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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
<span style="color:#aeb6bf;">[E]</span> <strong>Dimensão espiritual</strong> | <strong>Dimensión espiritual</strong>
Description
An account of the resource
<ul><li>Itens referentes a espiritualidade em geral</li>
<li>Materiais de estudo sobre a espiritualidade inaciana, incluindo os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.</li>
</ul>
Subject
The topic of the resource
Dimensão espiritual | Dimensión espiritual
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Language
A language of the resource
pt
es
Rights
Information about rights held in and over the resource
<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt" target="_blank" rel="noreferrer noopener">CC BY-SA</a>
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Os exames nos Exercícios Espirituais
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Palaoro, Adroaldo
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021-03-20
Subject
The topic of the resource
Espiritualidade inaciana | Espiritualidad Ignaciana
Language
A language of the resource
pt-BR
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Núcleos Inacianos (Itaici)
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Núcleo de Estudos Inacianos do Brasil
Grupo de Estudos dos EE
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
hiperlink
vídeo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Brasil
Type
The nature or genre of the resource
Palestra
Relation
A related resource
<a href="https://jesuitasbrasilorgbr-my.sharepoint.com/personal/nucleoinaciano1_jesuitasbrasil_org_br/_layouts/15/onedrive.aspx?id=%2Fpersonal%2Fnucleoinaciano1_jesuitasbrasil_org_br%2FDocuments%2FGrupo%20de%20Estudos%20dos%20EEs%20%20Exame-20210320_120025-Meeting%20Recording%20%281%29.mp4&parent=%2Fpersonal%2Fnucleoinaciano1_jesuitasbrasil_org_br%2FDocuments&originalPath=aHR0cHM6Ly9qZXN1aXRhc2JyYXNpbG9yZ2JyLW15LnNoYXJlcG9pbnQuY29tLzp2Oi9nL3BlcnNvbmFsL251Y2xlb2luYWNpYW5vMV9qZXN1aXRhc2JyYXNpbF9vcmdfYnIvRVM3cnExdG82LVpFam9UcVNGbmtnMElCZmRTeDJsb1hLWU1oWUs4NFFreUFuUT9ydGltZT15UU5NLWNKNjJVZw">Meus arquivos - OneDrive (sharepoint.com)</a>
Source
A related resource from which the described resource is derived
<a href="https://www.nucleosinacianos.org.br/">Núcleos Inacianos</a>
Description
An account of the resource
Gravação de teleconferência transmitida por meio do Microsoft Teams
Discernimento espiritual | Discernimiento espiritual
exame cotidiano
Exercícios Espirituais | Ejercicios espirituales
Oração | Oración
Oração inaciana | Oración ignaciana
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https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/2045aa96961ccdf70025e75cb0b12ae0.pdf?Expires=1712793600&Signature=D2STRi2Z1SqU8PRJsJmkasztMkJdP98F5DIWQUS9fxDJep0HVsPBUNiava4wkKEJCJ2kaalaXu42HumHt-bcvHP%7EA4g8PM1wgzySMN%7EaE501NmSXIKel9Eycc-fLV5Zt2l3vahERTRQtRAnvvskLlGbafOMfdFYCm7yMimZ7jHYZ88n-qh5p-jXIKeKIhkvA4JYoQe7i%7E97qwbAGJzan5yPGfZFjxZuf1KEZ%7EeR7%7ENs9TI5dIqbzYLtmyGswiXKJcSR94fqIw7y50viRsafUl-SJeCIPb3MeBBzfaD4AwcbnvHszT6sCyt5qPFGKXsnTwwchfkkVJWcQkhNp1DQecA__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
f49f4bf5fa6c66aa52b79707ae50d034
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CVX–U | MATERIAL DE FORMAÇÃO
1º ANO
INTRODUÇÃO
Este material foi desenvolvido pela CVX de Portugal como programa de formação da CVX Universitária (CVX-U).
A CVX-U surgiu em Lisboa (Portugal) em 2005, atendendo ao desejo de estudantes universitários que buscavam um caminho que os ajudassem a estruturar
uma vida de oração e crescimento espiritual seguindo os métodos inacianos. Imaginando que esse caminho pudesse ser adaptado da CVX, aqueles jovens
desejavam aprofundar sua experiência cristã e preparar suas escolhas de vida através da prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Por isso, desde seu
início a CVX-U tem uma orientação marcadamente vocacional.
O método adotado para a CVX-U prevê um roteiro de 3 anos de formação, quando, ao final daqueles, o grupo poderá fazer sua adesão à CVX.
O roteiro de reuniões apresentado neste compêndio refere-se ao 1º ano de formação e traz um conjunto de 14 encontros preparados sobre o tema EU, DEUS E
O MUNDO.
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Apresentar-se com uma folha A4
- A primeira reunião deve ser essencialmente para uma apresentação de
cada membro do grupo.
- Para isso, uma forma possível – que tem que ser pedida a todos antes
da reunião – é que
• cada um traga uma folha A4 preenchida (com esquemas,
desenhos, colagens, maquetas, recortes, palavras, números,
música ao vivo, hieróglifos, hologramas, mapas do DNA
próprio, a certidão de nascimento em linguagem binária, uma
carta de recomendação do Papa... o que conseguirem imaginar).
• Tópicos que seria bom comunicar: quem sou, o que faço,
genericamente qual tem sido o meu percurso de fé, por que
vim para a CVX-U, projectos, sonhos, ideais... e qualquer outra
coisa que seja relevante para os outros me começarem a
conhecer.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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TPC:
Paragem: escutar o silêncio
‐ A CVX convida a aprofundar a vida espiritual e a partilhá-la nas
reuniões. Estas não são sessões de discussão de ideias, mas partilha de
vida, vida experimentada por dentro. Preciso de aprender, por isso, a dar
atenção à minha vida interior – onde eu e Deus se encontram e se
tocam.
- O objectivo primordial da CVX é a integração da acção com a oração,
da fé e da vida. Preciso de provar, portanto, que Deus está presente nas
coisas do meu dia-a-dia, à minha volta e, sobretudo, dentro de mim, nos
meus sentimentos e estados de alma.
- Esta primeira proposta destina-se a começar a criar hábitos de atenção
à vida espiritual, aprender a olhar para dentro e escutar, escutar e ver...,
ver e escutar... o meu íntimo.
- É um hábito essencial para fazer caminho na CVX. Um hábito que
preciso de adquirir pelo exercício repetido.
Aqui vai uma historinha inspiradora:
«- Que é que aprendes nesta vida de silêncio? – perguntou um
visitante a um monge de clausura.
O monge, que estava tirando água de um poço, respondeu-lhe:
- Olha para o fundo do poço. Que é vês?
O homem debruçou-se sobre a boca do poço.
- Não vejo nada.
O monge permaneceu imperturbável e passado um momento disse
de novo ao visitante:
- Olha agora. Que vês?
O visitante obedeceu.
- Agora vejo-me a mim mesmo reflectido na água.
Então o monge explicou:
- Viste? Quando desço o balde ao poço, a água agita-se. Agora a
água está calma. É esta a experiência do silêncio: a pessoa
descobre-se a si mesma!»
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
1. Cada dia, fazer 10 seguidos minutos de silêncio,
em que procuro não deixar que nada me
distraia e olho só para dentro de mim: que
vejo? Que sentimentos? Que desejos? Que
ambiente interior?
2. Arranjar um caderno e, no final dos 10 minutos,
tomar nota (todos os dias) do que vi de mais
importante (sem me preocupar em querer
perceber o que significa – registar só!).
3. Na próxima reunião, partilhar o que foi a minha
experiência: que dificuldades tive em fazer
silêncio, que truques usei, o que descobri...
Ajudas
• É crucial encontrar um sítio adequado, onde haja silêncio
exterior e eu não seja perturbado durante o tempo (não
esquecer de desligar o telemóvel!!).
• Não me deixar frustrar com as distracções; quando reparo
que me distraí, volto suavemente ao que estava a fazer.
• Para apoiar a concentração, pode ajudar fixar o olhar, por
exemplo, na chama duma vela, ou numa imagem que me
serene.
• Uma sugestão mais imaginativa, se preferirem, para guiar os
10 minutos de silêncio:
o
Se o meu interior fosse uma casa, como a
descreveria neste momento? Que luz? Que cores?
Que temperatura? Que ambiente? O que vejo
mais arrumado e mais desarrumado? Onde me
sinto nela confortável? Ou desconfortável?
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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Os 5 pontos do Exame
O Exame Inaciano ou Revisão de Vida
- O Exame tem sido sempre a ferramenta fundamental e a mais frutífera
na experiência de quem procura seguir o caminho inaciano e, portanto,
também da CVX.
- É “lendo” a minha experiência que vou encontrando a Deus na minha
vida. Só criando hábitos regulares de fazer esta “leitura” descubro a
profundidade da minha vida, escondida, por vezes, nas coisas mais
banais.
- Consiste numa prática habitual de revisão de cada dia, para não viver a
vida distraído, mas tomando consciência e reconhecendo os movimentos
no mais profundo de mim, onde Deus continuamente me fala.
- É um hábito essencial para fazer caminho na CVX. Um hábito que
preciso de adquirir pelo exercício repetido.
TPC:
1. Fazer o exame todos os dias.
3. Na próxima reunião, partilhar o que foi a minha
experiência: dificuldades, o que aprendi, que frutos
fui encontrando no dia-a-dia.
Na outra página, vai uma proposta desenvolvida para fazer o Exame,
seguindo as indicações dum guião muito detalhado. Pode servir para
perceber como se faz, para aprender a técnica.
Já a seguir, um sumário dos 5 pontos para servirem de guia indicador
para o exercício habitual quotidiano (que não precisa de mais que 10/15
mn), depois de já ter percebido como se faz.
CVX-U
CVX-U
2. Pedir luz para rever o meu dia com o olhar de Deus, para ver e aceitar
tudo como Ele vê e aceita.
3. Rever o dia, repassando os tempos, os lugares, os acontecimentos: como
foi o tom geral? Como me senti? Que factos marcantes aconteceram e
como reagi a eles? Que movimentos fortes me tomaram durante o dia:
alegria, tristeza, paz, raiva...? Ligados a quê? Como foi a minha resposta à
vida: aos desafios, às surpresas, aos outros...? Onde é que Deus se fez
presente e como lhe respondi? Ver, reconhecer, recolher.
4. Tomar consciência do que ficou aquém do que desejo, o que podia ter
sido melhor, onde a minha resposta foi pouco generosa ou determinada
por motivações que não me dão paz e felicidade. Pedir a Deus ajuda para
corrigir estas atitudes.
5. Dispor-me para o dia de amanhã com confiança e desejo de fazer
melhor, dizendo sim àquilo a que Deus me desafia.
2. Ir tomando nota do que vou descobrindo.
CVX-U
1. Pôr-me em atitude de agradecimento: reconhecer que tudo me vem de
Deus – eu próprio, a minha vida e tudo o que ela traz, tudo o que
experimentei neste dia.
CVX-U
Textos Bíblicos
Marcos 6: 30-32
Os Apóstolos reuniram-se a Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham
feito e ensinado. Disse-lhes, então: «Vinde, retiremo-nos para um
lugar deserto e descansai um pouco.» Porque eram tantos os que iam
e vinham, que nem tinham tempo para comer. Foram, pois, no barco,
para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Salmo 139
23
Examina-me, SENHOR, e vê o meu coração;
põe-me à prova para saber os meus pensamentos.
24
Vê se é errado o meu caminho
e guia-me pelo caminho eterno.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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Um exercício de Exame Inaciano guiado
“Exercícios Espirituais para se vencer a si mesmo e ordernar a sua vida sem se
determinar por afeição alguma que seja desordenada [EEs 21]”. O Exame aparece
como um instrumento privilegiadíssimo para isto: vou-me descobrindo a mim próprio,
nos meus padrões de comportamento, vou clarificando onde estão as minhas afeições
desordenadas e onde se notam já gestos de liberdade diante das coisas e do mundo.
