivir”147.
174
La vocación –o llamado– es sentida al inicio como una atracción vaga y difusa,
pero, sin embargo, suficiente para incitar a entrar en contacto con la CVX.
Cuando una persona se integra a una comunidad, ésta le ayuda a familiarizarse
con el estilo de vida y con los medios de crecimiento en el espíritu propios de
la CVX148. Estos medios le son propuestos de modo gradual, en el transcurso
de un proceso de formación durante el cual el/la guía 149 desempeña un papel
importante.
175
En este estadío de crecimiento, la persona debe tomar ciertas decisiones: hacer
un día de recolección, unirse a la vida de una comunidad local, asistir
regularmente a las reuniones de grupo, iniciarse en el acompañamiento
espiritual, tomar parte en una actividad apostólica, realizar los Ejercicios
Espirituales o un retiro de cuatro a ocho días, etc. Estas decisiones llevan a un
compromiso progresivo en el estilo de vida cevequiano. A lo largo del proceso,
el candidato sentirá “mociones”, y éstas servirán para ayudarlo a verificar si
éste es o no el camino para enriquecerle en su relación con Dios. La Comunidad,
por su parte150, sostiene a la persona en un ambiente de discernimiento y
alienta a dar nuevos pasos en dirección al crecimiento y al compromiso.
176
Finalmente llegará el momento en que la persona debe considerar en oración
si el camino a lo largo del cual fue instruído y acompañado durante algún tiempo
(de uno a cuatro años, según las Normas Generales) es verdaderamente un
llamado y una gracia de Dios. Este momento de discernimiento puede llegar de
modo espontáneo, no importa en qué punto del proceso o puede ser una
respuesta a una invitación deliberada.
2. Objeto y sentido del Compromiso Temporal
177
El Compromiso Temporal es la expresión de un deseo de vivir según el estilo
de vida cevequiano. Este Compromiso implica la búsqueda de la vocación a la
cual el Señor llama a la persona, y el discernimiento de esa vocación.
178
En aquellos que ya tienen la necesaria disposición, este discernimiento
vocacional se desarrolla en dos niveles:
➢
➢
147
148
149
150
151
Ver
Ver
Ver
Ver
Ver
NG 2
PG 12.
NG 41b.
NG 39a.
EE 189.
La elección de un estado de vida, por aquellos que aún no lo hicieron
(la vida religiosa, claro, esto excluye el Compromiso Permanente con la
CVX).
Enmienda y reforma de vida, para los que ya decidieron sobre su
estado de vida151.
�179
Este discernimiento vocacional no toma como garantizada una vocación
cevequiana definitiva, pero procura estar siempre abierto a cualquier estado de
vida al que podamos estar llamados por la voluntad divina. Este proceso, vivido
a la manera de la CVX, implica que la persona ya pertenezca a una comunidad
y con la cual tenga su compromiso temporal, aunque la vocación personal no
haya sido todavía claramente definida.
180
Un aspecto importante de este discernimento es la cuestión: ¿“Quiere y desea”
buscar y encontrar la voluntad de Dios en su vida y seguir Su llamado de Amor?
Esto presupone una experiencia siempre fundada en Dios y fomentada y
profundizada por los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola, con el
apoyo de toda la comunidad, y para un mayor servicio. Éste discierne si el
camino cevequiano es o no es lo que Dios quiere para él, si está “abierto, libre
y disponible” para proseguir este camino con una “determinación deliberada”
152
en dirección a un estilo de vida apostólico.
181
Esta etapa es eminentemente vocacional y, como tal, permanece siempre
abierta a diferentes opciones. Para un adulto casado, por ejemplo, la cuestión
será si es llamado a vivir un estilo de vida cevequiano en su vida de casado.
Los jóvenes se preguntarán a qué estado de vida (laical, religioso o clerical) son
llamados. Un buen número de adultos y jóvenes se sentirán llamados a vivir
según el estilo de vida cevequiano. Otros descubrirán que la motivación para
adherirse era, más bien, de naturaleza “social” o afectiva y, reconociendo que
no tienen deseo de continuar, procurarán otros modos de pertenencia a la
Iglesia.
182
Para los jóvenes o adultos que llegan a la conclusión que la Comunidad
responde a sus deseos más profundos, esta etapa los llevará a un renovado
compromiso con el estilo cevequiano.
183
Así, el “Compromiso Temporal”, hecho en la Comunidad y aceptado por ella, es
la expresión sincera de la firme determinación, por parte del propio individuo,
de buscar, en todo, la voluntad divina, sirviéndose de todos los métodos
ignacianos y de la oferta de la misma Comunidad de su propio proceso de
formación.
184
Es importante que el Compromiso Temporal no sea reducido a un mero conjunto
de obligaciones; éste debe ser el resultado de nuestra libre, abierta y
convencida respuesta de amor, dada según el espíritu evangélico y la ley
suprema del Amor153, a Dios que nos amó primero.