À medida que evoluo neste exercício orante diário, de olhar para as minhas acções e
clarificando as minhas motivações mais profundas, vou deixando de ser um
desconhecido para mim próprio. Posso descobrir onde Deus age em mim com mais
intensidade e com mais fruto, e assim saber que caminhos e situações posso e devo
seguir para me aproximar mais Dele e de que caminhos me devo afastar porque me
afastam Dele.
Pensar neste exercício como um filme: estou no cinema e o filme que vou ver hoje é
“Um dia na vida de…”. Ver as cenas a correrem umas atrás das outras, umas com
mais luz, outras com menos; rostos que vi, palavras que ouvi e me ficaram a ressoar,
cheiros e gostos que saboreei. Deixar-me ir...
Mas este é um filme que eu vejo com companhia – muito boa companhia! Há alguém
que me segura na mão, há alguém que tem o braço pelos meus ombros: não estou
sozinho. Sinto-me acompanhado.
Exame Inaciano adaptado
1. Recordo que estou na presença de Deus
Começo por recordar que estou na presença de Deus. Saboreio por um momento esta
presença que dá vida ao meu corpo, ao meu espírito, ao meu coração, a toda a minha
vida.
2. Dou graças por tanto bem recebido
Trago à memória os dons e as graças habituais da minha vida de que hoje usufruí
mais uma vez. Primeiro, as coisas concretas que alegraram o meu dia.
Trago à memória outras graças, mais profundas e menos evidentes: atitudes de
perseverança diante de dificuldades; clareza de espírito para tomar a decisão
acertada… - tudo o que permite assumir a responsabilidade pela minha vida.
Vou caindo na conta de que Deus me ofereceu tudo isto, hoje, mais uma vez, como
um presente para me ajudar a fazer o caminho de descoberta de mim, do meu lugar
no mundo, daquilo que posso ser para outros.
3. Peço luz para ver melhor
À medida que a teia dos gestos do meu dia se torna clara, sinto que preciso de ver
melhor tudo isto, é como se desejasse conhecer melhor esta personagem do “Filme do
meu dia” que sou eu próprio. Preciso da luz do Espírito Santo para isso; preciso dela
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
para me olhar com honestidade e com paciência. Só o Espírito me permite ver
com liberdade como se vai construindo a história da minha vida. Só o Espírito me
ajuda a ver-me sem condenações precipitadas ou demasiada complacência e
assim me estimula a crescer. Peço ao Espírito luz para ver melhor.
4. Examino o meu dia
Relembrada a sequência do dia e os acontecimentos mais importantes, agora
preciso de me descobrir a mim neste filme, preciso intuir as minhas próprias
motivações em cada um desses acontecimentos. Em que me envolvi mais
emocionalmente hoje? Quem, o quê, mexeu mais comigo? O que me perturbou e
o que me fez sentir acolhido? O que me levou a pensar ou dizer certa coisa?
Revejo as minhas esperanças e as minhas hesitações.
Várias destas situações mostram-me que o meu coração está dividido – balança
entre desejos opostos, entre os meus desejos e os dos outros; oscilo entre
desejar ouvir ou ignorar pura e simplesmente; entre ajudar alguém ou não ligar
nenhuma; entre estar aqui agora e partir imediatamente; oscilo entre o silêncio e
as palavras.
Noto aquelas situações em que agi com toda a liberdade – em que me senti eu –
e aquelas em que me deixei ir forçado, sem liberdade, sem capacidade de
reacção.
Descubro as situações em que Deus se fez presente e aquelas em que Cristo
influenciou a minha decisão. Procuro que oportunidades de crescimento na fé, na
esperança e na caridade se me ofereceram hoje e a forma como respondi. Que
me levou a agir do modo que agi?
5. Peço perdão e faço um propósito
Agora que revi o meu dia, olho para mim como Deus olha – com compaixão, com
imenso amor, com imensa ternura – e começo por reconhecer a necessidade que
tenho de O ter na minha vida, pelo bem que me fazem todas as Suas
manifestações de carinho por mim. Por isso, sinto que preciso de assumir por
dentro, para mim, todas essas vezes do dia em que agi sem me lembrar Dele,
todas essas situações em que não deixei que Ele estivesse, em que a Sua luz não
me iluminou. Por que aspecto concreto de mudança pode passar, no dia de
amanhã, uma maior ordenação da minha vida? Comprometo-me a isso.
Agradeço as graças de Deus no dia de hoje, e, muito em particular, dou graças
por todas as vezes em que respondi de uma forma que tornou a Sua presença
mais clara na minha vida. São estes gestos de perdão e de gratidão que me
ajudam a crescer no meu conhecimento de Deus, que me ajudam a ver melhor a
forma como Ele trabalha incansavelmente a minha vida para me fazer
plenamente feliz.
[PAI NOSSO]
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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PONTOS FORTES
Exercício de Autoconhecimento
PONTOS FRACOS
CORPO
(aspecto físico,
saúde, etc)
Porquê o exercício de autoconhecimento nesta altura?
Agora, que chegámos, que nos apresentámos, que aprendemos a parar e
(re)ver, Como olhamos para nós próprios?
Aceitamo-nos com tudo o que temos e, necessariamente, tudo o que
não temos?
Percebemos que só aceitando tudo o que somos poderemos “inclinar o
nosso copo” e dar de beber aos outros?
É necessário conhecer profundamente aquilo que somos e potenciá-lo,
pois só assim poderemos trabalhar com Jesus na construção do Reino!
Tentando ser aquilo que não somos, entramos num problema de
“comunicação” na nossa relação com Deus, pois Ele ama-nos pelo que
somos e não pelo que seríamos se…
CAPACIDADE
INTELECTUAL
(estudo/trabalho)
PERSONALIDADE
(maneira de ser,
feitio, etc)
TPC:
Procurar um lugar calmo, onde possa sentir-me bem e dispor-me a olhar para dentro de mim.
Explorar os meus espaços interiores e procurar ver-me tal
como sou e como estou, o mais objectivamente possível.
1. Fazer um inventário descritivo da minha pessoa, utilizando uma linguagem precisa e não pejorativa, caracterizando-me a mim próprio nas áreas indicadas.
2. Voltar a ler a lista e assinalar aquilo que mais me custa aceitar em cada área. Procurar fazê-lo com toda a
sinceridade.
3. Falar com Deus acerca disto e pedir-Lhe ajuda para
aceitar aquilo que me custa, em mim. Pedir-Lhe que
Ele me ajude a ver-me como Ele me vê.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
(Habituais
maneiras de
reagir, etc)
ERROS E FALHAS
do passado, coisas de que me
arrependo, fracassos, etc.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
�ano 1 / tpc 3
Texto de apoio:
1.
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7.
“O copo de água”
8.
Olho para um copo de água. O copo sou eu: como me vejo?
Meio cheio ou meio vazio? E daí?
Nesses testes que às vezes fazemos por brincadeira, se a
pessoa vê um copo “meio-cheio”, dizemos que é um optimista; se diz “está meio-vazio”, é um pessimista. Pessimista ou
Optimista, a verdade é que, mesmo quando dizemos “cheio
até meio”, não podemos evitar a sensação de algo incompleto, um “não sei quê” que não devia ser assim.
Todos gostamos de nos ver um “copo cheio”...E não devia ser mesmo
assim? Olhamos com tristeza para a nossa aguazita, pouca, e ainda
por cima com impurezas...e pensamos: eu até já tinha obrigação de
ser melhor; com a idade que tenho já devia ser isto e mais aquilo...Ai
se eu fosse...
E o pior é que este “deve ser” se torna, muitas vezes, uma
fonte de conflitos. É como um tecto opressor, uma meta
desejada mas inatingível, um “super-ego”. Então vá, cada
um, de começar a “agirafar”! Isto é, a esticar o pescoço para
lá chegar, a fazer-me o que não sou, a impor-me teorias, a
não conseguir, a desanimar. Começo a olhar-me, na minha
própria água, com pena, primero; depois com desânimo; e
irritação, por fim. Outros, ainda pior, juntam-lhe culpabilidade, desespero e auto-rejeição (Deus queira que não!).
“Agirafar”, esticar...e nada. Viver saltando, como peixe fora de água,
“não dá”! Falta-nos o ar agitando-nos no espaço que vai entre “o que
se é” e “o que se devia ser”. Alguns passam aí a sua vida. Mas disso
só resulta cansaço.
Começo a fixar e a absolutizar esse vazio que desejo como
“bem”, e quase esqueço a Realidade que sou: essa aguazita.
Ora, o mais espantoso é que toda essa parte do copo, o
vazio, nem Deus conhece! Deus conhece aquilo que ama. E o
que ama cria-o É precisamente essa realidade que ando a
desprezar que Ele ama e cria. Mais, é por ela que Ele dá a
Sua vida.
Que desencontro, que diálogo de surdos: eu falo dessa parte
superior do copo, Ele fala-me e dirige-Se àquilo que sou e
que Ele ama...Quantos problemas de oração, quantos
falhanços em relações humanas, não vêm deste desacerto
com o Real, desta falta de aceitação que gera o desencontro...comigo mesmo, com Deus e com os outros.
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12.
13.
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Querem então dizer-me que eu tenho de aceitar essa pequenez,
essa aguazita suja, com vermes e tudo? Quer-se então dizer que
não devemos querer ser perfeitos? Mas, é o Evangelho que o
manda!
Atenção! Cabem aqui duas distinções importantes. A primeira é
não confundir Resignação com Aceitação. Resignar-se é querer
integrar na vida o negativo enquanto negativo: Impossível! Aceitação é o processo de ver e tomar a própria realidade tornando-a
positiva e descobrindo a sua capacidade de se desenvolver. Só isto
é verdadeiramente cristão e humano.
A segunda distinção é quanto à Perfeição. Esta não
se pode confundir com Perfeccionismo. Repare-se: S.
Mateus diz “Sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito” (Mt 5, 48); mas S. Lucas prefere: “Sede misericordiosos como...” (Lc 6, 36). É que a Perfeição do
Pai é o amor: é “dar tudo” (e dar-se) e não é “ter
todas as qualidades e mais uma”. E, então, a nossa
perfeição é pôr a render, desenvolver, tudo quanto
temos e somos, amando. É aí que nos tornamos
semelhantes a Deus; e não por esticar o pescoço. Só
com a nossa água, mesmo pouca e suja, daremos de
beber a alguém. Com a parte de cima do copo, por
mais bonita que seja, não mataremos a sede a ninguém.
Trata-se, pois, de apreciar o que sou. E pôr a render, mesmo que
ao princípio me pareça pouco e sem valor. É a Parábola dos Talentos.
Aliás, a única maneira de fazer chegar a água ao cimo do copo é
incliná-lo, cuidadosamente, para o outro, e dar-lhe de beber.
Só assim se entende que Jesus diga à Samaritana:
“Dá-me de beber”. E hoje, pela boca de tantos
irmãos, continua a pedir-nos: “Tive sede e deste-Me
de beber...”.
Se o homem da parábola enterra o talento é poruqe
tem uma péssima imagem de Deus e de si próprio:
Deus é o que exige o impossível, e eu o inútil, o
incapaz! Mas, o nosso Deus não pede dez a quem
deu um, não colhe onde não semeou. Não. Posso, de
facto, olhar para mim com gosto, e acreditar na
vida... Ele só me pede que eu seja Eu-próprio e dáme a graça necessária, para não me perder com teorias, nem copiar os outros.
Vasco P. Magalhães sj
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A minha vida é como um rio...
Nascente...
começa o fluxo da vida
Utilizando a parábola do rio, vou procurar relembrar e ler a história da
minha vida. Assim como o rio corre da nascente para a foz, também a
minha vida se vai fazendo como caminho:
− sempre motivado por um objectivo último, embora também frequentemente à procura da direcção certa...;
− às vezes em progresso sereno e fácil, outras com turbilhões e obstáculos para galgar...;
− com fases de muitos frutos de alegria e sucesso, e outras onde
parece que tudo se desperdiça e desaparece sem rasto...
As fontes de águas que alimentam o rio...
Que dons que me alimentam a vida?
Afluentes...
Quem e o quê me
formou no que sou?
Rio corre sereno
Rio esconde-se
TPC:
Rio desvia-se e dispersa-se
perde identidade
1. Usando o mapa do rio e/ou a meditação com as questões, ir relembrando o trajecto da minha vida, identificando os pontos que correspondem a cada tipo de percurso do rio. Em cada dia centro-me num acontecimento ou fase mais importante, e vou completando o
trajecto.
2. Procuro perceber como Deus esteve presente nesse
momento ou nessa fase. Como é que Ele se manifestou? Que fez por mim?
Parece que secou
Rio luta com obstáculos,
pedras e rochedos no caminho
às vezes estagna em pântanos...
Nos rápidos...
é assustador!
3. Falo directamente com Deus sobre esse acontecimento
ou essa fase da minha vida: digo-Lhe o que sinto hoje
sobre isso e escuto o que Ele tem para me dizer.
rio alarga-se, abre-se...
refresca e é alimento para outros
Para onde corre este rio?
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�ano 1 / tpc 4
MEDITAÇÃO
Sou como um rio que vai ganhando caudal para chegar ao mar
Um rio nasce sempre num ponto algo indefinido, algures no meio da
vegetação, entre as rochas. Mas a nascente minúscula transforma-se
numa corrente ampla da qual pescadores tiram alimento fértil e à beira
da qual árvores frondosas têm as suas raízes para darem folha e fruto no
tempo devido.
Olho para trás e penso no percurso que este rio que sou já
fez até aqui. Penso no ponto preciso do tempo em que fui
“apenas” nascente. Que conheço e valorizo sobre as minhas
próprias origens?
O rio condiciona a paisagem onde está inserido mas a paisagem também
condiciona o rio. O rio cava o seu próprio leito; a paisagem abre espaço
para que a corrente flua mas também lhe resiste. Assim se vão definindo
os contornos e o percurso que fazem o rio o rio que ele é.
Em que paisagem tem corrido o rio da minha vida? Que circunstâncias e influências foram e são determinantes para a
minha formação enquanto pessoa?
Que tipo de obstáculos e fronteiras tenho enfrentado? Já
alguma vez senti que o rio estava a secar, desperdiçando-se?
Já senti que o rio da minha vida se estava a perder por entre
pântanos?
Que curvas e desvios fez já o meu rio? Senti-me puxado para
fora daquilo que sou nesses desvios?
Ao longo do seu trajecto, o rio encontra uma encosta mais inclinada ou
uma planície aberta, terrenos propícios ao fluir das águas, terrenos onde
as águas correm libertas e se tornam verdadeiramente férteis.
Que coisas na minha vida têm sido para mim fonte de energia e alegria?
À medida que o meu olhar vagueia pelo percurso deste
rio, que marcos e pontos importantes me fazem sentir
agradecido?
De que forma e para onde sinto que o meu rio está a correr neste momento? Do mesmo modo que o rio se alarga
e ganha caudal à medida que se aproxima do mar, também a minha vida se espraia e aprofunda em direcção
àquilo que realmente quero ser no mais fundo de mim.
Qual é o mar que procuro?
Posso ir repetindo esta oração:
Quero agradecer-Te, Senhor,
todo o trajecto que este rio que sou fez até aqui;
quero agradecer-Te esse ponto escondido onde fui “apenas” nascente;
quero agradecer-Te as veredas escarpadas e as planícies;
quero agradecer-Te os pontos onde a paisagem
ajudou a que as águas se unissem
e os pontos onde parecia que elas perdiam força
só para voltar a encontrá-la mais à frente;
quero agradecer-Te as árvores que cresceram à beira das águas
e todas as vistas deslumbrantes que fui tendo ao longo do percurso.
Por isso, quero dizer-Te que só faz sentido
Que esta água corra desde que seja para chegar ao mar.
Para chegar a Ti.
DICAS para articular Exame e TPC
•
Olho para trás e vejo que este rio que sou já correu por muitos espaços
diferentes, umas vezes mais rápido, outras mais lento; umas vezes correu
em terreno difícil, outras espraiou-se na planície, alimentando terra fértil.
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CVX-U
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•
No dia de hoje, por que tipo de percurso andou o
meu rio?
Como se relacionou com a «paisagem» à volta: regou
e alimentou? Escondeu-se subterrâneo? Sustentou
pântanos?
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�ano 1 / tpc 5
Imagens de Deus
− No nosso coração habitam imagens de Deus. Algumas recebemo-las
dos outros, outras criamo-las.
− Nenhuma é totalmente verdadeira, porque Deus está muito para além
da capacidade do nosso coração.
− Mas algumas são mais falsas que outras, tão falsas que além de ficarem
muito aquém do que Deus é, fazem de Deus o que Ele não é – estas
são perigosas, porque nos afastam do Deus verdadeiro e perturbamnos desnecessariamente o coração.
− Precisamos constantemente de verificar e purificar as imagens de Deus
que usamos, explícita e, sobretudo, implicitamente...
1. Considera cuidadosamente cada uma das imagens de
Deus sugeridas. Em que medida é que algumas delas te
afectam?
2. Considera novamente! Certamente que sabes que Deus
não é assim, mas, de facto, não te relacionas às vezes
com Ele como se Ele fosse assim...? Ora pensa bem...
1. O Deus como problema intelectual
Quando penso que, antes de mais, tenho que resolver as minhas questões
filosóficas: provar que Ele existe, saber explicar tudo sobre Ele... É um perigo – parece que tenho que primeiro compreender Deus, dominá-Lo como
se fosse um objecto de investigação. Deus é mistério! Deus não é uma ideia
intelectual, é um Deus vivo, Deus de sentimento, de ternura de amor, de
relação. Encontramos a Deus primeiro com o nosso coração, e só depois
com a nossa mente.
2. O Deus Pai-Natal
O Deus bonacheirão, que dá prendas, que é tão acessível quando tudo corre bem... mas que nos desilude quando as coisas começam a correr mal e,
então, faço birra – já não gosto dEle...
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3. O Deus bombeiro
Assim é que Ele devia ser – sempre pronto a solucionar (se os pudesse
evitar, melhor ainda) todos os meus problemas. O Deus extintor das
contrariedades da vida que não sabemos resolver. Às vezes, de Deus,
só guardamos o telefone de emergência, 118, a utilizar em caso de
exames, acidentes, neuras… E é suposto que Ele responda sempre
prontamente...
4. O Deus do medo: juiz, polícia, contabilista...
Se há imagem de Deus de que a Bíblia e Jesus nos querem libertar é
esta: a de um Deus do medo, a de um Deus castigador. Uma e outra
vez Jesus repete aos seus discípulos: “Não tenham medo!”.
Esta imagem de Deus é a projecção do super ego ou de um
espírito mesquinho: um Deus polícia que vigia as nossas infracções (e,
como, contabilista, mantém uma ficha de cada um...) e pede contas
pelos pequenos prazeres da vida – é um desmancha-prazeres. Um
Deus adversário, de que é melhor precavermo-nos... E os sofrimentos,
se calhar, são “castigo de Deus”... Imaginamos Deus como um Juiz
implacável, quando somos nós mesmos o nosso juiz intransigente.
Abba, o Deus “Pai-querido” de Jesus não é o Pai freudiano…
5. O “Deus sem corpo”
O Deus sem corpo é puro Espírito. É o Deus que esqueço que encarnou. Só se pode relacionar com aquilo que é puro, espiritual, luminoso
e claro – num ambiente imaculado e todo branco. Tudo o resto, a confusão, a sujeira, isso não se Lhe pode apresentar. É um Deus asséptico, que não me pode ajudar nas coisas mais “mundanas”, carnais,
sensuais... Acaba por ser um Deus que não se identifica com aquele
que sofre, não conhece a nossa realidade, não é um Deus real.
6. O “Deus sem Espírito”
Por outro lado, Deus sem Espírito é aquele que encarna apenas como
instituição e norma. De facto não chega a fazer-se carne mas regra,
prescrição, puro dever, sem alma ou ânimo, sem carisma e sem liberdade. Diante de um Deus assim não se pode dançar e muito menos rir.
O Sábado era o dia do Senhor para os Judeus, mas Jesus denunciou
um sábado que o homem tem de servir em vez de um Sábado que
sirva o homem (dia de descanso para apreciar a criação e a companhia
de Deus).
7. Deus comerciante, ou máquina automática
Penso que tenho que merecer o que Ele me dá, esquecendo que tudo é
graça... Troco sacrifícios por ajudas... (mete moeda, sai coca-cola...)
Um Deus com conta-corrente, com deve e haver... Dá o céu em trova
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de créditos acumulados, e eu colecciono cupões para depois resgatar. Não
há relação pessoal, só negócios.
8. Deus capataz ou treinador implacável
Que me exige sempre mais, que nunca vai estar satisfeito com o que eu lhe
der... Se é fácil, Ele não irá gostar... Quer sempre o que me é mais difícil...
O implacável dono dos talentos que eu tenho que fazer render, ao máximo!
9. Deus snob
Só se dá com os bons (os perfeitos). Quando faço asneira, Ele não gosta de
mim, por isso escondo-me e afasto-me; tenho que me reabilitar primeiro
(provar-Lhe que gosto dEle, compensar...) para me voltar a aproximar...
3. Depois de te teres confrontado com algumas imagens de
Deus descritas (e, talvez, identificado outras que também
te afectam), como descreves a tua imagem de Deus, o
Deus que, consciente ou inconscientemente (mais determinante ainda!) projectas diante de ti? Que elementos
dessa imagem precisam de ser purificados?
4. Partindo do trecho do Evangelho a seguir (e do que
mais que sabes), tenta delinear qual seria a imagem
de Deus que Jesus tinha e pela qual vivia?
Lc 10, 21-24
Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a
acção do Espírito Santo e disse:
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi
entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai,
nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por
bem revelar-lho.»
Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver. Porque - digo-vos muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o
que ouvis e não o ouviram!»
5. Compara a tua imagem de Deus com a de Jesus
Isto é importante, porque...
Nós somos constantemente tentados s fazer um Deus à nossa imagem e semelhança, a divinizar a nossa estreiteza de vistas e a nossa
importância e chamamos a isto a vontade de Deus. Deus é mistério,
a Palavra que nos interpela, e Ele chama-nos para lá da estreiteza
dos nossos horizontes. A nossa única segurança está no que Ele é, e
não no modo como nós imaginamos que Ele é.
(...) Os escritores de espiritualidade aconselham a voltarmo-nos
para Deus na oração. Mas Deus pode tornar-se para nós parte da
nossa complexidade. Falsas imagens de Deus a actuar dentro de nós
podem fazer-nos mais tímidos, exercendo uma rude tirania, que abafa a vida em nós.
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
•
Revê o teu dia. Quais foram os momentos onde sentiste mais alegria e liberdade? E os que experimentaste com peso, opressão, tristeza?
Como é que imaginavas Deus em cada um desses
momentos?
Houve algum elemento duma falsa imagem de Deus
que contribuiu para te escurecer algum momento?
Gerard W. Hughes, O Deus das Surpresas, pp. 46; 53
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2. Um exercício de oração.