185
Los Ejercicios Espirituales de san Ignacio de Loyola tienen un papel clave en el
discernimiento de la propia vocación. En esta etapa de formación, el
Compromiso Temporal favorece las disposiciones necesarias para hacer bien los
Ejercicios Espirituales, teniendo siempre presente su vocación apostólica.
152
153
Ver EE 97.
Ver PG 13.
�3. Maneras de abordar el Compromiso Temporal
186
Es importante que aquellos que realizan el Compromiso encuentren una
expresión sacramental (señal que realiza lo que significa) de su deseo de buscar
y encontrar la voluntad de Dios, por el uso de los medios ignacianos y en la
compañía de la comunidad. Al mismo tiempo, la comunidad local se
compromete a acompañarlos y alentarlos, ofreciéndoles los instrumentos
ignacianos. Es también importante hacer una referencia explícita a su
compromiso con la Comunidad Mundial, un cuerpo apostólico en la Iglesia.
187
El Compromiso Temporal puede realizarse de varias maneras. Una forma es
tener una reunión anual para todos los que tienen ya algunos años de
participación en la CVX, en la cual serían invitados a reflexionar sobre el
significado del Compromiso Temporal. El discernimiento es así provocado y
todos los que desean realizar su Compromiso Temporal pueden ponerse de
acuerdo sobre la mejor manera de expresarlo (ocasión, forma, fórmula). Otra
manera puede ser tener cada año, como una tradición regional o nacional, un
procedimiento, una fórmula y una fecha fija (por ejemplo, el Día Mundial de la
CVX, la solemnidad de la Inmaculada Concepción, Pentecostés, etc...) en que
todos los que deseen realicen su Compromiso Temporal.
188
En un proceso cevequiano bien conducido, este tiempo de discernimiento de un
Compromiso Temporal explícito es ineludible. Si no se realiza, puede ser por
una de estas tres razones:
-
189
El proceso se interrumpe en algún punto y se vuelve repetitivo;
se entiende mal el compromiso, tiene un significado y connotaciones
erradas; y,
las formas en que el compromiso se expresa y celebra presentan
dificultades.
Nuestro desafío actual es encontrar señales eclesiales visibles para lo que
estamos tratando de vivir y creer, que expresen un punto de vista teológico y
espiritual congruente con nuestra formación.
C. EL COMPROMISO PERMANENTE
190
En el proceso de la vocación del miembro de la CVX, el Compromiso Permanente
corresponde a la etapa de la vida apostólica plena: cuando la vocación personal
es vivida como una misión apostólica. Toda vocación se desarrolla y se expresa
en la misión. El Compromiso Permanente es el fin al que llegan los miembros
que completaron el discernimiento de su propia vocación y es donde se ofrecen
ellos mismos y abrazan ‘para siempre’ el estilo de vida cevequiano. Esta etapa
está necesariamente asociada al discernimiento apostólico, como elemento
indispensable al desarrollo de la misión.
191
El Compromiso Permanente procede de la CVX como estilo de vida y está en
armonía con el abandono total, lleno de confianza, de la Contemplación para
Alcanzar el Amor. El Compromiso es el «Tomad, Señor, y recibid» como
respuesta agradecida al generoso Compromiso de Dios que 1) me dio tanto,
inmerecidamente; 2) habita en mí, dándome vida y sentido; 3) trabaja y opera
en/por mí; y, 4) viendo cómo todos los bienes y todos los dones descienden de
lo Alto: cómo mi limitado poder viene de lo Alto; y, así, la justicia, la bondad,
la piedad, la ternura, la misericordia y la voluntad necesaria para vivir en Él
nuestro Compromiso154.
154
Ver EE 235-237.
�192
El Compromiso Permanente es la culminación de nuestro discernimiento
vocacional, en el cual expresamos nuestro deseo de descubrir la voluntad de
Dios y de realizarla en nuestra vida apostólica, en respuesta a nuestro llamado
específico y a nuestra prontitud para ser enviados en misión155.
1. Compromiso Permanente
193
Lejos de considerar el Compromiso Permanente como una decisión arriesgada
que compromete a nuestra libertad futura, es importante caer en la cuenta que
la libertad interior constituye el fundamento de esta decisión y un de sus frutos.
La verdadera libertad existe cuando las personas son capaces de orientar sus
vidas de acuerdo con sus deseos más profundos. Por tanto, son libres en la
medida en que son capaces de vivir de acuerdo con los deseos profundos que
el Espíritu del Señor despertó en sus corazones.
194
Nuestros actos libres no se basan solo en el poder de la voluntad; son actos de
fe y de esperanza. La cualidad radical de nuestro compromiso no tiene que ver
con nuestras capacidades, sino con “la libertad para la cual Cristo nos liberó y
quiere que permanezcamos libres”156.