Conhecer Deus – a oração
− Escolhe um sítio silencioso, onde não sejas importunado e põe-
− Como vimos ao analisar as nossas imagens de Deus, conhecer Deus na
sua verdade não é uma coisa espontânea.
− Precisamos de procurar activamente conhecer Deus.
− E Deus quer dar-se-nos a conhecer. Cria-nos à sua imagem e semelhança para se relacionar connosco, para nos convidar a uma amizade.
− Como em qualquer relação com qualquer pessoa, só o diálogo permite
chegar a um conhecimento pessoal, íntimo.
− Só o diálogo com Deus nos permite conhecer Deus (muito mais do
que saber coisas acerca de Deus).
− Diálogo é falar e escutar. Se «rezamos» apenas, repetindo fórmulas,
falamos muito a Deus... mas ainda não é diálogo. Para este, é preciso
«orar», isto é, escutar o que Deus me diz, acolhê-Lo e responder-Lhe.
1. Qual é a tua experiência de «oração»? O que é que já
aprendeste sobre como se faz oração?
«Só se aprende a orar, orando. É verdade! Só orando, só começando a
exercitar a alma e o coração na oração, no diálogo com Deus é que se
aprende a orar. Não há receita mágica... Não há sequer leis que produzam o seu fruto, caso eu não me decida a começar. Talvez a princípio as
coisas pareçam ir mal, pareça que se está a perder tempo, esforço inútil.
Mas se não oro, se não começo, se não tento, nunca aprenderei a orar.
(...) Só se aprende a orar, orando. Por isso, comecemos com generosidade,
na certeza que o Senhor virá em nosso auxílio. E como a oração é mais
obra de Deus que nossa, peçamos muitas vezes com fé e muita perseverança que o Senhor nos ensine a rezar.»
Dário Pedroso, Senhor ensina-nos a rezar, pp. 27-30
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te numa posição de escuta e acolhimento (uma vela acesa pode
ajudar). Reserva pelo menos 15 minutos para isto e não interrompas antes de passar esse tempo.
− Procura
piração
pacificar-te interiormente, concentrando-te na tua res-
− Toma consciência que Deus está contigo, te ama e se quer rela-
cionar contigo. Pede-Lhe que te ajude a fazer oração, a dialogar
com Ele.
− Vai
lendo devagar o texto seguinte – ouve Jesus a dizê-lo para
ti, agora; vai dando atenção aos sentimentos que as palavras
despertam em ti; responde a Jesus; dialoga com Ele... (Se te
distraíres, volta ao exercício novamente, sem recriminações – é
normal).
Mateus, 6, 6-8
6
Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a
porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de
recompensar-te. 7Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que
usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão
atendidos. 8Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do
que necessitais antes de vós lho pedirdes.
3. Outro exercício de oração – diálogo.
− Seguindo as mesmas preparações do exercício anterior, procura
desenvolver um diálogo com Deus a partir do Pai-Nosso.
− Usando os dois textos em paralelo, diz primeiro uma frase a
Deus; e, depois, lê a frase correspondente da oração ao lado,
procurando escutar Deus a dizer-ta neste momento.
− Sempre que te sentires movido a isso, continua o diálogo: fala e
escuta o que Deus te quer dizer.
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Pai nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome,
4. Outro exercício de oração – escrevendo
Meu filho, que estás na terra,
preocupado, tentado, solitário,
− Arranja um caderno, ou umas folhas de papel
− Faz as mesmas preparações já indicadas.
Eu conheço perfeitamente o teu nome
e pronuncio-o como que santificando-o,
porque te amo.
Não, não estás só, mas habitado por
Mim, e juntos construímos este reino
de que irás ser herdeiro.
venha o teu Reino;
− Escolhe um assunto sobre o qual gostarias de dialogar com
Deus.
− Começa a escrever um diálogo no papel. Numa linha, o que
dizes a Deus; na seguinte, o que Deus te responde (aqui, deixate levar pelo te surge, deixa quase a caneta “escrever sozinha”).
− No final, lê o que escreveste.
faça-se a tua vontade,
como no Céu, assim também na
terra.
Alegra-me que faças a Minha vontade,
porque a Minha Vontade é que tu sejas
feliz, já que a Minha glória é a tua vida.
Dá-nos hoje o nosso pão de
cada dia;
Conta sempre comigo e terás o pão para
hoje, não te preocupes!
Só te peço que saibas repartir com o teu
irmão.
perdoa as nossas ofensas,
Sabes que perdoo todas as tuas faltas de
amor, antes mesmo de te arrependeres;
como nós perdoámos a quem
nos tem ofendido;
por isso te peço que faças o mesmo
àqueles que te magoam.
e não nos deixes cair em
tentação,
Para que nunca caias em tentação,
segura firme a minha mão
mas livra-nos do Mal.
− Num outro dia, a tua oração pode começar pela leitura deste
diálogo escrito e, a partir daí, continuar a conversa (escrevendo,
ou não...)
e Eu livrar-te-ei do mal,
Meu querido filho.
5. Antes da próxima reunião, faz o balanço do que
aprendeste sobre a oração – modos de a fazer, coisas
que ajudaram mais, descobertas, efeitos na vida... – e
partilha isso com o grupo.
DICAS para articular Exame e TPC
•
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CVX-U
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CVX-U
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Como foi a qualidade da oração que fiz hoje.
Como é que a oração influiu neste dia?
Do que experimentei hoje, há alguma coisa que
deveria levar ao diálogo com Deus?
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Para compreender melhor o que é desolação e consolação...
Como Deus me fala
Estou a afastar-me de Deus
− Deus interessa-se pela minha vida, alerta-me e convida-me, ajuda-me
a encontrar o caminho da realização e da felicidade...
− Mas como é que Ele me fala? Não me sussurra ao ouvido!
− Deus fala-me através do que me sugere na oração, dos pensamentos
que põe no meu pensamento, como vimos no TPC anterior.
− Mas fala-me também pelos meus estados de espírito, pelos meus
movimentos interiores, confirmando, ou questionando, as minhas
decisões, escolhas e acções...
− Quando me abro à acção de Deus, isso cria em mim um estado de
espírito; quando me fecho, experimento o contrário. S. Inácio chamalhes consolação e desolação.
− Este TPC destina-se a compreender o que é consolação e o que é
desolação; a aprender a lidar com elas; e a fazer, durante este tempo, o
exercício de ver como a consolação e a desolação se vão alternando na
minha experiência – perceber como Deus me fala continuamente!
Consolação e desolação
Nos Exercícios Espirituais, S. Inácio define-as assim:
[316] Chamo consolação, quando na alma se produz alguma moção interior, com a
qual vem a alma a inflamar-se no amor de seu Criador e Senhor; e quando, consequentemente, nenhuma coisa criada sobre a face da terra pode amar em si mesma,
a não ser no Criador de todas elas. E também, quando derrama lágrimas que a
movem ao amor do seu Senhor, quer seja pela dor se seus pecados ou da Paixão de
Cristo nosso Senhor, quer por outras coisas directamente ordenadas a seu serviço e
louvor. Finalmente, chamo consolação todo o aumento de esperança, fé e caridade e
toda a alegria interior que chama e atrai às coisas celestiais e à salvação de sua
própria alma, aquietando-a e pacificando-a em seu Criador e Senhor.
[317] Chamo desolação a todo o contrário da consolação, como obscuridade da
alma, perturbação, inclinação a coisas baixas e terrenas, inquietação proveniente de
várias agitações e tentações que levam a falta de fé, de esperança e de amor;
achando-se [a alma] toda preguiçosa, tíbia, triste, e como que separada de seu Criador e Senhor. Porque assim como a consolação é contrária à desolação, da mesma
maneira os pensamentos que provêm da consolação são contrários aos pensamentos
que provêm da desolação.
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CVX-U
CVX-U
CVX-U
De costas para a Luz do centro
mais verdadeiro de mim
Estou em desolação
Sombra, escuridão, medo
Estou virado para Deus
De frente para a Luz do centro
mais verdadeiro de mim
Estou em consolação
a escuridão para trás de mim
Fecha-nos sobre nós próprios
Afunda-nos na espiral dos nossos sentimentos negativos
Separa-nos da comunidade
Faz-nos querer desistir das coisas que
costumavam ser importantes para nós
Absorve a nossa mente e não deixa ver ao longe
Esvazia-nos de energia
Dirige o nosso foco para fora e para
além de nós mesmos
Eleva os nossos corações, para vermos as
alegrias e tristezas dos outros
Liga-nos mais fortemente à comunidade
Gera nova inspiração e ideias
Restaura o equilíbrio e refresca a nossa visão interior
Mostra-nos onde Deus está activo nas nossas vidas e
para onde nos conduz
Liberta nova energia em nós
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�ano 1 / tpc 7
1. Relembro experiências fortes que já tive, tanto de consolação como de desolação.
Procuro perceber melhor como Deus aí me falava, como
me conduzia para o bem.
Falo-lhe disso e agradeço-lhe.
− Na consolação, é Deus que me conduz; posso confiar nos meus sentimentos e ideias – deixo-me levar pela consolação.
− Na desolação, sou dominado pelo mau espírito; devo desconfiar dos
meus sentimentos e da minha visão das coisas – resisto ao movimento
da desolação.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
CUIDADO! DESOLAÇÃO!
Diz a Deus como te sentes
e pede-lhe ajuda.
Procura acompanhamento.
Não ponhas em causa decisões
que tomaste em consolação.
Relembra um tempo de consolação volta a ele em imaginação.
Procura alguém que precise de
ajuda e dá-lhe toda a atenção
Volta a 1.
BENVINDO! CONSOLAÇÃO
1. Diz a Deus como te sentes e
agradece-lhe.
2. Guarda o momento na memória para
voltares a ele em tempo difícil.
3. Usa a energia que sentes para
aprofundares os desejos profundos.
4. Canaliza o excesso de energia para
as coisas que gostas menos e fá-las.
5. Volta a 1.
− Consolação e desolação são movimentos, dinâmicas. A desolação
é o caminho para Emaús; a consolação, para Jerusalém
Lucas 24, 13-35
13
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada
Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; 14e conversavam entre
si sobre tudo o que acontecera. 15Enquanto conversavam e discutiam,
aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; 16os seus
olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. 17Disse-lhes Ele: «Que
palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam
entristecidos. 18E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único
forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» 19Perguntoulhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; 20como
os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à
morte e crucificado. 21Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel,
mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. 22É
verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados,
porque foram ao sepulcro de madrugada 23e, não achando o seu corpo, vieram
dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. 24Então,
alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres
tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.» 25Jesus disse-lhes, então: «Ó homens
sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas
anunciaram! 26Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua
glória?» 27E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicoulhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito. 28Ao chegarem perto
da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. 29Os outros, porém,
insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já
está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. 30E, quando se pôs à mesa, tomou o
pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. 31Então, os seus
olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.
32
Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos
falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» 33Levantando-se, voltaram
imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus
companheiros, 34que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e
apareceu a Simão!» 35E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho
e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
2. Que coisas, habitualmente, me põem a caminho de
Emaús? E de Jerusalém?
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
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CVX-U
Que momentos de consolação e de desolação vivi hoje?
O que os causou? Como lhes respondi?
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Qual a qualidade da minha Fé
Fé em Deus: do sentir ao confiar
• Acreditamos em Deus, mas, por vezes, não O encontramos no meio
das dificuldades. Parece que desapareceu, não o sentimos.
• Deus nunca nos abandona, mas, na relação com Ele, é natural passar
por momentos em que se experimenta a ausência.
• Precisamos de purificar e fazer crescer a nossa fé – a convicção que dá
alicerce seguro para apostarmos sempre, sempre, na vida!
• Deus está sempre connosco, mas não podemos reduzir a nossa relação
com Ele apenas àquilo que sentimos. A Fé é mais que sentimento!
O que é e o que não é a Fé
«Fé», em hebraico, significa «apoiar-se». É um exercício (é preciso exercitá-la, não é uma coisa estática!) de me entregar confiadamente a Deus, de
acreditar que, haja o que houver, não estarei sozinho, que a vida tem um
sentido profundo, que os meus anseios hão-de encontrar resposta.
Trata-se de estabelecer uma relação de confiança, confiança que me
liberta para viver a vida, ajudando-me a superar medos e inseguranças.
Porque confio em Deus, adiro ao que Ele me propõe e busco a sua luz para
as minhas opções, pois acredito que, em Jesus, me mostra o caminho certo
da verdadeira vida.
A base da Fé é a convicção de que Deus me ama personalizadamente, a
experiência de que a minha vida faz sentido porque sou amado e tenho
uma missão que me realizará e fará feliz.
A Fé implica sempre risco, dúvidas e inquietações, mas estas não nos
devem paralisar. Se fosse completamente transparente já não era fé – era
evidência.
A Fé implica mistério, mas não é contra a razão. É algo que nos ultrapassa sempre, mas em que nos encontramos cada vez mais e cada vez faz
mais sentido a partir do que vamos experimentando.
A Fé não se confunde com certezas intelectuais. O essencial dela é
uma relação pessoal, uma relação de confiança, que leva a fiar-se e a
entregar-se.
Fé não se mede pelo sentimento, mas pelo sentido experimentado e a
segurança recebida.
Fé não é um refúgio, nem fuga, para os momentos difíceis. É, antes, uma
relação que nos desafia a viver melhor e nos alerta para não desperdiçarmos a vida.
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1. Como está a minha confiança em Deus? Entrego-Lhe o meu
dia a dia, o meu cansaço e desgaste, os meus sonhos e os
projectos que vou concretizando?
Penso um pouco em tudo o que se está a passar na minha
vida e deixo que Deus me fale sobre o que estou a viver e o
modo como o estou a viver.
2. Quando Deus está ausente, como lido com isso? Como me
relaciono com Deus nos momentos em que não o sinto?
Confio mais, invisto na busca, ou abandono a oração?
Rezo a oração “Adora e Confia” e peço a Deus que me ajude
a confiar, sobretudo nos momentos de “ausência”.
Adora e Confia
Não te inquietes com as dificuldades da vida,
pelos seus altos e baixos, pelas suas decepções,
pelo seu futuro mais ou menos sombrio.
Quer o que Deus quer.
Oferece-lhe, no meio das inquietações e dificuldades,
o sacrifício da tua alma simples,
que aceita os desígnios da sua providência.
Pouco importa que te consideres um frustrado,
se Deus te considera plenamente realizado, a seu gosto.
Perde-te, confiando cegamente nesse Deus que te quer
e que chegará até ti, mesmo que nunca o vejas.
Pensa que estás nas suas mãos,
tanto mais seguro, quanto mais decaído e triste te encontrares.
Vive feliz. Vive em paz.
Que nada seja capaz de tirar-te a paz.
Nem o teu cansaço. Nem as tuas falhas.
E no fundo do teu coração
coloca tudo aquilo que te enche de paz.
Por isso, quanto te sentires desanimado e triste,
Adora e Confia.
Teilhard de Chardin
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3. Relembro alguns «grandes toques» de Deus que me ficaram
Os toques de Deus
• Deus parece, às vezes, estar ausente na nossa experiência, distante...
• Mas Ele está sempre presente e faz-se notar muitas vezes: algumas, de
forma indubitável, com grandes efeitos até na minha sensibilidade (são
claros toques de Deus); a maior parte delas, no entanto, de forma discreta. Para que estas mensagens de Deus não passem despercebidas, é
preciso estar atento para O reconhecer.
• Se estamos só à espera dos «grandes toques», desperdiçamos muito do
que Deus nos fala, tomamos por ausência o que é apenas uma presença discreta, mas activa.
• A marca distintiva da acção de Deus em mim (consolação) não está
nos efeitos na minha sensibilidade. Mas, sim, no facto de que o acontecimento ou a experiência me ajuda a crescer na confiança (fé), na
abertura e serviço aos outros (caridade) e na capacidade de acreditar
que a vida vale a pena, de acreditar que, apesar de todas as dificuldades, é possível viver com sentido cada situação (esperança). O aumento de fé, caridade e esperança – que traz consigo a paz – isso é que é o
essencial do rasto de Deus.
• Há, assim, um segredo para encontrar Deus sempre, em tudo o que
acontece
O segredo? O segredo é deixar de classificar o que acontece na tua vida,
por dentro e por fora, como agradável ou desagradável, um desastre ou
uma sorte, bom ou mau. O segredo é parar e perguntar:
- Senhor que me podes dizer com esta situação?
- Como posso crescer neste momento?
- Que posso aprender com esta morte ou aquele nascimento?
- Como posso aproveitar esta situação para me abrir mais aos outros?
- Como posso encontrar-te exactamente neste momento em que não te
sinto, em que pareces estar tão distante?
E ainda mais um segredo: não te compares. Os exemplos dos outros ajudam, estimulam, mas Deus toca-te de um modo pessoal, único e irrepetível.
gravados. E procuro presenças mais discretas, que não
reparei que eram de Deus, mas me fizeram crescer em fé,
caridade e esperança.
• O exemplo de Elias ajuda-nos a aprender a esperar Deus na
“ausência” e a interpretar bem os modos como Ele se manifesta na
nossa vida:
1 Reis 19, 8-13
8
Elias levantou-se, comeu e bebeu; reconfortado com aquela comida,
andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte
de Deus.
9
Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde
lhe foi dirigida a palavra do Senhor: «Que fazes aí, Elias?» 10Ele respondeu: «Estou a arder de zelo pelo Senhor, o Deus do universo, porque os filhos de Israel abandonaram a tua aliança, derrubaram os teus
altares e assassinaram os teus profetas. Só eu escapei; mas também a
mim me querem matar!» 11O Senhor disse-lhe então: «Sai e mantémte neste monte, na presença do Senhor; eis que o Senhor vai passar.»
Nesse momento, passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante do
Senhor; mas o Senhor não se encontrava no vento. Depois do vento,
tremeu a terra. 12Passou o tremor de terra e ateou-se um fogo; mas
nem no fogo se encontrava o Senhor. Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. 13Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um
manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Disse-lhe, então, uma voz:
«Que fazes aqui, Elias?»
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
Como reconheço a presença de Deus na minha vida
durante o dia de hoje? Houve grandes toques? Notei os
efeitos de uma presença discreta? Houve ausência?
O que causou cada um destes momentos? Como lhes respondi?
(adaptado de
Vasco Pinto de Magalhães, “Prefácio” ao livro Ele tocou-me de John Powel, sj)
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Os meus desejos
• É nos nossos desejos que Deus mais nos fala: são uma forma de Deus
partilhar connosco o sonho que tem para a nossa vida; é a maneira de
nos chamar para mais, de nos querer fazer crescer, de nos convidar a
transcendermo-nos, para nos irmos aproximando da Transcendência.
Considera a seguinte fábula
• Desejos não são as coisas que me apetecem, mas aquilo que verdadeiramente quero, no mais fundo de mim de mim mesmo, o
que gostaria de ser capaz de alcançar e entrevejo que me realizaria
plenamente.
• São os nossos desejos que melhor nos dizem quem somos, porque
nós somos projecto, liberdade que se vai construindo – guiados
pelos nossos desejos que nos revelam o que podemos e queremos
vir a ser.
Escuta o Papa João Paulo II
A Águia Real
Um homem encontrou um ovo de águia.
Levou-o, e colocou-o no ninho de uma galinha, numa capoeira.
A águiazinha nasceu e foi criada junto com uma ninhada de pintos.
É próprio da condição humana e, particularmente, da juventude
buscar o Absoluto, o sentido e a plenitude da existência.
Amados jovens,
não vos contenteis com nada menos
do que os mais altos ideais!
Não vos deixeis desanimar por aqueles que, desiludidos da vida,
se tornaram surdos aos anseios mais profundos
e autênticos dos seus corações.
Tendes razão para não vos resignardes com diversões insípidas,
modas passageiras e projectos redutivos.
Se mantiverdes com ardor os vossos anelos pelo Senhor,
sabereis evitar a mediocridade e o conformismo,
tão espalhados na nossa sociedade.
Durante toda a sua vida a águia fez o que faziam os pintos,
pensando que era um pinto.
Escavava a terra em busca de grãos de milho e minhocas,
piando e cacarejando.
Até sacudia as asas e voava apenas uns metros pelo ar,
tal como os outros.
Afinal não é assim que voam as galinhas?
Passaram dois anos e a águia tornou-se mais velha.
Um dia, avistou por cima dela, num céu límpido,
uma magnífica ave que flutuava elegante e majestosamente
entre as correntes de ar,
quase sem mover as suas poderosas asas douradas.
Papa João Paulo II, Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude, 2001
A velha águia olhava maravilhada para cima:
“Que é aquilo?”, perguntou a uma galinha que estava junto dela.
1. Medita sobre “os anseios mais profundos e autênticos do
teu coração”, onde Deus te fala, versus “modas passageiras
e projectos redutivos”.
“É a águia, a rainha das aves”, respondeu a galinha.
“Mas não penses nisso, tu e eu somos diferentes dela”.
Assim a águia não voltou a pensar nisso.
E morreu pensando que era uma galinha de capoeira.
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2. Anota as situações da tua vida em que voas/podes voar como
uma águia e as situações em que cacarejas como uma galinha.
Como é que Deus se faz presente em cada uma destas situações?
O homem rico (Mc 10,17-22) - 17Quando se punha a caminho,
alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que
devo fazer para alcançar a vida eterna?» 18Jesus disse: «Porque me
chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. 19Sabes os
mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não
levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.»
20
Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha
juventude.» 21Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e
disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o
dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segueme.» 22Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e
retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.
O tesouro e a pérola (Mt 13,44-46) - 44«O Reino do Céu é
semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem
encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que
possui e compra o campo. 45O Reino do Céu é também semelhante a
um negociante que busca boas pérolas. 46Tendo encontrado uma
pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»
4. Imagina-te hoje na situação destes discípulos: como responderias a Jesus?
Os primeiros discípulos (Jo 1, 35-38) 35No dia seguinte, João
encontrava-se de novo ali com dois dos seus discípulos. 36Então, pondo
o olhar em Jesus, que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus!»
37
Ouvindo-o falar desta maneira, os dois discípulos seguiram Jesus.
38
Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes:
«Que buscais?»
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
3. Jesus diz-nos “onde estiver o teu tesouro, aí estará também o
teu coração” Reza alguns aspectos dos seguintes textos bíblicos, confronta-os com os teus desejos.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
•
Que desejos me moveram hoje?
Fui fiel a altos ideais, ou deixem-me resvalar para o conformismo e a mediocridade?
Que desafio identifico para o dia de amanhã que me pode
fazer voar mais alto?
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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Vocação e vontade de Deus:
c) Também não se pode entender vontade de Deus como algo estático, predeterminado, uma frase escrita “atrás de uma nuvem” que eu, com sorte, vou
descobrir. Trata-te, sim, de uma realidade dinâmica que vai ganhando corpo em
mim, de uma história de amizade que se vai concretizando e ganhando contornos e purificando ao longo da caminhada.
Quem sou eu? Qual é a minha missão no mundo?
Objectivos:
2. Vejamos então, pelo lado positivo, a tal definição:
• Clarificar conceitos, compreender do que se trata e afastar medos.
• Confiar mais em Deus: Deus não deseja senão o que é o melhor
para mim; não é adversário da minha maior realização, mas aliado.