195
Por esta razón, cuando los miembros cevequianos llegan a la conclusión de que
el anuncio de Cristo y de Su Buena Nueva al mundo alrededor de ellos es aquello
que “yo quiero y deseo y es mi determinación deliberada”157, ellos saben que
el Señor guió sus pasos en un largo recorrido. La libertad de comprometerse no
se limita a la posibilidad de elegir. Significa realmente darse a sí mismos,
entregarse a Dios y confiarse totalmente en Él.
196
Es en este espíritu que Ignacio reza: “Tomad, Señor, y recibid toda mi libertad,
toda mi memoria, todo mi entendimiento y toda mi voluntad, todo lo que tengo
y lo que poseo. Vos me lo diste, a Vos lo torno. Todo es Vuestro, disponed de
todo, según Vuestra voluntad. Dadme Vuestro amor y gracia, que ésta me
basta”158. Nuestra libertad viene del amor de Dios y le es ofrecida a Él. Dios nos
amó primero; Dios se comprometió con nosotros primero.
2. Compromiso público
197
155
156
157
158
Dando testimonio ante la CVX, los que realizan el Compromiso piden al Señor
la gracia de poder dar una respuesta generosa a Su fidelidad. Y al hacerlo
delante de la Comunidad entera, están pidiendo su ayuda: que la Comunidad
toda los pueda acompañar en su camino. La expresión exterior de esta ofrenda
interior le da, de alguna manera, un carácter sacramental.
Ver PG 8c.
Gál 5,1.
EE 98.
EE 234.
�198
Para el resto de la Comunidad, la celebración pública del Compromiso tiene
también una cierta dimensión sacramental. Es una señal visible del Espíritu que
actúa en cada miembro, para llevarlo a un mayor compromiso con su misión.
Es también una señal que construye y consolida la Comunidad en el seguimiento
de Jesucristo, enviado por el Padre. En espíritu de fe, el compromiso público de
un miembro de la Comunidad es una invitación a “dejar de lado todo
impedimento y perseverar" en el servicio a Aquel que nos llamó a la Comunidad,
“fijos los ojos en Jesús, autor y consumador de la fe"159.
199
Éste es el tiempo de confirmación de la “elección”, de asegurar un fuerte
compromiso con la misión y el servicio160. Los Ejercicios Espirituales deberían
ser la clave de este proceso de vida en misión, ayudándonos a seguir más
perfectamente a Cristo pobre y humilde161.
200
Durante esta etapa, la formación debe ser concebida como “formación
permanente” que nos permite estar siempre “en buena forma apostólica” y, así,
capaces de dar en cada momento la respuesta más adecuada a la pregunta:
"¿Qué debo hacer por Cristo?".
En El Carisma CVX
159
160
161
Ver Hb 12,1-4.
Ver PG 11.
Ver PG 8d
�Este Guión fue elaborado
entre marzo y junio de 2006 y en su
forma final en octubre del mismo año
por el Equipo de Formación de la CVX-P:
Carla Rebelo,
Maria Assunção Carvalho,
Maria Helena Aguiar,
Miguel Villa de Freitas,
Hermínio Rico SJ
�
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Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[B]</span> <strong>Carisma e identidade</strong> <span style="color:#aeb6bf;"> | </span> <strong>Carisma y identidad</strong>
Subject
The topic of the resource
Comunidade de Vida Cristã | Comunidad de Vida Cristiana
Description
An account of the resource
[pt] Carisma, vocação, identidade, estilo de vida, polinômio apostólico (DEAA - Discernir, Enviar, Apoiar, Avaliar).
[es] Carisma, vocación, identidad, estilo de vida, polinomio apostólico (DEAA - Discernir, enviar, apoyar, evaluar).
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pt
es
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
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Title
A name given to the resource
<p><strong><em>COMPROMISOS</em></strong> <strong><em>CVX<br /></em></strong><br />TEMPORAL – PERMANENTE</p>
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Equipo de Formación CVX-Portugal
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
Octubre, 2006
Subject
The topic of the resource
Dimensão comunitária | Dimensión comunitaria
Description
An account of the resource
documento práctico y específico sobre el Compromiso surgió en la puesta en marcha de las Jornadas CVX 2006 (Janeiro, Cernache), especialmente dedicadas a este tema. Momento de formación pero también tiempo de escucha y sentimiento de la, y con la, Comunidad grande, sus deseos e inquietudes sobre este tópico. Dichas Jornadas permitieron poner el foco en las grandes cuestiones en las que el Compromiso coloca, los horizontes que abre y las fronteras que conlleva. De la reflexión sobre la intensidad de aquel momento vivido en Comunidad nació así, gracias al Equipo de Formación, el presente documento que, esperamos, pueda dilucidar e iluminar el camino de aquellos que se sienten interpelados a profundizar su modo de ser y de estar en la CVX y de crear las condiciones necesarias para acoger con mayor fruto, personal y comunitario, la celebración de los Compromisos de los que a tales momentos fuertes se sienten impulsados.
Language
A language of the resource
es
Publisher
An entity responsible for making the resource available
CVX-P
Format
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Type
The nature or genre of the resource
Guión
Source
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Equipo de Formación CVX-P
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