• Determinar-me a considerar seriamente a questão da minha vocação, sem pressas, buscando com liberdade e esperando o tempo
certo – querer perceber e escolher a minha vocação!
O que está em jogo:
• Descobrir quem sou (isto é, tudo o que posso vir a ser), acertar
com esse eu nas minhas escolhas mais importantes – identidade.
• Aplicar os meus talentos na forma que mais me realiza, onde presto
o maior serviço à Igreja e ao mundo, dando a maior glória a Deus –
missão.
acertar e comprometer-me com a pessoa que eu sou
A Vocação e a Vontade de Deus
Deus escreve e imprime a sua vontade, o seu chamamento nos nossos corações.
Podemos começar por dar a seguinte “definição”:
vontade de Deus, para mim, é aquilo que eu, no fundo quero; à luz do Espírito Santo; depois de tirados os obstáculos.
1. Faço primeiro umas observações para situar bem, e depois a explicação desta
frase:
a) Não se trata aqui da vontade de Deus em geral. Essa é que todos os homens se
salvem, que o Reino cresça, que Jesus Cristo seja conhecido e amado... isto é: o
Evangelho!
a) Aquilo que eu, no fundo, quero... É o que eu quero e não o que me apetece.
O apetecer é sensível e nem sequer está de acordo com a vontade profunda.
Não me apetece trabalhar, por exemplo, mas no fundo eu sei que devo e desejo
cumprir esta obrigação... É no profundo do nosso coração que podemos “ouvir a
voz” do Espírito. O próprio Jesus experimentou isto na Agonia: Pai não se faça o
que “quero” (=apetece), mas Eu quero o que Tu queres (faça-se a tua vontade). E S. Paulo dizia: não faço o bem que quero, mas aquilo que não quero
(Rom. 7, 20): há uma divisão nos meus membros! É pois preciso libertar o
nosso querer que está dominado (afogado) nos apeteceres, medos, paixões,
atracções imediatas...
b) ...à luz do Espírito Santo... Porque o querer move-se sempre sob alguma luz,
algo que o atrai. É a questão das motivações e dos objectivos. A vontade de
Deus não é o meu querer motivado (iluminado) só pela ciência, ou a psicologia,
ou a sociologia, etc., a apresentar-me o que é bem nesses campos. A vontade
busca sempre um bem, e aqui é o bem que o Evangelho apresenta como “bem
para mim” – aquilo que vejo (no fundo) que me identifica com Jesus, com os
seus mandamentos e estilo de vida, com a construção do Reino. Esses bens é o
Espírito Santo que os mostra e torna atractivos para a pessoa. Trata-se, pois,
de se deixar mover pelo espírito de Deus e não por outros espíritos.
c)...depois de tirar os obstáculos. Obstáculos à acção do Espírito, que vêm de
fora: a mentalidade dominante, as pressões sociais, as mais variadas tentações... e vêm de dentro: os medos, os preconceitos, o comodismo – egocentrismo e todas as defesas perante o que pode parecer exigente ou vai pôr em
causa o que parece mais fácil e mais feliz. Então há que “descascar a cebola”: ir
tirando todas essas capas (e escamas dos nossos olhos) que não nos deixam
ver bem e nos prendem e escravizam os nossos egoísmos e apeteceres. Quando
começo a libertar-me disso, então pode vir ao de cima o meu querer que, passado o momento de agitação ou confusão ou medo, encontrará a paz ao identificar-se com o Evangelho, ao assumir e aceitar os movimentos profundos.
Então, a vontade de Deus para mim é que eu colabore com Ele para viver
evangelicamente cada momento da minha vida, e a própria orientação a dar à
vida. Isto é a vocação: decidir-se por aquilo que Deus mostra como
melhor para mim no fundo do meu coração.
b) Não se trata também da vontade de Deus para mim, em sentido genérico. Essa é
que eu me realize segundo o Evangelho, que seja fiel a mim próprio, aos meus talentos e a Deus que me chama... Trata-se é de ver como sei qual é o meu chamamento
específico, a minha vocação, a resposta evangélica que devo dar a cada solicitação.
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Vasco Pinto de Magalhães
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• “Vocação” é o caminho pessoal concreto configurado por um conjunto
de opções de vida de vários tipos: estado de vida, carreira profissional,
estilo de vida, responsabilidade cívica, serviço eclesial...
• Nela coincidem: a satisfação dos desejos mais profundos que tenho; a
concretização do sonho de realização e felicidade que Deus tem para
mim; a rentabilização dos meus talentos em proveito dos outros; o
meu contributo para a construção dum mundo mais humano; o serviço ao Reino de Deus.
Jesus propõe o caminho mais adequado a cada um...
Chamamento dos primeiros discípulos (Mc 1,16-20) 16Passando ao
longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as
redes ao mar, pois eram pescadores. 17E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo
e farei de vós pescadores de homens.» 18Deixando logo as redes,
seguiram-no. 19Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu
irmão, que estavam no barco a consertar as redes, e logo os chamou. 20E
eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram
com Ele.
O possesso de Gerasa (Mc 5,18-20) 18Jesus voltou para o barco e o
homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele.
19Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos
teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia
de ti.» 20Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus
fizera por ele, e todos se maravilhavam.
1. Sinto-me livre na busca da minha vocação, ou tenho medo de
alguma opção em particular?
2. Quem sou eu? Qual é a minha missão? Que “eu” é que os meus
desejos mais profundos configuram? Como me vejo mais “eu” a
dar a minha vida no mundo e na Igreja?
3. Sou capaz de perguntar a Deus: “Senhor, o que queres que eu
faça com a minha vida?”
4. Imagina que recebes de Deus uma mensagem sobre a tua vida,
contando o sonho que Ele tem para ti: o que diria essa mensagem?
Esperamos que todos membros CVX participem na missão de Cristo de acordo
com a sua própria vocação e estado de vida na Igreja. "A nossa Comunidade é
formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele
na construção do Reino e reconheceram na Comunidade de Vida Cristã a sua
particular vocação na Igreja" (Princípios Gerais, 4).
O fundamento da formação e da renovação da CVX é o valor de cada
pessoa e a convicção de que cada pessoa tem uma vocação divina, que abraça
todas as dimensões da sua existência. Deus chama cada um. Ele toma a iniciativa, mas respeita a nossa liberdade pessoal. Cada indivíduo descobre este
chamamento quando o escuta e aceita os desejos de Deus. Este chamamento
de Deus é uma vocação pessoal, que se revela nas nossas inclinações mais
profundas e nos nossos desejos mais autênticos. A nossa resposta livre ao
chamamento de Deus é o que dá sentido e dignidade à nossa existência.
Entender a nossa vida pessoal, a nossa família, o nosso trabalho e a
vida cívica como uma resposta ao chamamento do Senhor liberta-nos de qualquer inclinação para nos resignarmos perante as situações em que nos encontramos. Leva-nos igualmente a reagir contra o conformismo que procura impornos um estado e um estilo de vida. (Carisma CVX, 3-5)
O compromisso temporário é a expressão dum desejo de viver segundo o estilo
de vida CVX. Este compromisso implica a procura da vocação à qual o Senhor
está a chamar a pessoa, e o discernimento dessa vocação. (Carisma CVX, 177)
Esta etapa é vocacional e, como tal, permanece aberta a diferentes opções.
Para um adulto casado, por exemplo, a questão será se é chamado a viver um
estilo de vida CVX na vida de casado. Os jovens perguntar-se-ão a que estilo de
vida (laical, religiosa ou clerical) são chamados. Um bom número de adultos e
jovens sentir-se-ão chamados a viver segundo o estilo de vida CVX. Outros
descobrirão que a motivação para aderirem era mais bem de ordem “social” ou
afectiva e, reconhecendo que não têm desejo de continuar, procurarão outros
modos de pertença à Igreja.
Para os jovens ou adultos que chegam à conclusão que a comunidade
responde aos seus desejos mais profundos, esta etapa leva-os a um renovado
compromisso com o estilo CVX. (Carisma CVX, 181-182)
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
Em que momentos deste dia me senti mais eu mesmo?
Onde encontrei maior sentido de realização?
Isso dá-me alguma pista sobre a minha identidade diante
de Deus e sobre a minha missão?
A CVX é também uma vocação:
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CVX-U
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1. Para aprofundar a minha consciência vivida, sentida, do
amor de Deus por mim, do modo como Ele acompanha a
minha vida com solicitude e do desejo que tem de me conduzir à felicidade, medito o Salmo 139:
Eu, Deus e o Mundo:
Princípio e Fundamento - I
• Depois de aprofundar o conhecimento de mim mesmo, de procurar
conhecer melhor a Deus, de perceber como os meus desejos de realização e felicidade se harmonizam com o sonho de Deus para mim;
• procuro agora uma síntese que me ajude a articular o meu olhar sobre
Deus, o meu olhar sobre mim e o meu olhar sobre o mundo duma
maneira que unifique cada vez mais todas as dimensões da minha vida,
numa experiência de liberdade realizada no meu dia-a-dia.
• Os Exercícios Espirituais de S. Inácio têm esse objectivo: pôr-nos num
processo que nos leva a ordenar a vida, identificando e afastando o que
é obstáculo, para podermos determinar a nossa vida para a felicidade
plena:
todo o modo de preparar e dispor a alma, para tirar de si todas as afeições
desordenadas e, depois de tiradas, buscar e achar a vontade divina na disposição da sua vida para a salvação da alma, se chamam exercícios espirituais. (EE 1)
• Para ordenar o que quer que seja, é preciso saber distinguir bem meios
de fins e ter uma hierarquia dos fins. O Princípio e Fundamento formula o segredo da ordenação da nossa vida: a sua lógica orienta-me
para reconhecer os fins que me definem como criatura amada por
Deus, respeitá-los na sua hierarquia certa, e usar os meios apenas como
meios e sempre do modo mais adequado para servir os fins – de modo
a proporcionarem-me a liberdade para alcançar a felicidade maior.
PRINCÍPIO E FUNDAMENTO
O texto de S. Inácio (EE,23)
Na nossa linguagem
O homem é criado para louvar,
prestar reverência e servir a Deus
nosso Senhor e, mediante isto, salvar a sua alma;
e as outras coisas sobre a face da
terra são criadas para o homem,
para que o ajudem a conseguir o
fim para que é criado.
Sou criado para louvar, reverenciar e
servir a Deus e mediante isto alcançar a minha felicidade;
tudo sobre a face da terra é criado
para mim, para me ajudar a alcançar
o fim para que sou criado.
2. Sou criado por Deus, permanentemente, em cada momento.
Que significa isso para mim?
•
CVX-U
CVX-U
Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me,
sabes quando me sento e quando me levanto;
à distância conheces os meus pensamentos.
Vês-me quando caminho e quando descanso;
estás atento a todos os meus passos.
Ainda a palavra me não chegou à boca,
já Tu, Senhor, a conheces perfeitamente.
Tu me envolves por todo o lado e sobre mim colocas a tua mão.
É uma sabedoria profunda que não posso compreender;
tão sublime que a não posso atingir!
Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?
Se subir aos céus, Tu lá estás;
se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras.
Se voar nas asas da aurora ou for morar nos confins do mar
mesmo aí a tua mão há-de guiar-me e a tua direita me sustentará.
Se disser: «Talvez as trevas me possam esconder,
ou a luz se transforme em noite à minha volta»,
nem as trevas me ocultariam de ti
e a noite seria, para ti, brilhante como o dia.
A luz a as trevas seriam a mesma coisa!
Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças por tão espantosas maravilhas;
admiráveis são as suas obras.
Quando os meus ossos estavam a ser formados,
e eu, em segredo, me desenvolvia, tecido nas profundezas da terra,
nada disso te era oculto.
Os teus olhos viram-me em embrião.
Tudo isso estava escrito no teu livro.
Todos os meus dias estavam modelados,
ainda antes que um só deles existisse.
Como são insondáveis, ó Deus, os teus pensamentos!
Como é incalculável o seu número!
Se os quisesse contar, seriam mais do que a areia;
e, se pudesse chegar ao fim, estaria ainda contigo.
Examina-me, Senhor, e vê o meu coração;
põe-me à prova para saber os meus pensamentos.
Vê se é errado o meu caminho
e guia-me pelo caminho eterno.
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
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• Nem eu estou fora do mundo, nem Deus é alheio ao mundo.
• A relação de Deus comigo implica sempre a mediação de “coisas” (coisas materiais, pessoas, relações, acontecimentos...). Não posso querer
chegar a Deus isolando-me do mundo, das “coisas”.
• E a minha resposta a Deus passa também pela resposta que dou ao
mundo, pelo modo como acolho, uso, me responsabilizo pelas “coisas”
• As “coisas”, o mundo, assim, não são apenas meios para me ajudarem a
alcançar o meu fim de realização e de encontro último com Deus,
• são também um apelo para eu, colaborando com Deus, me comprometer na transformação do mundo, na ordenação de todas as coisas
para que o mundo cumpra o seu desígnio de estar ao serviço da felicidade de todos os homens e mulheres.
• Deixar-me amar por Deus é também servi-Lo pelo trabalho no mundo
visto como colaboração na criação presente de Deus, em favor de
todos, especialmente os mais desfavorecidos.
• Mesmo tendo a consciência que não fazemos mais do lançar pequenas
sementes, construímos muito pouco – somos contribuidores indispensáveis da obra de Deus!
UM FUTURO QUE NÃO NOS PERTENCE
Ao longo de toda a nossa vida, não contribuímos senão com uma pequena
parcela para o empreendimento que é a obra de Deus.
Nada do que começamos ficará completo,
nada daquilo a que nos propomos será verdadeiramente terminado por nós,
porque o Reino é muito mais vasto, estender-se-á muito para além do
espaço curto de uma vida.
Porque nenhuma frase diz tudo o que poderia ser dito.
Nenhuma oração expressa totalmente a nossa fé.
Nenhuma confissão nos libertará para sempre do pecado.
CVX-U
CVX-U
Lançamos alicerces sobre os quais alguém construirá.
Não podemos fazer tudo.
E como é profundamente libertador perceber isso!
Porque perceber que não podemos fazer tudo permite-nos fazer apenas um quase nada, um “algo” pequeno, mas fazê-lo bem.
Um “algo” que é pouco e pequeno, mas possível.
Um gesto incompleto que é um começo, um passo ao longo do caminho e, sobretudo, uma oportunidade para deixar o Espírito Santo fazer
o resto.
É essa a diferença entre o arquitecto e o construtor.
Nós somos os construtores, não os arquitectos.
Nós somos ministros, mas não o Messias.
Nós somos apenas profetas de um mundo que não nos pertence.
inspirado em reflexão do Bispo Óscar Romero
3. Como é que eu me vejo como ‘construtor’ em relação ao
Arquitecto? Como olho o mundo como colaborador da obra
de Deus?
4. Como respondo, numa frase, a estas perguntas: quem sou
eu? Qual é o objectivo da minha vida? O que é o mundo para
mim?
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
•
É isto que somos, é disto que somos feitos.
Semeamos as sementes que um dia darão fruto.
CVX-U
Regamos sementes que alguém semeou porque sabemos a promessa
de vida que elas guardam em si.
Espalhamos adubo que produz efeitos muito para além das nossas
capacidades.
CVX-U
Como fiz hoje a experiência de ser amado por Deus?
Como colaborei com Deus na transformação do mundo?
Fui fiel aos fins e vivi ordenadamente, usando as coisas
como meios?
CVX-U
CVX-U
CVX-U
�ano 1 / tpc 12
«Tudo me é permitido», mas nem tudo é conveniente.
«Tudo me é permitido», mas eu não me farei escravo de nada.
1 Coríntios 6, 12
Conquistar a liberdade:
Princípio e Fundamento - II
• O objectivo é fazer a experiência da liberdade; mas é preciso construir
a liberdade, libertá-la de tudo o que prende, a amarra, a abafa; de tudo
o que promete o mesmo que ela, mas é falso, é só aparência...
• Para libertar a minha liberdade tenho que perceber bem quais são os
fins por que vale a pena orientar a minha vida e, depois, ser capaz de
escolher os melhores meios para chegar a esses fins.
• Ajuda muito cair na conta de tudo aquilo que me prende, que me dificulta a escolha; identificar as coisas diante das quais não sou livre.
• Depois de identificadas estas “faltas de liberdade”, preciso de actuar em
favor da liberdade, tenho que fazer-me “indiferente”, ganhar a liberdade perante tudo. O fruto dessa libertação é o equilíbrio – o viver
segundo a regra do “tanto-quanto”
PRINCÍPIO E FUNDAMENTO
O texto de S. Inácio (EE,23)
Na nossa linguagem
O homem é criado para louvar,
prestar reverência e servir a Deus
nosso Senhor e, mediante isto,
salvar a sua alma;
e as outras coisas sobre a face da
terra são criadas para o homem,
para que o ajudem a conseguir o
fim para que é criado.
Sou criado para louvar, reverenciar
e servir a Deus e mediante isto
alcançar a minha felicidade;
tudo sobre a face da terra é criado
para mim, para me ajudar a alcançar o fim para que sou criado.
Donde se segue que o homem
tanto há-de usar delas quanto o
ajudam para o seu fim, e tanto
deve deixar-se delas, quanto
disso o impedem.
Pelo que, é necessário fazer-nos
indiferentes a todas as coisas
criadas, em tudo o que é concedido à liberdade do nosso livre
arbítrio, e não lhe está proibido;
Devo usar das coisas tanto quanto
me ajudam a alcançar a minha felicidade e deixá-las tanto quando me
dificultam esse objectivo.
Para isso, preciso de me tornar indiferente, de ser livre perante tudo,
para ser capaz de escolher sem ser
dominado por nada;
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
• Para fazer o diagnóstico do estado da minha liberdade e me ajudar
a começar a libertar a minha liberdade, confronto-me com alguns
textos do Evangelho:
1. Mt 13, 44-46. O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondi-
do num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e,
cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca
boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.
• Quando se encontra aquilo que se procura nada mais
importa. Qual é o meu tesouro, a minha pérola, o que
valorizo acima de todas as coisas para minha vida?
2. Mt 7, 24-27. Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as
põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa
sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os
ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada
sobre a rocha. Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que
edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, engrossaram os
rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e
grande foi a sua ruína.
• A felicidade não vem pela acumulação de sempre mais
coisas, mas pela capacidade de escolher e guardar
apenas as que verdadeiramente realizam e dão alegria. Como é a minha relação às coisas (materiais ou
não; também situações, relações, etc.)? Como está a
minha liberdade?
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�ano 1 / tpc 12
3. Lc 14, 28-30. Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se
O que pode ser dispensável?
senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo
acabar, todos os que virem comecem a troçar dele, dizendo: ‘Este
homem começou a construir e não pôde acabar’.
• Olho para a minha vida, a ocupação do meu tempo, as
relações, as coisas que tenho, o que me preocupa, as coisas a que dou atenção, etc., e faço, em todas estas áreas
da minha vida, um inventário segundo as categorias:
O que é essencial, indispensável?
O que atrapalha ou prejudica a busca desse fim?
O que ajuda ao fim que procuro?
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
CVX-U
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Hoje, quando é que me senti livre? E quando me senti
amarrado? O que é que me libertou e o que é que me
escravizou?
Como vivi a regra do tanto-quanto?
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�ano 1 / tpc 13
1. Ler atentamente, reflectir, meditar o texto completo do
Princípio e Fundamento, até me certificar que o compreendo
bem e que faz todo o sentido para mim.
Liberdade para escolher só o melhor:
Princípio e Fundamento - III
• a liberdade é para escolher; mas as escolhas têm sempre que ser orientadas por critérios, guiadas para objectivos.
• não basta estar livre (livre de); liberto-me de é poder estar livre para –
poder efectivamente escolher o melhor, o que quero mesmo.
• o final do Princípio e Fundamento aponta-nos para um fim essencial,
mais importante que tudo o resto, diante do qual tudo se sacrifica, até.
PRINCÍPIO E FUNDAMENTO
O texto de S. Inácio (EE,23)
Na nossa linguagem
Sou criado para louvar, reverenciar e
servir a Deus e mediante isto alcançar a minha felicidade;
tudo sobre a face da terra é criado
para mim, para me ajudar a alcançar
o fim para que sou criado.
Donde se segue que o homem tanto
há-de usar delas quanto o ajudam
para o seu fim, e tanto deve deixarse delas, quanto disso o impedem.
Pelo que, é necessário fazer-nos
indiferentes a todas as coisas criadas, em tudo o que é concedido à
liberdade do nosso livre arbítrio, e
não lhe está proibido;
Devo usar das coisas tanto quanto
me ajudam a alcançar a minha felicidade e deixá-las tanto quando me
dificultam esse objectivo.
Para isso, preciso de me tornar indiferente, de ser livre perante tudo,
para ser capaz de escolher sem ser
dominado por nada;
de tal maneira que, da nossa parte,
não queiramos mais saúde que
doença, riqueza que pobreza,
honra que desonra, vida longa que
vida curta, e consequentemente em
tudo o mais;
mas somente desejemos e escolhamos o que mais nos conduz para
o fim para que somos criados.
de modo que não transforme em
absoluto nada que é apenas relativo.
Quero somente desejar e escolher,
em cada situação, o que mais me
ajuda a alcançar a felicidade que
desejo, prescindindo de tudo o resto,
mesmo de coisas muito boas, mas
que não me ajudam tanto.
CVX-U
CVX-U
----
O homem é criado para louvar,
prestar reverência e servir a Deus
nosso Senhor e, mediante isto, salvar a sua alma;
e as outras coisas sobre a face da
terra são criadas para o homem,
para que o ajudem a conseguir o
fim para que é criado.
CVX-U
Alguém que consiga viver perfeitamente segundo o Princípio e Fundamento caracteriza-se pelas seguintes atitudes
habituais (indico as 3 que me parecem mais cruciais):
CVX-U
• Para determinar o que é o melhor, é preciso ter os objectivos bem
hierarquizados, saber o que se subordina a quê. Para que essa
ordenação seja efectiva, preciso de ter um objectivo a que dou
indubitavelmente o primeiro lugar e estar motivado para o procurar...
2. Conheço alguém que eu ache que tem as suas prioridades
bem ordenadas, segundo a lógica do Princípio e Fundamento, sempre em busca do mais? Onde assenta a capacidade
dessa pessoa se manter motivada para grandes objectivos,
sempre mais e maiores?
E eu, sou capaz de definir o objectivo fundamental da
minha vida? A grande ambição que quero realizar à frente
de tudo o mais? Há já algo claro na minha vida que me
motiva a dar o melhor de mim, a focalizar a minha energia,
imaginação e ambição? O que é? Ou, o que poderia ser?
CVX-U
CVX-U
CVX-U
�ano 1 / tpc 13
• Alguns instrumentos para fazer o diagnóstico da minha disponibilidade
para o mais, do grau da minha liberdade para escolher só o melhor...
3. Quando tenho que fazer escolhas, qual é o critério que mais
sigo:
a. “desde que não seja mau, serve...”
b. “isto já é bom, chega...(o óptimo é inimigo do bom..., não
se pode querer ter tudo...)”
c. “só o melhor (possível) é suficientemente bom para
mim”
4. Atitudes contrárias à busca constante do mais. Em que medida
sou afectado por elas?
− rotina
− resignação com a mediocridade
− instalação, comodismo
− aversão ao risco
− medo do desconhecido
− tendência a fazer sempre da mesma maneira
− saudosismo
− ...
Ir continuando a usar os textos evangélicos do TPC 12, lendoos à luz do Princípio e Fundamento, especialmente a orientação
para o mais:
Mt 13, 44-46. O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido
num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de
alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo. O Reino do
Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas.
Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto
possui e compra a pérola.
Mt 7, 24-27. Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe
em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra
aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em
prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre
a areia. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra
aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.
Lc 14, 28-30. Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se
senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo
acabar, todos os que virem comecem a troçar dele, dizendo: ‘Este
homem começou a construir e não pôde acabar’.
DICAS para articular Exame e TPC
•
•
CVX-U
CVX-U
CVX-U
CVX-U
Nas escolhas que tive de fazer hoje, guiei-me pelo critério “do que mais conduz para o fim”?
Onde falhei na busca do mais? Como me sinto, agora,
perante cada uma dessas escolhas? Valeu a pena o
«menos que mais»?
CVX-U
CVX-U
CVX-U
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
Subject
The topic of the resource
Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
Bíblia | Biblia
Description
An account of the resource
Material para vivência celebrativa. Roteiros de celebrações, lucernários, ofício divino, novenas, tríduos, vigílias, canções, músicas, cifras, partituras, gravações.
Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
Language
A language of the resource
es
pt
Texto
Um recurso composto principalmente de palavras para leitura. Exemplos incluem livros, cartas, dissertações, poemas, jornais, artigos, arquivos de listas de discussão. Note-se que facsímiles ou imagens de textos ainda são do gênero Texto.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
CVX U <br /> Formação Ano 1
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
S/D
Description
An account of the resource
Material de formação para o 1o ano da CVX U
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
PDF
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
CVX Portugal
Language
A language of the resource
pt-PT
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Gilda Carvalho
Type
The nature or genre of the resource
Texto
comunidade
CVX Universitária
exame cotidiano
Exercícios Espirituais | Ejercicios espirituales
-
https://d1y502jg6fpugt.cloudfront.net/42521/archive/files/73e072ed2d1e1a348ee5c43f21ca630c.pdf?Expires=1712793600&Signature=qc7YkIFEiaT6oZAq3JHeiNjhJLg9Ztlc5vuxheTvrgyEe%7EYh1m2IP2vjtiexnAiDfDRhcGKAYr8ok280ltUsArmFasBi9aWq7mBjaamRGnymTDhz-PK3kJdw2LOTNdAuB4aLMh8Meit9wcA3ArGhaKTTrv5mnEveltj%7EzVMU9UK4Gosa%7EG9m30eHpYjI-XucfH3zeYYyzbQkTmN2gDKExx0zD12MuuNUICWtO3HJf-gHuFT92W9AG0rbTO9y0VMS047Zwa4-m8WUOBTv08fyy4jMFOZM6MWu3w9BtxEci1uQ-wNM8O8LX1ayAKmTBC72Xdw0TwdMRNtlY2yPnpkcYg__&Key-Pair-Id=K6UGZS9ZTDSZM
52403a2025307368db80681119edb323
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CVX – REGIONAL RIO
Reunião Orientada sobre o Exame Cotidiano
Agosto/2011
Oração Inicial
Leitor: Qual é minha terra, Senhor? De onde venho?
Por que não vejo com os Teus olhos?
Porque não entendo com o Teu Espírito?
Por que não amo com o teu coração?
Sou estrangeira em minha própria terra!
Todos: "Eu vou plantá-los na sua própria terra e jamais serão novamente arrancados dessa
terra, que eu mesmo lhes dei - diz Javé, o Deus de vocês.”
Leitor: Piso onde queres que eu pise?
Vou onde queres que eu vá?
Quero o que queres para mim?
Sonho os sonhos que sonhas para mim?
Sou estrangeira em minha própria terra!
Todos: "Eu vou plantá-los na sua própria terra e jamais serão novamente arrancados dessa
terra, que eu mesmo lhes dei - diz Javé, o Deus de vocês.”
Leitor: Dá-me pisar com pé descalço sobre a minha terra!
Dá-me conhecer todos os caminhos dessa minha terra!
Dá-me sentir a brisa que sopra ao amanhecer!
Dá-me cheirar a chuva que se anuncia ao entardecer!
Dá-me solo! Dá-me meu solo! Dá-me consolo!
Nunca ser estrangeira em minha própria a terra!
A Tua terra!
Todos: "Eu vou plantá-los na sua própria terra e jamais serão novamente arrancados dessa
terra, que eu mesmo lhes dei - diz Javé, o Deus de vocês.”
Luluca Alvim
Introdução - algumas observações sobre o Exame Cotidiano:
A importância do exame para Inácio
Assim que Inácio começa seu processo de conversão, ele sofre uma crise imensa de
escrúpulos. Começa a confessar-se sem parar, cada dia tendo mais alguma coisa a
acrescentar às suas confissões, até que seu confessor o proíbe de confessar-se... É
quando tem uma grande iluminação: é pela graça de Deus que somos convertidos!
Inácio, então, vai nos ensinar: “quando você tiver que escolher, por falta de tempo,
entre a oração diária e o exame, escolha o EXAME!
“Tenha paciência comigo! Deus ainda não me terminou!”
O filho de uma amiga deu-lhe uma camiseta com essa inscrição!!! Essa camiseta a
lembrava para ter paciência com ela! Essa camiseta a lembrava que estava longe da
perfeição! Essa camiseta a lembrava de um longo trabalho a ser realizado.
Opção de todos: ser bom / Vocação de todos: ser santo
�Nunca conheci ninguém que quisesse ser ruim! Nunca conheci ninguém que
desejasse ser demônio! Todas as pessoas que conheci na vida querem ser boas e
todas – sem exceção – foram chamadas à santidade. Ora, se isso é verdade, basta
estar atenta aos chamados de Deus para mim!
Como ler a vontade de Deus em nossa vida
Já sabemos como somos chamados à santidade. Já sabemos, também, que Deus
coloca em nossos corações o desejo de “ser bom”. Portanto, cabe, agora, fazermos
a leitura de Deus na minha vida, o que significa fazermos um esforço para olhar
nossas vidas com os olhos de Deus e, consequentemente, ouvir com os ouvidos de
Deus, sentir com o coração de Deus, e assim por diante...
O eterno “tirar a poeira”
Podemos comparar o que é limpar alguma coisa muito suja e o que é tirar um
pozinho de alguma coisa. O exame é a possibilidade de, com um pequeno sopro,
tirar a poeira antes que se estabeleça.
Pontos do Exame
a. Obrigado
Tomo consciência de toda a generosidade de Deus para comigo. Agradecer é
colocar-me no lugar de criatura!
b. Dá-me luz!
Ver com os olhos de Deus e ouvir com os ouvidos de Deus. Pedir a sua
orientação, reconhecendo que eu não vejo com clareza!
c. Luzes e sombras
Dar uma olhada no dia que passou (nas últimas 24 horas) e perceber aonde fui
luz e aonde fui sombra. Não é um julgamento... É um me dar na conta de onde
sou normalmente luz e onde deixo escapar a chance de ser luz. Não é onde fui
má, mas onde deixei de ser boa!!!!
d. Perdão!
Aqui eu me dou conta do quanto minha resposta contrasta com a generosidade
de Deus e peço perdão. Peço perdão na certeza de ser perdoada.
e. Agora será melhor!
Faço um propósito. Apenas um propósito para as próximas 24 horas!!! Não
preciso mudar-me de uma só vez, basta querer ser melhor por um dia!
Dinâmica
Todos sabemos que o Exame Cotidiano faz parte dos Exercícios Espirituais e, de alguma
forma, já tivemos uma ou mais experiências com ele. A proposta dessa reunião é
aplicarmos o exame à nossa comunidade, experimentando passar pelos pontos do
Exame, mas, desta vez, avaliando a caminhada comunitária.
�1º Ponto: rever rapidamente a história da comunidade.
Lembrar como a comunidade se formou, os membros que estiveram presentes no
primeiro momento, aqueles que já passaram por ela, os que já a deixaram, os que
ficaram. Lembraremos também momentos fortes (bons ou ruins) pelos quais a
comunidade passou.
2º Ponto: olhar para a comunidade hoje
Lançar um olhar sobre como a comunidade se constitui hoje. Ver cada um de seus
membros (quem são, o que fazem, como vivem), pensar na sua dinâmica de reunião
(periodicidade, temas, cuidados, a vida social para além das reuniões), as missões
assumidas (pessoais e comunitárias)
3º Ponto: a comunidade, a CVX e a Igreja
Ver como a comunidade exerce a sua pertença à CVX (Regional e Nacional) e a
sua relação com a Igreja (missões, vivência dos sacramentos)
Texto bíblico para iluminação do Exame, após a revisão proposta nos 3 pontos acima
15
Veja: hoje eu estou colocando diante de você a vida e a felicidade, a morte e a
desgraça.
16 Se você obedecer aos mandamentos de Javé seu Deus, que hoje lhe ordeno, amando
a Javé seu Deus, andando em seus caminhos e observando os seus mandamentos,
estatutos e normas, você viverá e se multiplicará. Javé seu Deus o abençoará na terra
onde você está entrando para tomar posse dela. 17 Todavia, se o seu coração se desviar
e você não obedecer, se você se deixar seduzir e adorar e servir a outros deuses, 18 eu
hoje lhe declaro: é certo que vocês perecerão! Vocês não prolongarão seus dias sobre a
terra, onde estão entrando, ao atravessar o Jordão, para dela tomar posse.
19 Hoje eu tomo o céu e a terra como testemunhas contra vocês: eu lhe propus a vida
ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolha, portanto, a vida, para que você e seus
descendentes possam viver, 20 amando a Javé seu Deus, obedecendo-lhe e apegando-se
a ele, porque ele é a sua vida e o prolongamento de seus dias. Desse modo você poderá
habitar sobre a terra que Javé jurou dar a seus antepassados Abraão, Isaac e Jacó.
(Deut. 30, 15-20)
Exame comunitário (um membro deve ser destacado para anotar os itens partilhados)
1º Ponto: Obrigado
Cada membro agradecerá por um aspecto da comunidade que ilumina sua
vida. Anotar.
2º Ponto: Dá-me luz! (em forma de canto)
Todos: Indo e vindo / Trevas e luz / Tudo é graça / Deus nos conduz! (3x)
3º Ponto: Luzes e sombras
Cada membro partilhará um ponto que vê que a comunidade é luz e um
ponto que percebe que é sombra. Anotar.
�4º Ponto: Perdão!
A partir do que foi anotado, a comunidade redigirá o seu Ato Penitencial,
pedindo perdão.
5º Ponto: Agora será melhor!
A partir do que foi anotado e do Ato Penitencial, a comunidade redigirá o seu
compromisso de melhoria, destacando os pontos que precisarão de
constante revisão.
Oração Final
A comunidade lerá em conjunto o Ato Penitencial e o Compromisso, apresentando-os
ao Senhor sob a forma de oração.
�
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Liturgia e celebrações | Liturgia y celebraciones
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Liturgia | Liturgia
Música | Música
Espiritualidade | Espiritualidad
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Material para vivir la celebración. Itinerarios de celebraciones, lucernarios, oficio divino, novenas, triduo, vigilias, cantos, música, partituras, grabaciones.
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Exame Cotidiano
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
agosto, 2011
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An account of the resource
Reunião Orientada sobre a prática do Exame Cotidiano
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A language of the resource
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Gilda Carvalho
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exame cotidiano
Reunião orientada
revisão comunitária
Revisão de Vida